Civilização Tupi-Guarani/História: diferenças entre revisões

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Segundo a teoria mais aceita pelos estudiosos, os povos indígenas da América são procedentes de migrações de povos asiáticos, que alcançaram a América através do Alasca. De lá, eles provavelmente desceram ao longo do continente americano até atingir o extremo sul da América do Sul.
[[File:Map-of-human-migrations.jpg|thumb|Mapa mostrando as migrações humanas. À esquerda, a Ásia; ao centro, a América do Norte e, à direita, a América do Sul.]]
Segundo a teoria mais aceita pelos estudiosos, os povos indígenas da América são procedentes de migrações de povos asiáticos, que alcançaram a América através do Alasca. De lá, eles provavelmente desceram ao longo do continente americano até atingir o extremo sul da América do Sul.
Um destes povos diferenciou-se dos demais e desenvolveu uma língua do grupo linguístico macro-tupi, no sul da Amazônia. De lá, ele se expandiu no início da era cristã para o resto da América do Sul, dividindo-se em várias tribos: tupinambás, potiguares, tabajaras, temiminós, tupiniquins, caetés, carijós, guaranis etc.<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma história''. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. p.19</ref>
 
Um desses povos diferenciou-se dos demais e desenvolveu uma língua do grupo linguístico macro-tupi, no sul da Amazônia. De lá, ele se expandiu no início da era cristã pelo leste da América do Sul, dividindo-se em várias tribos: tupinambás, potiguares, tabajaras, temiminós, tupiniquins, caetés, carijós, guaranis etc.<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma história''. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. p.19</ref>
[[File:Homtupinamba.jpg|thumb|Pintura do neerlandês Albert Eckhout do século XVI retratando um índio tupi]]
[[File:India tupi.jpg|thumb|Uma índia tupi e seu filho retratados por Albert Eckhout]]
Os macro-tupis começavam a desenvolver a agricultura, principalmente de mandioca, que era um dos alimentos básicos de sua dieta. A agricultura era praticada pelo sistema de queimada, que limpava e adubava com as cinzas o terreno para o plantio. A caça, a pesca e a coleta de frutas e raízes completavam sua dieta.
[[File:Balanghoy.jpg|thumb|Plantação de mandioca]]
Em suas migrações através da América do Sul, os macro-tupis eram orientados por líderes religiosos, os pajés, que lhes prometiam um paraíso ao final da jornada: a chamada "''terra sem males"'' (em guarani, ''yvy marae''<ref>http://www.tekoamboytyitarypu.site90.com/index.php?news&nid=9</ref>).
[[File:Xamã guarani.jpg|thumb|Pajé guarani]]
No século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus, alguns povos macro-tupis, como os temiminós e os tabajaras, se aliaram aos portugueses, enquanto outros, como os potiguares e os tamoios, se aliaram aos franceses. Os carijós e os guaranis se aliaram aos espanhóis. Porém o resultado era sempre o mesmo: destruição das aldeias indígenas, escravização, doenças trazidas pelos europeus, fuga das populações indígenas para o interior do continente e para os aldeamentos criados pelos padres jesuítas (as "reduções" ou "missões", onde os índios eram catequizados e perdiam muito de sua cultura indígena). Um importante fator que estimulou a escravização dos índios foi a falta de mulheres entre os europeus que chegavam à América. Com isto, o ataque a aldeias indígenas e o apresamento de índias tornou-se uma saída para a obtenção de mulheres. Os filhos dessas uniões, chamados de mamelucos, por sua vez, também tomavam parte nas expedições escravizadoras de índios em direção ao interior do continente, as chamadas "''entradas e bandeiras"''<ref>http://www.red.unb.br/index.php/emtempos/article/view/2668/2217</ref>.
[[File:Oscar Pereira da Silva - Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500.jpg|thumb|Quadro de Oscar Pereira da Silva retratando o desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro em 1500. Os primeiros índios contatados pelos portugueses no Brasil foram os tupiniquins.]]
[[File:Tibiriçá.jpg|thumb|Tibiriçá, líder tupiniquim aliado dos portugueses na região da atual cidade brasileira de São Paulo, a qual teve origem num aldeamento jesuítico]]
Os índios macrotupismacro-tupis reagiram contra essa política de escravização ou fugindo para o interior do continente ou atacando as povoações portuguesas no Brasil. Uma importante rebelião macro-tupi contra os portugueses foi a confederaçãoConfederação dos Tamoios, que reuniu os tupinambás desde Cabo Frio, no atual estado brasileiro do Rio de Janeiro, até Bertioga, no atual estado brasileiro de São Paulo, de 1554 a 1567. Os tamoios (termo que vem do tupi ''tamuya'', "''velho"'', significando que a revolta era incentivada pelos anciões das tribos) eram liderados por Cunhambebe e, posteriormente, por Aimberê<ref>http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/guarani/lingua_tupi.htm</ref>. Reflexos dessa confederação puderam ser encontrados no episódio da França Antártica, quando a França tentou criar uma colônia na baíaBaía de Guanabara e aliou-se aos índios tamoios locais. A colônia francesa acabou por ser destruída pela aliança entre portugueses e índios tupiniquins e temiminós, episódio que culminou nas fundações das cidades do Rio de Janeiro (1565) e de Niterói (1567). A confederaçãoConfederação dos Tamoios só veio a ser destruída totalmente em 1567, na guerraGuerra de Cabo Frio, com o ataque português ao último reduto tamoio nessa localidade do litoral fluminense e com a morte do líder tamoio Aimberê.
