História da Europa/Antecedentes da História da Europa: diferenças entre revisões

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== Bárbaros unidos ==
 
Com o declínio do poder romano, tribos de além da fronteira moveram-se para dentro delas para aproveitar as boas terras.
Com o declínio do poder romano, tribos de além da fronteira moveram-se para dentro delas para preencher este vácuo. Os visigodos formaram um novo reino na Ibéria, enquanto os vândalos, por fim, se estabeleceram na África norte. A Grã-Bretanha romana, que tinha convidado guerreiros anglo-saxões para suas terras para ajudar a repelir os ataques de outros bárbaros, se deu conta de que os anglo-saxões decidiram ficar. A própria Itália pós-romana caiu sob influência dos ostrogodos, cujo mais influente rei, Teodorico, foi saudado como um novo imperador pelo Senado romano e teve boas relações com o papa cristão, mas manteve a sede de seu poder em Ravena no norte da Itália. O sul da Itália e da Sicília ficariam sob a influência do Imperador Bizantino por vários séculos durante este período.
 
Os visigodos formaram um novo reino na Ibéria, enquanto os vândalos, por fim, se estabeleceram na África norte.
A província da Gália, que fora a mais próspera das províncias romanas do Ocidente, tornou-se possessão dos francos. A sociedade galo-romana e seus líderes acabariam se assimilando aos francos, contando com os guerreiros deles para proteção e cimentando relações de casamento com clãs francos. O novo Reino Franco incluía muito do leste da Alemanha e norte da França modernas, seu poder nesta região tornou-se claro através de vitórias sobre os visigodos e outros bárbaros rivais. A palavra que o alemão usa para a França hoje em dia, ''Frankreich'', é uma homenagem ao reino franco de outros tempos.
 
Na Bretanha, as tribos germânicas chegaram e se fixaram na costa leste. Esses colonos eventualmente formaram pequenos reinos anglo-saxões, ocupando o espaço deixado pela partida dos romanos.
A dinastia merovíngia, que recebeu esse nome a partir do lendário rei tribal Meroveu, foi a primeira a governar o reino franco. Seu governante mais habilidoso e poderoso, Clóvis, converteu-se ao cristianismo Católico em 496 como promessa por ter vencido uma batalha. O último soberano do reinado merovíngio unificado foi Clóvis, que se converteu ao cristianismo como promessa por ter vencido uma batalha. Aquando da morte de Clóvis, ele dividiu seu reinado entre seus vários filhos, os quais, com sua rivalidade causaram uma sangrenta guerra civil de um século. Alguns como Chilperico, eram loucos, e nenhum estava disposto a abrir mão de terras ou poder para uma reunificação do reino. A fortuna dos merovíngios declinou e eles perderam importância.
 
A própria Itália pós-romana caiu sob influência dos ostrogodos, cujo mais influente rei, Teodorico, foi saudado como um novo imperador pelo Senado romano e teve boas relações com o papa cristão, mas manteve a sede de seu poder em Ravena no norte da Itália.
 
O sul da Itália e da Sicília ficariam sob a influência do Imperador Bizantino por vários séculos durante este período.
 
A província da Gália, que fora a mais próspera das províncias romanas do Ocidente, tornou-se possessão dos francos.
 
A sociedade galo-romana e seus líderes acabariam se assimilando aos francos, contando com os guerreiros deles para proteção e cimentando relações de casamento com clãs francos.
 
O novo Reino Franco incluía muito do leste da Alemanha e norte da França modernas, seu poder nesta região tornou-se claro através de vitórias sobre os visigodos e outros bárbaros rivais.
 
A palavra que o alemão usa para a França hoje em dia, ''Frankreich'', é uma homenagem ao reino franco de outros tempos.
 
A dinastia merovíngia, que recebeu esse nome a partir do lendário rei tribal Meroveu, foi a primeira a governar o reino franco.
 
Seu governante mais habilidoso e poderoso, Clóvis, converteu-se ao cristianismo católico em 496 como promessa por ter vencido uma batalha.
 
A dinastia merovíngia, que recebeu esse nome a partir do lendário rei tribal Meroveu, foi a primeira a governar o reino franco. Seu governante mais habilidoso e poderoso, Clóvis, converteu-se ao cristianismo Católico em 496 como promessa por ter vencido uma batalha. O último soberano do reinado merovíngio unificado foi Clóvis, que se converteu ao cristianismo como promessa por ter vencido uma batalha. AquandoQuando da morte de Clóvis, ele dividiutinha dividido seu reinadoreino entre seus vários filhos, os quais, com sua rivalidade causaram uma sangrenta guerra civil de um século. Alguns como Chilperico, eram loucos, e nenhum estava disposto a abrir mão de terras ou poder para uma reunificação do reino. A fortuna dos merovíngios declinou e eles perderam importância.
 
