A cidade do Rio de Janeiro no século XX/Primeira metade do século XX: diferenças entre revisões

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Os marinheiros da armada sediada no Rio se revoltaram contra o castigo das chibatadas e ameaçaram bombardear a cidade, na revolta da Chibata. E foi inaugurado o prédio da polícia central na rua da Relação no centro, um projeto do arquiteto Heitor de Mello que era influenciado pelo estilo eclético então preponderante<ref>http://www.policiacivil.rj.gov.br/museu/palacio_da%20_policia.htm</ref>.
[[File:Joao Candido.jpg|thumb|Os revoltosos da revolta da Chibata]]
Em 1911, o convento da Ajuda foi demolido e, em seu lugar, surgiu o bairro da Cinelândia, no centro<ref>http://www.flickr.com/photos/memoriaviva/178691124/</ref>. Do convento, somente foi poupado o chafariz das Saracuras, que se localizava no claustro do convento e que foi transferido para a praça Ferreira Viana, no bairro de Ipanema. No mesmo ano, inaugurou-se o prédio na rua Marechal Floriano, no centro, que, a partir do ano seguinte, iria servir de sede para a ''The Rio de Janeiro tramway, light and power Cº Ltd''<ref>http://www.light.com.br/web/institucional/cultura/ccl/teteccl.asp</ref>. Em 1912, foi inaugurado, com um baile de gala, o palacete na rua General Severiano, em Botafogo, que serviria de sede para o Botafogo Football Club<ref>http://www.botafogonocoracao.com.br/BfrInterna.asp?idn=390&d=4</ref>. E foi inaugurado o caminho aéreo do Pão de Açúcar, obra conduzida pelo engenheiro brasileiro Augusto Ferreira Ramos e que se tornaria um dos principais ícones da cidade e do país. O plano inicial para a obra surgiu na época dos preparativos para a exposição de 1908 e compreendia três linhas de teleférico: uma, ligando a praia Vermelha ao morro da Urca; a segunda, ligando o morro da Urca ao morro do Pão de Açúcar e a terceira, ligando o morro da Urca ao morro da Babilônia. Porém o projeto só veio a ser concretizado em 1912 e com apenas as duas primeiras linhas. Foi o primeiro teleférico no Brasil e o terceiro no mundo<ref>http://www.starnews2001.com.br/bondinho_rio.html</ref>.
[[File:Sacuras Fountain.jpg|thumb|Fonte das Saracuras, na praça General Osório (antiga praça Ferreira Viana), em Ipanema]]
[[File:Manequinho.jpg|thumb|A estátua do Manequinho e, ao fundo, a sede do Botafogo F.R. na rua General Severiano]]
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[[File:Rio-ForteCopacabana6.jpg|thumb|Portal de entrada do forte de Copacabana]]
[[File:Chiquinha 6a.jpg|thumb|Chiquinha Gonzaga]]
Em 1915, foi construído o prédio em estilo neoclássico do INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos), no bairro das Laranjeiras. Foi inaugurado o hotel Central, na praia do Flamengo, no lugar do antigo balneário ''High life''<ref>http://fotolog.terra.com.br/luizd:102</ref>. Em oito8 de setembro, foi assassinado o famoso político Pinheiro Machado no bairro do Flamengo, próximo à praça José de Alencar, em frente ao hotel dos Estrangeiros (no local atualmente ocupado pelo restaurante Planalto). O crime foi efetuado pelo pedreiro Francisco Manso de Paiva Coimbra. O mandante nunca foi identificado<ref>http://www.bairrodocatete.hpg.ig.com.br/bentolisboa.html</ref>. Em 1916, foi inaugurado o casarão na praia do Flamengo que viria a ser conhecido como o ''castelinho do