[[File:Quoniambec.jpg|thumb|Cunhambebe, líder tamoio, retratado por André Thevet no século XVI]]
Muitos europeus dos séculos XVI e XVII que viveram durante algum tempo no continente americano descreveram os hábitos dos índios macro-tupis em livros que se tornaram ''best sellers'' no continente europeu, como o alemão Hans Staden, os franceses Jean de Léry, André Thevet e Claude d'Abbeville, os portugueses Pero de Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa e o florentino Américo Vespúcio.
[[File:Tearful salutations in Histoire d un voyage fait au Bresil 1580.jpg|thumb|Desenho do livro autobiográfico de Jean de Léry mostrando saudações lacrimosas entre europeu e índia tupi, um costume tupi]]
[[File:Hans Staden, Execução de um Prisioneiro que Está Preso à Mussurana.gif|thumb|Desenho do livro autobiográfico de Hans Staden retratando a execução de um prisioneiro dos índios tupinambás que está amarrado à corda ''muçurana''. À esquerda, um índio segura o porrete tupi ''ibirapema'' com o qual irá desferir o golpe fatal contra o prisioneiro.]]
Foi um europeu quem escreveu a primeira gramática da língua tupi: o padre jesuíta espanhol José de Anchieta, que teve publicada sua ''Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil'' em 1595 em Coimbra, em Portugal. Os jesuítas costumavam aprender a língua das populações nativas para poder convertê-los ao Cristianismocristianismo. Além da gramática, Anchieta também escreveu várias peças de teatro em tupi, sempre com a intenção de doutrinar os índios sobre a doutrina da igrejaIgreja católicaCatólica. Nas representações dessas peças, Anchieta procurava se utilizar de referências culturais tupis, associando, por exemplo, o Deus cristão ao deus tupi do trovão, ''Tupã'', assim como o diabo cristão ao fantasma tupi chamado ''AnhangáAnhanga''. Os jesuítas adotavam esse procedimento para serem mais facilmente compreendidos pelos índios.
[[File:Estatua do lado do aquário.JPG|thumb|Estátua do padre José de Anchieta em Santos, no Brasil]]
A predominância de escravos índios e de seus descendentes na população do litoral brasileiro fez com que a língua franca nessa região fosse o tupi, que, remodelado gramaticalmente, uniformizado e simplificado pelos padres jesuítas, passou a ser chamado de nheengatu ("''língua boa",'' em tupi), língua geral amazônica, língua brasílica ou língua geral paulista. O tupi era a língua mais utilizada pelos bandeirantes e missionários cristãos que exploravam o interior do Brasil, o que fez com que seu uso se difundisse por todo o território brasileiro. Em 1618, foi publicada uma versão em tupi do ''Catecismo romano'' da igrejaIgreja Católica: era o ''Catecismo na língua brasílica'', do jesuíta Antônio de Araújo. O livro tinha a função de ajudar na catequese dos indígenas e foi o mais longo texto já publicado em língua tupi antiga<ref>NAVARRO, E. A. ''Método moderno de tupi antigo''. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 104</ref>.
[[File:Albert Eckhout Mameluca woman circa 1641-1644.gif|thumb|Mulher mestiça brasileira retratada pelo pintor neerlandês Albert Eckhout no século XVII]]
[[File:Bandeiras3.jpg|thumb|Monumento às bandeirasBandeiras, de Victor Brecheret, em São Paulo, no Brasil, homenageando as incursões ao interior do Brasil nos séculos XVII e XVIII em busca de metais e pedras preciosas e de índios para serem vendidos como escravos]]
No século XVII, no contexto da expulsão dos invasores neerlandeses do nordeste brasileiro, um importante nome foi o de Filipe Camarão, líder dos índios potiguares e aliado dos luso-brasileiros.
 
[[File:Anônimo - Retrato de Filipe Camarão.jpg|thumb|Retrato de Filipe Camarão]]
As missões jesuíticas no interior do continente prosperaram, colhendo erva-mate e criando gado e abastecendo as colônias espanholas na baciaBacia platinado Rio da Prata. Nas missões, os índios eram catequizados pelos jesuítas em guarani e produziam refinadas obras de arte sacra (música, escultura, arquitetura e teatro). Em 1639, o padre jesuíta peruano António Ruiz de Montoya, que vivia no Paraguai, publicou a primeira gramática da língua guarani: o ''Tesoro de la lengua guaraní'', publicado em Madri, na Espanha<ref>http://www.campanhaguarani.org.br/historia/palavra.htm</ref>. Os jesuítas combateram o costume indígena da poligamia e forçaram os índios à prática da monogamia. No entanto, a grande concentração de índios nas missões despertou a cobiça dos bandeirantes paulistas, os quais faziam incursões frequentes em busca de mão de obra escrava. Como resultado, as missões se deslocaram cada vez mais para o interior do continente, procurando fugir da ação dos bandeirantes.
 