[[Imagem:Karl den store krons av leo III.jpg|250 px|thumb|right|''Coroação de Carlos Magno''.]]
 
A ascensão de um novo poder governante, a dinastia carolíngia, foi o resultado da expansão dos poderes do ''majordomo'', ou "chefe da casa". Os reis merovíngios deram aos seus ''majordomo'' extensos poderes para comandar e controlar seus estados e alguns ''majordomos'' usaram esses poderes para comandar e controlar territórios inteiros. Pepino II foi um dos primeiros a expandir seu poder de tal maneira que dominava quase toda a Gália. Seu filho, também um ''majordomo'', Carlos Martel, venceu a Batalha de Tours, contra os exércitos islâmicos invasores, mantendo a influência muçulmana afastada da maior parte da Europa. Martel, significando "O Martelo", era uma referência à sua arma favorita.
 
Os reis merovíngios deram aos seus ''majordomos'' extensos poderes para comandar e controlar seus estados e alguns ''majordomos'' usaram esses poderes para comandar e controlar territórios inteiros.
O filho de Martel, Pepino III o Breve, depois de pedir apoio ao Papa, desfez-se das "marionetes" merovíngias. O papado deu permissão a Pepino para depor os merovíngios de forma a assegurar o apoio franco dos Estados papais, e proteção contra incursões lombardas. Pepino foi declarado ''rex Dei gratia'', "rei pela graça de Deus", estabelecendo assim um poderoso precedente para o Absolutismo europeu, no sentido de que se declarava que alguém era rei pela vontade do Deus cristão.
 
Pepino II foi um dos primeiros a expandir seu poder de tal maneira que dominava quase toda a Gália. Seu filho, também um ''majordomo'', Carlos Martel, venceu a Batalha de Tours, contra os exércitos islâmicos invasores, mantendo a influência muçulmana afastada da maior parte da Europa.
Martel, significando "o martelo", era uma referência à sua arma favorita.
 
O filho de Martel, Pepino III o Breve, depois de pedir apoio ao Papa, desfez-se das "marionetes" merovíngias.
 
O papado deu permissão a Pepino para depor os merovíngios de forma a assegurar o apoio franco dos Estados papais, e proteção contra incursões lombardas.
 
O filho de Martel, Pepino III o Breve, depois de pedir apoio ao Papa, desfez-se das "marionetes" merovíngias. O papado deu permissão a Pepino para depor os merovíngios de forma a assegurar o apoio franco dos Estados papais, e proteção contra incursões lombardas. Pepino foi declarado ''rex Dei gratia'', "rei pela graça de Deus", estabelecendo assim um poderoso precedente para o Absolutismo europeu, no sentido de que se declarava que alguém era rei pela vontade do Deus cristão.
 
(Tanto Pepino II quanto Pepino III foram conhecidos como Pepino, o Jovem, já que Pepino I foi Pepino, o Velho. Contudo, Pepino III também é conhecido como Pepino, o Breve, então este é o nome que será usado aqui.)
 
Pepino, o Breve foi o fundador da dinastia carolíngia, que experimentou seu clímax sob o reinado de Carlos Magno, "Carlos, o Grande".
Pepino, o Breve foi o fundador da dinastia carolíngia, que experimentou seu clímax sob o reinado de Carlos Magno, "Carlos, o Grande". Carlos Magno também foi o primeiro rei coroado Imperador do Sacro Império Romano — suposto sucessor dos Césares e protetor da Igreja Católica. Carlos Magno, cujo império expandido através da conquista para englobar a maior parte das modernas Alemanha e França, criou algo como um renascimento para o mundo intelectual no reino franco. Carlos Magno apoiou monastérios e fazia monges reproduzirem a Bíblia, em manuscritos com iluminuras, em salas chamadas ''scriptoria''. Para as mulheres, a confecção de roupas era um dos poucos modos de expandir seus horizontes intelectuais e de fazer algo além de dar à luz e trabalhar nos campos.
 
