Reis e Rainhas da Inglaterra /Os Stuarts: diferenças entre revisões

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James I
 
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Os filhos de James, eram, Henrique Frederico (Henry Frederick) Príncipe de Gales (que morreu com 18 anos em 1612), Elizabeth, Margaret Stuart (que morreu na infância), Carlos, Mary e mais duas crianças que morreram ainda na infância (Roberto e Sophia).
 
 
 
==Carlos I (Charles I) (1625-1649)==
 
[[Image:Carolus I.jpg||thumb |250px |left|Carlos I]]
 
'''Carlos I''' nasceu em Dunfermline Palace em 19 de novembro de 1600. Ele era o segundo filho de James I e Anne da Dinamarca.
 
Foi Rei da Inglaterra, Escócia e Irlanda de 27 de março de 1625 até sua execução em 1649.
 
Carlos I se envolveu numa famosa luta pelo poder com o Parlamento da Inglaterra. Ele apoiava o Divino Direito dos Reis, e muitos ingleses temiam que ele estivesse procurando o poder absoluto.
 
Houve uma oposição generalizada a muitas de suas ações, especialmente aumento de impostos sem consentimento do Parlamento.
 
Os conflitos religiosos prosseguiram durante o reinado de Carlos. Ele escolheu uma esposa católica, Henrietta Maria, apesar das objeções do Parlamento e da opinião pública.
 
Os últimos anos do reinado de Carlos foram marcados pela Guerra Civil Inglesa, na qual ele ficou do lado oposto às forças do parlamento, que desafiaram suas tentativas de aumentar seu próprio poder, e também dos puritanos, que eram hostis às suas políticas religiosas.
A guerra terminou com a derrota de Carlos, que foi então julgado, condenado e executado por alta traição.
A monarquia foi derrubada e uma comunidade foi estabelecida.
 
===Início da Vida e Reinado===
 
Carlos não tinha a boa aparência do seu irmão mais velho, Henrique. No entanto, quando o irmão morreu de febre tifoide em 1612, Carlos se tornou o herdeiro do trono e mais tarde foi feito Príncipe de Gales.
 
Carlos subiu ao trono em março de 1625 e em 1º de maio do mesmo ano casou com Henrietta Maria, que era nove anos mais nova. Ela era irmã do Rei Luís XIII de França.
 
Seu primeiro parlamento, que foi por ele aberto em maio, foi contra o casamento com Henrietta Maria, que era católica romana. Isso, porque, eles temiam que Carlos levantasse as restrições aos católicos romanos e enfraquecesse o protestantismo oficial.
 
No entanto, ele concordou com o Parlamento em não relaxar as restrições aos católicos, ele prometeu fazer exatamente isso num tratado secreto de casamento feito com Luís XIII.
 
Carlos e sua esposa tiveram nove filhos, mas apenas três filhos homens e três filhas mulheres sobreviveram à infância.
 
===Governo Pessoal===
 
Em janeiro de 1629, Carlos abriu a segunda sessão do Parlamento que havia sido suspensa em junho de 1628.
 
Ele esperava que, com a ausência do Duque de Buckingham, o Parlamento que não tinha permitido que ele aumentasse os impostos, finalmente cooperasse e garantisse alguns subsídios.
 
Ao invés disso os membros da Casa dos Comuns começaram novamente a se opor por causa das taxas aduaneiras.
Quando ele pediu um adiamento até março, os membros tomaram a palavra e mantiveram o presidente sentado até que lessem em alto e bom som, três resoluções contra Carlos.
 
A última delas declarava que qualquer um que pagasse as taxas aduaneiras não autorizadas pelo Parlamento seria ''considerado um traidor das liberdades da Inglaterra, e um inimigo da mesma.''
Embora a resolução não tivesse passado formalmente, muitos membros declararam sua aprovação. Carlos ficou extremamente irritado e dissolveu o parlamento.
 
Então Carlos decidiu não confiar mais no Parlamento para qualquer ajuda financeira. Imediatamente fez a paz com a França e a Espanha.
Os onze anos seguintes, durante os quais Carlos governou sem o parlamento, ficaram conhecidos como ''Onze Anos de Tirania''.
 
Nesse meio tempo, Carlos ainda precisava conseguir fundos para manter o tesouro. Se aproveitando de estatuto feudal, existente, porém esquecido, de 1278, que dizia que: qualquer pessoa que ganhasse £40 ou mais por ano, deveria se apresentar à coroação do Rei de modo que poderia se juntar ao exército real como cavaleiro. Carlos multou todos aqueles que não compareceram à sua coroação em 1626.
 