[[File:Yerba Mate.jpg|thumb|Erva-mate]]
Em 1750, com a assinatura do Tratado de Madri, a Espanha cedeu a região a leste do Rio Uruguai para Portugal e ordenou que as sete missões estabelecidas nessa região se transferissem para a margem oeste. Os missioneiros não concordaram em abandonar suas terras, o que desencadeou as Guerras Guaraníticas, nas quais os missioneiros foram derrotados por exércitos portugueses e espanhóis. Na guerra, morreu o famoso líder guarani Sepé Tiaraju. A guerra foi retratada no clássico da literatura árcade brasileira do século XVIII ''O uraguai'' (1769), de Basílio da Gama. Mesmo derrotados, os missioneiros continuaram presentes na Bacia do Rio da Prata, vindo a constituir-se numa das principais etnias formadoras dos típicos cavaleiros dos pampas: os gaúchos.
[[File:Ruinas-saomiguel9.jpg|thumb|Crucifixo produzido na missão de São Miguel Arcanjo, na atual São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, no Brasil]]
 
[[File:Arte de la Lengua Guarani - Antonio Ruiz de Montoya.jpg|thumb|Capa da edição de 1724 de ''Arte da la lengua guaraní'', de ''António Ruiz de Montoya'']]
A literatura árcade brasileira do século XVIII ainda produziria um outro épico que retratava os costumes dos macro-tupis: ''Caramuru'' (1781), de Santa Rita Durão. O livro retrata a saga de Diogo Álvares Correia, náufrago português na Baía do século XVI que viveu entre os tupinambás do Recôncavo Baiano, pelos quais foi apelidado de ''Caramuru'' (termo tupi que significa "que ronca, poderoso"<ref>''Supermanual do escoteiro-mirim''. São Paulo: Abril, 1979. p. 357</ref>), numa alusão à espingarda usada pelo náufrago português. Ou então, significaria ''lampreia''<ref>NAVARRO, E. A. ''Método moderno de tupi antigo''. Terceira edição. São Paulo: Global, 2005. p. 213</ref> e seria uma referência ao fato de Diogo ter sido encontrado pelos índios tupinambás camuflado em meio às pedras e algas da arrebentação, como se fosse uma lampreia.
Em 1750, com a assinatura do tratado de Madri, a Espanha cedeu a região a leste do rio Uruguai para Portugal e ordenou que as sete missões estabelecidas nessa região se transferissem para a margem oeste. Os missioneiros não concordaram em abandonar suas terras, o que desencadeou as guerras Guaraníticas, nas quais os missioneiros foram derrotados por exércitos portugueses e espanhóis. Na guerra, morreu o famoso líder guarani Sepé Tiaraju. A guerra foi retratada no clássico da literatura árcade brasileira do século XVIII ''O uraguai'' (1769), de Basílio da Gama. Mesmo derrotados, os missioneiros continuaram presentes na bacia do rio da Prata, vindo a constituir-se numa das principais etnias formadoras dos típicos cavaleiros dos pampas: os gaúchos.
 
[[File:Sepé Tiaraju-São-luizense e Missioneiro.jpg|thumb|Monumento a Sepé Tiaraju em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, no Brasil]]
No litoral brasileiro, o aumento da imigração portuguesa por causa da descoberta de ouro no Brasil no final do século XVII, a expulsão dos jesuítas (que mantinham escolas onde o tupi era o idioma usado no ensino) do Brasil e a proibição do uso do idioma tupi no Brasil pelo Marquês de Pombal (ambos em 1759) determinaram a progressiva redução da influência do tupi na região até sua substituição total pelo português como língua franca ao longo do século XVIII. No entanto, sua influência permaneceu sob a forma de um expressivo vocabulário de topônimos (Piratininga, Itaipu, Ubatuba etc.) e de nomes de animais e vegetais (jacaré, jabuti, jabuticaba etc.), bem como na forma de uma língua portuguesa com pronúncia, tempos verbais e colocações pronominais diferentes dos de Portugal.
[[File:Missões jesuíticas em São Miguel das Missões, RS.jpg|thumb|Ruínas das missões jesuíticas em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, no Brasil]]
 
