Bebidas gaúchas: diferenças entre revisões

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== O Mate ==
[[Ficheiro:Mate000000.JPG|thumb|200px|''O chimarrão servido.'']]
Há vários tipos de mate, todos preparados com base de erva (''[[w:ilex paraguariensis|ilex paraguariensis]]'')., Comgeralmente ousam como recipiente a cuia de porongo, com auxílio de uma bomba de metal, tradicionalmente de prata oue ouro, o recipiente usado geralmente é a cuia de porongo.
 
Como curiosidade, vale dizer que no Rio Grande do SulRS não se usa o [[w:tererê|tererê]] (mate frio) dos paraguaios, nem o "mate cocido" de argentinos e uruguaios.
 
O mate mais comum no RS é o ''chimarrão'', amargo e quente, servido ao chiar da chaleira, quando a água alcança a temperatura de 92°C. AO bebidachimarrão tem história e folclore próprios, que incluem literatura e cancioneiro.
 
Entre as variações está o ''mate doce'', servidoque emutiliza cuia de porcelana;. algunsAlguns exemplares raros são considerados joias de família. PodeA água para o mate doce é a mesma do chimarrão. E pode-se usar açúcar comum, açúcar queimado ou mel.
 
A cuia mais comum é a de porongo, uma cucurbitácea chamada ''Lagenaria vulgaris''. Não se faz a cuia com o porongo propriamente dito, mas sim com a sua parte superior, chamada "flor do porongo". O Rio Grande do Sul distingue-se do Uruguai e da Argentina pelo tamanho das cuias. e doNo Paraguai, país em que usa-se usa um chifre como recipientecuia. Enquanto na região gaúcha são utilizadas cuias mais refinadas, revestidas por prata e ouro, a versão mais popular tem apenas o bocal revestido de metal. Existem variações mais exóticas, como as revestidas por bexiga de porco ou saco escrotal de touro.
 
Há, também, vasilhamescuias de madeira. A bomba mais tradicional é a de prata, mas existem versões com partes em ouro e até asbombas mais simples, de metal branco, que têm o defeito de esquentar muito. OUma acessóriobomba se divide em ''ralo'', ''haste'', ''pitanga'' ou ''flor'' e ''bocal'', este último umaa extremidade achatada que entra em contato com a boca. Supõe-se que o bocal de ouro evite micróbios e não superaqueça. Atribui-se ao político sul-riograndense Assis Brasil a proliferaçãoinvenção de bactériasuma bomba hoje muito comum no estado, de haste achatada, sem pitanga e nãocujo superaqueçaralo, também achatado, teria 365 furos, um para cada dia do ano. A chamada bomba Assis Brasil é sempre de prata e ouro, tendo se tornado comum entre fazendeiros que gostam de ostentar a marca.
Enquanto na região gaúcha são utilizadas cuias mais refinadas, revestidas por prata e ouro, a versão mais popular tem apenas o bocal revestido de metal. Existem variações mais exóticas, como as revestidas por bexiga de porco ou saco escrotal de touro.
 
Os índios guaranis, pioneiros do mate, usavam uma bomba de taquara chamada ''tacuapi''. No momento do preparo, muitos gaúchos colocam plantas medicinais na cevadura do mate ou diretamente na água da chaleira. Os chamados avios do mate compreendem a chaleira, a cuia, a bomba e o recipiente onde se leva a erva. Modernamente é muito comum um estojo chamado ''chimarrita'', para levar os instrumentos.
Há, também, vasilhames de madeira. A bomba mais tradicional é a de prata, mas existem versões com partes em ouro e até as mais simples, de metal branco, que têm o defeito de esquentar muito. O acessório se divide em ''ralo'', ''haste'', ''pitanga'' ou ''flor'' e ''bocal'', este último uma extremidade achatada que entra em contato com a boca. Supõe-se que o bocal de ouro evite a proliferação de bactérias e não superaqueça.
 
