Curso de termodinâmica/Aplicação aos gases perfeitos: diferenças entre revisões

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Linha 20:
 
== Experiência de Joule ==
[[Imagem:adia3dJoultom.gif|right]]
 
[[Imagem:Joultom.gif|right]]Deixando um gás se descomprimindo num recipiente vazio, não observamos, na maioria dos casos, mudança de temperatura. O trabalho executado é nulo, visto que a descompressão se faz contra uma pressão externa nula (o segundo recipiente é vazio). Como não observamos nenhuma mudança de temperatura do banho , a expansão se faz sem modificação da energia térmica do sistema. Em conseqüência, a energia do gás não muda durante uma descompressão. Numerosas medições mostraram que é verdade nas condições onde o gás obedece também à lei dos gases perfeitos. Como E não muda quando P ou V mudam, esta experiência mostra que:
 
 
Linha 39:
 
 
A diferencial total exata
 
 
Linha 46:
 
fica:
 
 
<center><math>dE\;=\left(\frac{\partial E}{\partial T}\right)_T dV\;=\;C_vdT</math></center>
 
 
No tocante da energia, podemos escrever:
 
 
<center><math>\left(\frac{\partial H}{\partial P}\right)_T\;=\;\left(\frac{\partial(E+PV)}{\partial P}\right)_T\;=\;\left(\frac{\partial E}{\partial P}\right)_T\;+\;\left(\frac{\partial (PV)}{\partial P}\right)_T</math></center>
<BR/>
 
 
<center><math>\left(\frac{\partial H}{\partial V}\right)_T\;=\;\left(\frac{\partial(E+PV)}{\partial V}\right)_T\;=\;\left(\frac{\partial E}{\partial V}\right)_T\;+\;\left(\frac{\partial (PV)}{\partial V}\right)_T</math></center>
 
 
Porém, o produto PV e energia E são ambos constantes para um gás perfeito mantido a temperatura constante. Então:
 
 
<center><math>\left(\frac{\partial H}{\partial V}\right)_T\;=\;\left(\frac{\partial H}{\partial P}\right)_T\;=\;0</math>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;(gás perfeito)</center>
 
 
e, da mesma maneira:
 
 
<center><math>dH\;=\;\left(\frac{\partial H}{\partial T}\right)_P\;=\;C_pdT </math>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;(gás perfeito)</center>
Linha 66 ⟶ 75:
Em resumo , para um gás perfeito:
&nbsp;&nbsp;<math>\Delta E\;=\;\int_{T1}^{T2}C_VdT\qquad e \qquad \Delta H\;=\;\int_{T1}^{T2} C_PdT</math>&nbsp;&nbsp;&nbsp;qualquer seja o processo (mesmo se V e P não são constantes).
 
 
 
Linha 72 ⟶ 80:
 
*para qualquer gás:
 
 
<center><math>C_P-C_V\;=\;\left[P\;+\;\left(\frac{\partial E}{\partial V}\right)_T\right]\left(\frac{\partial V}{\partial T}\right)_P</math></center>
 
 
*para um gás perfeito:
 
 
<center><math>C_p-C_V\;=\;P\left(\frac{\partial V}{\partial T}\right)_P</math></center>
<BR>
 
 
<center><math>C_P\;-\;C_V\;=\;P\left[\frac{\partial \left(\frac{nRT}{P}\right)}{dT}\right]_P\;=\;P\left(\frac{nR}{P}\right)\;=\;nR</math></center>
 
 
onde <math> C_P</math> e <math>C_V</math> representam a capacidade calorífica do sistema.
 
 
Se anotamos <math>\bar{C_P}</math> e <math>\bar{C_V}</math> a capacidade por mol dos gases,
<center><math>\bar{C_P}\;-\;\bar{C_V}\;=\;R</math>&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;(gás perfeito)</center>
 
==Dilatação reversível e isoterma de um gás perfeito==
 
 
== Dilatação reversível e isoterma de um gás perfeito ==
PV e <math>\Delta E</math> são constantes. A primeira lei se escreve: q + w = 0. A pressão externa aplicada é igual à pressão de equilíbrio do gás.
 
 
<math>w=\int{-P_{ext}dV}=\int{-PdV}=\int{-\frac{nRT}{V}}dV=-nRT\int{\frac{dV}{V}} = -nRTln\left(\frac{V_2}{V_1}\right)</math>
 
 
<math>q\;=\;-w\;=\;nRTln\left(\frac{V_2}{V_1}\right)=nRTln\left(\frac{P_1}{P_2}\right)</math>
 
==Dilatação reversível e adiabática de um gás perfeito==
 
== Dilatação reversível e adiabática de um gás perfeito ==
Como não tem nenhuma troca de calor com o meio ambiente (q = 0), a primeira lei se escreve:
 
 
<math>dE\;=\;dW\;=\;-PdV</math></center>
 
 
 
Porém, para qualquer processo com um gás perfeito, temos:
 
 
<center><math>dE\;=\;C_VdT</math></center>
 
 
Em conseqüência:
 
 
<center><math>C_VdT\;=\;-PdV</math></center>
 
 
que fica, para um processo reversível:
 
 
<center><math>n \bar C_VdT\;=\;-\frac{nRT}{V}dV</math></center>
Linha 116 ⟶ 138:
 
Integrando entre o estado inicial 1 e o estado final 2:
 
 
<center><math>\frac{\bar C_V}{R}\int \frac{dT}{T}\; =\; -\int\frac{dV}{V}\qquad seja\qquad\frac{\bar C_V}{R}ln\left(\frac{T_2}{T_1}\right)\; =\; ln\left(\frac{V_1}{V_2}\right)</math></center>
Linha 125 ⟶ 148:
 
definindo:
 
 
<center><math>\gamma \;=\;\frac{C_P}{C_V}\;=\;\frac{\bar C_P}{\bar C_V}</math></center>
 
 
e sabendo que, para um gás perfeito,:<math>\bar C_P\;-\;\bar C_V\;=\;R\qquad obtemos:P_1V_1^{\gamma-1}\;=\;P_2V_2^{\gamma-1}</math>
 
As relações em cima mostram que a dilatação adiabática reversível de um gás perfeito provoca o resfriamento do gás. Por exemplo, num diagrama P(V):
 
[[Imagem:adia.gif]]
ou ainda num diagramo a três dimensões P(V,T):
[[Imagem:adia3d.gif]]
 
 
== Dilatação politrópica ==
Para que a dilatação seja isotérmica, é preciso que o processo ocorra muito devagar, de forma que as moléculas do gás tenham tempo para trocar energia entre si e com o exterior de forma a manter a temperatura interna constante; para que a dilatação seja adiabática, é preciso, ao contrário, que ela ocorra muito depressa, de forma que a troca de energia com o exterior seja desprezível. Na prática, a maioria dos processos ocorre numa velocidade intermediária, não se encaixando perfeitamente nem em um caso nem no outro caso. Esses processos são chamados de '''politrópicos'''.
 
A dilatação politrópica é governada pela expressão
 
<center><math>P_1 V_1 ^ {k-1}\;=\;P_2 V_2^ {k-1}</math></center>
 
 
com 1 < k < γ.
 
ou ainda num diagramo a três dimensões P(V,T):
[[Imagem:adia3d.gif]]
 
== Relação entre Delta H e Delta E - caso das reações químicas isotermas com gases perfeitos ==