Medicina geral e familiar/Medicina baseada na evidência (editar)
Revisão das 13h45min de 8 de janeiro de 2014
, 8 de janeiro de 2014sem resumo de edição
[edição verificada] | [edição verificada] |
Sem resumo de edição |
|||
# Recolha de informação (clínica, comportamental e contextual)
# Formulação de hipóteses
# Investigação (Colheita de informação suplementar através da anamnese, exame
# Elaboração de um plano comum
# Tomada de decisões
É nas fases da formulação de hipóteses e Investigação que a '''Medicina Baseada na Evidência''' tem importância . Esta não é mais que uma tentativa de aplicar à prática clínica de forma uniforme e coerente os dados obtidos na investigação científica.
==Interpretação dos dados epidemiológicos - Medição da frequência de
A epidemiologia das doenças é muito importante no raciocínio clínico. O aforismo médico "o que é raro é raro, o que é frequente é frequente" procura ilustrar como a frequência de uma doença é necessariamente considerada na hierarquização das hipóteses diagnósticas.
A '''Prevalência''' é o indicador que mede o número de casos de uma doença (ou condição) existentes numa população num determinado momento; este índice é sempre um número inteiro positivo.
A '''Taxa de Prevalência''' é a proporção de indivíduos doentes (ou com essa condição) num determinado momento, no total da população - determinam-se através de estudos epidemiológicos descritivos transversais e
A '''Incidência''' é o indicador que mede o aparecimento de novos casos de doença ao longo dum período de tempo; este índice é sempre um número inteiro positivo.
A '''Taxa de Incidência''' é a proporção de indivíduos do total da população que adoece num determinado intervalo de tempo - determinam-se através de estudos epidemiológicos descritivos longitudinais e descritivos e
==Interpretação dos testes diagnósticos==
Considera-se um '''teste diagnóstico''' um
* '''Verdadeiros Positivos''' - quando o teste dá positivo e o indivíduo tem a doença
===Especificidade===
'''Especificidade''' é a proporção de indivíduos sem doença que apresentam teste negativo, antes chamado de "negatividade na saúde" (neste caso o termo "saúde" é
Como são calculados a partir da Sensibilidade ou da Especificidade, as razões de probabilidade não variam com a prevalência da doença em questão, mas variam com o estádio de evolução da mesma.
==
'''Risco Absoluto''' é a probabilidade de ocorrência de um evento adverso.
'''Risco Relativo''' é a razão entre os riscos absolutos dos indivíduos expostos e dos não expostos ao
'''Redução de Risco Relativo''' é a redução proporcional dos eventos evitados pela não exposição ao
'''Redução de Risco Absoluta''' é a redução absoluta do risco obtida pela (não) exposição ao
'''Número necessário a tratar''' (NNT) é o número de indivíduos que é necessário tratar para obter uma resposta positiva à terapêutica ou para evitar 1 evento adverso. É igual a: 1/DR.
==Tipos de estudos==
'''Estudos Observacionais'''
Estudos observacionais são investigações em que a informação é sistematicamente colhida, mas o método experimental não é utilizado, porque não há uma intervenção
'''Estudos Experimentais'''
Estudo experimental é o tipo de investigação em que o investigador, desejando estudar os efeitos da exposição ou da ausência de um determinado
Resumindo:
'''Estudos de coorte'''
Partem da causa para o efeito, exigindo para tal a divisão da população em estudo em dois grupos: o de expostos ao suposto
expostos a esse
A
“Timing” do estudo:
- ''Prospectivo'' (segue da exposição para a doença acompanhando o tempo real, ou seja o inicio do estudo dá-se antes do inicio da doença)
- ''Retrospectivo'' (segue da exposição para a doença no passado ou tempo histórico, ou seja, o inicio do estudo dá se faz depois de estabelecida a doença)
Utilidade: calcular o ''Risco Relativo'' (é a proporção entre a incidência da doença nos expostos com a incidência da doença nos não expostos); ''Risco Atribuível'' (mede a diferença entre a incidência nos expostos vs a incidência nos não-expostos, é a quantidade de risco que pode ser atribuída ao
Exemplo: exposição ao tabaco vs desenvolvimento de cancro de pulmão
Partem do efeito para a causa, exigindo para isso a formação de um grupo de indivíduos com determinada doença (casos) e de um grupo controlo
constituído por indivíduos semelhantes, mas sem a doença. As características (possíveis causas da doença) dos indivíduos de cada grupo são levantadas e verificadas as frequências delas nos dois grupos. Este desenho é retrospectivo, pois doença e exposição já aconteceram no momento do estudo. A
Utilidade: estudo de doenças pouco frequentes ou com grandes períodos de latência; calcular o “Odds ratio” ou “Razão de Probabilidades”. Trata-se de uma medida de associação, cujo
Os estudos epidemiológicos dizem-se '''analíticos''' quando têm como propósito o estabelecimento de relação entre causas e efeitos ou a avaliação de procedimentos terapêuticos ou preventivos, testando dessa forma hipóteses.
Eles são sempre antecedidos por estudos '''descritivos''' os quais não testam hipóteses, mas são a base para a formulação destas. Os estudos descritivos têm por
Os estudos de coorte e de casos-
observação e
==Classificação da evidência científica==
A evidência científica pode ser classificada quanto à qualidade da fonte da informação (ou metodologia do estudo) e quanto à força das recomendações para a prática clinica. No que respeita à qualidade da fonte o valor da evidência científica é
A seguinte tabela é adaptada da United States Preventive Services Task Force (USPSTF)<ref>http://en.wikipedia.org/wiki/Evidence-based_medicine</ref>:
! Nível !! Descrição
|-
| I || Evidência obtida a partir de pelo menos um ensaio clínico controlado e aleatorizado desenhado de forma
|-
| II1 || Evidência obtida a partir de ensaios controlados não aleatorizados e desenhados de forma apropriada
| II3 || Evidencia obtida a partir de várias séries comparadas no tempo
|-
| III || Opiniões baseadas em experiência clínica, estudos descritivos ou conclusões de
|}
! Grau !! Descritivo
|-
| A || existe evidencia científica forte para recomendar a
|-
| B || existe evidencia científica moderada para recomendar a
|-
| C || existe evidencia científica insuficiente, pelo que a decisão de
|-
| D || existe evidencia científica suficiente para recomendar a não
|}
|