Para o preparo, aquece-se a água na chaleira, que é substituída em galpões ou acampamentos mais tradicionais pela ''cambona'' .
Atribui-se ao político sul-riograndense Assis Brasil a invenção de uma bomba hoje muito comum no Estado, de haste achatada, sem pitanga e cujo ralo, também achatado, teria 365 furos, um para cada dia do ano. A chamada bomba Assis Brasil é sempre de prata e ouro, tendo se tornado comum entre fazendeiros que gostam de ostentar a marca.
 
Os índios guaranis, pioneiros do mate, usavam uma bomba de taquara chamada ''tacuapi''. No momento do preparo, muitos gaúchos colocam plantas medicinais na cevadura do mate ou diretamente na água da chaleira. Os chamados avios do mate compreendem a chaleira, a cuia, a bomba e o recipiente onde se leva a erva. Modernamente é muito comum um estojo chamado ''chimarrita'', para levar os instrumentos.
 
Para o preparo, a água é aquecida em uma chaleira e substituída em galpões ou acampamentos mais tradicionais pela ''cambona. ''Ceva-se o mate sempre do lado esquerdo, usando a palma da mão para apertar a erva. Vale notar que David Blochtein, modernamente, inventou uma meia lua de alumínio com alça para essa tarefa, evitando, assim, manchar a palma da mão de verde. Com água ainda morna, enche-se o lado direito da cuia, em posição inclinada e coloca-se oa recipientecuia em descanso para inchar a erva. Quando a água, aquecendo, atinge 70°C, começa a chiar, aí tira-se a chaleira começado fogo. Com o dedo polegar da mão direita tapa-se o bocal e a chiar;bomba é, então,introduzida alentamente horana deextremidade tiráinferior da meia-lalua doda fogo.cuia que está com água, até o fundo.
 
Com o dedo polegar da mão direita tapa-se o bocal e a bomba é introduzida lentamente na extremidade inferior da meia-lua da cuia que está com água, até o fundo. Retira-se o polegar e a bomba suga a água, fazendo descer o nível do líquido no interior da cuia. Então é necessário chupar essa água, má para o consumo, e cuspir os goles esverdeados. Depois, é só encher a cuia com água quente e beber. É de costume que o cevador tome o primeiro mate até o fim. O segundo mate será ofertado à pessoa que estiver à direita do cevador e, sucessivamente, a cuia andará em roda no sentido contrário dos ponteiros do relógio.
 
Se a erva inchar demais ou se esparramar, o mate deve ser "bosteado", ou dispensado.
 
== A Canha ==
[[Ficheiro:Saccharum-officinarum-harvest.JPG|300px|thumb|''A colheita da cana-de-açúcar para a produção da canha.'']]
A destilação do suco fermentado da cana-de-açúcar é conhecida em várias partes do mundo, mas, no Rio Grande do SulRS, alcançou destaque especial na região do Litoral Norte., Tornaram-sesendo mais famosas as cachaças "azulzinha", de Santo Antônio da Patrulha e a "marisqueira", de Torres. Permitindo várias misturas, a canha é muitas vezes usada como remédio. Sempre se disse entre os gaúchos que canha tem de ser feita por "pelo-duro", cerveja por "alemão-batata" e vinho por "gringo".
 
Planta-se cana-de-açúcar de pouca variedade nas terras altas do litoral. A plantacana, quando madura, é moída em moinhos rústicos movidos a tração animal e o sumo expremido é chamado garapa, líquido verde, grosso, adocicado e espumoso. O líquido é deixado para fermentar até borbulhar. Isto posto, é colocado no alambique para ferver em temperatura ideal. O melhor alambique é o feito de cerâmica, mas o mais comum é o de cobre. A fumaça do líquido em ebulição escapa pela serpentina, refrigerada a àgua, e se condensa na forma de aguardente, a cachaça (''C2H5OH - CH3-CH2-OH - Etanol''). A primeira aguardente destilada é a mais forte de todas e é chamada "cachaça-de-cabeça".
 
No Rio Grande do Sul é comum se fazer cachaça de abacaxi, de mandioca, de casca de uva (chamadachmada graspa) e até de batata inglesa.
 