Ele ressuscitou a taxa feudal conhecida como dinheiro de navio, que era ainda mais impopular.
Um decreto de 1634 ordenava o recolhimento do dinheiro de navio em épocas de paz, embora leis dos governos de Eduardo I e Eduardo III afirmassem que essa taxa não poderia ser recolhida em tempos de paz.
 
O fato de recolher taxa de navio em tempos de paz levaram a uma rebelião que forçaram o rei a pedir uma sessão do Parlamento em 1640.
 
===Parlamentos Curtos e Longos===
 
Uma disputa com as Igrejas na Escócia significavam que Carlos precisava de mais dinheiro. Portanto ele tinha que suspender seu governo pessoal e chamar o Parlamento em abril de 1640.
 
Carlos se dispôs a não cobrar o dinheiro de navio, a Casa dos Comuns exigiu a discussão de vários abusos de poder durante o período do reinado muito pessoal de Carlos.
 
O Parlamento se recusou a ajudar Carlos e foi dissolvido em maio de 1640, menos de um mês após a reunião. Assim, ficou conhecido como o Parlamento Curto.
 
Carlos ainda tentou derrotar os escoceses, mas falhou. O Tratado de Paz com o qual ele concordou, exigia que o Rei pagasse as despesas do exército escocês com quem ele tinha acabado de lutar.
 
Carlos usou a artimanha incomum de convocar o ''Magnum Concilium'', o conselho antigo dos Pares do Reino, que eram considerados os conselheiros hereditários do Rei.
 
O ''Magnum Concilium'' não havia sido convocado em séculos, e quando ele se reuniu, o rei já havia resolvido seguir o conselho de todos os seus pares e convocar um novo Parlamento que ficou conhecido como o Longo Parlamento.
 
O Longo Parlamento se reuniu em novembro de 1640 e mostrou como as negociações eram difíceis, em nada diferente do Parlamento Curto.
Para evitar que fosse dissolvido à vontade do Rei, o Parlamento aprovou o Ato Trienal, que afirmava que o Parlamento deveria ser reunido a cada três anos no mínimo.
 
Em maio de 1641 aprovaram um Decreto cujo teor dizia que o Parlamento não poderia ser dissolvido sem o seu próprio consentimento.
 
Carlos foi forçado a fazer uma concessão atrás da outra. O dinheiro de navio, multas em penhora da cavalaria e impostos sem o consentimento parlamentar foram declarados ilegais, as odiadas Cortes da Câmara da Estrela e Alta Comissão foram abolidas.
 
Embora tenha feito muitas concessões importantes, Carlos aumentou sua própria posição militar garantindo a boa vontade dos escoceses.
Ele finalmente concordou com o estabelecimento oficial do Presbiterianismo e em troca ganhou um considerável apoio anti-parlamentar.
 
A Casa dos Comuns então, tentou o impeachment da Rainha Católica, esposa de Carlos, Henrietta Maria, levando o Rei a tomar uma atitude desesperada.
Sua esposa o convenceu a prender os cinco membros da Casa dos Comuns que lideravam a facção anti-Stuart, as acusações eram de alta traição, mas quando o Rei tomou a decisão, ela fez a bobagem de contar para uma amiga, que, por sua vez, contou ao Parlamento.
 
Carlos entrou na Casa dos Comuns com uma guarda armada em 4 de janeiro de 1642, mas descobriu que seus inimigos já tinham fugido.
 
Muitos no Parlamento acharam a atitude de Carlos um ultraje, mas outros tinham os mesmos sentimentos com relação às próprias ações do Parlamento.
Muitos membros da Casa dos Comuns abandonaram o Parlamento para se unir ao Partido Monarquista, deixando aos opositores do Rei a maioria.
 
Londres já não era mais um lugar seguro para Carlos, e ele partiu para o norte para erguer um exército contra o Parlamento.
A Rainha, por sua vez, viajou para levantar dinheiro para os custos.
 
===Guerra Civil===
 
A Guerra Civil inglesa ainda nem tinha começado, mas os dois lados já se armavam.
 
