A evolução tecnológica/Os primeiros instrumentos e o fogo: diferenças entre revisões

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O conhecimento sobre este período é incompleto, pois não pode-se chegar a uma conclusão dos objetos utilizados. Objetos deterioráveis (madeira, pele, etc.) já estão decompostos, assim, praticamente, os únicos meios para se estudar o desenvolvimento neste período é através de objetos com demorada decomposição<ref name="paijulioesteio">[http://www.paijulioesteio.kit.net/PreHistoria_da_humanidade_1.htm paijulioesteio], acessado em 1 de outubro de 2010.</ref>: pedra, sílex<ref name="InfoEscola: Paleolítico" />, osso e restos de animais.<ref (name="Shapiro,">{{Referência a livro |NomeAutor=Harry L. Homem|SobrenomeAutor=Shapiro|Título=Cultura e Sociedade|Subtítulo=|Edição= |Local de publicação=Rio de Janeiro|Editora=Fundo de Cultura|Ano=1972:|Páginas=80).;95;96;107;137;141}}</ref>
 
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A subsistência do homem nesse período era inicialmente conseguida através da caça de animais e coleta de frutos silvestres. Para isto o homem utilizou ferramentas, que eram lascas de pedras ou ossos. Porém, como observa o autor Shapiro (1972:80), neste período o desenvolvimento consagrado é lento, gradual, e isto é observado, no início, no fato de uma única ferramenta ser utilizada para diversos feitos; e serem provenientes de lascas de pedras.<ref name="Shapiro"/>
 
Para o homem da Pré-história conseguir seus instrumentos, ele lascava pedras. Para produzirem uma lasca preparavam o núcleo da pedra, deixando uma superfície plana, e então golpeavam essa superfície (lugar denominado plataforma de percussão) com um martelo de pedra; abaixo ao lugar onde foram dados os golpes denomina-se ponto de impacto, formando neste lugar uma saliência denominada bulbo de percussão; ao lado desta saliência, apresenta uma marca (marca bulbar), estas são fraturas que se desprendem do resto da pedra, constituindo assim uma lasca. Após isso, fazia-se um processo de lascagem denominado retoque: processo de finalização, onde aplicava-se a lascagem por compressão. Este processo de finalização, porém, constituía uma nova fase, com uma técnica mais evoluída e utilizada para tornar estas lascas com uma lâmina mais afiada.
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A partir do Paleolítico Médio o Lavaloisense passa a apresentar consideráveis evoluções na técnica de produção dos instrumentos. Caracterizando a fase do Lavaloisense Médio, tem-se o processo de manufatura das lascas aperfeiçoado: as lascas tornam-se mais leves, finas e mais retocadas; suas lâminas tornam-se mais afiadas; e a sua forma passa a ter aspecto mais triangular. Por seguinte, na fase Lavaloisense Superior, os objetos lascados são manufaturados em formas ovais e alongadas, e espessura mais fina (tem melhor corte); e o processo de retoque é ainda mais aperfeiçoado. No Lavaloisense Final, tem-se a fabricação de lascas com ponta bastante triangular e um aperfeiçoamento no processo de retoque da lâmina, que se torna mais comum.
 
Esse processo evolutivo não pode ser seguido rigorosamente para designar o desenvolvimento em todas as regiões, pois isso ocorre de diferentes formas de desenvolvimento para cada região. Isso é verificado, por exemplo, pelo fato de que em regiões onde encontra-se o sílex em grandes blocos de pedras foi empregado técnicas para a manufatura do maior tamanho possível de lascas. Já em regiões onde os blocos de pedras eram menores, encontra-se lascas com tamanhos menores. Dependendo da região e da técnica empregada — lascas feitas a partir de blocos maiores ou menores —, as lascas são encontradas em cavernas e abrigos de rocha, ou em lugares abertos.<ref (name="Shapiro, 1972:95–96)."/>
 
[[Ficheiro:Feuerreiben.gif|thumb|250px|Como fazer fogo.]]
 
