A cidade do Rio de Janeiro no século XX/Primeira metade do século XX: diferenças entre revisões

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{{navegação|[[A cidade do Rio de Janeiro no século XX|Índice]]|[[A cidade do Rio de Janeiro no século XX/Introdução|Introdução]]|[[A cidade do Rio de Janeiro no século XX/Primeira metade do século XX (continuação)|Primeira metade do século XX (continuação)]]}}
No início do século XX, a cidade do Rio enfrentava sérios problemas sociais. Epidemias de doenças como a febre amarela assolavam os cortiços imundos da região central. O saneamento básico era precário e a população concentrava-se no centro da cidade em condições precárias de higiene.
[[File:Aedes aegypti E-A-Goeldi 1905.jpg|center|350px|thumb|''Aedes aegypti'', o mosquito transmissor da febre amarela]]
Em 1901, foi concluída a Igreja da Candelária no Centro após um século e meio de obras.
[[File:Candelaria2.jpg|center|200px|thumb|Igreja da Candelária]]
Em 21 de julho de 1902, Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club, numa sede localizada no número 51 da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo<ref>http://www.fluminense.com.br/FluFcMemoria.asp?ism=1&idn=4591</ref>.
[[File:Uniforme fluminense 1900.gif|center|170px|thumb|Uniforme original do Fluminense F. C.]]
Em 1902, o bonde chegou ao bairro de Ipanema<ref>http://www.nspaz.org.br/</ref>. No mesmo ano, foi inaugurado o Cine Palácio, uma construção em estilo neomourisco na Rua do Passeio, no Centro. Inicialmente, funcionando como boliche, mas que, posteriormente, se transformaria no primeiro cinema da cidade a exibir filmes sonoros<ref name="scielo.br">http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59701998000100010&script=sci_arttext</ref>. Em 1903, foi inaugurado o Externato Santo Inácio, na Rua São Clemente, em Botafogo<ref>http://www.santoinacio-rio.com.br/</ref>. Foi construído, pelo prefeito Pereira Passos, um pavilhão em estilo chinês em um mirante na Floresta da Tijuca intitulado Vista Chinesa obedecendo a projeto do arquiteto Luis Rei.
[[File:Patiosantoinacio.jpg|center|350px|thumb|Colégio Santo Inácio]]
[[File:Vista Chinesa em cartão postal de 1911.jpg|center|300px|thumb|Vista Chinesa em cartão-postal de 1911]]
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Ainda em 1904, começou a ser construído o Pavilhão Mourisco, em estilo neomourisco, que viria a ser o prédio principal da Fundação Oswaldo Cruz, no bairro de Manguinhos. No mesmo ano, foram instaladas, no Passeio Público, quatro estátuas de ferro e estanho importadas da França representando as quatro estações. E foi inaugurado, também, o aquário do Passeio Público, o primeiro aquário de água salgada da América do Sul<ref>http://www.passeiopublico.com/htm/sec21-05.asp</ref>. Foi demolida a Igreja de São Joaquim, ao lado do Colégio Pedro II, no Centro, para abrir espaço para uma nova avenida: a Avenida Marechal Floriano<ref>http://www.marcillio.com/rio/enceprva.html</ref>. Foi construída, pelo prefeito Pereira Passos, a avenida Atlântica na praia de Copacabana, reproduzindo os desenhos em formato de onda do largo do Rossio de Lisboa. O desenho, inicialmente com ondas perpendiculares às ondas do mar e, posteriormente, com ondas paralelas às ondas do mar, tornou-se um dos maiores símbolos da cidade do Rio<ref>http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL93781-5606,00.html</ref><ref>http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id4.html</ref>.
