Civilização Tupi-Guarani/Sociedade: diferenças entre revisões

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Nas guerras, as principais armas utilizadas eram o arco e flecha e o porrete (a ''ibirapema'', também chamada ''taca'pe''<ref>HOLANDA, A.B. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1639</ref> ou ''tangapema''), confeccionada com madeira de pau-ferro<ref>''Supermanual do Escoteiro-mirim''. São Paulo: Abril, 1979. p. 16</ref> (''Caesalpinia ferrea''), moldada no formato de um remo com bordas cortantes, ornamentada com pinturas, penas e borlas de algodão e que era utilizada para partir o crânio dos inimigos com um só golpe. Também era ocasionalmente utilizado um escudo feito de pele de anta-brasileira (''Tapirus terrestris'') ou de casca de árvore<ref>STADEN, H. ''Duas Viagens ao Brasil''. Tradução de Angel Bojadsen. Porto Alegre/RS: L&PM, 2010. p. 159</ref>. Nos frequentes ataques a outras tribos, enfeitam-se com penas vermelhas, como forma de se distinguirem da tribo atacada<ref>STADEN, H. ''Duas Viagens ao Brasil''. Tradução de Angel Bojadsen. Porto Alegre/RS: L&PM, 2010. p. 159</ref>.
 
Não se tem registro de que os tupis da costa brasileira tivessem desenvolvido alguma técnica de luta sem armas. Porém os atuais índios camaiurás, que habitam o Parque do Xingu, no estado brasileiro do Mato Grosso, praticam uma luta chamada huka-huka em suas festas, luta esta que é semelhante à luta livre olímpica, ao judô, ao sumô e ao jiu-jítsu. A luta tem por objetivo encostar as costas do adversário no chão e é uma demonstração da virilidade dos lutadores. A luta também serve como um elemento de confraternização e união entre as diferentesdemais tribos do parqueParque do Xingu, que também a praticam. O nome da luta é uma referência aos gritos dos lutadores no início da luta ("ru, ra, ru, ra"), que parecemprocuram estarimitar dizendoo ''huka,urro huka''da onça-pintada<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xingu/1548</ref>.
 
Em tempos de guerra ou de calamidade, os índios obedeciam a um chefe: o ''morubixaba'', também chamado ''tuixaua''. Porém, em tempos de paz, quem tinha maior autoridade era o pajé (Em tupi, ''paîé''. O acento circunflexo determina uma vogal átona.), líder espiritual que comandava as festividades do dia a dia, curava os doentes com ervas e rituais sagrados e orientava as pessoas. O pajé também podia ser chamado de ''karai''.
[[File:Hans Staden, Dois Chefes Tupinambás com os Corpos Adornados por Plumas.gif|thumb|Representação de chefes tupis no livro "História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens...''", de Hans Staden, de 1557. O da esquerda carrega o típico porrete tupi adornado para a guerra, o ''ibirapema'' (literalmente, "madeira angulosa"). O da direita segura arco e flechas<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>.]]
Os macro-tupis plantavam milho (''abati''<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>), mandioca (''mãdi'og'')<ref>HOLANDA, A. B. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1986. p. 1077</ref>, batata-doce, cará (''ka'rá'')<ref>HOLANDA, A. B. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1986. p. 346</ref>, abóbora, algodão, amendoim (''mãdu'bi'', ''mãdu'i''<ref>HOLANDA, A. B. ''Novo Dicionário da Língua Portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1986. p. 104</ref>), pimenta, feijão (''komandá''<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>) e tabaco (''petyma''<ref>http://www.fflch.usp.br/dlcv/tupi/vocabulario.htm</ref>). Utilizavam o sistema da coivara, ou queimada, para preparar o terreno para o plantio. Após diversas queimadas e plantios consecutivos, o solo ficava empobrecido, obrigando a tribo a se deslocar em busca de terrenos mais férteis. Isto explica, em parte, o seminomadismo dos macrotupi.
[[File:Peanut 9417.jpg|thumb|Plantação de amendoim]]