Introdução à Biologia/História da Biologia: diferenças entre revisões

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=== A tradição Grega ===
Os filósofos [[pré-socráticos]] interrogavam-se sobre inúmeros aspetos ligados à vida, mas não foram capazes de produzir conhecimento sistemático significativo dentro do campo da biologia, embora os esforços dos [[Atomismo|atomistas]] para explicar a vida em termos puramente físicos tenha sido a partir de então recorrente na história da biologia. No entanto, as teorias formuladas por [[Hipócrates]] e pelos seus seguidores exerceram uma influência significativa, sobretudo o [[Teoria humoral|humorismo]].
 
[[Aristóteles]] foi o mais influente académicoacadêmico durante a [[Antiguidade Clássica]]. Embora as suas primeiras obras de filosofia natural tenham sido fundamentalmente especulativas, os seus manuscritos posteriores revelam uma formulação empírica, focando as causas e diversidade biológicas. Realizou inúmeras observações do mundo natural, relativas sobretudo aos hábitos e [[Abstração|atributos]] das plantas e animais à sua volta, sobre os quais efetuou também um amplo trabalho de [[categorização]].
No total, Aristóteles classificou 540 espécies animais, tendo dissecado pelo menos 50 delas. Acreditava que todos os processos naturais eram regidos por causas formais, e que o que diferenciaria, por exemplo, um homem de uma estátua seria a presença de uma alma.
 
Aristóteles, a par de praticamente todos os académicosacadêmicos ocidentais que se lhe seguiram até ao século XVIII, acreditavam que os seres vivos estariam organizados segundo uma escala de perfeição, desde as plantas, menos perfeitas, até aos humanos: a ''[[scala naturæ]]''. [[Teofrasto]], sucessor de Aristóteles no [[Liceu]], escreveu uma série de livros sobre botânica – ''[[Historia Plantarum]]'' – hoje considerados como o mais relevante contributo da Antiguidade para a botânica, influentes ainda durante a [[Idade Média]]. Muitas das designações por si atribuídas continuam a ser usadas na atualidade, como ''carpos'' para a fruta, e ''[[Pericarpo|pericarpion]]'' para o invólucro das sementes. [[Plínio, o Velho]] foi também notável pela produção de conhecimento sobre botânica e o mais prolífico compilador de descrições zoológicas da Antiguidade.
 
Alguns académicosacadêmicos do [[período helenístico]] durante a [[dinastia ptolemaica]]ptolomaica, sobretudo [[Herófilo]] e [[Erasístrato]], trabalharam na revisão nas obras de fisiologia aristotélica, realizando inclusive vivissecções experimentais. [[Cláudio Galeno|Galeno]] viria a ser considerado a maior autoridade em medicina e anatomia. Embora alguns atomistas da Antiguidade como [[Lucrécio]] tivessem já posto em causa o ponto de vista aristotélico de que todos os aspetos da vida são consequência de um desígnio ou finalidade, a teleologia e, depois da ascensão do [[Cristianismo]], a [[teologia natural]], permaneceriam como elementos centrais do pensamento científico até aos séculos XVIII e XIX. [[Ernst Mayr]] defendeu que "Nada com impacto significativo aconteceu na biologia depois de Lucrécio e Galeno até ao Renascimento." O conhecimento expresso durante a Antiguidade sobreviveu ao tempo; no entanto, durante a [[Idade Média]] era aplicado de forma acrítica e sem o natural questionamento capaz de produzir novo conhecimento.
 
=== Prática medieval e islâmica ===