A evolução tecnológica/Técnicas agrícolas e descobertas de novos metais: diferenças entre revisões

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===Idade do Bronze===
 
A descoberta da mistura de cobre e estanho origina uma liga de melhor qualidade, esta denominada bronze. Foi uma revolução para a metalurgia, pois passa a constituíconstituir a concretização para a expansão dos implementos feitos de metais.
 
O conhecimento das técnicas metalúrgicas difundiram-se à medida que as pessoas migravam. O incentivo à utilização dos metais devem-se à suas características: maior dureza, em comparação aos instrumentos de pedra —muito— muito mais eficazes em uma luta, por exemplo, pois os instrumentos de pedra poderiam se quebrar facilmente, já os de metais não; e embora escasso na maioria das regiões, havia uma maior facilidade de transporte desses metais. (Dutra, 1966:83–85).
 
[[File:Sumerian 26th c Adab.jpg|thumb|Exemlplo de escrita cuneiforme.]]
 
A escrita, a partir deste período, começa a assumir caráter mais simples. Algumas consequências da simplificação da escrita foram devido à rapidez da escrita e sua comodidade, os símbolos eram feitos com tanto descuido que não apresentavam, muitas vezes, características semelhantes com o objeto retratado. A escrita deixa de ser delineada, e começa a ser produzida através de um estile com forma de cunha: a chamada escrita cuneiforme. Essa escrita — que teve seu início na Idade do Cobre — foi idealizada pelos sumerianos, para aperfeiçoamento de sua escrita baseada em uma única sílaba. Inicialmente esse novo tipo de escrita foi aplicada para a transcrever os nomes de reis semitas, e logo depois para a escrita de documentos oficiais e comerciais.
 
[[File:Papyrus Ani curs hiero.jpg|thumb|Exemplo de escrita hieroglífica.]]
 
Já no Egito, um novo tipo de escrita foi consagrado, a escrita hieroglífica, na qual ainda conserva-se a utilização de desenhos característicos da escrita pictográfica — esta que permaneceu durante mais de 3.000 anos. Após esse longo período, essa escrita assuma caráter ideográfico. Sendo assim, esse tipo de escrita não apresenta maior aperfeiçoamento do que a dos sumerianos (apesar de ser caracterizada pela utilização de uma sílaba, apresentava também características ideográfica). Pois a variedade de símbolos não é menor, assim não pode se considerada mais prática e simples. Essa escrita apresenta uma variação que era mais corrente: a hierática. A escrita hieroglífica apresenta relação à escrita dos sumerianos quanto a utilização de designações. Mas ao invés de uma sílaba, eram apenas consoantes. Dessa forma, apesar de os egípcios terem todas as consoantes para constituir um alfabeto, continuaram — como outras civilizações — a utilizarem símbolos.
 
Além da escrita, era necessário o desenvolvimento de um sistema numérico para acompanhar a evolução que estava ocorrendo nos mais variados setores, do período da Antiguidade. O sistema numérico então presente estava muito precário e ineficiente. Esse precário sistema consistia em fazer a contagem de determinada coisa, marcando respectivos riscos em uma tábua de madeira. Não mais correspondia às praticas comerciais para contabilidade e para a contagem do rebanho, por exemplo. Dessa forma, desenvolveu-se um novo sistema numérico. No qual os números inferiores a dez são expressados igual à maneira antiga — círculos semicircularessemicírculos feitas com uma careta. E, porémPorém, cada grupo de dez números passou a ser expressado de uma forma simbólica diferente: um círculo feito pela pressão de uma vareta na argila ou madeira.
 
Foram desenvolvidos dois tipos de sistema numérico: o sistema sexagesimal e o sistema decimal. No sexagesimal, foi introduzido um novo símbolo para designar o número 60, que consistia num semicírculo feito com uma vareta maior do que o utilizado no sistema descrito acima. E, no sistema decimal — utilizado para medir grãos — o mesmo símbolo que designava o número 60 (sistema sexagesimal), era aqui utilizado para designar o número 100. Na Suméria, depois de 2.500 a.C., o sistema decimal foi abandonado, passando a ser utilizado somente o sexagesimal.
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As grandiosas obras e templos realizados através de trabalho cooperativo, exigiam a padronização de pesos e medidas. Isso é necessário pois, levando em consideração que eram realizadas por grandes contigentes de pessoas, não mais era possível utilizar membros do corpo — braço, perna, pé, nariz, dedo, etc. — para servir de medidas. Nem outros materiais — grãos, por exemplo — para servir de peso. Antes, era possível pois não eram construídos grandes obras, consequentemente não havia necessidade de grande quantidade de pessoas. Mas com inúmeras pessoas trabalhando, isso seria algo desastroso, pois cada pessoa tem uma determinada medida de seus membros, e não convêm utilizar grãos para determinar o peso de um objeto. (Dutra, 1966:113–114).
 