Carlos Magno também foi o primeiro rei coroado Imperador do Sacro Império Romano — suposto sucessor dos Césares e protetor da Igreja Católica.
Os filhos de Carlos Magno seguiram a tradição germânica depois da morte dele e dividiram o reino entre si durante o século IX. Surgiram os "reinos francos do Leste e Oeste", os quais nos séculos seguintes seriam chamados França e Alemanha (a última, conhecida como Sacro Império Romano-Germânico). Por essa época, as pacíficas<!--settled--> regiões da Europa Ocidental estavam sob<!--came under--> crescente ataque de vikings ou Homens do Norte, bandos independentes de guerreiros navegadores da Dinamarca e Escandinávia dos quais os deuses incluíam Thor e Odin e cujos ataques a ricas cidades e igrejas cristãs eram apenas uma característica de suas redes de comércio que abarcavam o Atlântico e a Europa, de Newfoundland a Bizâncio. A atividade viking continuou até que a Noruega e a Suécia relutantemente aceitaram o cristianismo nos séculos XI e XII. A Inglaterra, a Irlanda e a Normandia francesa viram sólido assentamento viking neste período, com importantes consequências históricas.
 
Carlos Magno, cujo império expandido através da conquista para englobar a maior parte das modernas Alemanha e França, criou algo como um renascimento para o mundo intelectual no reino franco.
 
Carlos Magno apoiou monastérios e fazia monges reproduzirem a Bíblia, em manuscritos com iluminuras, em salas chamadas ''scriptoria''.
 
Para as mulheres, a confecção de roupas era um dos poucos modos de expandir seus horizontes intelectuais e de fazer algo além de dar à luz e trabalhar nos campos.
 
Os filhos de Carlos Magno seguiram a tradição germânica depois da morte dele e dividiram o reino entre si durante o século IX.
 
Surgiram os "reinos francos do Leste e Oeste", os quais nos séculos seguintes seriam chamados França e Alemanha (a última, conhecida como Sacro Império Romano-Germânico).
 
Por essa época, as pacíficas regiões estáveis da Europa Ocidental estavam sob crescente ataque dos vikings ou Homens do Norte.
 
Eram bandos independentes de guerreiros navegadores da Dinamarca e Escandinávia cujos deuses incluíam Thor e Odin e cujos ataques a ricas cidades e igrejas cristãs eram apenas uma característica de suas redes de comércio que abarcavam o Atlântico e a Europa, de Newfoundland a Bizâncio.
 
A atividade viking continuou até que a Noruega e a Suécia relutantemente aceitaram o cristianismo nos séculos XI e XII. A Inglaterra, a Irlanda e a Normandia francesa viram sólido assentamento viking neste período, com importantes consequências históricas.
 
[[Imagem:Bayeux Tapestry WillelmDux.jpg|thumb|left|250px|A Batalha de Hastings, tapeçaria de Bayeux.]]
 
Na Espanha, um reinado visigodo eletivo floresceu, com conflitos contínuos, até 711, quando a maior parte da Espanha caiu rapidamente sob os invasores mouros.

Um grande império mouro, chamado Califado de Córdoba, floresceu culturalmente e por armas.

Nas montanhas do norte, pequenos reinos cristãos, Galiza, Astúrias, Navarra e Aragão, persistiram.

A fronteira com o Reino Franco, chamada Marca Hispânica, incluía Barcelona desde 801 — a origem do Principado da Catalunha. Os mouros perderam seu último reino espanhol, Granada, em 1492, quando o rei de Aragão, Fernando, casou-se com a rainha de Castela, Isabel, em 1469.

A união dinástica, levando à Carlos V, manteve as fronteiras internas e diferentes nacionalidades, leis e instituições de cada um dos antigos reinos até o século XVIII. Navarra foi anexada em 1515 e ainda mantém suas próprias leis e impostos<!--fiscality--> como o País Basco. A Itália começaria a se dividir em reinados menores governados de várias maneiras diferentes. Contudo, o pensamento do papado ainda seria capaz de exercer grande impacto sobre a maioria do povo europeu.
 
Navarra foi anexada em 1515 e ainda mantém suas próprias leis e impostos como o País Basco. A Itália começaria a se dividir em reinados menores governados de várias maneiras diferentes. Contudo, o pensamento do papado ainda seria capaz de exercer grande impacto sobre a maioria do povo europeu.
 
A Europa Oriental escassamente povoada e mais distante das fronteiras romanas experimentou numerosas invasões e migrações entre os séculos VI e X.
 
De seu lar no sul da Rússia, povos eslavos dirigiram-se para o oeste no início das migrações germânicas, assentando-se nos Bálcãs, na Boêmia, na Polônia e no Leste da Alemanha e dividindo sua lealdade entre os sucessores romanos.
 
Os poloneses e tchecos adotaram o catolicismo romano, enquanto os reis sérvios e russos aceitaram o rito ortodoxo.
 