Carlos ergueu o pavilhão real em Nottingham em 22 de agosto de 1642. Depois estabeleceu sua corte em Oxford, de onde ele controlava todo o norte e o oeste da Inglaterra. o Parlamento controlava Londres e o sul e leste.
A Guerra Civil começou em 25 de outubro de 1642 com a Batalha de Edgehill, que foi inconclusiva, e continuou indefinida durante 1643 e 1644. Na Batalha de Naseby houve uma mudança decisiva favorável ao Parlamento.
 
Se seguiu um grande número de derrotas para os Monarquistas e então o Cerco de Oxford, do qual Carlos escapou em abril de 1646.
 
Ele se entregou ao Exército Presbiteriano Escocês em Newark e foi levado até próximo de Southwell enquanto seus ''captores'' decidiam o que fazer com ele.
 
Os Presbiterianos finalmente chegaram a um acordo com o Parlamento e entregaram Carlos para ele em 1647.
Ele ficou prisioneiro em Holdenby House em Northamptonshire, mas foi logo transferido para diversas outras localidades.
 
 
===Julgamento e Execução===
 
Carlos foi finalmente transferido para o Castelo de Windsor e depois para o Palácio St. James. Em janeiro de 1649, a Casa dos Comuns sem a concordância do Soberano ou da Câmara dos Lordes, aprovou uma lei criando uma corte para o julgamento de Carlos.
 
A Alta Corte de Justiça estabelecida pela lei consistia em 135 comissários (todos parlamentaristas).
 
O julgamento do Rei (sob acusações de alta traição e outros altos crimes) começou em 2 de janeiro, mas Carlos se recusou a se pronunciar, alegando que nenhuma corte possuia a jurisdição sobre um monarca.
 
No entanto, era normal tomar a recusa em se defender como uma admissão de culpa, o que significava que a acusação não podia chamar testemunhas no caso.
 
Cinquenta e nove dos comissários assinaram a sentença de morte de Carlos em 29 de janeiro de 1649.
 
Após o julgamento ele foi levado do St. James Palace, onde estava confinado, até o Palácio de Whitehall, onde foi erguido um cadafalso de execução.
Carlos foi decapitado em 30 de janeiro de 1649. Um dos líderes revolucionários, Oliver Cromwell, permitiu que a cabeça do Rei foi costurada de volta ao corpo de modo que a família pudesse fazer um enterro decente.
 
Carlos foi sepultado de modo discreto, à noite em 7 de fevereiro de 1649, na cripta de Henrique VIII, na Capela de São Jorge no Castelo de Windsor.
Carlos era pai de um total de nove filhos legítimos, dois dos quais iriam eventualmente sucedê-lo no trono. Diversos outros filhos morreram ainda na infância.
 
 
[[File:Anthony van Dyck - Five Eldest Children of Charles I - Google Art Project.jpg|thumb |300px |right| Cinco filhos mais velhos de Carlos I]]
 
==Interregnum (1649-1660)==
 
O chamado ''Interregnum Inglês'', foi um periodo de governo parlamentar e militar após a Guerra Civil inglesa, entre a execução de Carlos I em 1649 e a restauração de Carlos II em 1660.
 
Essa fase da história inglesa pode ser dividida em quatro períodos:
 
# Primeiro período da Comunidade da Inglaterra de 1649 até 1653
# O Protetorado sob Oliver Cromwell de 1653 até 1659
# O Protetorado sob Richard Cromwell em 1659
# O segundo período da Comunidade da Inglaterra de 1659 até 1660
 
 
===A Vida Durante o Interregnum===
 
Quatro anos após a execução de Carlos I, a coroa da Inglaterra foi oferecida a Oliver Cromwell. Mas ele recusou e escolheu ser Lorde Protetor.
Oliver Cromwell era Puritano e durante o Interregnum, ele impôs uma forma muito estrita de Cristianismo no país. Ele garantiu uma liberdade religiosa que a Inglaterra desconhecia, mas outras formas de expressão foram muito limitadas (por exemplo o teatro que havia prosperado sob os reis Stuart e Elizabeth I, foi banido).
 
Cromwell também impôs ao povo, sua visão pessoal do Cristianismo inclusive lançando multa para quem trabalhasse aos domingos.
 
Richard Cromwell foi o sucessor de seu pai. Mas, ele abdicou da sua posição como Lorde Protetor sem hesitação, após o pedido do ''Rump Parliament''.
Esse foi um breve período de restauração da Comunidade da Inglaterra e do filho de Carlos I, também de nome Carlos, que logo foi convidado para assumir o trono.