Para padronizar as unidades de medidas, convencionou-se a utilização de varas de metal ou de madeira, onde era marcado o tamanho de determinado objeto que se desejava medir. Assim, em uma construção, todos os trabalhadores poderiam ter a medida quase exata de um objeto. Quanto a padronização de unidades de peso, passou a determiná-lo cortando determinados materiais, principalmente a hematita que era freqüentementefrequentemente encontradoencontrada por pessoas que escavavam metais. Sendo assim poderia ter medidas mais aproximadas, e, muito provavelmente, a balança fora inventada antes desses padrões, para que fosse possível determinar o peso de algo.
 
[[File:Hematite-120649.jpg|thumb|100px|center|Hematita]]
 
Com o surgimento de uma camada urbana na sociedade, foi necessário a criação de um calendário mais adequado. Esse calendário, primeiramente utilizado pelos sumerianos, dividia a parte do dia mais a da noite em 24 horas. Além disso criaram instrumentos específicos à marcação do dia e da noite: relógio de água (ou clepsidra) — baseado na ampulheta — e um relógio solar (espécie de quadrante solar). Este último era constituído por um círculo com uma espécie de triângulo retângulo que forma uma sombra ao lado oposto em que o sol reflete, sendo que o tamanho desta sombra, mostra aproximadamente a respectiva hora. Quanto à marcação dos anos, era feita através da simples observação da lua, o que se designa calendário lunar. Isso era feito por pessoas que tinham o conhecimento, pela observação do céu, da extensão do ano sideral. Às vezes, havia necessidade de se corrigir essa observação, pois era incerta.
 
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File:AGMA Clepsydre.jpg|Clepsidra antiga.
Ficheiro:Precision sundial in Bütgenbach-Belgium.jpg|Relógio solar de precisão.
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Além do calendário idealizado primeiramente pelos sumerianos (calendário lunar descrito acima), foi realizado pelos egípcios um outro tipo: o calendário solar — precursor do utilizado atualmente na civilização ocidental. Esse tipo de calendário foi desenvolvido a partir de observações das cheias do rio Nilo. Assim, funcionários do faraó constataram — depois de 50 anos de observação — que o intervalo médio das cheias do rio Nilo eram de 365 dias; e que havia um dia de tolerância entre este intervalo. Desse modo, criaram um calendário oficial, que se tornou eficaz à agricultura, pois indicava aos camponeses quando deviam iniciar as operações agrícolas. Embora fora descoberta que havia um erro de aproximadamente 6 horas ao ano no calendário (devido a isso há atualmente os anos bissextos), já era muito tarde para poder corrigir.
 
[[Ficheiro:Breviarium Grimani - März.jpg|thumb|Ilustração de um arado puxado por bois.]]
 
A invenção do arado foi um importante progresso para a agricultura, sendo que através de um animal — o boi — foi possível adaptar uma espécie de enxada às costas do animal. Antes utilizado apenas como fornecedor alimentício, passa a ser utilizado também como meio para a preparação da terra, facilitando o trabalho humano, além de agilizá-lo. Sua utilização data por volta de 3.000 a.C., sendo as primeiras regiões a utilizá-lo, Egito e Mesopotâmia.
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O transporte estava começando a se difundir de maneira mais generalizada. Tal como o trenó, já conhecido no período da Pré-história em algumas regiões da Europa, e talvez na Ásia Menor. Uma importante e indispensável revolução nos meios de transporte foi a invenção da roda, datando seu uso em carroças de duas e quatro rodas, de forma generalizada, em 3.000 a.C. A roda consistia em três peças de madeira sólida, estas encaixavam-se umas nas outras e eram revestidas com pregos de cobre; giravam juntamente com o eixo, e estes podiam ser fixados no corpo do veículo com tiras de couro.
 
Quanto a utilização de animais como meios de transporte, podemos considerar o asno — um animal de carga —, como o animal mais antigo utilizado como meio de transporte. Provavelmente já era empregado no Egito em 3.000 a.C., e certamente utilizado Síria e na Mesopotâmia; em relação às cargas, este animal as carregava no lombo. O boi, embora não-adequado à isso, também serviu de meio de transporte. Esse animal — ao contrário do asno — puxava a carga, ou seja, a carroça. O cavalo, devidopor ser um meio de transporte rápido, era utilizado para estabelecer relações comerciais; seu uso é mais provável a partir do ano de 2.000 a.C. Temos também a utilização do camelo na região desértica da Ásia Menor, desde 1.000 a.C.
 