Os magiares, uma tribo de guerreiros montados, etnicamente aparentados aos hunos, entrou na Europa a partir das estepes russas no século IX, travaram uma série de guerras com os imperadores germânicos que sucederam Carlos Magno e finalmente estabeleceram-se na Hungria como um reino católico romano (seu rei, Estevão, alcançou a santidade).
 
Os povos da região Báltica, como os letões e os prussianos, permaneceram em grande medida intocados pela expansão cristã durante a baixa Idade Média.
 
A Grã-Bretanha foi dividida em vários reinos depois da invasão anglo-saxônica-juta, até o período das invasões dinamarquesas.
 
O rei Alfredo unificou boa parte da Inglaterra em um só reino em fins do século IX.
 
A Grã-Bretanha foi dividida em vários reinados depois da invasão anglo-saxônica-juta, até o período das invasões dinamarquesas. O rei Alfredo unificou boa parte da Inglaterra em um só reino em fins do século IX. Em 10 de outubro de 1066, Guilherme, o Bastardo, depois Guilherme, o Conquistador, iniciou uma invasão dos normandos à Inglaterra, com a Batalha de Hastings. O controle francês sobre a Inglaterra durante esse período pode ser visto através de grande parte do vocabulário formal em inglês, que se origina do francês.
A Europa Oriental escassamente povoada e mais distante das fronteiras romanas experimentou numerosas invasões e migrações entre os séculos VI e X. De seu lar no sul da Rússia, povos eslavos dirigiram-se para o Oeste no início das migrações germânicas, assentando-se nos Bálcãs, na Boêmia, na Polônia e no Leste da Alemanha e dividindo sua lealdade entre os sucessores romanos. Os poloneses e tchecos adotaram o Catolicismo<!--Latin Christianity-->, enquanto os reis sérvios e russos aceitaram o rito Ortodoxo. Os magiares, uma tribo de guerreiros montados, etnicamente aparentados aos hunos, entrou na Europa a partir das estepes russas no século IX, travaram uma série de guerras com os imperadores germânicos que sucederam Carlos Magno e finalmente estabeleceram-se na Hungria como um reino católico<!--Latin-Christian--> (seu rei, Estevão, alcançou a santidade). Os povos da região Báltica, como os letões e os prussianos, permaneceram em grande medida intocados pela expansão cristã durante a Baixa Idade Média.
 
Em 1215 o povo britânico forçou o rei João (chamado Sem Terra) a assinar a Magna Carta. O rei João era particularmente despótico e cruel.
A Grã-Bretanha foi dividida em vários reinados depois da invasão anglo-saxônica-juta, até o período das invasões dinamarquesas. O rei Alfredo unificou boa parte da Inglaterra em um só reino em fins do século IX. Em 10 de outubro de 1066, Guilherme, o Bastardo, depois Guilherme, o Conquistador, iniciou uma invasão dos normandos à Inglaterra, com a Batalha de Hastings. O controle francês sobre a Inglaterra durante esse período pode ser visto através de grande parte do vocabulário formal em inglês, que se origina do francês.
 
Em 1215 o povo Britânico forçou o rei John a assinar a Magna Carta. O rei John era particularmente despótico. Ele tratava mal seus vassalos, matou seu sobrinho, Arthur, e trouxe a ira da Igreja contra o país na forma de um ''Interdito'' (nenhum serviço da Igreja era prestado: sem casamentos, funerais ou missas. Era a forma do Papa de dizer à Inglaterra para ir para o inferno). Os vassalos dele por fim uniram-se contra ele. Enquanto ele estava fora caçando, eles o cercaram e deram-lhe a opção de assinar a Magna Carta ou ser morto. A Magna Carta instituiu o Parlamento Britânico, diminuindo assim o poder de um monarca, mas era direito do rei convocá-lo ou não.
 
Era a forma do Papa de dizer à Inglaterra para ir para o inferno. Os vassalos dele por fim se uniram contra tanto despotísmo. Enquanto ele estava fora caçando, eles o cercaram e deram-lhe a opção de assinar a Magna Carta ou ser morto.
 
A Magna Carta instituiu o Parlamento Britânico, diminuindo assim o poder de um monarca, mas era direito do rei convocá-lo ou não.
[[Imagem:Codex Suprasliensis.jpg|thumb|right|160px|Página do ''Codex Suprasliensis'', manuscrito em cirílico.]]
 
Na Rússia, um reinado foi estabelecido em Kiev, incorporando tanto povos eslavos quanto elementos escandinavos.