Civilização romana/A fundação de Roma: diferenças entre revisões

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== AsA OrigensFundação de Roma ==
A tradição dos historiadores antigos situa a Fundação de Roma em meados do século VIII a.e.c., cerca do ano 754. Durante muito tempo aceita sem discussão, depois severamente criticada, esta tradição é confirmada pelas descobertas arqueológicas, se admitirmos a existência de um primeiro período de povoamento pré-urbano, antes da criação da cidade propriamente dita que teria surgido no inicio do século VI a.e.c. Uma necrópole muito mais antiga escavada no Fórum no inicio deste século, e depois, mais recentemente, a retomada sistemática das escavações no Palatino mostraram que havia habitantes no local onde se encontra a cidade a partir de meados do século VIII a.e.c., ou seja, desde o tempo em que os primeiros colonos helenos criaram os seus estabelecimentos históricos, na Itália Meridional (Magna Grécia) e na Sicilia.
 
Na Itália, a situação é complexa. Distinguimos diversos grupos de povos instalados nas diferentes regiões; mas os dados brutos da pré-história e da proto-história, isto é, a descrição dos facies de civilização, dão lugar a grandes divergências de interpretação. Todavia, alguns fatos parecem adquiridos: uma primeira vaga de povos incineradores (isto é, que queimam os seus mortos) e conhecem o uso e a técnica do cobre no Norte da Itália no segundo milênio antes de da era cristã; concentram-se em aldeias de forma regular (geralmente trapezoidal), por vezes instaladas em zonas pantanosas. Constituem aquilo a que chamamos a "civilização das terramaras", e admite-se, geralmente que representam os primeiros invasores indo--europeus, vindos dos países transalpinos. Uma segunda vaga, também de povos incinerantes, veio mais tarde (no final do segundo milênio antes da era cristã) sobrepor-se aos Terramaricolas. Esta civilização, revelada pela primeira vez em meados do século passado, pela descoberta da rica necrópole de Villanova, perto de Bolonha, caracteriza-se pelos seus ritos funerários: as cinzas dos mortos eram depositadas em grandes urnas de terracota e cobertas por uma espécie de escudela que se enterrava no fundo de um poço. A técnica industrial dos Villanovenses marca um avanço em relação a dos Terramaricolas; caracteriza-se pelo emprego do ferro. Os Villanovenses ocuparam uma zona muito mais vasta do que os seus antecessores.
 
O seu centro de difusão parece ter sido a costa tirrena dad<s>text<s>text</s></s>a Itália Central e só muito tarde devem ter atingido a planície do Pó, no momento do seu apogeu, mas a sua origem étnica não deixa por isso de ser setentrional.
 
Terramaricolas e Villanovenses não tinham chegado a uma Itália deserta. Já Ia encontraram outras populações, aparentemente de origem mediterrânea, que continuavam as civilizações neolíticas. Estes "primeiros" habitantes eram inumadores e tinham sofrido, em alguns locais, a influência da civilização egeia. Fosse como fosse, estas populações, em contacto com os imigrantes, não tardaram a evoluir, dando origem a civilizações originais diferentes consoante as regiões. Foi assim que a costa adriatica viu desenvolver-se uma cultura típica, que muito deve, sem dúvida, as relações estabelecidas com as populações iliricas. Esta civilização, dita "picentina" (por o seu centro se situar no antigo Piceno), é um exemplo do particularismo de povos que, na época histórica, resistiram à conquista romana e só se integraram verdadeiramente em Roma no inicio do século I antes da nossa era, e após sangrentas lutas.