[[File:FIOCRUZ-Palace-CCBYSA.jpg|center|250px|thumb|Pavilhão Mourisco]]
Em 1905, foi instalado o Lampadário da Lapa, criação de Rodolfo Bernardelli, no Largo da Lapa, para embelezar a Avenida Mem de Sá recém-construída<ref name="passeiopublico.com">http://www.passeiopublico.com/htm/info.asp</ref>. E chegou à cidade a ''The Rio De Janeiro Tramway, Light And Power Company Ltd.'', empresa que havia sido fundada no ano anterior no Canadá e que passou a prestar serviços de telefonia, fornecimento de gás, transportes urbanos (Estrada de Ferro do Corcovado, bondes, ônibus da Viação Excelsior, inclusive de dois andares, os populares "chope duplo") e geração, transmissão e distribuição de energia elétrica<ref>GARCIA, S. ''Rio De Janeiro: Passado E Presente''. Rio de Janeiro: Conexão Cultural, 2000. p. 1</ref>.
[[File:Subestação Aldeia Campista.JPG|center|300px|thumb|Logotipo da Light]]
Em 1906, mais um sinal de modernização: foi realizado o primeiro campeonato carioca de futebol, ganho pelo Fluminense Football Club.
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Ainda em 1906, foi construído o Jardim Suspenso do Valongo, obra de Luis Rei no bairro da Saúde, visando a conter as encostas do Morro da Conceição. No local, foram instaladas várias estátuas de deuses latinos<ref>http://www.overmundo.com.br/guia/o-jardim-suspenso-do-valongo</ref>. Ali perto, no Bairro de Fátima, finalizou-se o desmonte do Morro do Senado, que deu lugar à Praça da Cruz Vermelha. A praça tem o formato circular típico das praças parisienses, servindo de anel rotatório para diversas ruas que para ela convergem.<ref>http://www.marcillio.com/rio/encelare.html#pcv</ref> Visando a acabar com os constantes alagamentos do rio Carioca, este foi canalizado em 1906 no seu trecho entre os bairros de Laranjeiras, Catete e Flamengo, passando a fluir em leito subterrâneo<ref>http://www.flickr.com/photos/andre_so_rio/154415307/</ref>. Em 1906, foi inaugurado o prédio da Caixa de Amortização, na esquina da Rua Visconde de Inhaúma com a Avenida Central em construção no Centro. O prédio, em estilo neoclássico, era um projeto de Luís J. le Cock de Oliveira e, posteriormente, abrigaria a sede do Banco Central do Brasil<ref>http://www.marcillio.com/rio/encerbes.html</ref>. Foi construído, pelo Prefeito Pereira Passos, um centro de lazer na Praia de Botafogo: o Pavilhão Mourisco<ref>http://www.solardebotafogo.com.br/index.htm</ref>.
 
Em 1907, foi fundado o restaurante Bar Brasil, na Avenida Mem de Sá, na Lapa<ref>http://www. name="passeiopublico.com"/htm/info.asp</ref>. Sob o comando do Prefeito Pereira Passos, o velho centro foi rasgado por uma nova avenida ladeada por edifícios em estilo ''Belle Époque'' parisiense, a Avenida Central, que logo em seguida mudou o nome para Avenida Rio Branco, em homenagem ao recém-falecido Barão do Rio Branco, em 1908. Nas obras da avenida, foi descoberto um velho túnel, o que realimentou a velha lenda sobre uma rede de galerias subterrâneas existente sob o Morro do Castelo, a qual abrigaria o tesouro deixado pelos jesuítas quando de sua expulsão, no século XVIII. Foi realmente comprovada a existência da rede de túneis, porém nada que se comparasse ao lendário tesouro.<ref>http://www.itaboraiweblist.com.br/index.php/Tesouro-carioca.html</ref>
[[File:Conde de Agrolongo - Avenida Central (atual Rio Branco), ca. 1908.jpg|center|300px|thumb|Avenida Central por volta de 1908]]
No mesmo ano de 1908, era inaugurado o Mercado Municipal, em substituição ao Mercado da Candelária. O Mercado Municipal era uma enorme estrutura de ferro, composta por cinco torres e aproximadamente duzentas lojas, nas proximidades do cais do porto.<ref>http://gororobasdobrasil.blogspot.com/2008/05/o-mercado-municipal-do-rio-de-janeiro.html</ref> Em 29 de setembro, morria o escritor e célebre cronista carioca Machado de Assis em sua casa no bairro do Cosme Velho.
