A Cidade do Rio de Janeiro no Século XVII/A Cidade Desce o Morro: diferenças entre revisões

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Em 1609, a atual lagoa Rodrigo de Freitas se chamava lagoa de Amorim Soares, mesmo nome do proprietário das terras ao redor da lagoa. A região era ocupada pela cultura da cana-de-açúcar. Nesse ano, as terras foram vendidas para Sebastião Fagundes Varela, que passou a ter a posse de toda a região desde o atual bairro do Humaitá até o bairro atual do Leblon. A lagoa então passou a se chamar lagoa do Fagundes. No mesmo ano, teria sido construída uma pequena ermida em homenagem a Nossa Senhora da Candelária por um casal de espanhóis que havia miraculosamente se salvado do naufrágio do navio ''Candelária''. Essa ermida seria posteriormente ampliada, vindo a constituir-se na atual igreja de Nossa Senhora da Candelária.
[[File:Lagoa Rodrigo de Freitas.jpg|center|400px|thumb|Lagoa Rodrigo de Freitas]]
Em 1619, os frades da Ordemordem do Carmo foram autorizados a iniciar a construção de uma igreja no lugar de uma antiga ermida dedicada a Nossa Senhora do Ó à beira-mar. Para a construção, foram utilizadas pedras da ilha das Enxadas na baía de Guanabara. Com o tempo, a cidade foi aterrando a região em frente à igreja, originando assim a futura praça Quinze de Novembro<ref>http://www.jblog.com.br/rioantigo.php</ref>.
 
Em 1622, foi inaugurada a igreja de São Francisco Xavier do Engenho Velho, que daria origem ao bairro da Tijuca. Na época, o santo espanhol acabava de ser canonizado pelo papa Gregório XV<ref>http://www.metrorio.com.br/estacao_saofranciscoxavier.htm</ref>.
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[[File:Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, entrada enfeitada para um casamento.jpg|center|300px|thumb|Fachada da igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso]]
[[File:Interior da Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, visto do coro alto (6).jpg|center|300px|thumb|Interior da igreja da Nossa Senhora do Bonsucesso]]
Em 1639, o temor novamente de um ataque holandês levou à reforma da fortaleza na Ilha das Cobras, que passou a se chamar Fortalezafortaleza de Santa Margarida da Ilhailha das Cobras, em homenagem à vice-rainha de Portugal, Margarida de Saboia.
 
Em 1641, João de Souza Pereira Botafogo foi morar na Enseadaenseada de Francisco Velho, que havia sido batizada em homenagem a um companheiro do fundador da cidade Estácio de Sá. A partir de então, a enseada passou a chamar-se Enseadaenseada de Botafogo<ref> http://www.solardebotafogo.com.br/index.htm</ref>.
 
Em 1648, uma frota de quinze navios com mil e quatrocentos homens sob o comando de Salvador Correia de Sá e Benevides, filho de Martim Correia de Sá, partiu da cidade com destino a Angola e São Tomé e Príncipe, na África. O seu objetivo era recuperar essas possessões portuguesas, então sob controle holandês. A população da cidade financiou a expedição com a quantia de sessenta mil cruzados. Com o sucesso da missão, o dinheiro reverteu à cidade. Durante todo o século, a cidade teve papel destacado na luta contra as invasões holandesas na África e no nordeste brasileiro<ref>http://www.marcillio.com/rio/hisxviis.html#ang</ref>. Salvador Correia de Sá e Benevides fazia parte da família do fundador da cidade, Estácio de Sá. A família Sá possuía extensas plantações de cana da região do atual bairro de São Conrado<ref>http://www.marcillio.com/rio/ensconra.html</ref>.
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Em 1659, monges capuchinhos franceses iniciaram a construção no morro da Conceição que viria a resultar no futuro palácio episcopal<ref>http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=996117</ref>.
 
