A história do Japão da Cambridge/O século da reforma: diferenças entre revisões

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Grandes obras de arte Asuka criadas por sacerdotes estrangeiros e preservadas como tesouros nacionais japoneses incluem (1) a tríade ''Shaka'' (''Shaka sanson''): a estátua de ''Shaka'' no estilo nortista de ''Wei'' e dois assistentes ''bodhisattvas'' construídos em 623; (2) uma estátua de madeira em pé de ''Kannon'' (conhecida como ''Kudara Kannon'') com características do sul da China e provavelmente feita durante a primeira metade do sétimo século; (3) pinturas nas laterais de um pequeno altar em laca (o ''Tamamushi no zushi''); e (4) uma estátua do ''Buda da Cura'' (''Yakushi nyorai'') que contém uma inscrição declarando que a estátua foi completada em 607. Todos esses tesouros nacionais são mantidos em ''Horyu-ji'' (antes de ser reconstruído em algum momento no ''século VII'' era chamado de ''Ikaruga-ji''), uma representação institucional verdadeiramente notável do ''Iluminismo''.
 
Outros tesouros nacionais vieram daquela época, dos quais alguns estão em pé de igualdade com os melhores objetos de arte produzidos na China contemporânea, incluindo uma tapeçaria (o ''tenju koku shu-cho'') <ref> Preservada apenas em fragmentos, esta tapeçaria é uma mandala bordada representando o céu budista e a vida eterna (tenjukoku), que o Príncipe Shotoku acreditava ter atingido no momento da morte. Projetado por artistas imigrantes, ele representa as figuras de cem cascos de tartaruga com os nomes de pessoas falecidas. A tapeçaria foi bordada no “Jogu Shotoku Hoo teisetsu”, publicado em Hanawa Hokiichi, ed. Gunshu ruiju, rev. ed. (Tokio: Heibonsha, 1960), vol. 5 </ref> pertencente ao mosteiro ''Chugu-ji'' e uma escultura em madeira do ''Buda do Futuro'' (''Maitreya''), realizada pelos monges de ''Koryu-ji'' na atual ''Kyoto''.
 
Antes de traçar o processo pelo qual as bases institucionais foram estabelecidas para tal desenvolvimento cultural, vamos examinar brevemente o uso cada vez mais amplo do sistema chinês de escrita no ''Japão''. Durante séculos, os japoneses viram caracteres chineses esculpidos em espelhos, selos e espadas importados. Supõe-se que no ''século V'' os japoneses mantinham vários tipos de registros escritos em chinês, embora apenas as inscrições em espelhos e espadas, e o memorial que o ''Imperador Yūryaku'' dirigiu à ''Corte Sung'' em ''478'', tenham sido preservados. Mas o que chegou até nós apóia a suposição de que as primeiras crônicas do ''Japão'', particularmente o ''Nihon shoki'' e o ''Kojiki'', foram baseadas em fontes do ''século V'' e ''VI'', que não existem mais, bem como em informações obtidas das crônicas de ''Paekche''.
 
Embora o conhecimento da escrita deva ter sido usado naqueles anos de pré-ilumismo principalmente para manter contas, verificar compromissos de Estado e certificar linhas de descendência genealógica, alguns itens do ''século VI'' no ''Nihon shoki'' apontam para um interesse crescente em outros tipos de materiais escritos. Por exemplo, um registro do ano ''513'' afirma que o rei de ''Paekche'' (''Muryong'') enviou, como tributo, um estudioso dos ''Cinco Clássicos Confucionistas''. <ref> A autenticidade deste registro é reforçada por um comentário entre parênteses de que o nome da pessoa japonesa que participa da missão foi escrito de maneira diferente da que estava em um registro dos anais de ''Paekche'', ver ''Keitai 7/6, NKBT 68 28-29''.</ref> E três anos mais tarde ''Paekche'' enviou outro estudioso confuciano para substituir aquele que havia chegado em ''513''. <ref> ''Keitai 10/9, NKBT 68 33-35''</ref> Como observamos no Capítulo anterior, os contatos de ''Paekche'' com a ''China'' foram em grande parte com as ''Cortes do Sul'', uma conclusão documentada em um registro do ''Liang shu'' (a história dinástica dos ''Liang'') relata o envio de um estudioso de ritos confucianos (''li'') para ''Paekche'' em ''541''. A partir de tais evidências errôneas, supõe-se que as idéias confucianas estavam chegando ao ''Japão'' várias décadas antes de ''Soga no Umako'' tomar o poder em ''587'', através de ''Paekche'' vindas da ''Corte de Liang''. <ref> Inoue Mitsusada, “Teiki kara mita Katsuragi no uji,” in Inoue Mitsusada, ''Nihon kodai kokka no kenkyu'' (Tokio: Iwanami shoten, 1965). </ref>
 
{{referências|Notas}}