Flamengo'', devido à influência gótica em seu desenho, obra do arquiteto italiano Gino Copede. No mesmo ano, foi fundada a escola de aviaçãoAviação navalNaval, que daria origem ao aeroporto internacionalInternacional do Rio de Janeiro, também conhecido como aeroporto do Galeão. Foi construído o jardim do Méier<ref>http://www.overmundo.com.br/guia/jardim-do-meier</ref>. Foi gravado o primeiro samba da história, ''Pelo telefone'', de autoria de Donga e Mauro de Almeida. Os dois, além de Pixinguinha, Sinhô, João da Baiana e vários outros músicos famosos, frequentavam a casa de Tia Ciata, na praça onze11 de junho, local de surgimento do samba carioca. A prefeitura do Distritodistrito Federal comprou um terreno no alto da Boa Vista conhecido como Gávea pequena que passou a ser utilizado por políticos como sítio de lazer. A modernização da cidade na época significou a demolição de muitos cortiços no centro e seus moradores foram habitar os morros da cidade, formando as primeiras favelas, na região dos morros da Saúde e da Providência, no centro. Em 1917, o compositor carioca Pixinguinha compôs a música ''Carinhoso'', que viria a se tornar um clássico da música brasileira. Mas a letra da música só viria a ser composta vinte anos mais tarde por Braguinha<ref>http://mais.uol.com.br/view/pv4x1v97rmus/carinhoso--pixinguinha--joao-de-barro-040260D4B11307?types=A&</ref>.
[[File:Pixinguinha.jpg|thumb|Pixinguinha, um dos maiores nomes da música carioca no século XX]]
Em 1918, foi construído o palácio São Joaquim, na Glória, para servir de residência ao cardeal-arcebisbo do Rio de Janeiro. A construção, em estilo eclético, era projeto de Morales de los Rios<ref>http://www.marcillio.com/rio/engloria.html</ref>. No mesmo ano, foi criado o famoso bloco de carnaval Cordão da Bola Preta, na rua da Glória, número 88. Em 1919, foi aberta a avenida Meridional, futura avenida Delfim Moreira, no Leblon<ref>http://www.flickr.com/photos/quadro/256775091/</ref>. Em 1920, o governo federal criou a primeira universidade brasileira: a universidade do Rio de Janeiro, formada pela junção da escola de Engenharia, da faculdade de Medicina e da faculdade de Direito. A universidade do Rio de Janeiro foi o embrião da futura universidade Federal do Rio de Janeiro<ref>http://www.sibi.ufrj.br/ufrj_historia.html</ref>. No mesmo ano, o prefeito Carlos Sampaio criou as feiras livres. Nessa época, a população começou a chamar a região do alto Gávea de "rocinha", em referência às numerosas roças do local que abasteciam a feira da praça Santos Dumont<ref>http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/conheca+a+origem+dos+nomes+de+algumas+favelas+do+rio/n1237967511709.html</ref>. O arquiteto italiano Mario Vodrei projetou um casarão em estilo eclético para servir de residência ao empresário Henrique Lage, na propriedade deste ao lado do jardim Botânico<ref>http://www.metrorio.com.br/estacao_botafogo.htm</ref>. Na década de 1920, o morro na zona norte que, desde o início do século, começava a ser ocupado por ex-escravos e migrantes, passou a ser chamado de morro do Salgueiro em referência ao comerciante português Domingos Alves Salgueiro, que possuía trinta barracos no morro<ref>http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/conheca+a+origem+dos+nomes+de+algumas+favelas+do+rio/n1237967511709.html</ref>.
