História da Contabilidade/A Contabilidade na Idade Contemporânea: diferenças entre revisões

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[[File:Bataille Jemmapes.jpg|thumb|Batalha de Jemmapes, em 1792, na revoluçãoRevolução Francesa]]
[[File:Business Day Book.jpg|thumb|Livro-diário do século XIX]]
[[File:Hauptbuch Hochstetter vor 1828.jpg|500px|thumb|Livro-diário alemão de 1828]]
[[File:Charles Ezra Sprague (soldier).jpg|thumb|Charles Ezra Sprague, um importante nome da história da contabilidade estadunidense]]
[[File:Wachovia National Bank 1906 statement.jpg|500px|thumb|Balanço patrimonial de 1906 do Wachovia National Bank]]
[[File:2009-02-24 AICPA in Durham.jpg|thumb|Escritório dado AICPAInstituto Estadunidense de Contabilistas Públicos Certificados em Durham, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos]]
[[Image:Banco Hispano Americano (Madrid) 04.jpg|thumb|Escultura representando o cálculo, em Madri, na Espanha]]
A Idade Contemporânea teve início com a Revolução Francesa, em 1789, a qual determinou um período histórico de libertação do indivíduo frente ao estado. Tal libertação significou, a nível de história da contabilidade, o surgimento de inúmeras escolas contábeis.
 
A primeira foi a escola Lombardalombarda ou Administrativaadministrativa, que surgiu com a publicação de ''La contabilitàContabilità applicataApplicata alle ammministrazioniAmmministrazioni privatePrivate e pubblichePubbliche'', de Francisco Villa, em 1840. EstaEssa escola defendia que o principal objetivo da contabilidade era a administração das entidades. Vale lembrar que a administração de empresas ainda não se constituía em um ramo independente do conhecimento, nessa época. A contabilidade deixava de se limitar à apuração dos saldos das contas e passava a se preocupar em como gerir as empresas. Outro importante representante desta escola foi Antonio Tonzig.
 
A escola Personalistapersonalista, Logismográficalogismográfica, Jurídicojurídico-personalista ou Toscanatoscana surgiu em 1867, com a publicação de ''I cinquecontistiCinquecontisti ovveroOvvero la ingannevolaIngannevola teoricaTeorica che vieneViene insegnataInsegnata negli istitutiIstituti tecniciTecnici del regnoRegno e fuoriFuori del regnoRegno intorno il sistemaSistema de scritturaScrittura a partitaPartita doppiaDoppia e nuovoNuovo saggioSaggio per la facileFacile intelligentzaIntelligentza ed applicazioneApplicazione del sistemaSistema'' por Francesco Marchi. Além dele, destacaram-se, nessa escola, Giuseppe Cerboni e Giovanni Rossi. Fundava-se no estudo das relações jurídicas entre os proprietários da empresa, os correspondentes (terceiros que negociavam com a empresa) e os agentes consignatários (empregados a quem eram confiados os valores da empresa).
 
A escola Controlistacontrolista ou Venezianaveneziana surgiu com a publicação de ''La ragioneriaRagioneria'', de Fabio Besta, em 1880. Além de Besta, seus principais defensores foram Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia, Pietro Rigobon e Pietro D'Alvise. Segundo essa escola, o objetivo da contabilidade seria o controle das empresas. Tal controle poderia ser anterior ao fato econômico (contratos, por exemplo), concomitante (vigilância sobre os empregados, por exemplo) ou posterior (balanço patrimonial, por exemplo). O controle poderia ainda ser ordinário (quando parte da rotina da empresa) ou extraordinário (quando ocorresse de forma excepcional).
 
A escola Estadunidenseestadunidense surgiu em 1887, com a criação da Associação Estadunidense de ContadoresContabilistas Públicos (''American Association of Public Accountants''). Essa escola se preocupou em melhorar a qualidade da informação contábil, de modo a torná-la mais útil para as empresas. Ao mesmo tempo, se preocupou em padronizar a informação contábil, de modo a facilitar a comparação entre o desempenho das várias empresas por parte dos investidores. Foi essa escola a responsável pela divisão da contabilidade em contabilidade financeira (voltada para informar o público externo à empresa) e contabilidade gerencial (voltada para informar os administradores da empresa). Uma outra característica dessa escola foi a grande importância das associações profissionais de contadores em seu desenvolvimento teórico (AAA, AICPA, AAUIA, NYIA, NACA, IMA, ASCPA, AIA, CAP, APB, FAF, FASB etc.). Ao contrário das demais escolas, a estadunidense se preocupou em ser eminentemente prática, evitando construções teóricas muito elaboradas. EstaEssa escola foi ainda responsável pela confecção dos "princípios de contabilidade geralmente aceitos (US-GAAP)". Entre os principais personagens destadessa escola, citam-se: Charles Ezra Sprague, Henry Rand Hatfield, William Andy Paton, Ananias Charles Littleton, Carman George Blough, Maurice Moonitz, Raymond Chambers, Richard Mattessich, Lawrence Robert Dicksee, Kenneth Most e Kenneth Forsythe MacNeal.
 
