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[[File:Viana escultura do caramuru e museu do traje (2).JPG|thumb|Estátua de Caramuru e Paraguaçu em Viana do Castelo, a cidade natal de Caramuru]]
[[File:Paços das Escolas - Dom João III.jpg|thumb|Estátua do rei dom João III em Coimbra, em Portugal]]
Até aproximadamente o ano 1000, o atual território baiano era ocupado por índios do grupo linguístico macro-jê. A partir de então, com a expansão dos índios do grupo linguístico macro-tupi pela América do Sul a partir do sul da Amazônia, estes passaram a dominar o litoral baiano, deslocando os povos macro-jês para o interior. À altura do século XVI, o litoral baiano era dominado pelos índios tupinambás, ao norte e tupiniquins, ao sul<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma História''. Segunda edição. São Paulo: Ática, 2003. p. 18</ref>. Em 22 de abril de 1500, a expedição portuguesa de Pedro Álvares Cabral avistou o Monte Pascoal, no litoral sul baiano, descobrindo oficialmente o Brasil perante a Europa<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma História''. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. p.32</ref>.
Em uma dessas expedições portuguesas, o navegador florentino Américo Vespúcio nomeou a atual Baía de Todos os Santos, por ela ter sido encontrada no dia 1 de novembro de 1501, dia de todos os santos, segundo a Igreja Católica<ref>http://educacao.uol.com.br/biografias/americo-vespucio.jhtm</ref>. Uma das frequentes incursões de comerciantes franceses pela costa brasileira na época pode ter sido a responsável por deixar, na Baía de Todos os Santos, por volta de 1510, um náufrago português. Era Diogo Álvares Correia, que, por ter sido encontrado, pelos índios tupinambás, nu e envolto em algas entre as pedras, foi apelidado de "lampreia" (em língua tupi, ''caramuru''). Diogo foi acolhido pela tribo e se casou com a filha do chefe, chamada Paraguaçu. Diogo aprendeu a língua tupi e passou a exercer um importante papel como intermediador entre os índios locais e os comerciantes franceses e portugueses. Atribui-se a ele, ainda, a fundação da atual cidade baiana de Cachoeira<ref>http://www.caestamosnos.org/efemerides/148.htm</ref>. Em 1532, o rei português dom João III decidiu dividir o Brasil em lotes feudais, as capitanias hereditárias, com o objetivo de estimular a ocupação do Brasil por colonos portugueses e, assim, consolidar o domínio português na região.
Em vista dessa situação de fracasso da maior parte das capitanias hereditárias brasileiras, o rei português dom João III decidiu, em 1549, criar uma administração estatal unificada no Brasil, o chamado governo-geral. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que chegou à Baía de Todos os Santos em 29 de março desse ano, com o objetivo de edificar aquela que seria a primeira capital do Brasil: Salvador<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma História''. Segunda edição. São Paulo: Ática, 2003. p. 46</ref>. A atividade econômica mais importante no Brasil, nessa época, era o cultivo de cana-de-açúcar e a subsequente produção de açúcar. ▼
Como essa era a atividade mais rendosa, ela ocupou a porção mais fértil da Região Nordeste do Brasil, ou seja, o litoral, fazendo com que a pecuária necessária para alimentar a população tivesse que se deslocar para o interior da região, na época habitado por tribos indígena falantes de idiomas macro-jês, como os cariris, os camacãs, os maxacalis e os crenaques. A penetração da pecuária no interior baiano viria a atingir o vale do Rio São Francisco em meados do século XVII<ref>PRADO JÚNIOR, C. ''História Econômica do Brasil''. 39ª edição. São Paulo: Brasiliense, 1992. pp.44-45</ref>. A partir de meados do século XVI, começaram a chegar os primeiros escravos africanos ao Brasil, substituindo a mão de obra escrava indígena. Inicialmente, provindos da região da Guiné. A partir do século seguinte, no entanto, a maior parte dos escravos africanos passou a vir da região de Angola<ref>BUENO, E. ''Brasil'': Uma História. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. pp.114-116</ref>. Estes africanos foram responsáveis por introduzir a arte marcial da capoeira na Baía<ref>http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/elo-perdido</ref>. ▼
▲Em vista dessa situação de fracasso da maior parte das capitanias hereditárias brasileiras, o rei português dom João III decidiu, em 1549, criar uma administração estatal unificada no Brasil, o chamado governo-geral. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que chegou à Baía de Todos os Santos em 29 de março desse ano, com o objetivo de edificar aquela que seria a primeira capital do Brasil: Salvador<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma História''. Segunda edição. São Paulo: Ática, 2003. p. 46</ref>.
A partir do século XVIII, a maior parte dos escravos africanos traficados para o Brasil passou a provir da região da Costa da Mina<ref>BUENO, E. ''Brasil'': Uma História. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. pp.114-116</ref>. Foram estes africanos que introduziram a religião do candomblé na Baía. Em 1763, Portugal decidiu transferir a capital da colônia (então denominada Vice-reino do Brasil) para o Rio de Janeiro, que ficava mais próximo das Minas Gerais recém-descobertas do que Salvador. Em 1765, devido ao estado precário da Igreja da Sé, a sede da arquidiocese de Salvador foi transferida para a Capela do Colégio dos Jesuítas, os quais haviam sido expulsos do Brasil quatro anos antes. No final do século XVIII, a Conjuração Baiana pretendeu a separação da Capitania da Baía em relação a Portugal. O movimento, porém, foi duramente reprimido pelo governo português e seus líderes condenados à morte ou ao exílio na África.