Em 1660, teve início a Revoltarevolta da Cachaçacachaça. A produção de cachaça era proibida pela coroa portuguesa, por ser uma concorrente ao vinho importado da metrópole. Porém o governo do Rio de Janeiro, visando a aumentar a arrecadação de impostos, legalizou a produção de cachaça e instituiu-lhe pesadas taxas. Revoltados contra os altos impostos de uma atividade até então sem cobrança de impostos, por ser ilegal, os donos de engenho da margem oposta da Baíabaía de Guanabara (Freguesia de São Gonçalo do Amarante, atuais municípios de São Gonçalo e Niterói) marcharam em armas até a cidade do Rio de Janeiro e depuseram o governador Tomé de Sousa Alvarenga, instituindo um novo governo, liderado por Agostinho Barbalho. Porém, no ano seguinte, o poder foi retomado por tropas vindas de São Paulo e Bahia. Vale destacar que o cultivo de cana-de-açúcar era a atividade predominante no Brasil da época. Dos engenhos de açúcar da cidade na época, vieram os nomes de vários bairros atuais da cidade: Engenho de Dentro, Engenho Novo, Engenho da Rainha, São Cristóvão (que era o nome de um engenho de açúcar dos padres jesuítas), Tijuca (que também era o nome de um engenho<ref>http://www.marcillio.com/rio/hisxviis.html#ang</ref>) etc. O próprio ícone carioca, o morro do Pão de Açúcar, foi nomeado desta forma por se assemelhar ao pão de açúcar, o bloco de açúcar que é formado durante o processo de fabricação de açúcar. O vizinho morro da Urca foi nomeado desta forma porque "urca" era o nome do tipo de navio utilizado na época para o transporte dos pães de açúcar para a Europa. Como o morro se localizava ao lado do morro do Pão de Açúcar, o povo passou a nomeá-lo "morro da Urca"<ref>GARCIA, S. ''Rio De Janeiro: Passado E Presente.'' Rio de Janeiro: Conexão Cultural, 2000. p 37</ref>.
[[File:Saccharum officinarum yellow canes.JPG|center|250px|thumb|Plantação de cana-de-açúcar (''Saccharum officinarum'')]]
[[File:Engenho com capela.jpg|center|350px|thumb|Engenho do século dezessete]]
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Em 1676, com a criação da diocese do Rio de Janeiro, a igreja de São Sebastião, no morro do Castelo, tornou-se a catedral, ou sé, da cidade.
 
Em 1679, a lagoa que se localizava no sopé do morro de Santo Antônio foi aterrada, dando origem ao atual largo da Carioca. Para a drenagem da lagoa, foram abertos uma vala e um cano para escoamento da água, dando origem às ruas da Vala e do Cano, respectivamente, atuais ruas Uruguaiana e Sete de Setembro.<ref>http://www.marcillio.com/rio/encecari.html e http://www.marcillio.com/rio/encerbe1.html</ref>
 
Por volta de 1680, o tesoureiro da sé, o padre Clemente Martins de Matos, comprou terrenos no atual bairro de Botafogo e nomeou o morro que limitava sua propriedade como Dona Marta, em homenagem a sua mãe, que havia falecido alguns anos antes<ref>http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/conheca+a+origem+dos+nomes+de+algumas+favelas+do+rio/n1237967511709.html</ref><ref>http://www.favelatemmemoria.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=36&sid=3</ref>.

Uma interessante rua da cidade nessa época era a Ruarua dos Ourives, que concentrava grande quantidade desses profissionais que trabalhavam a prata trazida legal ou ilegalmente do Peru (durante grande parte do século, Portugal esteve unido à Espanha através da Uniãounião Ibéricaibérica. Isso favoreceu os intercâmbios comerciais através do continente, pois diminuiram os controles fronteiriços entre a América Portuguesaportuguesa e a Espanholaespanhola<ref>http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/uniao_iberica.htm</ref>). Hoje, a rua tem o nome de Miguel Couto<ref>http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.marcillio.com/rio/centro/arb/cerbeouv.jpg&imgrefurl=http://www.marcillio.com/rio/encerbes.html&usg=__ZdkcN8tnwphKwi9EEG731gCrub8=&h=315&w=216&sz=34&hl=pt-BR&start=5&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=DtxnRjB4XMgEKM:&tbnh=117&tbnw=80&prev=/images%3Fq%3Drua%2Bdo%2Bouvidor%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DX%26tbs%3Disch:1</ref>.
 
Em 1696, foi inagurada a igreja de São Francisco da Prainha, no morro da Conceição. Como o nome diz, na época, a igreja se localizava à beira-mar. Atualmente, com os sucessivos aterros, a igreja se localiza bem distante do mar<ref>http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=996117</ref>.