A história do Japão da Cambridge/O século da reforma: diferenças entre revisões

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O ''túmulo de Fujinoki'' também tem uma aparência coreana, o que sugere que a pessoa que foi enterrada lá era de um clã que, como os ''Soga'', era formado principalmente por imigrantes com fortes laços culturais com a ''Coréia''. ''Io Yusuke'' concluiu que a armadura encontrada no túmulo era importada da ''Coreia''. Ele também afirmou que os japoneses nativos daquela época não saberiam o significado dos padrões ornamentais esculpidos nos acessórios encontrados no ''Monte Fujinoki'', nem como fazer tais acessórios. <ref>Japan Times, 23 de abril de 1985, p. II</ref> Os objetos importados do túmulo escavado deste monte, o estilo coreano dos três grandes complexos de templos construídos no início do ''Período Asuka'', os traços culturais continentais do ''Período Asuka'', os tesouros nacionais armazenados no ''Horyu-ji'', a proeminência dos sacerdotes coreanos entre os 1.384 clérigos (815 monges e 569 freiras) que serviram nos quarenta e seis templos construídos em ''624'', bem como as conexões coreanas com a corte dominada pelos ''Soga'', sugerem que grandes avanços estavam sendo feitos (durante o ''Iluminismo Asuka'') para o estabelecimento de uma civilização urbana que era definitivamente coreana em seu caráter intrínseco.
 
====Preparação para as reformas====
O desejo dos japoneses de usar métodos e idéias continentais para a construção do Estado tornou-se mais forte depois da missão enviada para a ''Corte Sui'' em ''600'', quando o ''Príncipe Shotoku'' estava começando a ofuscar ''Soga no Umako'' na direção dos assuntos de Estado. A ascensão do príncipe refletiu-se na decisão tomada em ''601'' de iniciar a construção de um novo palácio para ele em ''Ikaruga'' e na escolha em ''602'' de seu irmão mais novo como comandante de uma nova força expedicionária contra ''Silla''. Depois disso, se empenhou na introdução de métodos continentais de fortalecimento do Estado, destacando a adoção de um sistema de ranqueamento na Corte similares aos de ''Koguryo'' e ''Paekche'', a formulação das famosas ''Dezessete Injunções'' e o intercambio diplomático dos anos 607-608 com a ''Corte Chinesa''. Embora tenham sido levantadas questões sobre qual papel o príncipe desempenhou (se desempenhou algum) nesse desenvolvimento e se as injunções foram realmente escritas tão cedo, cada uma dessas questões foram proeminentes em um prelúdio pré-645 das chamadas ''Grandes Reformas''.
 
Embora existisse na China um sistema de “cargos e patentes” (''kani'') desde a ''Dinastia Wei'' do ''século III'', o sistema adotado pelo Japão em ''603'' era mais próximo e influenciado mais diretamente por ''Koguryo'' e ''Paekche'' do ''século VI''. Todos compartilhavam a prática ''Sui'' de usar boinas feitas de seda púrpura, decorados com ouro e prata, e cuja posição era indicada por penas de diferentes cores. Os nomes das posições variavam de Estado para Estado, mas os nomes adotados no ''Japão'' tinham um caráter confucionista mais forte que os de ''Koguryo''. Cada uma das doze posições japonesas recebeu o nome de maior ou menor medida de uma virtude confucionista particular (presumivelmente em ordem decrescente de importância): 1) maior virtude (''toku''), 2) menor virtude, 3) maior benevolência (''jin''), 4) menor benevolência, 5) maior propriedade (''rai''), 6) menor propriedade, 7) maior sinceridade (''shin''), 8) menor sinceridade, 9) maior justiça (''gi''), 10) menor justiça, 11) maior conhecimento (''chi'') e 12) menor conhecimento.
 
Como na ''Coréia'', a outorga das boinas e escalões era acompanhada por uma mudança de nomeações que deixavam de ter um caráter hereditário para serem baseadas de acordo com a capacidade e realizações dos indivíduos. Enquanto os títulos antigos (''kabana'') eram concedidos a clãs e chefes de grupos ocupacionais como direitos hereditários, as novas patentes foram concedidas a funcionários individuais qualificados por experiência para desempenhar as funções especiais de um determinado cargo. Quando ''Ono no Imoko'' foi nomeado chefe da missão diplomática de ''607'' que fora enviada a corte de ''Sui'', ele foi, sem dúvida, considerado bem qualificado para essa tarefa importante, pois estava no quinto escalão (maior propriedade). E após seu retorno com a missão considerada bem sucedida, foi promovido para o primeiro escalão (maior virtude).