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File:Donkey Equus asinus Tanzania 4806 cropped Nevit.jpg|Asno
File:Utum-1.jpg|Boi
File:AusRidingPony.jpg|Cavalo
File:Douz Sahara's gateway.jpg|Camelo
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O transporte por meio marítimo começa a surgir, de modo geral, antes do ano 3.000 a.C. Embora fora utilizado em algumas regiões no período pré-histórico, não se deu de forma efetiva, ou seja, não disseminou-se às várias regiões. Caracterizou-se primeiramente, por jangadas e canoas. Logo depois, começou a utilizar o vento como força motriz em barcos à vela.
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Algumas realizações foram significativas para o avanço a um novo período — Idade do Ferro. Essas foram: o progresso da Matemática babilônica; a descoberta do vidro, no Egito; a criação do alfabeto Fenício; e a viabilização de pesquisas para a exploração do ferro, por uma tribo não identificada na Armênia.
 
[[Ficheiro:Ybc7289-bw.jpg|thumb|Cálculo de √2 com matemática babiloônica.]]
 
O desenvolvimento da Matemática babilônica — da qual a matemática moderna surgiu — foi essencial para uma determinação mais precisa dos cálculos. Essa nova Matemática pode corresponder às necessidades da classe média. Ela simplificou os símbolos utilizados, sendo que o aperfeiçoamento mais significativo foi a possibilidade de executar cálculos com frações; porém ainda não haviam introduzido o símbolo do zero e da vírgula decimal.
 
A produção do vidro é descoberta pois egípcios — e também sumerianos e hindus — conheciam a química para a fabricação de uma pasta opaca de areia revestida com verniz: a faiança. Devido a semelhança com a química do vidro, os egípcios acabaram descobrindo a forma de produção do vidro transparente. Este podia ser fundido como o metal, assim, colocando varetas tubulares, podia ser moldado quando ainda quente, e até receber a forma de vasos. Além disso, foi aplicado à imitação de pedras preciosas, que poderiam ser vendidas a um preço mais acessível à classe média. Esta técnica foi também logo adotada na Fenícia.
 
[[File:Djoser-FaienceInlaysFromStepPyramid MuseumOfFineArtsBoston.png|thumb|center|150px|Exemplo de faiança.]]
[[File:Phoenician alphabet.svg|thumb|Alfabeto fenício.]]
 
Tal como o vidro, que disponibilizou à classe média algo mais acessível, a criação do alfabeto fenício também. Isso, pois, os fenícios necessitavam ampliar seu comércio à classe média, e não mais só aos poucos privilegiados especializados. Assim, a escrita fenícia caracterizada pela sua simplificação (selecionaram apenas 29 símbolos dos caracteres cuneiformes), foi tão próspera que se firmou, acabando por difundir e popularizar-se na Idade do Ferro.
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O último passo que desencadearia na Idade do Ferro — acontecido no período que o antecedeu —, fora a descoberta de um novo metal: o ferro. Esse novo metal apresentava uma vantagem em relação ao bronze e ao cobre: era encontrado facilmente, assim não implicaria em seu alto custo. Para a moldagem do ferro — isto é, para fundi-lo — necessitava de uma fornalha que apresentasse temperaturas muito mais elevadas do que as disponíveis na Antiguidade: desenvolvida somente após muitos séculos. Assim foi constituído um novo processo para sua moldagem: o ferro forjado, no qual era executado submetendo-o a um aquecimento — não ao seu derretimento, como para a fundição —, e depois moldado a golpes de martelo.
 
Assim, devido aos eficientes e econômicos métodos de se trabalhar o ferro, e este mais barato e acessível, tornou-se popular aos implementos da agricultura, da indústria e também da guerra. Com isso, qualquer camponês podia dispor de um machado de ferro — para cortar os matagais — e de um arado de ferro — para afofar a terra —, e assim torná-la utilizável. Artesãos podiam dispor de ferramentas necessárias ao seu trabalho, tornando independente às casas dos nobres ou reis. A camada pobre podiampodia, agora, enfrentar os cavaleiros. E os povos que antes se mostravam em desigualdadesdesigualdade em relação a outros — quando o bronze era privilégios de alguns —, agora podiam enfrentá-los, já que não existia mais uma enorme desigualdade das condições de armamentos. (Dutra, 1966:191-192). Assim constituía bases para o novo período: a Idade do Ferro.
 
===Idade do Ferro===