Civilização Tupi-Guarani/História: diferenças entre revisões

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Foi um europeu quem escreveu a primeira gramática da língua tupi: o padre jesuíta espanhol José de Anchieta, que teve publicada sua ''Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil'' em 1595 em Coimbra, em Portugal. Os jesuítas costumavam aprender a língua das populações nativas para poder convertê-los ao Cristianismo. Além da gramática, Anchieta também escreveu várias peças de teatro em tupi, sempre com a intenção de doutrinar os índios sobre a doutrina da igreja católica. Nas representações dessas peças, Anchieta procurava se utilizar de referências culturais tupis, associando, por exemplo, o Deus cristão ao deus tupi do trovão, ''Tupã'', assim como o diabo cristão ao fantasma tupi chamado ''Anhangá''. Os jesuítas adotavam esse procedimento para serem mais facilmente compreendidos pelos índios.
[[File:Estatua do lado do aquário.JPG|thumb|Estátua do padre José de Anchieta em Santos, no Brasil]]
A predominância de escravos índios e de seus descendentes na população do litoral brasileiro fez com que a língua franca nessa região fosse o tupi, que, remodelado gramaticalmente, uniformizado e simplificado pelos padres jesuítas, passou a ser chamado de nheengatu ("língua boa", em tupi), língua geral amazônica, língua brasílica ou língua geral paulista. O tupi era a língua mais utilizada pelos bandeirantes e missionários cristãos que exploravam o interior do Brasil, o que fez com que seu uso se difundisse por todo o território brasileiro. Em 1618, foi publicada uma versão em tupi do ''Catecismo romano'' da igreja Católica: era o ''Catecismo na língua brasílica'', do jesuíta Antônio de Araújo. O livro tinha a função de ajudar na catequese dos indígenas e foi o mais longo texto já publicado em língua tupi antiga<ref>NAVARRO, E. A. ''Método moderno de tupi antigo''. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 104</ref>.
[[File:Albert Eckhout Mameluca woman circa 1641-1644.gif|thumb|Mulher mestiça brasileira retratada pelo pintor neerlandês Albert Eckhout no século XVII]]
[[File:Bandeiras3.jpg|thumb|Monumento às bandeiras, de Victor Brecheret, em São Paulo, no Brasil, homenageando as incursões ao interior do Brasil nos séculos XVII e XVIII em busca de metais e pedras preciosas e de índios para serem vendidos como escravos]]