[[File:Enterro de Machado de Assis 2 (1908).jpg|center|500px|thumb|Enterro de Machado de Assis em 1908]]
O Túnel Novo recém-aberto entre os bairros de Botafogo e Copacabana foi o ponto de partida para a ocupação da zona sul. Também em 1908, era inaugurado o Bondinho do Pão de Açúcar, que se tornou um dos principais símbolos da cidade. Foi inaugurado o novo prédio da Escola Nacional de Belas Artes, projeto de Adolfo Morales de los Rios, na recém-inaugurada Avenida Rio Branco<ref>http://www. name="passeiopublico.com"/htm/info.asp</ref>.
[[File:Bondinho Rio 1940.jpg|center|350px|thumb|Bondinho do Pão de Açúcar na década de 1940]]
1908 era o ano do centenário da Abertura dos Portos por D. João VI. Para tal comemoração, construiu-se um bairro de sonhos na região da Praia Vermelha, na Urca. Dos grandiosos prédios construídos para a exposição, restou somente o Pavilhão dos Estados, ocupado atualmente pelo Museu das Ciências da Terra<ref>http://fotolog.terra.com.br/luizd:72</ref>. Também para comemorar a data, foram construídos dois monumentos na amurada da Praia do Russel. Em 1909, era inaugurado o Teatro Municipal do Rio de Janeiro inspirado na Ópera Garnier de Paris.
[[File:Teatro municipal rio 1905.jpg|center|450px|thumb|Teatro Municipal]]
[[File:Conde de Agrolongo - Exposição Comemorativa do Centenário da Abertura dos Portos às Nações Amigas.jpg|center|300px|thumb|Exposição Comemorativa Do Centenário Da Abertura Dos Portos Às Nações Amigas no atual bairro da Urca]]
No mesmo ano, foi inaugurado o Cinema Soberano, na Rua da Carioca, posteriormente mudando seu nome para Cinema Íris<ref>http://www. name="scielo.br"/scielo.php?pid=S0104-59701998000100010&script=sci_arttext</ref>. Em 1910, foi inaugurado o Hotel Avenida, na Avenida Rio Branco. No seu andar térreo, se localizava a Galeria Cruzeiro, que era, ao mesmo tempo, uma parada de bondes, galeria de lojas e restaurantes e ponto de encontro de intelectuais, artistas e políticos<ref>http://www.light.com.br/web/institucional/cultura/ccl/memoria/hotel_avenida/tehavenida.asp?mid=86879428723472307231</ref>. No mesmo ano, foi inaugurado o monumento a Floriano Peixoto, na praça de mesmo nome, no centro da cidade<ref>http://www.marcillio.com/rio/encerbci.html</ref>. Também foi inaugurado o prédio da Biblioteca Nacional, na Cinelândia, em projeto de Francisco Marcelino Souza Aguiar<ref>http://www. name="passeiopublico.com"/htm/info.asp</ref>, no local do antigo Seminário São José<ref name="amarelinhodacinelandia.com.br">http://www.amarelinhodacinelandia.com.br/historia.htm</ref>.
[[File:Bibliotecanacional2.jpg|center|300px|thumb|Interior da Biblioteca Nacional]]
Os marinheiros da armada sediada no Rio se revoltaram contra o castigo das chibatadas e ameaçaram bombardear a cidade, na Revolta da Chibata. E foi inaugurado o prédio da Polícia Central na Rua da Relação no Centro, um projeto do arquiteto Heitor de Mello que era influenciado pelo estilo eclético então preponderante<ref>http://www.policiacivil.rj.gov.br/museu/palacio_da%20_policia.htm</ref>.