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Em 1921, o morro do Castelo, no centro, foi derrubado, sob a alegação de que prejudicava a circulação do ar e o escoamento da água das chuvas e a de que abrigava somente casas velhas e miseráveis. Sua terra e suas rochas foram utilizadas nos aterros da área do futuro aeroporto Santos Dumont, da praça Paris, do bairro da Urca que surgia e de alguns trechos da lagoa Rodrigo de Freitas. Entre os edifícios demolidos estava o antigo colégio dos padres jesuítas. Os restos do antigo edifício ficaram guardados no colégio Santo Inácio, que também é administrado pelos jesuítas. No mesmo ano de 1921, foi inaugurado o prédio do bar Amarelinho, na Cinelândia, projetado por Mário Vedred<ref name="passeiopublico.com"/>. O prédio foi construído no local do antigo convento da Ajuda. Na época de sua inauguração, o bar Amarelinho se chamava café Rivera, nome que mudou para Amarelinho em decorrência da cor do edifício no qual se localizava<ref name="amarelinhodacinelandia.com.br"/>. Em 1922, ocorreu a revolta do Forte de Copacabana. O forte se rebelou contra o governo, que era dominado pelas oligarquias cafeeiras. Ao contrário do esperado, as demais unidades militares não aderiram ao movimento e o forte de Copacabana ficou sozinho na luta contra as tropas do governo. Em um último gesto suicida, os dezoito rebeldes remanescentes marcharam pela orla em direção ao forte do Leme, no episódio conhecido como Os dezoito do forte. Dos dezoito, apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram<ref>http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=337</ref>.
[[File:Os 18 do Forte.jpg|thumb|Marcha dos dezoito rebeldes pela avenida Atlântica]]
No mesmo ano, foram inaugurados o hotel Sete7 de Setembro, na avenida Rui Barbosa, no Flamengo e o palácio Pedro Ernesto, sede do conselho municipal, na Cinelândia. Foi aberto o canal ligando a lagoa Rodrigo de Freitas ao mar, como parte das obras de embelezamento da cidade para as comemorações do centenário da independência brasileira. O canal tinha por objetivo facilitar a renovação das águas da lagoa. Com a terra removida com a construção do canal, foi criada a ilha dos Caiçaras na própria lagoa. Se iniciou o aterro entre a praia da Saudade e a fortaleza de São João que iria dar origem ao bairro da Urca<ref>http://www.nossasradobrasil.com.br/bairro-da</ref>
[[File:Palácio Pedro Ernesto Flickr.jpg|thumb|Palácio Pedro Ernesto]]
Também foi inaugurado o hotel Glória, de autoria do arquiteto francês Joseph Gire, em estilo neoclássico<ref>http://diariodorio.com/hotel-glria-ser-imortalizado-em-livro/</ref>. E o prédio dos Correios na rua Visconde de Itaboraí, no Centro<ref>http://www.correios.com.br/institucional/conheca_correios/acoes_culturais/esp_cult_rj/ccc_rj.cfm</ref>. Herdeiros de Ferreira Viana adquiriram um terreno no bairro de São Conrado que daria origem ao atual Gávea ''Golf Club''<ref>http://www.marcillio.com/rio/ensconra.html</ref>. Para a exposição de 1922 em comemoração ao centenário da independência brasileira, foram construídos vários prédios no bairro do Castelo. A maioria foi demolida após o término da exposição. Exceções foram: o pavilhão das Indústrias, atual museu histórico nacional<ref>http://www.dezenovevinte.net/arte%20decorativa/expo_1922.htm</ref>; o pavilhão da França, uma réplica do ''petitPetit trianon''Trianon de ''Versailles''Versalhes que, após o término da exposição, foi doado à academia brasileiraBrasileira de letrasLetras para lhe servir de sede<ref>http://www.academia.org.br/</ref> e um prédio em estilo eclético que, mais tarde, iria abrigar o museu da Imagem e do Som<ref>http://www.mis.rj.gov.br/museu_hist.asp</ref>. Em primeiro de novembro, morria, em sua cidade natal, o escritor carioca Lima Barreto, de ataque cardíaco. O escritor ficaria notabilizado por clássicos como ''Triste fim de Policarpo Quaresma'' e ''O homem que sabia javanês''.
[[File:Academia brasileira de letras 2.JPG|thumb|Sede da academia Brasileira de Letras]]
[[File:2005 f santiago rj.jpg|thumb|Museu Histórico Nacional]]