[[File:O Uraguai.jpg|thumb|Capa de edição de ''O uraguai'']]
Em 1822, o Brasil se tornou independente de Portugal. Isso fez com que a nova nação se voltasse para a cultura indígena como símbolo de sua autonomia. Uma das consequências desse surto nacionalista foi a criação do gentílico ''carioca'' (termo tupi que significa ''casa de cascudo'', ''casa de branco''<ref>http://blognorio.wordpress.com/2010/08/10/mais-curiosidades-sobre-a-baia-de-guanabara/</ref> ou ''casa de carijó''<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/tempo_nomina_em_tupi.htm</ref>) para os naturais da cidade do Rio de Janeiro, em 1834 e a alteração do nome da Vila Real da Praia Grande para Niterói (outro nome tupi, significando ''água escondida'') em 1835. Esse interesse pela cultura indígena como símbolo do jovem país também se refletiu na literatura romântica brasileira do século XIX. O poeta brasileiro Gonçalves Dias (1823-1864) escreveu vários poemas com temática tupi, como ''I-juca-pirama'' (1851) e ''Os timbiras'' (1857). Embora este último apresente um título equivocado, pois os timbiras pertencem, na verdade, ao grupo linguístico macro-jê. Na obra, Gonçalves Dias descreve típicos costumes dos índios tupis, imputando-lhes erroneamente aos timbiras<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/timbira</ref>. Em 1857, José de Alencar escreveu ''O guarani'', clássico da literatura brasileira que tem como protagonista o índio guarani Peri<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.141</ref> (ainda que o autor, contraditoriamente, o qualifique como um índio goitacá, em outra passagem do livro<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.142</ref>). Em 1865, Alencar escreveu ''Iracema'', na qual a protagonista era uma índia tabajara. Em 1874, lançou ''Ubirajara'', baseando-se em costumes tupis. O final do livro descreve uma batalha de duas tribos tupis contra uma tribo tapuia<ref>ALENCAR, J. ''Ubirajara''. São Paulo: Ática, 1996. pp. 61-70</ref>.
[[File:Lacador.JPG|thumb|Estátua do Laçador em Porto Alegre, no Brasil, representando o típico gaúcho. A estátua foi inaugurada em 1958.]]
 
A literatura árcade brasileira do século XVIII ainda produziria um outro épico que retratava os costumes dos macro-tupis: ''Caramuru'' (1781), de Santa Rita Durão. O livro retrata a saga de Diogo Álvares Correia, náufrago português na Bahia do século XVI que viveu entre os tupinambás do recôncavo Baiano, pelos quais foi apelidado de ''Caramuru'' (termo tupi que significa "que ronca, poderoso"<ref>''Supermanual do escoteiro-mirim''. São Paulo: Abril, 1979. p. 357</ref>), numa alusão à espingarda usada pelo náufrago português.
Os jesuítas foram igualmente expulsos da América Espanhola em 1768, causando a decadência das missões jesuíticas que se haviam transferido para a margem oeste do Rio Uruguai.<ref>http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/companhia-de-jesus/missoes-jesuitas-4.php</ref> Mas, no Paraguai, a língua guarani continuou a ser falada pela população, juntamente com o castelhano. Mesmo após um período de proibição da língua durante a ditadura do general Alfredo Stroessner, em meados do século XX.
[[File:Anônimo - Episódios da vida de Diogo Álvares Correia, o Caramuru (II).JPG|thumb|Pintura no mosteiro de São Bento da Bahia retratando a chegada de Diogo Álvares Correia à Bahia no século XVI]]
 
