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Esta curta explicação é dada, no mesmo prefácio, junto a diversas outras explicações de como surgiram outras obras do escritor, geralmente por meio de uma inspiração mágica: "Tenho de segredar que – embora por formação ou índole oponho escrúpulo crítico a fenômenos paranormais e em princípio rechace a experimentação metapsíquica – minha vida sempre e cedo se teceu de sutil gênero de fatos. (...) No plano da arte e criação – já de si em boa parte subliminar ou supraconsciente, entremeando-se nos bojos do mistério e equivalente às vezes quase à reza – decerto se propõem mais essas manifestações."<ref name="Rosa221223" />
[[Imagem:Avenida Presidente Vargas, IgrejaRJ de Nossa Senhora da Candelária Centro Rio de Janeiro 20131958.jpg|300px|thumb|aaaa250px|Avenida Presidente Vargas, 1958.]]
[[Imagem:Avenida Presidente Vargas, RJ 1958.jpg|thumb|kkk]]
Em relação à "A Terceira Margem do Rio", Rosa não deixou registrado e especificado em qual rua tivera a sua inspiração, mas o colecionador, editor e jornalista [[João Condé]] - que chegou a ter correspondência direta com outros escritores, como [[João Ribeiro]], [[Gilberto Freyre]], [[Aníbal Machado]], [[Murilo Mendes]], [[José Lins do Rego]], [[Graciliano Ramos]], [[Coelho Neto]], entre outros,<ref>http://www.jornalvanguarda.com.br/v2/?pagina=noticias&id=10324</ref> correspondências essas guardadas naquilo que [[Carlos Drummond de Andrade]] chamava de "Arquivos Implacáveis",<ref> </ref> milhares de fotografias, caricaturas, cartas, bilhetes, depoimentos etc. relativos a mais de 40 anos da [[literatura brasileira]], figurando importante dentro da fortuna crítica de Guimarães Rosa a carta de 19 onde lhe revela detalhes de como escreveu ''[[Sagarana]]'' ( ) -, costumava contar, no início dos anos 70, na redação do ''[[Jornal de Letras]]'', em Copacabana, que fundou junto aos irmãos Elísio Condé e [[José Condé]] (escritor que também tivera amizade com Rosa), que Rosa teve a ideia súbita de "A Terceira Margem do Rio" em plena [[Avenida Presidente Vargas]], no centro nervoso do [[Rio de Janeiro]].<ref name="WilsonBueno2008">Bueno, 2008.</ref>
 
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:Guimarães Rosa, nervoso, ofegante, segue incólume por entre carros, buzinas, urros, freadas, desvios, acenando inutilmente para um táxi, mas já a caminhar na direção do primeiro ponto de ônibus. Não havia tempo a perder.
 
:O terno elegante encharcado de suor, embarca no primeiro lotação que leve ao [[Posto Seis]], onde vive com Araca, a sua sempre [[Aracy de Carvalho Guimarães Rosa|Araci]], no belo apartamento da rua Francisco Otaviano, no que, anos depois, ele próprio detalharia em depoimento célebre: aquela vez, repetia sempre, era como se equilibrasse aos ombros, sem figura de retórica, uma cristaleira.
 
:Uma cristaleira -enfatizava João Condé, pitando seu Hollywood- de uma cristaleira mesmo, onde tremelicavam, impávidos, os mais finos cristais, isto é, personagens, diálogos, entrechos, tons, entretons, linguagem, embocadura. Toda a dobrante e dobrável estrutura de “A Terceira Margem do Rio”. (...)"<ref name="WilsonBueno2008" />
 
– “Sabe do que o Rosa mais teve medo aquele dia?” – perguntava o bom Condé, fazendo uma pausa e já antegozando a própria resposta. – “O maior medo dele foi, aquele dia, o de topar com um amigo, sobretudo carioca...”
Condé contava ainda que o que Rosa mais temia era esbarrar ou acabar encontrando um conhecido ou amigo que, num abraço e recepção tipicamente cariocas, pudesse " ", isto é, fazê-lo perder a atmosfera da inspiração e toda a ideia do conto.<ref name="WilsonBueno2008" />
 
– “Como assim?” – perguntei.
 
– “Temia, a sério, um abraço, desses efusivos e espalhafatosos, que só os cariocas sabem dar... Podia que fizesse, o abraço, desabar a cristaleira...”<ref name="WilsonBueno2008" />
 
==Enredo==