[[File:Charles Ezra Sprague (soldier).jpg|thumb|Charles Ezra Sprague, um importante nome da história da contabilidade estadunidense]]
A escola Matemáticamatemática defendeu a ideia de que a contabilidade não seria uma ciência social, como julgavam as outras escolas, mas uma ciência baseada na matemática, como a economia, a engenharia ou a física. Ela via os valores numéricos das contas não como realidades físicas, mas como entes abstratos, que podiam referir-se não só a empresas, mas a qualquer outra realidade. Isso explicaria como é possível somar valores de realidades físicas diferentes, como por exemplo o valor da conta caixa com o valor da conta de estoques. Os críticos dessa escola argumentam que não seria possível separar as contas da realidade física que elas representam, ou seja, separar a contabilidade da gestão das empresas. Entre os representantes da escola Matemáticamatemática, figuram Giovanni Rossi e Pierre Garnier.
[[File:Wachovia National Bank 1906 statement.jpg|500px|thumb|Balanço patrimonial de 1906 do Wachovia National Bank]]
[[File:2009-02-24 AICPA in Durham.jpg|thumb|Escritório da AICPA em Durham, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos]]
A escola Matemática defendeu a ideia de que a contabilidade não seria uma ciência social, como julgavam as outras escolas, mas uma ciência baseada na matemática, como a economia, a engenharia ou a física. Ela via os valores numéricos das contas não como realidades físicas, mas como entes abstratos, que podiam referir-se não só a empresas, mas a qualquer outra realidade. Isso explicaria como é possível somar valores de realidades físicas diferentes, como por exemplo o valor da conta caixa com o valor da conta de estoques. Os críticos dessa escola argumentam que não seria possível separar as contas da realidade física que elas representam, ou seja, separar a contabilidade da gestão das empresas. Entre os representantes da escola Matemática, figuram Giovanni Rossi e Pierre Garnier.
 
A Escolaescola Neocontistaneocontista surgiu como uma reação à escola Personalistapersonalista. Essa última escola enfatizava as relações jurídicas entre proprietário, administrador e empregado. A escola Neocontistaneocontista reafirmava a importância da apuração dos saldos das contas como elemento fundamental da contabilidade. Essa escola foi representada por pensadores franceses como Jean Dumarchey, René Delaporte, Jean Bournisien, Albert Calmés, Léon Batardon e L. Quesnot.
 
A contabilidade no Brasil teve como marco simbólico inicial a inauguração da escolaEscola de comércioComércio Álvares Penteado em 1902, em São Paulo. Tal escola adotou a linha europeia, ou seja, as escolas alemã e italiana<ref>MARION, J. C. ''Contabilidade empresarialEmpresarial''. Décima edição. São Paulo: Atlas, 2003. p.31.</ref>.
 
A escola Alemãalemã surgiu em 1919 com a publicação do livro de Schmalembach sobre balanço dinâmico. Trouxe como inovações: a separação clara do balanço patrimonial da demonstração do resultado do exercício, a correção monetária de acordo com um índice geral de preços ou com o padrão-ouro, e valoração dos ativos pelos preços correntes. Seus principais autores foram Schmalembach, Schmidt, Gomberg, Schär e Gutenberg.
 
A Modernamoderna Escolaescola Italianaitaliana, ou Economiaeconomia Aziendalaziendal, surgiu em 1922 e perdura até os dias de hoje. Defende que o objetivo da contabilidade é calcular o resultado das empresas. Seu principal pensador é Gino Zappa.
 
A escola Patrimonialistapatrimonialista surgiu em 1926 com a publicação do livro ''Ragioneria generaleGenerale'', de Vincenzo Mazi. Segundo essa escola, o objetivo da contabilidade é o estudo do patrimônio. Esse, por sua vez, se dividiria em: contas de ativo, contas de passivo e contas diferenciais (o patrimônio líquido). Os críticos dessa escola, no entanto, afirmam que esse objetivo é demasiadamente ambicioso para os recursos de que disporia a contabilidade. Esses críticos se localizam principalmente na Itália, razão pela qual esta escola logrou maior sucesso fora de seu país de origem. Outro grande pensador desta escola é o brasileiro Frederico Herrmann Júnior.
 
Entre 1950 e 1980, foram muito utilizadas as máquinas contábeis, que eram máquinas mecânicas projetadas para o recolhimento e o armazenamento das informações referentes às atividades das empresas, por meio de fichas e cartões perfurados. Entraram em desuso com o advento dos computadores pessoais.
 
A contabilidade brasileira, que inicialmente havia adotado as escolas europeias, passou a adotar a escola Estadunidenseestadunidense na segunda metade do século XX, devido ao poderio econômico incontestável dos Estados Unidos. Três marcos dessa mudança na contabilidade brasileira aconteceram durante a década de 70 desse século: o lançamento do livro ''"Contabilidade introdutória''Introdutória" por parte de professores da FEA/USPFaculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, o advento da Lei 6. 404/76 de 1976 e a publicação da Circular 179/72 de 1972 do Banco Central<ref>MARION, J. C. ''Contabilidade empresarialEmpresarial''. Décima edição. São Paulo: Atlas, 2003. p.31.</ref>.
 
O sistema de custeio baseado em atividades (custeamento ABC) foi um inovador sistema de cálculo de custos desenvolvido pelos professores estadunidenses Robert Kaplan e Robin Cooper, em meados da década de 1980. Ele se baseia na atribuição de custos a atividades, e, em seguida, na distribuição das atividades aos diversos produtos. O sistema ABC éÉ um importante auxiliar no gerenciamento das empresas, uma vez que permite a atribuição de responsabilidades segundo as atividades.
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Image:Banco Hispano Americano (Madrid) 04.jpg|Escultura representando o cálculo, em Madri, na Espanha
File:2005-11 schreibtisch kassenbuch.JPG|Mesa com livros contábeis em 1910
File:Bancocentralbrasil.JPG|Sede do Banco Central brasileiro, em Brasília
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File:Haushaltsbuch 1933.jpg|Livro-diário alemão de 1933
File:Powers-Samas accounting machine.jpg|Máquina contábil britânica
File:Activity-based Costing.jpg|Custeamento ABCbaseado em atividades (R=Custos, A=Atividades e O=Produtos)
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