Mato Grosso do Sul/História: diferenças entre revisões

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Antes da chegada dos europeus à região, no século dezesseis, o território sul-matogrossense era habitado por diversas nações indígenas, que guerreavam constantemente entre si por causa de território. As principais nações indígenas eram a dos guató, a dos paiaguá, a dos guaicuru, a dos terena, a dos guarani, a dos xamacoco, a dos guaná, a dos bororo, a dos ofaié, a dos quiniquinau etc. Os guató e os paiaguá eram conhecidos pela sua habilidade em conduzir canoas, habilidade esta que os tornava senhores dos cursos d'água na região. Os terena e os guaná, ambos falantes de línguas do troncogrupo aruaque, eram famosos pelas suas habilidades agrícolas: cultivavam mandioca, milho, amendoim, feijão etc. Os guarani dominavam as matas da atual fronteira com o Paraguai, onde extraíam erva-mate para produzir sua bebida típica, o ''ka'a y'' ("água de mato", em português). Os guaicuru se consideravam um povo superior e procuravam sempre submeter os demais povos indígenas à escravidão.
[[File:Triunfo-20.jpg|center|300px|thumb|Ponta de flecha guarani]]
[[File:Indios guana.jpg|center|250px|thumb|Desenho de ''Hercule Florence'' de 1827 retratando índios guaná]]
[[File:Terena005.jpg|center|200px|thumb|Índio terena]]
Neste contexto, os primeiros exploradores europeus chegaram ao território sul-matogrossense no século dezesseis. Expedições espanholas penetraram o continente através do rio da Prata e subiram seu leito em direção ao império inca ou cortaram o caminho partindo do litoral brasileiro e penetrando a pé pelo interior. Em ambos os percursos, exploraram o território sul-matogrossense. Exemplos são a expedição de Aleixo Garcia em 1524/1525, a de ''Juan Ayolas'' em 1537 e a de ''Álvar Núñez Cabeza de Vaca'' em 1543. Em 1580, ''Juan de Garay'' fundou ''Santiago de Xerez'', o primeiro núcleo urbano espanhol em terras sul-matogrossenses<ref>http://www.ampulhetta.org/modules.php?name=Content&pa=showpage&pid=41</ref>. Logo após, entretanto, a cidade seria arrasada pelos índios guaicuru.
[[File:Alvar Nunez Cabeza de Vaca IMG 0288.JPG|center|300px|thumb|Estátua representando ''Cabeza de Vaca'' no ''Whitehead Memorial Museum'' em ''Del Rio'', no ''Texas'', nos EUA]]
[[File:Garay.jpg|center|200px|thumb|Retrato de ''Juan de Garay'']]
Em 1631, os padres jesuítas espanhóis ergueram treze povoados formados por índios catequizados no território sul-matogrossense. Eram as reduções do Itatim. Porém, em 1633, as reduções foram atacadas por bandeirantes paulistas em busca de mão-de-obra escrava. Após o ataque, nada mais restou das reduções<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma História''. 2ª ed. rev. São Paulo: Ática, 2003. p.61</ref>.
 
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No século dezenove, a pecuária se desenvolveu bastante no território, causando um significativo aumento populacional. Em sua maior parte, decorrente de migrações provenientes de outras regiões brasileiras.
 
Em dezembro de 1864, o sul do Mato Grosso do Sul foi invadido por tropas paraguaias, dando início à guerra do Paraguai. Visando a retomar o território, uma força do exército brasileiro foi enviada à região em abril de 1867. As tropas brasileiras penetraram em território paraguaio até a localidade de Laguna, mas tiveram então de retroceder por falta de mantimentos e munição. Fez parte dessa expedição do exército brasileiro Alfredo ''d'Escragnolle Taunay'', o visconde de ''Taunay'' (1843-1899), que reuniu suas impressões sobre a expedição no clássico da literatura brasileira (publicado originalmente em francês, em 1871) ''La retraite de Laguna'' (A retirada da Laguna)<ref>TAUNAY, V. ''A retirada da Laguna''. Rio de Janeiro: Ediouro</ref>.
[[File:Taunay.jpg|center|200px|thumb|Alfredo ''d'Escragnolle Taunay'']]
[[File:Cemitério dos Heróis2.JPG|center|400px|thumb|Cemitério dos soldados brasileiros mortos durante a campanha de Laguna, em Jardim, no Mato Grosso do Sul]]
No início do século vinte, o território sul-matogrossense foi muito procurado por imigrantes estrangeiros, como italianos, sírios, libaneses e japoneses, os quais entravam no Brasil através do estado brasileiro de São Paulo e, chegando no território sul-matogrossense, passavam a se dedicar à agricultura e ao comércio. Em 1918, a inauguração da companhia Mate Laranjeira, em Ponta Porã, no sul do estado brasileiro de Mato Grosso, deu início ao ciclo do cultivo da erva-mate na região. O principal mercado consumidor era a Argentina. Com a posterior autossuficiência argentina em relação ao produto, no final da década de 1930, a companhia se extinguiu, juntamente com o ciclo da produção em larga escala da erva-mate na região<ref>http://www.sober.org.br/palestra/6/396.pdf</ref>. Em 1932, o estado brasileiro de São Paulo rebelou-se contra a elite política que havia conquistado o poder no Brasil na revolução de 1930. Era a revolução Constitucionalista, que contou com o apoio de revolucionários do sul do então estado brasileiro de Mato Grosso, que fundaram o estado de Maracaju. O qual teve vida efêmera, pois a revolução Constitucionalista foi derrotada depois de alguns meses de combates contra o governo brasileiro.