História de Niterói/Fundação: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Mai exposição.JPG|thumb|Exposição no
[[File:Ultimo tamoio 1883.jpg|thumb|
[[File:Derrubada do Pau Brasil.jpg|thumb|Derrubada do pau-brasil pelo indígenas para o comércio com os europeus]]
A região atualmente ocupada por Niterói foi habitada há 9 000 anos atrás por povos coletores, caçadores e pescadores que deixaram como marcas de sua passagem grandes vestígios arqueológicos, os sambaquis. Sambaquis (do tupi ''tamba'', "concha" e ''ki'', "depósito", significando "depósito de conchas") são os restos de conchas, esqueletos humanos, cerâmica, machados, ossos de animais, peixes e pontas de pedra de flechas que foram soterrados e que passaram por um processo de fossilização. Tais testemunhos são muito comuns no litoral brasileiro e são extremamente valiosos para que os arqueólogos de hoje possam compreender como funcionavam essas sociedades pré-históricas. Em Niterói, existe um grande sítio arqueológico de sambaquis ao lado da Duna Grande da Praia de Itaipu na
Os primeiros europeus a passarem pela região foram os portugueses na expedição de reconhecimento liderada por Gonçalo Coelho e Américo Vespúcio, que, em 1º de janeiro de 1502, descobriu a
Devido ao descaso dos portugueses, traficantes franceses de pau-brasil estreitaram os laços com os tamoios, gerando uma sólida aliança comercial entre os dois povos. Em meados do século XVI, a França decidiu implementar um projeto de colonização na região da Baía de Guanabara, intitulado França Antártica. Em 1555, o navegador francês Nicolas Durand de Villegaignon chegou à baía de Guanabara e se instalou na ilha denominada Serigipe pelos indígenas no local atualmente ocupado pela escola Naval em frente ao aeroporto Santos Dumont no centro do Rio de Janeiro. Ali, ele construiu o forte Coligny, que seria arrasado em 1560 por uma expedição portuguesa liderada pelo governador-geral Mem de Sá. Ainda em 1555, foi construído, pelos franceses, um posto de observação na praia de Fora em Niterói para vigiar a entrada da baía de Guanabara<ref>http://wikimapia.org/489143/pt/Forte-Bar%C3%A3o-do-Rio-Branco</ref>.
[[Ficheiro:Rio 1555 França Antártica.jpg|thumb|Mapa da França Antártica]]
[[File:Serigipe 1560 Forte Coligny.jpg|thumb|Desenho retratando a destruição do
Porém os sobreviventes franceses, aliados aos índios tamoios, permaneceram na região e somente seriam definitivamente expulsos pelos portugueses em 1567. Nesse mesmo ano, os portugueses instalaram uma guarnição de artilharia na
Como recompensa pela ajuda, os portugueses ofereceram ao líder dos temiminós, Arariboia ("cobra da água de arara",
[[Ficheiro:COA of Niterói.svg|thumb|Brasão de Niterói]]
O aldeamento de São Lourenço dos Índios tinha uma posição estratégica: se localizava no alto de um morro, propiciando vista panorâmica da entrada da baía de Guanabara e era cercado de manguezais, o que dificultaria uma eventual invasão pela água. Foi na igreja de São Lourenço dos Índios, em 10 de agosto de 1583, que ocorreu a primeira encenação da mais famosa peça do jesuíta José de Anchieta: ''Jesus na festa de São Lourenço''<ref>http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/guarani/lingua_tupi.htm</ref>. Porém, a partir de 1587, com a morte de Arariboia, que se afogou nas imediações da ilha de Mocanguê, São Lourenço dos Índios entrou em decadência<ref>http://www.niteroitv.com.br/guia/niteroi_historia.asp</ref>. Em 1596, a bateria instalada na praia de Fora rechaçou uma tentativa de invasão neerlandesa chefiada por Van Noorth<ref>http://wikimapia.org/489143/pt/Forte-Bar%C3%A3o-do-Rio-Branco</ref>.
Melhor sorte tiveram os núcleos de colonização portuguesa que se estabeleceram nos atuais bairros de São Domingos, Icaraí, Piratininga e Itaipu. Em Piratininga, os jesuítas possuíam a fazenda do Saco, que produzia gêneros alimentícios para o colégio jesuíta na cidade do Rio de Janeiro, então chamada de São Sebastião do Rio de Janeiro. Os núcleos de colonização em Icaraí, Itaipu e São Lourenço foram elevados à condição de freguesias durante os séculos XVII e XVIII, sob os nomes de São João Batista de Icaraí, São Sebastião de Itaipu e São Lourenço. Em 1650, foi construída a igreja de Boa Viagem, na ilha de mesmo nome. Entre os séculos XVII e XVIII, foi construído o
[[File:São Luiz fort main entrance.JPG|thumb|Entrada do forte de São Luís]]
[[File:Forte sao luis.jpg|thumb|Guarita do forte de São Luís. Ao fundo, a fortaleza de Santa Cruz e a entrada da baía de Guanabara.]]