No litoral brasileiro, o aumento da imigração portuguesa por causa da descoberta de ouro no Brasil no final do século XVII, a expulsão dos jesuítas (que mantinham escolas onde o tupi era o idioma usado no ensino) do Brasil e a proibição do uso do idioma tupi no Brasil pelo marquês de Pombal (ambos em 1759) determinaram a progressiva redução da influência do tupi na região até sua substituição total pelo português como língua franca ao longo do século XVIII. No entanto, sua influência permaneceu sob a forma de um expressivo vocabulário de topônimos (Piratininga, Itaipu, Ubatuba etc.) e de nomes de animais e vegetais (jacaré, jabuti, jabuticaba etc.), bem como na forma de uma língua portuguesa com pronúncia, tempos verbais e colocações pronominais diferentes dos de Portugal.
[[File:Louis-Michel van Loo 003.jpg|thumb|Retrato de 1766 do marquês de Pombal, por Louis-Michel van Loo e Claude-Joseph Vernet]]
[[File:Jabuticaba2.jpg|thumb|Jabuticaba (''Myrciaria'' sp.). "Jabuticaba" é uma palavra tupi que significa "comida de jabuti"<ref>http://dicionariorapido.com.br/jabuticaba/</ref>.]]
[[File:Ipanema.png|thumb|Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. "Ipanema" vem do tupi ''upá'-nem-a'', que significa "lagoa fedorenta". O nome é uma referência ao antigo proprietário da região: o barão de Ipanema<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/os_pronomes_pessoais_continuacao.htm</ref>.]]
Em 1822, o Brasil se tornou independente de Portugal. Isso fez com que a nova nação se voltasse para a cultura indígena como símbolo de sua autonomia. Uma das consequências desse surto nacionalista foi a criação do gentílico "carioca" (termo tupi que significa "casa de cascudo", "casa de branco"<ref>http://blognorio.wordpress.com/2010/08/10/mais-curiosidades-sobre-a-baia-de-guanabara/</ref> ou "casa de carijó"<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/tempo_nomina_em_tupi.htm</ref>) para os naturais da cidade do Rio de Janeiro, em 1834 e a alteração do nome da Vila Real da Praia Grande para Niterói (outro nome tupi, significando "água escondida") em 1835. Esse interesse pela cultura indígena como símbolo do jovem país também se refletiu na literatura romântica brasileira do século XIX. O poeta brasileiro Gonçalves Dias (1823-1864) escreveu vários poemas com temática tupi, como ''I-juca-pirama'' (1851) e ''Os timbiras'' (1857). Embora este último apresente um título equivocado, pois os timbiras pertencem, na verdade, ao grupo linguístico macro-jê. Na obra, Gonçalves Dias descreve típicos costumes dos índios tupis, imputando-lhes erroneamente aos timbiras<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/timbira</ref>. Em 1857, José de Alencar escreveu ''O guarani'', clássico da literatura brasileira que tem como protagonista o índio guarani Peri<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.141</ref> (ainda que o autor, contraditoriamente, o qualifique como um índio goitacá, em outra passagem do livro<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.142</ref>). Em 1865, Alencar escreveu ''Iracema'', na qual a protagonista era uma índia tabajara. Em 1874, lançou ''Ubirajara'', baseando-se em costumes tupis. O final do livro descreve uma batalha de duas tribos tupis contra uma tribo tapuia<ref>ALENCAR, J. ''Ubirajara''. São Paulo: Ática, 1996. pp. 61-70</ref>.
[[File:Pedro Américo - A carioca - 1882.jpg|thumb|''A carioca'', quadro de Pedro Américo de 1882]]
[[File:COA of Niterói.svg|thumb|Brasão de Niterói, com o ano da adoção do seu nome tupi: 1835]]
[[File:Antônio Gonçalves Dias.jpg|thumb|Gonçalves Dias]]
[[File:Il Guarany Score Front Cover.jpg|thumb|Cartaz da ópera ''O guarani'', de Carlos Gomes, baseada no livro de José de Alencar]]
[[File:Iracema hi.jpg|thumb|''Iracema'', quadro de 1881 de José Maria de Medeiros]]
[[File:Estatua de Iracema da lagoa da Messejana.jpg|thumb|Estátua de Iracema na lagoa da Messejana, em Fortaleza, no Ceará, no Brasil]]
Os jesuítas foram igualmente expulsos da América espanhola em 1768, causando a decadência das missões jesuíticas que se haviam transferido para a margem oeste do rio Uruguai.<ref>http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/companhia-de-jesus/missoes-jesuitas-4.php</ref> Mas, no Paraguai, a língua guarani continuou a ser falada pela população, juntamente com o castelhano. Mesmo após um período de proibição da língua durante a ditadura do general Alfredo Stroessner, em meados do século XX.
[[File:Paraguay-001.jpg|thumb|Assunção, capital do Paraguai]]
Em 17 de julho de 1873, o ministério de agricultura, comércio e obras públicas do império brasileiro decretou o fim das aldeias indígenas no Brasil, sob o argumento de que não existiriam mais índios no país. Isso significou que as terras ocupadas pelos índios brasileiros passaram a ser consideradas legalmente sem dono e, portanto, passíveis de compra através de leilão público<ref>http://plantasenteogenas.org/community/threads/kariri-xoc%C3%B3-o-povo-da-sagrada-jurema.4376/</ref>.
 
A partir do final do século XIX, começou a ocorrer a migração de tribos guaranis do sul da América do Sul para o litoral brasileiro, num processo que continua até hoje<ref>http://www.ubatuba.com.br/indios.asp</ref><ref>http://www.tekoamboytyitarypu.site90.com/index.php?p=1_2_Aldeia</ref>. Isso resultou na legalização de alguns territórios indígenas guaranis no sudeste brasileiro, como a aldeia Krukutu e o território Tenondé Porá, na cidade de São Paulo<ref>http://www.culturaguarani.org.br/historia.htmlos</ref> e as aldeias de Sapukai, Parati-mirim, Araponga, Saco de Mamonguá e Rio Pequeno, no litoral oeste do estado do Rio de Janeiro<ref>http://www.aldeiaguaranisapukai.org.br/guarani/artigo_historia_guarani_brasil_domingos_nobre.pdf</ref>.
 
[[File:Guarani girl.jpg|thumb|Menina guarani da etnia mbyá. A etnia mbyá é a principal etnia guarani presente atualmente no litoral brasileiro.]]
Em 1910, foi criado o primeiro órgão do governo brasileiro voltado para a questão indígena: o Serviço de Proteção ao Índio.
 
Em 1911, o escritor brasileiro Lima Barreto lançou a obra ''Triste fim de Policarpo Quaresma'', onde o protagonista propunha alterar o idioma oficial brasileiro do português para o tupi, argumentando que o tupi era o verdadeiro idioma brasileiro: o português seria um idioma emprestado dos portugueses, o que implicaria na eterna subserviência brasileira aos gramáticos portugueses. Na obra, o personagem era ridicularizado como sendo um louco visionário e internado num hospício.
 