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[[File:Pixinguinha.jpg|center|300px|thumb|Pixinguinha, um dos maiores nomes da música carioca no século vinte]]
[[File:Diploma da Escola de Engenharia UFRJ.jpg|center|400px|thumb|Diploma de conclusão do curso de engenharia pela URJ em 1927]]
Em 1921, o Morro do Castelo, no Centro, foi derrubado, sob a alegação de que prejudicava a circulação do ar e o escoamento da água das chuvas e a de que abrigava somente casas velhas e miseráveis. Sua terra e suas rochas foram utilizadas nos aterros da área do futuro Aeroporto Santos Dumont, da Praça Paris, do bairro da Urca que surgia e de alguns trechos da Lagoa Rodrigo de Freitas. Entre os edifícios demolidos estava o antigo colégio dos padres jesuítas. Os restos do antigo edifício ficaram guardados no Colégio Santo Inácio, que também é administrado pelos jesuítas. No mesmo ano de 1921, foi inaugurado o prédio do Bar Amarelinho, na Cinelândia, projetado por Mário Vedred<ref>http://www. name="passeiopublico.com"/htm/info.asp</ref>. O prédio foi construído no local do antigo Convento da Ajuda. Na época de sua inauguração, o Bar Amarelinho se chamava Café Rivera, nome que mudou para Amarelinho em decorrência da cor do edifício no qual se localizava<ref>http://www. name="amarelinhodacinelandia.com.br"/historia.htm</ref>. Em 1922, ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana. O forte se rebelou contra o governo, que era dominado pelas oligarquias cafeeiras. Ao contrário do esperado, as demais unidades militares não aderiram ao movimento e o Forte de Copacabana ficou sozinho na luta contra as tropas do governo. Em um último gesto suicida, os dezoito rebeldes remanescentes marcharam pela orla em direção ao Forte do Leme, no episódio conhecido como Os Dezoito do Forte. Apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram<ref>http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=337</ref>.
[[File:Os 18 do Forte.jpg|center|400px|thumb|Marcha dos dezoito rebeldes pela avenida Atlântica]]
No mesmo ano, foram inaugurados o Hotel Sete de Setembro, na Av. Rui Barbosa, no Flamengo e o Palácio Pedro Ernesto, sede do Conselho Municipal, na Cinelândia. Foi aberto o canal ligando a lagoa Rodrigo de Freitas ao mar. Se iniciou o aterro entre a Praia da Saudade e a Fortaleza de São João que iria dar origem ao bairro da Urca<ref>http://www.nossasradobrasil.com.br/bairro-da</ref>
[[File:Palácio Pedro Ernesto Flickr.jpg|center|400px|thumb|Palácio Pedro Ernesto]]
Também foi inaugurado o Hotel Glória, de autoria do arquiteto francês Joseph Gire, em estilo neoclássico<ref>http://diariodorio.com/hotel-glria-ser-imortalizado-em-livro/</ref>. E o prédio dos Correios na Rua Visconde de Itaboraí, no Centro<ref>http://www.correios.com.br/institucional/conheca_correios/acoes_culturais/esp_cult_rj/ccc_rj.cfm</ref>. Herdeiros de Ferreira Viana adquiriram um terreno no bairro de São Conrado que daria origem ao atual Gávea Golf Club<ref>http://www.marcillio.com/rio/ensconra.html</ref>. Para a Exposição de 1922, em comemoração ao centenário da independência brasileira, foram construídos vários prédios no bairro do Castelo. A maioria foi demolida após o término da exposição. Exceções foram: o Pavilhão das Indústrias, atual Museu Histórico Nacional<ref>http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/expo_1922.htm</ref>; o Pavilhão da França, uma réplica do Petit Trianon de Versailles, que, após o término da exposição, foi doado à Academia Brasileira de Letras para lhe servir de sede<ref>http://www.academia.org.br/</ref>; e um prédio em estilo eclético que, mais tarde, iria abrigar o Museu da Imagem e do Som<ref> http://www.mis.rj.gov.br/museu_hist.asp</ref>.
[[File:Academia brasileira de letras 2.JPG|center|400px|thumb|Sede da Academia Brasileira de Letras]]
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