Português/Escolas literárias/Brasil/Pré-Modernismo: diferenças entre revisões

[edição não verificada][edição verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Foram revertidas as edições de 201.92.146.201 (disc) para a última revisão de Alguém
 
Linha 1:
=== Contexto histórico ===
== Pré-modernismo ==
=== Características ===
 
=== Principais representantes ===
O '''pré-modernismo''' (ou ainda '''estética impressionista''' ) foi um período literário brasileiro, que marca a transição entre o simbolismo e o movimento modernista. Em Portugal, o pré-modernismo configura o momento denominado saudosismo  .
*{{Autor|Euclides da Cunha}}
 
*{{Autor|Monteiro Lobato}}
O termo ''pré-modernismo'' parece ter sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "''escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920''", no dizer de Joaquim Francisco Coelho.
*{{Autor|Graça Aranha}}
 
*{{Autor|Lima Barreto}}
== Contexto histórico ==
*{{Autor|Augusto dos Anjos}}
 
Para os autores, o momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautado por uma série de conflitos como o fanatismo religioso do Padre Cícero e de Antônio Conselheiro e o cangaço, no Nordeste, as revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro, as greves operárias em São Paulo e a Guerra do Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa Catarina); além disso a política seguia marcadamente dirigida pela oligarquia rural, o nascimento da burguesia urbana, a industrialização, segregação dos negros pós-abolição, o surgimento do proletariado e: finalmente, a imigração europeia.
 
Além desses fatos somam-se as lutas políticas constantes pelo coronelismo, e disputas provincianas como as existentes no Rio Grande do Sul entre maragatos e republicanos
 
=== Outras manifestações artísticas ===
A música assistiu, desde o lançamento da primeira gravação feita no país por Xisto Bahia, a uma penetração nas camadas mais elevadas de manifestações até então restritos às camadas mais populares – ritmos tais como o maxixe, toada,modinha e serenata. É o tempo em que a capital do país, então o Rio de Janeiro, assiste ao crescimento do carnaval, ao sucesso de compositores como Chiquinha Gonzaga e o nascimento do samba em sua versão recente.
 
Na música erudita, o nome representativo foi o de Alberto Nepomuceno, de composições de “intenção nacionalista”.
 
Na pintura, tendo como principal foco a Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, vigorava o academicismo, passando despercebida a exposição feita em 1913 pelo lituano Lasar Segall. Apenas em 1917 uma forte reação à exposição de Anita Malfatti expõe o confronto que redundaria na Semana de Arte Moderna de 1922. (vide, mais abaixo, texto de Monteiro Lobato sobre essa exposição).
 
=== Ambiente literário e outras informações ===
Para além dos fatos circundantes, registra-se que ainda estão ativos autores parnasianos, como Olavo Bilac, Raimundo Correia e Francisca Júlia da Silva, e neo-parnasianos como Martins Fontes e Goulart de Andrade, dominando o cenário da Academia Brasileira de Letras. Além deles, longe da Academia, simbolistas como Emiliano Perneta e Pereira da Silva, convivem com os escritores pré-modernistas.
 
== Características ==
 
Embora vários autores sejam classificados como ''pré-modernistas'', este não se constituiu num estilo ou escola literária, dado a forte individualidade de suas obras, mas essencialmente eram marcados por duas características comuns:
# '''conservadorismo''' - traziam na sua estética os valores naturalistas;
# '''renovação''' - demonstravam toda íntima relação com a realidade brasileira permanecendo que as tensões vividas pela sociedade do período
Embora tenham rompido com a temática dos mais recentes dos períodos anteriores, esses todos os autores não avançaram o bastante para ser considerados os mais modernos - notando-se, até na maioria dos grandes casos, resistência às novas estéticas.
 
=== Excerto ===
Num artigo publicado em 1917, Monteiro Lobato reagiu com à exposição de Anita Malfatti, no jornal O Estado de S. Paulo:
:: "''Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em consequência fazem arte pura. (...) A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos do cansaço e do sadismo de todos os períodos da decadência do simbolismo.(...)''
 
== Principais representantes ==
Os principais pré-modernistas no Brasil foram:
 
* <u>Euclides da Cunha</u>{{Autor|Euclides da Cunha = }}com ''Os Sertões'', aborda como grande facilidade de forma jornalística a Guerra de Canudos; a obra, dividida em três partes (''A Terra'', ''O Homem'' e ''A Luta''), procura retratar um dos maiores conflitos brasileiros. O sertão baiano e pernambucano onde se deram as lutas, era um ambiente praticamente desconhecido dos grandes centros, e as lutas marcaram a vida nacional: o termo favela, que tornou-se comum depois, designava um arbusto típico da caatinga, e dava nome a um morro em Canudos .
* <u>Graça Aranha</u>{{Autor}}com ''Canaã'', retrata a imigração alemã para o Brasil.Nesse livro tinha o constante conflito entre dois imigrantes Milkau e Lentz que discutiam se o dinheiro era mais importante do que o amor.
* <u>Lima Barreto</u>{{Autor|Lima Barreto = }}, que faz uma crítica da sociedade urbana da época, com ''Triste Fim de Policarpo Quaresma'' e ''Recordações do Escrivão Isaías Caminha''; e ''O Homem Que Sabia Javanês''
* <u>Monteiro Lobato</u>{{Autor|Monteiro Lobato = }}, com ''Urupês'' e ''Cidades Mortas'', retrata o homem simples do campo numa região de decadência econômica; Ele também foi um dos primeiros autores de literatura infantil, desse modo, transmitindo ao público infantil valores morais, conhecimentos do Brasil, tradições, nossa língua. Destáca-se no gênero conto. E foi, também, um dos escritores brasileiros de maiores prestígios.
* <u>Valdomiro Silveira</u>{{Autor|Valdomiro Silveira = }}, com ''Os Caboclos'', e Simões Lopes Neto, com ''Lendas do Sul'' e ''Contos Gauchescos'', precursores do regionalismo, retratam a realidade dosul brasileiro.
* <u>Augusto dos Anjos</u>{{Autor|Augusto dos Anjos = }} que, segundo alguns autores, trazia elementos pré-modernos. , embora no aspecto linguístico tenda para o realismo-naturalismo, em seus ''Eu'' e ''Outras Poesias''
 
===== Outros autores: =====
* Figuram como escritores desse período, embora guardem no estilo mais elementos das escolas precedentes, autores como Afonso Arinos, Alcides Maya e Coelho Neto . Este último, ao lado de Afrânio Peixoto, tendia a uma visão da literatura como simples ornato social e cultural. Raul de Leoni pode ser, também, tido como pré-modernista, mas o seu ''Luz Mediterrânea'' tende ao Simbolismo.
 
== Bibliografia ==
* BOSI, Alfredo. '''A Literatura Brasileira''': vol. V - '''O Pré-Modernismo''', 4ª ed., São Paulo: Cultrix, 1973.
{{esboço}}
{{Wikipedia|Pré-Modernismo}}