A história do Japão da Cambridge/O século da reforma: diferenças entre revisões

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Embora existisse na China um sistema de “cargos e patentes” (''kani'') desde a ''Dinastia Wei'' do ''século III'', o sistema adotado pelo Japão em ''603'' era mais próximo e influenciado mais diretamente por ''Koguryo'' e ''Paekche'' do ''século VI''. Todos compartilhavam a prática ''Sui'' de usar boinas feitas de seda púrpura, decorados com ouro e prata, e cuja posição era indicada por penas de diferentes cores. Os nomes das posições variavam de Estado para Estado, mas os nomes adotados no ''Japão'' tinham um caráter confucionista mais forte que os de ''Koguryo''. Cada uma das doze posições japonesas era diferenciada pela cor da boina e recebeu o nome de maior ou menor medida de uma virtude confucionista particular (presumivelmente em ordem decrescente de importância): 1) maior virtude (''Daitoku''), 2) menor virtude (''Shōtoku''), 3) maior benevolência (''Daijin''), 4) menor benevolência (''Shōjin''), 5) maior propriedade (''Dairei''), 6) menor propriedade (''Shōrei''), 7) maior sinceridade (''Daishin''), 8) menor sinceridade (''Shōshin''), 9) maior justiça (''Daigi''), 10) menor justiça (''Shogi''), 11) maior conhecimento (''Daichi'') e 12) menor conhecimento (''Shochi''). <ref> Suiko 12 (603) 12/05, NKBT 68. 180-181.</ref>
 
Como na ''Coréia'', a outorga das boinas e escalões era acompanhada por uma mudança de nomeações que deixavam de ter um caráter hereditário para serem baseadas de acordo com a capacidade e realizações dos indivíduos. Enquanto os títulos antigos (''kabana'') eram concedidos a clãs e chefes de grupos ocupacionais como direitos hereditários, as novas patentes do ''Sistema das Doze Posições'' foram concedidas a funcionários individuais qualificados por experiência para desempenhar as funções especiais de um determinado cargo. Quando ''Ono no Imoko'' foi nomeado chefe da missão diplomática de ''607'' que fora enviada a corte de ''Sui'', ele foi, sem dúvida, considerado bem qualificado para essa tarefa importante, pois estava no quinto escalão (''Dairei'', maior propriedade). E após seu retorno com a missão considerada bem sucedida, foi promovido para o primeiro escalão (''Daitoku'', maior virtude).
 
Até mesmo os detentores de ''kabana'' de baixo escalão na ordem antiga puderam ser agora agraciados com altos escalões e postos importantes, presumivelmente porque eram capazes e experientes. Por exemplo, um imigrante coreano chamado ''Kuratsukuri no Obitotori'', quando chegou tinha um título ''kabana'' menor que os dos chefes dos principais clãs, foi premiado com o terceiro escalão (''Daijin'', maior benevolência) por construir uma bela estátua budista para o templo ''Asuka-dera''. Essa promoção, de acordo com um estudioso, deu-lhe a mesma posição que a de um nobre do círculo do ''Príncipe Shotoku''. Parece claro que o novo método de classificação (Sistema das Doze Posições, 冠位十二階, ''Kan'i Jūnikai'') ajudou a fortalecer o controle imperial, conferindo status sobre nomeações e promoções baseadas no mérito.