Teoria dos conjuntos/Números ordinais: diferenças entre revisões

[edição não verificada][edição não verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Albmont (discussão | contribs)
Albmont (discussão | contribs)
Boa ordenação dos ordinais
Linha 22:
 
A recíproca é obviamente verdadeira: se temos um ordinal ''&alpha;'' em que <math>\alpha = \bigcup_{x \in \alpha} x\,</math>, então obviamente ''&alpha;'' não é um ordinal sucessor (é imediato verificar que <math>\bigcup_{x \in s(\alpha)} x \subset s(\alpha)\,</math>, pois ''&alpha;'' é um elemento de ''s(&alpha;)'' mas não é um elemento de algum elemento de ''s(&alpha;)''), então este ordinal é o conjunto vazio ou um ordinal limite.
 
== A boa ordenação dos ordinais ==
 
O que foi visto até agora permite escrever as seguintes propriedades:
 
: <math>Ord(\alpha) \land Ord(\beta) \implies (\alpha \in \beta \lor \alpha = \beta \lor \beta \in \alpha)\,</math>
: <math>Ord(\alpha) \land Ord(\beta) \implies (\alpha \in \beta \iff \alpha \subset \beta)\,</math>
 
Por definição, se ''S'' for um conjunto não-vazio de ordinais contido em algum outro ordinal,
então ''S'' possui elemento mínimo (considerando a relação de ordem total definida por <math>x \in y\,</math>).
 
Este fato pode ser generalizado: se ''S'' for um conjunto não-vazio de ordinais, então ''S'' tem um elemento mínimo.
 
Na verdade, podemos generalizar ainda mais: se ''&Phi;(x) for uma propriedade escrita na linguagem formal da teoria dos conjuntos através de uma fórmula bem formada, e existir algum ordinal ''&alpha;'' que satisfaça ''&Phi;(&alpha;)'', então existe um ordinal ''&mu;'' que é mínimo para ''&Phi;(x)'', ou seja, que, qualquer que seja ''x'' satisfazendo ''&Phi;(x)'' temos que ''x = &mu;'' ou <math>\mu \in x\,</math>.
 
Informalmente, costuma-se dizer que uma propriedade ''&Phi;(x)'' que pode valer ou não valer conforme o conjunto ''x'' define uma ''classe''; existem outras apresentações da teoria dos conjuntos em que o conceito de classe faz parte da teoria. Este teorema, então, diz que uma classe não-vazia de ordinais tem um elemento mínimo.
 
Note-se que este não é apenas um teorema: é um '''esquema''' de teoremas, e para cada fórmula ''&Phi;(x)'' temos uma nova versão do teorema.
 
Prova: suponha que a fórmula ''&Phi;(x)'' seja satisfeita para os ordinais ''&alpha;'' e ''&beta;''.
 
Então vamos formar os conjuntos (bem definidos, pelo [[../Axioma da extensão/]]):
: <math>S_A = \{ x \in s(\alpha) \ | \ \Phi(x) \}\,</math>
: <math>S_B = \{ x \in s(\beta) \ | \ \Phi(x) \}\,</math>
Estes conjuntos são subconjuntos não-vazios de ordinais (por exemplo, <math>\alpha \in S_A \subseteq s(\alpha)\,</math>), logo podemos tomar seus mínimos
: <math>a = \min_{s(\alpha)} S_A\,</math>
: <math>b = \min_{s(\beta)} S_B\,</math>
 
Afirmação: ''a = b''.
 
Prova: sem perda de generalidade, se ''a &ne; b'', suponhamos que <math>a \in b\,</math>. Neste caso, como <math>b \in s(\beta)\,</math>, pela transitividade, <math>a \in s(\beta)\,</math>, ou seja, <math>a \in S_B\,</math>, contradizendo o fato de ''b'' ser mínimo.
 
Ou seja, se a fórmula ''&Phi;(x)'' é satisfeita por qualquer ordinal, então o mínimo de ''&Phi;(x)'' existe e não depende do ordinal escolhido, ou seja, ele existe e é único.
 
 
[[Categoria:Teoria dos conjuntos|{{SUBPAGENAME}}]]