Além disso, foi a partir deste período que o homem descobre como fazer fogo. <ref name="Mundo Educação: Paleolítico">[http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/periodo-paleolitico.htm Mundo Educação - Período Paleolítico], acessado em 1 de outubro de 2010.</ref> E também, foi quando o homem passa a produzir instrumentos, ou ferramentas, a partir de ossos. A técnica, embora ainda muito primitiva, consistia na fabricação de instrumentos para triturar, que tinham como finalidade, servirem de apoio para cortar. Estas ferramentas foram encontradas em locais fechados, sendo que não foram encontradas em locais abertos devido à decomposição que estas ferramentas sofreram. Assim, não pode-se ter certeza em afirmar de que foi somente a partir deste período onde começou a prática da fabricação de ferramentas de osso. Conclui-se, como disse Shapiro (1972:96), que pode ter havido a prática da técnica de fazer instrumentos de osso no Paleolítico Inferior, porém devido ao fato de eles estarem sujeitos à decomposição — o homem nesta época não vivia em abrigos fechados, somente em lugares abertos — não foram encontradas ferramentas pertencentes ao período do Paleolítico Inferior.<ref name="Shapiro"/>
 
 
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===Período Mesolítico===
 
O Período Mesolítico está compreendido entre o período Paleolítico e Neolítico (ou Idade da Pedra Polida), porém não pode ser definido como uma fase de transição entre estes dois períodos. Isso porque apresenta características próprias em sua cultura, porém, em relação ao desenvolvimento dos instrumentos, ocorreu que alguns instrumentos ainda continuaram sendo utilizados, já outros foram aprimorados.<ref (name="Shapiro, 1972:107)."/>
 
O período Mesolítico tem grande influência da técnica dos micrólitos, já iniciada superficialmente no Paleolítico Superior. Os micrólitos eram instrumentos característicos do Paleolítico Superior — como buris, raspadeiras, pontas e perfuradores, etc. — de forma pequena, geométrica e feitos de sílex.
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Na fase final do Paleolítico Médio, apresenta-se machados de chifre com cabos; raspadeiras — de extremidades arredondadas e longas lâminas, ou raspadeiras pequenas, largas e ovais; buris; e setas, que implicam no uso do arco.
 
A partir desta fase final do Mesolítico ocorrem alterações geológicas de uma forma gradual — a Era Glacial chegava ao seu fim, consequentemente, as geleiras começara a derreter, fazendo com que ocorressem transformações geológicas —, esta transformação levaram milhares de anos para se estabilizarem: a mudanças foram no clima (temperatura, umidade, etc.), no índice pluviométrico, no nível dos mares, na flora (formações de florestas que se alastraram, ou a formação de desertos com o esgotamento de algumas extensões de florestas), na fauna (ocorreram mudanças na forma de vida dos animais), e ocorrem transbordamento dos rios — em fases posteriores foram importantes para que ocorresse a fertilização das terras e sua utilização agrícola —, etc.<ref (name="Moraes,">{{Referência 1999a livro |NomeAutor=José Geraldo Vinci|SobrenomeAutor=Moraes|Título=Caminhos das civilizações|Subtítulo=História integrada:08). Geral e Brasil|Edição= |Local de publicação=São Paulo|Editora=Atual|Ano=1999|Páginas=8;12}}</ref>
 
Ainda no final do período Mesolítico ocorreram, em algumas regiões em especial, o desenvolvimento de comunidades menos nômades do que as de períodos anteriores e que praticavam mais intensamente agricultura. Estas comunidades eram menos nômades pois passavam mais tempo em uma determinada região, sendo que estas regiões eram principalmente aquelas que lhes forneciam maior quantidade de alimentos. Os instrumentos desenvolvidos nessas regiões especiais eram inovadores, e consequência de maior intensidade da prática agrícola: ferramentas de carpintaria. Estas ferramentas de carpintaria eram: enxós, ferramentas de carpinteiro para desbastar madeira e que tinha cabo curto e lâmina cortante; goiva, instrumento de carpinteiro, sendo que tinha cabo de madeira e lâmina convexa; seta com ponta de osso, instrumento que servia para matar animais de pêlos, e que preservava a pele do animal para sua posterior utilização.
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Além disso, o fogo passa a ter uma maior utilização, sendo utilizado para amolecer os alimentos (cozinhar) e endurecer lanças. A utilização do fogo é de difícil compreensão quanto ao fato de como começaram a produzi-lo. Sua utilização tem raízes no Paleolítico Médio, porém nessa fase é restrito somente a algumas regiões mais desenvolvidas e encontrados somente poucos indícios, assim sendo a sua utilização mais intensiva foi neste último período da Pré-história. Sua produção provavelmente foi a partir de faísca geradas por raios que caíam em folhagem seca, assim isso fez acender fogueiras de onde o homem pôde ter pegado algo em chamas (galhos, por exemplo), para fazerem pequenas fogueiras. Esta possibilidade pode ter incentivado o homem a produzir por ele mesmo o fogo, através do atrito que faz surgir faíscas e acender folhagem seca. O que também motivou o homem a produzir fogo foi o amolecimento dos alimentos — não é muito provável pois não havia necessidade de os homens quererem alimentos amolecidos, levando em consideração que tinham seus dentes e maxilares adaptados para isso —, ou, e possivelmente, a alteração do sabor dos alimentos, que melhorou.<ref (name="Moraes, 1999:12)."/>
 