[[File:LimaBarreto.jpg|thumb|Lima Barreto]]
Em 1920, ocorreu uma adaptação de ''O guarani'' para o cinema<ref>ALENCAR, J. ''Ubirajara''. Décima segunda edição. São Paulo: Ática, 1996. ''Vida e obra'': p. 13</ref>.
Na década de 1920, o movimento artístico modernista no Brasil se interessou pela cultura indígena brasileira como uma expressão da mais autêntica cultura brasileira. Exemplos desse interesse modernista pela cultura indígena são: o quadro ''Abaporu'' (termo em tupi que significa "homem que come gente"), pintado em 1928 pela pintora Tarsila do Amaral e que é atualmente o mais caro quadro de pintor brasileiro; a famosa frase do escritor Oswald de Andrade, ''tupi or not tupi: that's the question'' ("tupi ou não tupi: essa é a questão"), que está presente na sua obra ''Manifesto antropófago'' de 1928 e a epopeia amazônica do escritor Raul Bopp, ''Cobra Norato'', lançada em 1931<ref>http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/c/cobra_norato</ref>.
 
[[File:Tarsila do Amaral, ca. 1925.jpg|thumb|Tarsila do Amaral]]
[[File:Oswald de andrade 1920.jpg|thumb|Oswald de Andrade]]
Em 19 de abril de 1940, índios de todo o continente americano se reuniram na cidade mexicana de Pátzcuaro para debater a situação dos povos indígenas americanos. Desde então, a data passou a ser comemorada como o dia do índio<ref>http://brincandocomarte.blogspot.com/2011/04/surgimento-do-dia-do-indio.html</ref>.
 
[[File:SanAgustinPatz.JPG|thumb|Praça de Gertrudis Bocanegra, em Pátzcuaro, em Michoacán, no México. A cidade foi o palco do encontro indígena que resultou na criação do dia do índio, em 1940.]]
Em 1944, o distrito de Caçador, no município de São Pedro do Turvo, em São Paulo, no Brasil, mudou sua denominação para Ubirajara, título da obra de José de Alencar e que significa, traduzido do tupi, "''senhor da lança"''<ref>http://www.ubirajara.sp.gov.br/a_cidade/p_historia.asp</ref><ref>http://www.triboeletrica.blogspot.com/</ref>. Atualmente, o distrito é um município independente.
 
[[File:Ubirajara.PNG|thumb|Brasão do município paulista de Ubirajara]]
Em 1949, ocorreu uma adaptação de ''Iracema'' para o cinema<ref>ALENCAR, J. ''Ubirajara''. 12ª edição. São Paulo: Ática, 1996. ''Vida e obra'': p. 14</ref>.
 
Em 1967, a empresa de fabricação de papel e celulose Aracruz comprou uma área no estado brasileiro do Espírito Santo para plantar eucalipto. A área era reivindicada por índios guaranis e tupiniquins. A disputa judicial continua até hoje, com ocorrência de episódios violentos<ref>http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=833&Itemid=2</ref>. No mesmo ano, o SPI foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
 
[[File:Dança tupinikin 2008.jpg|thumb|Índios tupiniquins protestando em 2008 contra plantação de eucalipto em terra indígena no Espírito Santo, no Brasil]]
Em 1970, estreou o filme brasileiro ''Como era gostoso o meu francês'', baseado nos relatos de Hans Staden e Jean de Léry sobre os índios tupis brasileiros do século XVI. O filme, reproduzindo os idiomas dos fatos históricos, era falado em português, em francês e em tupi.
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Em 1978, foi lançado o filme brasileiro ''Anchieta - José do Brasil'', dirigido por Paulo César Saraceni. O filme narrava a vida do padre jesuíta José de Anchieta e contava com diálogos em tupi<ref>http://www.meucinemabrasileiro.com.br/filmes/anchieta-jose-do-brasil/anchieta-jose-do-brasil.asp</ref>.
 
[[File:Paulo cesar saraceni.jpg|thumb|Paulo César Saraceni, que dirigiu o filme brasileiro ''Anchieta'']]
[[File:Latorraca28122006.jpg|thumb|Ney Latorraca, que interpretou Anchieta no filme]]
Em 1979, o diretor Fauzi Mansur lançou mais uma versão para os cinemas do romance ''O guarani''.
 
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Em 1986, estreou o filme inglês ''The mission'' ("A missão"), que retratava o episódio histórico das guerras guaraníticas. O filme ganhou a palma de ouro no festival de Cannnes e o oscar de fotografia<ref>http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=107</ref>.
 
[[File:Iguacu-004.jpg|thumb|Cataratas do Iguaçu: cenário do filme ''The mission'']]
Em 1989, o norte do estado brasileiro de Goiás se emancipou, adquirindo o nome de ''Tocantins''. O nome era inspirado no principal rio do novo estado, nome que, traduzido do tupi, significa ''bico de tucano'', de ''tukana'' (tucano) e ''tim'' (bico, nariz)<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>. O brasão do novo estado também conteria uma referência à cultura tupi: em vez dos costumeiros lemas em latim, o lema inscrito no brasão do novo estado era em língua tupi. O lema é ''co yvy ore retama'', que significa ''esta terra é nosso país''.
 
