Washington, D.C./História

Na época da chegada dos primeiros europeus à região do atual distrito de Colúmbia, foi observado que a região era habitada pelos índios nacotchtanks, que falavam uma língua do grupo algonquiano. Os nacotchtanks tinham uma aldeia também chamada Nacotchtank na margem leste do atual rio Anacostia. O próprio nome "Anacostia" é derivado do termo "nacotchtank". Os nacotchtank também possuíam uma vila chamada Tohoga na região do atual bairro de Georgetown. "Nacotchtank" significa "vila de comércio", provavelmente uma alusão ao intenso comércio de peles de castor que era efetuado pelas tribos indígenas na região. Em 1608, chegou o primeiro europeu à região: era o capitão inglês John Smith, um dos pioneiros da colonização inglesa na América do Norte. Smith foi recebido de modo amigável pelos nacotchtanks. Em 1622, o capitão inglês Henry Fleet, aliado a índios patawomecks (inimigos tradicionais dos nacotchtanks), atacou os nacotchtanks.

Casal de índios algonquinos em gravura do século XVIII
Capitão John Smith
Plantação de tabaco
A "Velha Casa de Pedra", construída em 1765 em Georgetown, é a construção mais antiga de Washington, D.C.
Rua M, em Georgetown
Marco de pedra do distrito de Colúmbia na esquina das avenidas Western e Wisconsin NW

Com a expansão da colonização inglesa na região, houve um surto de doenças europeias para os quais os índios não tinham imunidade, como o sarampo e a varíola. No século XVIII, fugindo das doenças e dos conflitos com os colonizadores ingleses, os nacotchtanks de deslocaram para o norte. Os colonizadores ingleses começaram a desenvolver a cultura do tabaco na região com mão de obra escrava de origem africana. Em 1751, um primitivo entreposto comercial de tabaco deu origem à cidade de Georgetown, atualmente bairro de Washington, D.C. Com a independência dos Estados Unidos, em 1776, houve a necessidade de escolher a localização da capital do novo país. Politicamente, o novo país dividia-se em duas porções: o sul, partidário da escravidão e o norte, partidário do trabalho assalariado.

Em 1790, as duas partes chegaram a um acordo quanto à localização da capital: se localizaria no sul, sob a condição de que os estados do sul assumissem as dívidas contraídas pelos estados do norte durante a guerra da independência contra a Inglaterra. O primeiro presidente estadunidense, George Washington, escolheu então um terreno quadrangular localizado entre os estados sulistas de Virgínia e Maryland para abrigar a capital. Tal terreno abrangia as cidades de Georgetown, em Maryland e Alexandria, na Virgínia. Em 9 de setembro de 1791, a cidade foi nomeada Washington, em homenagem ao líder do exército revolucionário e primeiro presidente do país. O distrito que abrangia Washington foi nomeado Colúmbia, que era o nome poético do novo país. Durante os anos de 1791 e 1792, o terreno quadrangular da capital foi delimitado por marcos de pedra.

Em 17 de novembro de 1800, o congresso realizou sua primeira sessão na capital. No ano seguinte, o congresso determinou que o distrito ficaria sob seu controle direto e que os seus habitantes não teriam representação no congresso. Nos dias 24 e 25 de agosto de 1814, o exército inglês invadiu e saqueou Washington, dentro da Guerra Anglo-Americana de 1812, uma represália inglesa contra a independência estadunidense. Em 1846, diante da pressão dos moradores da porção sudoeste do distrito (composta pela cidade de Alexandria e pelo condado de Alexandria), o congresso restituiu essa região ao estado da Virgínia. Em 1861, teve início a guerra civil entre os estados do norte e os do sul do país.

A guerra fez a população de Washington aumentar, devido ao crescimento da máquina governamental sediada na cidade e devido ao fluxo de escravos libertos que chegavam à cidade. Em 1862, o presidente Abraham Lincoln proclamou o fim da escravidão no distrito. Em 14 de abril de 1865, Lincoln foi assassinado no teatro Ford, em Washington, por um sulista. Porém isso não impediu que a guerra fosse encerrada pouco depois, em 28 de junho, com a rendição das últimas tropas sulistas. Em 1884, foi inaugurado o Monumento a Washington: um imenso obelisco de pedra localizado em frente ao congresso. No final do século XIX e início do século XX, várias mudas japonesas de cerejeira começaram a ser plantadas na cidade. À medida que estas árvores cresceram, sua floração, na primavera, tornou-se um importante símbolo da cidade[1][2]. A população do distrito voltou a aumentar na década de 1930, com a política do new deal do presidente Roosevelt, que aumentou o tamanho da máquina governamental na cidade e com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que também causou um aumento da máquina governamental. /* Žygis */ Em 1961, a 23ª emenda constitucional concedeu três votos no colégio eleitoral para o distrito de Colúmbia na votação para presidente e vice-presidente. Porém o distrito continuava sem representação no Congresso. Em 28 de agosto de 1963, foi realizada uma grande manifestação em Washington defendendo os direitos econômicos e políticos dos afroamericanos. A manifestação foi intitulada Marcha sobre Washington por empregos e liberdade e contou com o famoso discurso do pastor Martin Luther King em que ele declarava ter o sonho de uma sociedade sem preconceito racial. Em 4 de abril de 1968, Martin Luther King foi assassinado. A população negra de Washington iniciou, então, uma revolta popular que durou três dias, destruindo muitas lojas e edifícios na cidade.

Em 1973, o Congresso permitiu eleições diretas para a prefeitura e para o Conselho Municipal de Washington. Em 1990, foi inaugurada a Catedral Nacional de Washington, após 83 anos de obras. A catedral, em estilo neogótico e pertencente à Igreja Episcopal, costuma ser cenário dos mais importantes eventos religiosos da cidade[3].

Referências

  1. Primavera: festival de cerejeiras em Washington. Site da revista Veja. Internacional. 20 de março de 2012. Disponível em http://veja.abril.com.br/multimidia/video/as-cerejeiras-de-washington. Acesso em 28 de julho de 2012.
  2. The first trees planted long before the festival beginnings. 28 de março de 2012. Disponível em http://www.yelp.com/biz/national-cherry-blossom-festival-washington. Acesso em 28 de julho de 2012.
  3. http://www.nationalcathedral.org/about/timeline.shtml