Por esta época, as principais atividades produtivas de Niterói eram a pesca da baleia, a agricultura, a pecuária e a produção de açúcar, de farinha de mandioca e de peixe salgado. As baleias eram pescadas na
[[File:StCruzFort.jpg|thumb|Fortaleza de Santa Cruz]]▼
Niterói teve papel destacado em dois ataques de piratas franceses ao Rio de Janeiro durante o século XVIII. Na primeira, o francês Duclerc foi rechaçado pelos canhões da fortaleza de Santa Cruz e pela bateria da Praia de Fora, obrigando-o a se afastar e atacar o Rio de Janeiro pela retaguarda, por Sepetiba. Porém esta manobra dificultou o avanço de Duclerc, que foi vencido com facilidade pela população do Rio de Janeiro. Na segunda invasão, efetuada pouco após por Duguay-Trouin em vingança pela morte de Duclerc, os
[[Ficheiro:Mai patio.jpg|thumb|Ruínas do convento de Santa Tereza]]▼
[[File:Calçadão de São Francisco.jpg|thumb|Praia de São Francisco]]▼
Em 1819, atendendo aos apelos da população, o rei
▲Niterói teve papel destacado em dois ataques de piratas franceses ao Rio de Janeiro durante o século XVIII. Na primeira, o francês Duclerc foi rechaçado pelos canhões da fortaleza de Santa Cruz e pela bateria da Praia de Fora, obrigando-o a se afastar e atacar o Rio de Janeiro pela retaguarda, por Sepetiba. Porém esta manobra dificultou o avanço de Duclerc, que foi vencido com facilidade pela população do Rio de Janeiro. Na segunda invasão, efetuada pouco após por Duguay-Trouin em vingança pela morte de Duclerc, os cariocas tiveram que pagar um resgate de 610 000 cruzados, duzentos bois e cem caixas de açúcar. Os cruzados foram doados pelos cariocas, porém os bois e o açúcar tiveram que ser pagos pela população da "banda d´além", o que demonstra a importância da agropecuária em Niterói e nas regiões vizinhas (São Gonçalo e Itaboraí) na época.
[[File:Duguay-Trouin 1711.jpg|thumb|Esquadra de Duguay-Trouin]]▼
Em 1824, foi construída a
[[File:Duguay-trouin-2.jpg|thumb|Duguay-Trouin]]▼
▲Em 1819, atendendo aos apelos da população, o rei D. João VI, que costumava passar temporadas de férias no bairro de São Domingos, elevou a região à condição de vila: a Vila Real de Praia Grande. Esta data também consta do brasão da cidade atualmente. No ano seguinte, foi feito um plano de arruamento da cidade, ordenando o centro da cidade em ruas segundo uma disposição quadriculada que se mantém até hoje. Foi a primeira forma de planejamento urbano de uma cidade brasileira<ref>http://camaraniteroi.rj.gov.br/2011/02/09/primeiro-plano-de-edificacao-da-vila-real-da-praia-grande/</ref>. O projeto era da autoria do francês Arnaud Julien Pallière e do major engenheiro brasileiro Antônio Rodrigues Gabriel de Castro<ref>http://www.docomomo.org.br/seminario%208%20pdfs/061.pdf</ref>.
Em 1832, o cientista inglês Charles Darwin passou pela cidade. Ele estava em uma expedição científica ao redor do mundo. Os dados coletados por ele nessa expedição serviram de base para ele formular a sua revolucionária teoria da evolução das espécies. Darwin, após visitar a cidade do Rio de Janeiro, atravessou a Baía de Guanabara e se dirigiu, a cavalo, até a cidade de Conceição de Macabu. Em Niterói, visitou particularmente a região da Serra da Tiririca<ref>http://www.radarfluminense.com/2009/01/darwin-passou-por-aqui.html</ref>.
[[File:Debret-djoãoVI-MHN.jpg|thumb|D. João VI]]▼
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[[File:Tropas brasileiras 1825.jpg|thumb|''Revista das tropas destinadas a Montevidéu na praia Grande''. Pintura de Debret de por volta de 1816, retratando o embarque, na ponta d'Areia, em Niterói, das tropas luso-brasileiras que iriam combater Artigas no Uruguai.]]▼
[[File:Jean-Baptiste Debret - Revista das tropas destinadas a Montevidéu na Praia Grande.JPG|thumb|Outra pintura de Debret retratando a revista, em Niterói, das tropas que embarcariam para o Uruguai]]▼
▲Em 1824, foi construída a casa da Câmara e Cadeia, no largo de São João, no lugar de um antigo cemitério indígena, obedecendo ao planejamento urbanístico de Pallière. Em 1826, João Caetano estreou num pequeno palco da Rua 15 de Novembro, no centro, a sua companhia dramática Nacional. Segundo alguns, este foi o marco de fundação do teatro brasileiro<ref>http://www.culturaniteroi.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=71&Itemid=64</ref>.
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File:Charles and William Darwin.jpg|Charles Darwin, à esquerda e seu filho William em foto de 1842
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