Em 1991, o guarani adquiriu o ''status'' de língua oficial do Paraguai. Vale ressaltar, no entanto, que o guarani paraguaio sofreu muita influência da língua castelhana, diferenciando-se em vários aspectos do guarani falado pelos índios. Em graus mais extremos de mescla, o guarani paraguaio deu origem a uma língua mista chamada "jopará". Em 1995, o guarani adquiriu a condição de língua histórica do Mercosul devido à sua importância na formação dos países constituintes do bloco econômico. Em 2006, o guarani tornou-se língua oficial do Mercosul, juntando-se ao português e ao castelhano<ref>http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2006/11/21/ult1808u79815.jhtm</ref>.
 
[[File:Mercosur - Montevideo (2).jpg|thumb|Sede do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai]]
[[File:América do Sul - Língua Guarani.PNG|thumb|Em vermelho, países nos quais o guarani é falado. Em grená, o Paraguai, país no qual o guarani é idioma oficial.]]
Em 1996, mais uma adaptação do romance ''O guarani'' foi lançada nos cinemas: desta vez, pela diretora brasileira Norma Bengell<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u690185.shtml</ref>.
 
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Em 2002, o município brasileiro de São Gabriel da Cachoeira, no estado do Amazonas, declarou três línguas indígenas como línguas oficiais do município, juntamente com o português. Entre elas, o nheengatu<ref>http://www.ipol.org.br/imprimir.php?cod=83</ref>.
 
[[File:Brasão de São Gabriel da Cachoeira AM.png|thumb|Brasão de São Gabriel da Cachoeira, município do Amazonas onde o nheengatu é língua oficial]]
A partir de 2004, fazendas do sul do estado brasileiro da BahiaBaía, na região da serraSerra do Padeiro, nos municípios de Una, Ilhéus e Buerarema, começaram a ser invadidas por descendentes de índios tupinambás, que reivindicavam o direito à posse da terra. A violência dos confrontos obrigou a intervenção do governo federal. De um lado, os invasores defendiam que tinham o direito à terra que era anteriormente ocupada por seus ancestrais. De outro lado, os fazendeiros argumentavam que a ascendência indígena dos invasores era falsa<ref>http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI105873-15223,00-O+LAMPIAO+TUPINAMBA.html</ref><ref>http://es.globalvoicesonline.org/2010/05/13/brasil-el-arresto-a-un-lider-indigena-aumenta-la-tension-en-bahia/</ref><ref>http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:0DBC8PnWD8IJ:www.cimi.org.br/pub/publicacoes/1260883649_Porantim%2520321-final.pdf+documentos+falsos+cacique+babau+revista+%C3%A9poca+una+buerarema,+ilh%C3%A9us,+Bahia,+tupinamb%C3%A1,+demarca%C3%A7%C3%A3o+reserva+ind%C3%ADgena&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEESjxP9PKt1ZJ6eU8VgEVkK8vD1_SHeOLt8aXd8C_olqbrrW3KG5MZO0mNuiHMQ0Q-LRqM2CIuEWR3rMQOOcyq3wG0RQK5nUBOFGPeQjiVVbG2UMpyZtB-xIXHDsIe9RU7KU2XdNS&sig=AHIEtbSUcEmYouHgeUKgg4cVoR1vGpyizg</ref>.
 
[[File:Tupinambá.png|thumb|Regiões ocupadas pelos índios tupinambás de Olivença, no estado brasileiro da Bahia]]
Em 2008, índios guaranis procedentes de Paraty, no estado brasileiro do Rio de Janeiro, ocuparam uma área com restos arqueológicos indígenas na praia de Camboinhas, em Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro. Após um incêndio criminoso, a aldeia foi reconstruída sob o nome de ''tekoá MBoy-ty'' (traduzido do guarani, "aldeia de Sementes")<ref>http://www.tekoamboytyitarypu.site90.com/index.php?p=1_2_Aldeia</ref>.
 
Em 2009, foi lançada a versão em língua guarani da Wikipédia<ref>http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3485912-EI4802,00.html</ref>.
 