== A Cerveja ==
[[Ficheiro:Weissbier 1.jpg|thumbnail|200px|right|''Copo de cerveja alemã'']]
Os colonos alemães fazem artesanalmente a sua cerveja de forma artesanal e, ainda hoje, apesar de as festas de chope estarem matando os Kerbe tradicionais, tanto a cerveja branca "Spritzbier" como "Spatzbier" - cerveja preta -, continuam sendo produzidas em escala familiar. Com pequenas variações, a fórmula para o preparo de cerveja teuto-rio-grandense é a seguinte, de acordo com a pesquisadora gaúcha Maria Romana Selbach:
 
* '''SPRITZBIER (Bebida doce, usada na colônia alemã)'''
(Receita fornecida pela Sra. Maria Spanid/Feliz)
 
- 500 g500gr de raiz de gengibre
 
- 2 kg de açúcar
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''Modo de Fazer:''
 
- Ferver o gengibre numa panela com parte da água da receita, por aproximadamente uma1 hora mais ou menos.
 
- Retirar do fogo, coar e colocar num panelão.
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* '''CERVEJA PRETA TIPO MALZBIER'''
 
- 15 g15gr de lúpulo
 
- 3,5 g5gr de quilaya
 
- 180 ml180ml de corante caramelo
 
- 400 mg de fermento
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* '''A Cerveja de Arroz'''
 
Os presidiários de Porto Alegre fabricam no interior das celas, às escondidas, uma original cerveja de arroz. Frequentemente,Eles osgostam detentosde recebemreceber de presente latas de bolachas;bolachinha. esvaziadaEsvaziada oa recipientelata, colocam dentro dois dedos de arroz cru e enchem com água, comcolocando nesta uma colher de açúcar. Depois, fechamFecham a lata hermeticamente e com cordas ou arame. A embalagemlata é ainda atada e reatada muitas vezes. eIsto posto, a lata é apertada embaixo de um móvel pesado, normalmente a cama do presidiário. Trata-se assim de evitar que a fermentação cause a dilatação do recipiente. Depois de 3 dias ou 4, o presidiário em sua cela reúne os companheiros com copos ou canecas na mão. Desata-se a lata e tudo estoura numa grande explosão de espuma. A cerveja assim elaborada é consumida rapidamente.
 
Trata-se assim de evitar que a fermentação cause a dilatação do recipiente. Depois de 3 dias ou 4, o presidiário em sua cela reúne os companheiros com copos ou canecas nas mãos. Desata-se a lata e tudo estoura numa grande explosão de espuma. A cerveja assim elaborada é consumida rapidamente.
 
== O Vinho ==
[[Ficheiro:Red Wine Glas.jpg|thumb|150px|right|''Copo de vinho tinto'']]
O Rio Grande do Sul já produzia bom vinho, ao estilo português, antes da chegada dos italianos, em 1875. Em Rio Grande, Rio Pardo e no Alegrete, os viajantes e cronistas do século XIX sempre destacavam a produção do vinho. Mas foram os imigrantes vindos da Itáliaitalianos e seus descendentes os que elevaram a produção do vinho gaúcho a níveis internacionais em matéria de variedade e qualidade.
 
O vinho artesanal, "de cantina", como se diz, é produzido muito facilmente, só precisando de observação permanente. Colhe-se a uva e, com casca e talos, a fruta vai para um grande recipiente, onde será "pisada e", macerada com os pés até virar uma polpa. Essa massa pastosa vai para uma pipa, colocada em nível superior. paraÉ serentão fermentada e fazer com que oos detritos boiemboiam. Esses detritos são retirados após a fermentação e o mosto passa para uma pipa, colocada em nível inferior, um degrau abaixo da primeira fermentação. Ocorre uma nova fermentação. Retiram-se os detritos novamente e o líquido, já quase vinho, passa, finalmente, para a última pipa, colocada ao rés do chão, onde amadurece até tornar-se vinho. Simples. O vinho feito no Rio Grande do Sul até hoje não se utiliza de fermentos especiais e de outras químicas encontradas na indústria moderna em grande parte.
 
== O Café ==