Civilização macrojê/História: diferenças entre revisões

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Assim como algumas tribos tupis se aliaram aos portugueses, alguma tribos jês se aliaram aos neerlandeses, quando estes invadiram o nordeste brasileiro no século XVII. Por exemplo, a nação tarairiu, que ocupava o interior dos atuais estados brasileiros da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará<ref>http://www.auniao.pb.gov.br/v2/index.php?option=com_content&task=view&id=5295&Itemid=44</ref>.
 
O avanço dos colonizadores portugueses sobre territórios habitados pelos índios do grupo macro-jê, visando à plantação de cana-de-açúcar, criação de gado e exploração de minas, causou reações violentas, como por exemplo a Confederação dos Cariris, que foi uma revolta generalizada das tribos de línguas macro-jês que habitavam o nordeste brasileiro contra os portugueses, no final do século XVII e início do século XVIII. Entre as tribos, estavam os paiacus, os caripus, os icós, os caratiús e os cariris. A revolta durou de 1688 a 1713 e terminou com a derrota e a quase extinção desses povos<ref>BUENO, E. ''Brasil'' - umaUma História''. Segunda edição. São Paulo: Ática, 2003. p. 66</ref>.
 
O avanço dos colonizadores europeus continuou ao longo dos séculos, diminuindo progressivamente a área dos índios de línguas macro-jês que, antes da chegada do homem branco, detinham o controle de praticamente todo o Brasil Central. Muitas tribos foram forçadas a fugir para o oeste e outras foram dizimadas sem deixar qualquer registro escrito sobre suas culturas e línguas.
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No final do século XIX e início do século XX, foi construída a Estrada de Ferro Vitória - Minas, desalojando os últimos índios aimorés que ainda habitavam a região. Os últimos remanescentes dos aimorés estão atualmente em reservas nos arredores do município de Resplendor, em Minas Gerais, sob a denominação de crenaque, que é o nome pelo qual eles mesmos se reconhecem.
[[File:Implantação de trecho da EFVM, Coronel Fabriciano MG.jpg|thumb|Implantação da estrada de ferro Vitória - Minas perto de Coronel Fabriciano, em Minas Gerais, no Brasil, em 1924]]
No início do século XX, foram realizados os primeiros estudos científicos sobre a língua caingangue. No caso, por um frei capuchinho italiano encarregado da catequese indígena no norte do estado brasileiro do Paraná, Mansueto Barcatta de Val Floriana, que escreveu um dicionário e uma gramática da língua, em 1918 e 1920<ref>http://www.portalkaingang.org/index_lingua_2_1.htm</ref>.
 
Dentro de um processo de reconhecimento científico e político do valor da cultura indígena, o governo brasileiro iniciou uma política de pesquisa da cultura indígena, pacificação de tribos indígenas hostis e criação de reservas indígenas onde os índios poderiam preservar sua cultura, como o Parque Indígena do Xingu, criado em 1961. Vários nomes se destacaram dentro desse processo, como os irmãos Villas-Bôas, o antropólogo Darci Ribeiro e o marechal Rondon: este, um descendente de várias etnias indígenas, como a dos bororos, por exemplo.
 
Outro intelectual que se destacou dentro desse processo de estudo da cultura indígena brasileira foi o antropólogo belga Claude Lévi-Strauss, que, durante a segunda metade da década de 1930, realizou várias expedições pelo interior do Brasil visando a estudar a cultura indígena. Entre as etnias por ele visitadas, estavam a dos caingangues e a dos bororos. Suas experiências ficaram registradas em seu famoso livro, "Tristes Trópicos", lançado em 1955.
 
Em 1937, foi criada a Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, no sul do estado brasileiro da Baía, destinada a abrigar índios pataxós hã-hã-hães. Porém, logo em seguida, o governo brasileiro começou a conceder lotes dentro da terra indígena para agricultores, iniciando um conflito fundiário que perduraria por décadas.
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Em meados do século XX, despontou no futebol mundial um descendente de índios fulniôs: Mané Garrincha<ref>http://dialetica.org/agridoce/2009/03/13/garrincha-do-disparo-da-flecha-fulnio-a-ultima-garrafa/</ref>.
 
Na década de 1960, os índios xavantes foram expulsos de suas terras no estado brasileiro do Mato Grosso e transferidos para uma reserva indígena. No lugar desocupado pelos xavantes, foi instalada a fazenda Suiá-missu<ref>http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=2399</ref>. Nessa década, uma pesquisadora alemã do Summer Institute of Linguistics, Ursula Wiesemann, criou um alfabeto para a língua caingangue<ref>http://www.portalkaingang.org/index_lingua_2_2.htm</ref>.
 
Em 1967, devido a denúncias de irregularidades administrativas no Serviço de Proteção ao Índio, este foi substituído por um novo órgão: a Fundação Nacional do Índio.
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No início da década de 1970, as obras de construção da estrada BR-163, que ligaria a cidade de Cuiabá, no estado brasileiro de Mato Grosso, até a cidade de Santarém, no estado brasileiro do Pará, atingiram o território tradicional dos índio panarás, na bacia do Rio Peixoto de Azevedo, no extremo norte do estado de Mato Grosso. Como resultado deste contato, muitas doenças se disseminaram entre os índios, gerando grande mortandade e levando a Força Aérea Brasileira a executar uma operação de resgate dos índios em 1975, transportando-os até uma nova morada: o Parque Nacional do Xingu, 250 quilômetros a oeste.
 
Na década de 1970, despontou o líder caiapó Tutu Pombo, no sul do estado brasileiro do Pará. Tutu inovou ao, invés de buscar o confronto contra o homem branco, como era a tradicional postura indígena, procurar lucrar através da permissão de exploração de madeira, ouro e pedras preciosas em suas terras. Como resultado, os índios de sua aldeia, chamada Cricretum, se tornaram os mais ricos do Brasil. Sua postura, porém, tornou-se polêmica, pois, ao mesmo tempo em que permitiu a autossuficiência econômica de sua aldeia, gerou grande destruição ambiental<ref>http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/8079_INDIO+QUER+A+TERRA+SE+NAO+DER+PAU+VAI+COMER</ref><ref>http://veja.abril.com.br/arquivo_veja/capa_09101991.shtml</ref><ref>http://www.oexplorador.com.br/site/ver.php?codigo=12299</ref>.
[[File:Cândido Rondon.jpg|thumb|Marechal Rondon]]
 
Em 1972, os índios xerentes conseguiram, pela primeira vez, demarcar parte de suas terras no estado do Tocantins<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xerente/1171</ref>.
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Em 2011, o líder caiapó Raoni recebeu o título de cidadão honorário da cidade de Paris, em reconhecimento por sua luta pela defesa da Floresta Amazônica<ref>http://www.jn.pt/PaginaInicial/Brasil/Interior.aspx?content_id=2024057</ref>.
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File:Cândido Rondon.jpg|Marechal Rondon
File:SanAgustinPatz.JPG|Praça de Gertrudis Bocanegra, em Pátzcuaro, em Michoacán, no México
File:BR-163-364-070.jpg|Estrada BR-163