[[File:Wikipedia-logo-v2-gn.svg|thumb|Logotipo da ''Viquipetã'', a Wikipédia em língua guarani]]
Em 2010, o município de Tacaru, no extremo sul do estado brasileiro do Mato Grosso do Sul, oficializou o guarani como idioma oficial do município junto com o português<ref>http://www.tvcultura.com.br/auwe/player/content/27972</ref>. No mesmo ano, índios guaranis caiouás da aldeia Pirajuí invadiram a fazenda São Luís, em Paranhos, no oeste do estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, reivindicando a terra que haveria pertencido a seus ancestrais. O ministério público e a polícia federal brasileiros interviram no caso, buscando uma conciliação entre as partes envolvidas<ref>http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1324585-7823-INVASAO+DE+FAZENDA+EM+MATO+GROSSO+DO+SUL+ACIRRA+ANIMOS+ENTRE+INDIOS+E+AGRICULTORES,00.html</ref>.
[[File:Guarani Family.JPG|thumb|Família guarani em Mato Grosso do Sul]]
Em 2011, na cerimônia de abertura dos jogos mundiais militares no Rio de Janeiro, no Brasil, o privilégio de hastear a bandeira brasileira coube à Tenente Silvia Wajãpi. A tenente, da etnia wajãpi, que fala uma língua do grupo macro-tupi e que habita a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa, foi a primeira indígena brasileira a se formar como oficial das forças armadas brasileiras<ref>http://betopantanal.blogspot.com/2011/07/jogos-mundiais-militares-organizacao-da.html</ref><ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/wajapi</ref>.
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File:Anônimo - Retrato de Filipe Camarão.jpg|Retrato de Filipe Camarão
File:Yerba Mate.jpg|Erva-mate
File:Ruinas-saomiguel9.jpg|Crucifixo produzido na missão de São Miguel Arcanjo, na atual São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, no Brasil
File:Arte de la Lengua Guarani - Antonio Ruiz de Montoya.jpg|Capa da edição de 1724 de ''Arte da la lengua guaraní'', de António Ruiz de Montoya
File:Sepé Tiaraju-São-luizense e Missioneiro.jpg|Monumento a Sepé Tiaraju em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, no Brasil
File:Missões jesuíticas em São Miguel das Missões, RS.jpg|Ruínas das missões jesuíticas em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, no Brasil
File:O Uraguai.jpg|Capa de edição de ''O uraguai''
File:Lacador.JPG|Estátua do Laçador em Porto Alegre, no Brasil, representando o típico gaúcho. A estátua foi inaugurada em 1958.
File:Anônimo - Episódios da vida de Diogo Álvares Correia, o Caramuru (II).JPG|Pintura no mosteiro de São Bento da Bahia retratando a chegada de Diogo Álvares Correia à Bahia no século XVI
File:Louis-Michel van Loo 003.jpg|Retrato de 1766 do Marquês de Pombal, por Louis-Michel van Loo e Claude-Joseph Vernet
File:Jabuticaba2.jpg|Jabuticaba (''Myrciaria'' sp.). ''Jabuticaba'' é uma palavra tupi que significa ''comida de jabuti''<ref>http://dicionariorapido.com.br/jabuticaba/</ref>.
File:Ipanema.png|Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. ''Ipanema'' vem do tupi ''upá'-nem-a'', que significa ''lagoa fedorenta''. O nome é uma referência ao antigo proprietário da região: o Barão de Ipanema<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/os_pronomes_pessoais_continuacao.htm</ref>.]]
File:Pedro Américo - A carioca - 1882.jpg|''A carioca'', quadro de Pedro Américo de 1882
File:COA of Niterói.svg|Brasão de Niterói, com o ano da adoção do seu nome tupi: 1835
File:Antônio Gonçalves Dias.jpg|Gonçalves Dias
File:Il Guarany Score Front Cover.jpg|Cartaz da ópera ''O guarani'', de Carlos Gomes, baseada no livro de José de Alencar
File:Iracema hi.jpg|''Iracema'', quadro de 1881 de José Maria de Medeiros
File:Estatua de Iracema da lagoa da Messejana.jpg|Estátua de Iracema na lagoa da Messejana, em Fortaleza, no Ceará, no Brasil
File:Paraguay-001.jpg|Assunção, capital do Paraguai
File:Guarani girl.jpg|Menina guarani da etnia embiá. A etnia embiá é a principal etnia guarani presente atualmente no litoral brasileiro.
File:LimaBarreto.jpg|Lima Barreto
File:Tarsila do Amaral, ca. 1925.jpg|Tarsila do Amaral
File:Oswald de andrade 1920.jpg|Oswald de Andrade
File:SanAgustinPatz.JPG|Praça de Gertrudis Bocanegra, em Pátzcuaro, em Michoacán, no México. A cidade foi o palco do encontro indígena que resultou na criação do dia do índio, em 1940.
File:Ubirajara.PNG|Brasão do município paulista de Ubirajara
File:Dança tupinikin 2008.jpg|Índios tupiniquins protestando em 2008 contra plantação de eucalipto em terra indígena no Espírito Santo, no Brasil
File:Iguacu-004.jpg|Cataratas do Iguaçu: cenário do filme ''The mission''
File:Paulo cesar saraceni.jpg|Paulo César Saraceni, que dirigiu o filme brasileiro ''Anchieta''
File:Latorraca28122006.jpg|Ney Latorraca, que interpretou Anchieta no filme
File:Brasão do Tocantins.gif|Brasão do estado de Tocantins
File:Mercosur - Montevideo (2).jpg|Sede do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai
File:América do Sul - Língua Guarani.PNG|Em vermelho, países nos quais o guarani é falado. Em grená, o Paraguai, país no qual o guarani é idioma oficial.
File:Wikipedia-logo-v2-gn.svg|Logotipo da Viquipetã, a Wikipédia em língua guarani
File:Brasão de São Gabriel da Cachoeira AM.png|Brasão de São Gabriel da Cachoeira, município do Amazonas onde o nheengatu é língua oficial
File:Tupinambá.png|Regiões ocupadas pelos índios tupinambás de Olivença, no estado brasileiro da Baía
File:Guarani Family.JPG|Família guarani em Mato Grosso do Sul
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