Para o cultivo das terras produtivas, que precisavam ser revolvidas, foram inventados instrumentos apropriados: plantador, bastão empregado como cavadeira em algumas regiões, e em outras regiões a enxada (lâminas feitas de pedra ou chifre, e, posteriormente, de madeira). Devido ao excedente de produção, surgiram locais apropriados para o armazenamento desse excedente: celeiros e silos (locais que mantém conservado, por um certo período de tempo, os alimentos); estes eram, respectivamente, casa para armazenagem construída sobre o solo e local de armazenamento subterrâneo.
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Para a colheita dos cereais e sua posterior transformação em farinha, foram inventados implementos (ou seja, instrumentos fundamentais, indispensáveis). Estes implementos eram a ceifadora, esta consistem em pedaços retos de madeira com uma pequena fileira de pedras constituídas por serras; a foice curva feitas de madeira, ou de ossos (especialmente maxilares de animais), com pontas de sílex; para a trituração dos grãos, tinha-se o conjunto pilão e almofariz, ou mesmo eram triturados com pedras de forma arredondada, e este último meio (pedras arredondadas) por ser mais usual passou por transformações até chega ao modelo padrão do moinho de mão.
 
A criação de gado implicou na utilização de novos instrumentos de cultivo. O gado podia ser facilmente transportado, sendo assim era facilmente concebido a troca, ou até mesmo eram roubados. Este último permitiu o desenvolvimento de instrumentos de guerra, pois estes instrumentos eram um meio pelo qual proprietários de gado poderiam garantir que seu gado não fosse roubado. Além disso, leva-se em consideração a competição por terras cultiváveis para contribuir com o desenvolvimento de instrumentos.<ref (name="Shapiro, 1972:137)."/>
 
Nesse período desenvolveu-se técnicas para que fossem manufaturados produtos têxteis. Estes precisavam de matérias-primas, a lã ou o linho, que precisavam ser cultivadas — talvez utilizavam a lã de carneiros, porém não há certeza quanto a isso. As fibras deveriam ser enroladas para serem transformadas em fios, compreendendo assim um fuso (instrumento roliço onde os fios são enrolados). Máquinas de tear não existiam nesse período, foram invenções posteriores, assim os tecidos eram manufaturados.
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Ocorreu em sepulcros do Neolítico, a construção de tumbas gigantescas de pedras extraordinariamente grandes e pesadas — estas tumbas são chamadas de megálitos. Outras tumbas, menores, porém com as mesmas funções e, além disso, com maior aplicação de tecnologia, eram feitas de pedras pequenas e teto feito por modilhões (projetos arquitetônicos nos quais apresentavam formas sinuosas).
 
Os desenvolvimentos em cada região, porém, se deram em diferentes tempos. Todavia, os instrumentos produzidos e desenvolvidos eram, em geral, os mesmos ou muito semelhantes. Nesse período, o que também contribuiu para o desenvolvimento foi o intercâmbio existente entre as regiões, permitindo, assim, que técnicas fossem permutadas, consequentemente, ocorreu um maior desenvolvimento devido a isso.<ref (name="Shapiro, 1972:141)."/>
 
{{Referências}}