A independência brasileira em relação a Portugal, que foi enfim proclamada na Capitania de São Paulo em 7 de setembro de 1822 por dom Pedro I, somente veio a ser efetivada na Capitania da Baía em 14 de junho de 1823, através de declaração da Câmara da Vila de Santo Amaro da Purificação. Tal atraso se deveu à grande resistência das tropas portuguesas na Baía, tropas estas que somente vieram a se render em 2 de julho de 1823, após violentos combates contra as forças locais pró-independência. Após a independência, as capitanias brasileiras passaram a ser chamadas províncias. Em 1832, a Revolução Federalista eclodiu nas vilas de São Félix e Cachoeira, liderada por Bernardo Miguel Guanais Mineiro. A revolta tinha, por objetivo, o estabelecimento de um governo republicano. Na noite de 24 para 25 de janeiro de 1835, a cidade de Salvador foi tomada pela Revolta dos Malês, uma revolta liderada pelos escravos de religião muçulmana (os chamados "malês"). ▼
▲A partir de meados do século XVI, começaram a chegar os primeiros escravos africanos ao Brasil, substituindo a mão de obra escrava indígena. Inicialmente, provindos da região da Guiné. A partir do século seguinte, no entanto, a maior parte dos escravos africanos passou a vir da região de Angola<ref>BUENO, E. ''Brasil'': Uma História. Segunda edição revista. São Paulo: Ática, 2003. pp.114-116</ref>. Estes africanos foram responsáveis por introduzir a arte marcial da capoeira na Baía<ref>http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/elo-perdido</ref>.
A revolta tinha, por objetivo, estabelecer uma monarquia islâmica, mas foi derrotada pela tropas do governo. Em 1837 e 1838, a Baía foi cenário de mais uma revolta popular, a Sabinada, liderada pelo médico Francisco Sabino. A revolta tinha como objetivo combater os supostos privilégios concedidos pelo governo aos portugueses residentes na província. A revolta foi sufocada violentamente pelas forças do governo central, causando mais de mil mortes. Em meados do século XIX, foram descobertos diamantes na região da Chapada Velha. Tal fato motivou o início do ciclo dos diamantes na região, que durou três décadas e que alterou a denominação da região para Chapada Diamantina<ref>http://salesianochapada2008.blogspot.com/2008/09/o-ciclo-do-diamante.html</ref>. Da segunda metade do século XIX até as primeiras décadas do século XX, o sul do estado foi o maior produtor mundial de cacau.
Foi o chamado ciclo do cacau, que fez prosperar cidades como Ilhéus e Itabuna<ref>http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cacau/cacau-4.php</ref>. No final do século XIX, o movimento em prol da abolição da escravidão no país ganhou força. Um dos principais nomes do movimento foi o do poeta baiano Castro Alves. Em 1888, a escravidão foi abolida no país pela Princesa Isabel através da Lei Áurea. Um ano depois, a monarquia brasileira foi derrubada, dando lugar ao regime republicano, o qual transformou as províncias brasileiras em estados. Em 1873, foi inaugurado o Elevador Lacerda, ligando a Cidade Alta de Salvador à Cidade Baixa. Em 1912, foi inaugurado o Mercado Modelo, um centro de abastecimento popular na Cidade Baixa de Salvador. Em 7 de agosto de 1933, foi demolida a antiga Sé de Salvador, para abrir espaço para a implantação de linhas de bonde.
Em 1969, o Mercado Modelo foi destruído por um incêndio, causando a sua transferência para o edifício da alfândega, uma construção do século XIX. Em 1999, foi erguido o Monumento da Cruz Caída, no lugar onde se erguia a antiga Sé de Salvador.▼
▲A independência brasileira em relação a Portugal, que foi enfim proclamada na Capitania de São Paulo em 7 de setembro de 1822 por dom Pedro I, somente veio a ser efetivada na Capitania da Baía em 14 de junho de 1823, através de declaração da Câmara da Vila de Santo Amaro da Purificação. Tal atraso se deveu à grande resistência das tropas portuguesas na Baía, tropas estas que somente vieram a se render em 2 de julho de 1823, após violentos combates contra as forças locais pró-independência.
▲Em 1969, o Mercado Modelo foi destruído por um incêndio, causando a sua transferência para o edifício da alfândega, uma construção do século XIX.
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File:Cidade Histórica de Porto Seguro.jpg|Centro histórico de Porto Seguro. Ao centro, o marco da posse; à esquerda, a Igreja de Nossa Senhora da Pena e, à direita, a antiga Casa da Câmara e Cadeia e atual Museu de Porto Seguro
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File:IgrejaSaoJorge.jpg|Igreja Matriz de São Jorge dos Ilhéus, erguida em 1556<ref>http://www.feriasbrasil.com.br/ba/ilheus/igrejamatrizdesaojorgedosilheus.cfm</ref>, em Ilhéus
File:ThomeSousa.jpg|Estátua de Tomé de Sousa em Salvador
Ficheiro:Guato language.png|Mapa mostrando a distribuição das tribos macro-jês no século XVI
File:El Mina, Fortaleza de São Jorge da Mina, e castelo no monte de S. Tiago, Ghana.jpg|Gravura de 1750 retratando o Castelo de São Jorge da Mina, em atual território ganense
File:Salvador-JesuitChurch.jpg|Antiga Igreja dos Jesuítas, atual Catedral de Salvador
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