Civilização Tupi-Guarani/História: diferenças entre revisões

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[[File:Oscar Pereira da Silva - Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500.jpg|center|600px|thumb|Quadro de Oscar Pereira da Silva retratando o desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500. Os primeiros índios contactados pelos portugueses no Brasil foram os tupiniquim.]]
[[File:Tibiriçá.jpg|center|260px|thumb|Tibiriçá, líder tupiniquim aliado dos portugueses na região da atual cidade brasileira de São Paulo, a qual teve origem num aldeamento jesuítico]]
Uma importante rebelião macrotupi contra os portugueses foi a confederação dos tamoios, que reuniu os tupinambátupinambás desde Cabo Frio, no atual estado brasileiro do Rio de Janeiro, até Bertioga, no atual estado brasileiro de São Paulo, de 1554 a 1567. Os tamoiotamoios (termo que vem do tupi ''tamuya'', "velho") eram liderados por Cunhambebe e, posteriormente, por Aimberê<ref>http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/guarani/lingua_tupi.htm</ref>. Reflexos dessa confederação puderam ser encontrados no episódio da França Antártica, quando a França tentou criar uma colônia na baía de Guanabara e aliou-se aos índios tamoiotamoios locais. A colônia francesa acabou por ser destruída pela aliança entre portugueses e índios tupiniquim e temiminó, episódio que culminou nas fundações das cidades do Rio de Janeiro (1565) e Niterói (1567). A confederação dos tamoios só veio a ser destruída totalmente em 1567, na guerra de Cabo Frio, com o ataque português ao último reduto tamoio nessa localidade do litoral fluminense e com a morte do líder tamoio Aimberê.
[[File:Quoniambec.jpg|center|200px|thumb|Cunhambebe, líder tamoio, retratado por André Thevet no século dezesseis]]
Muitos europeus do século dezesseis que viveram durante algum tempo no continente americano descreveram os hábitos dos índios macrotupi em livros que se tornaram ''best sellers'' no continente europeu, como o alemão Hans Staden, os franceses Jean de Léry, André Thevet e Claude d'Abbeville, os portugueses Pero de Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa e o florentino Américo Vespúcio.
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No litoral brasileiro, o aumento da imigração portuguesa por causa da descoberta de ouro no Brasil no final do século dezessete, a expulsão dos jesuítas (que mantinham escolas onde o tupi era o idioma usado no ensino) do Brasil e a proibição do uso do idioma tupi no Brasil pelo marquês de Pombal (ambos em 1759) determinaram a progressiva redução da influência do tupi na região até sua substituição total pelo português como língua franca ao longo do século dezoito. No entanto, sua influência permaneceu sob a forma de um expressivo vocabulário de topônimos (Piratininga, Itaipu, Ubatuba etc.) e nomes de animais e vegetais (jacaré, jabuti, jabuticaba etc.).
[[File:Ipanema.png|center|300px|thumb|Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. "Ipanema" vem do tupi ''upá'-nem-a'', que significa "lagoa fedorenta"<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/os_pronomes_pessoais_continuacao.htm</ref>.]]
No século dezenove, com o surgimento da literatura romântica, que valorizava as culturas nativas de cada país, os escritores brasileiros passaram a valorizar a figura do índio. O poeta brasileiro Gonçalves Dias (1823-1864) escreveu vários poemas com temática tupi, como ''I-juca-pirama'' (1851) e ''Os timbiras'' (1857). Em 1857, José de Alencar escreveu ''O guarani'', clássico da literatura brasileira que tem como protagonista o índio guarani Peri<ref>ALENCAR, J. ''O Guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.141</ref> (ainda que o autor, contraditoriamente, o qualifique como um índio goitacá, em outra passagem do livro<ref>ALENCAR, J. ''O Guaraniguarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.142</ref>). Em 1865, Alencar escreveu ''Iracema'', na qual a protagonista era uma índia tabajara.
[[File:Antônio Gonçalves Dias.jpg|center|300px|thumb|Gonçalves Dias]]
[[File:Il Guarany Score Front Cover.jpg|center|200px|thumb|Cartaz da ópera ''O Guarani'', de Carlos Gomes, baseada no livro de José de Alencar]]
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Os jesuítas foram igualmente expulsos da América espanhola em 1768, causando a decadência das missões jesuíticas que se haviam transferido para a margem oeste do rio Uruguai.<ref>http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/companhia-de-jesus/missoes-jesuitas-4.php</ref> Mas, no Paraguai, a língua guarani continuou a ser falada pela população, juntamente com o castelhano. Mesmo após um período de proibição da língua durante a ditadura do general Alfredo Stroessner, em meados do século vinte.
[[File:Paraguay-001.jpg|center|350px|thumb|Assunção, capital do Paraguai]]
A partir do final do século dezenove, começou a ocorrer a migração de tribos guaraniguaranis do sul da América do Sul para o litoral brasileiro, num processo que continua até hoje<ref>http://www.ubatuba.com.br/indios.asp</ref><ref>http://www.tekoamboytyitarypu.site90.com/index.php?p=1_2_Aldeia</ref>. Isso resultou na legalização de alguns territórios indígenas guarani no sudeste brasileiro, como a aldeia Krukutu e o território Tenondé Porá, na cidade de São Paulo<ref>http://www.culturaguarani.org.br/historia.htmlos</ref> e as aldeias de Sapukai, Parati-mirim, Araponga, Saco de Mamonguá e Rio Pequeno, no litoral oeste do estado do Rio de Janeiro<ref>http://www.aldeiaguaranisapukai.org.br/guarani/artigo_historia_guarani_brasil_domingos_nobre.pdf</ref>.
[[File:Guarani girl.jpg|center|200px|thumb|Menina guarani da etnia mbyá. A etnia mbyá é a principal etnia guarani presente atualmente no litoral brasileiro.]].
Em 1920, ocorreu uma adaptação de ''O guarani'' para o cinema<ref>ALENCAR, J. ''Ubirajara''. 12ª edição. São Paulo: Ática, 1996. ''Vida e Obra'': p. 13</ref>.