Guia dos Trouxas para Harry Potter/Livros/As Relíquias da Morte/Capítulo 28: diferenças entre revisões

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Edição atual desde as 13h55min de 11 de março de 2021


Capítulo 28
O Espelho Desaparecido
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Aviso: Seguem detalhes do enredo.

Sinopse editar

Tão logo Harry, Ron e Hermione aparatam em Hogsmeade, um alarme escandaloso anuncia a presença deles. Os Comensais da Morte adivinhando que é Harry, tentam usar o feitiço Accio para atrair a Capa da Invisibilidade imaginando que eles estão escondidos debaixo, mas não conseguem resultado e o Trio permanece escondido.

Quando voltam por uma rua lateral, Hermione quer aparatar fora de Hogsmeade, mas Harry diz que feitiços protetores provavelmente os prenderam ali. Uma friagem repentina e a escuridão começam a envolver tudo em volta deles: dementadores usando a sensação de medo que eles passam, chegam cada vez mais perto. Sem conseguir aguentar a presença sufocante deles, Harry conjura o Patrono, que espalha os dementadores, mas revela sua localização. Um Comensal grita que viu o Patrono de Harry. Uma porta perto deles se abre e uma voz rouca diz “Potter, aqui, rápido!”

Correndo para dentro, o Trio percebe que está no Cabeça de Javali. Das janelas de cima, Harry reconhece o barman alto, falando com os Comensais da Morte do lado de fora, sendo Aberforth Dumbledore, o irmão mais novo de Albus. Aberforth afirma que ele acidentalmente disparou o Feitiço Miadura enquanto colocava seu gato para fora e insiste que foi seu Patrono, um bode, que os Comensais viram; eles no inicio não acreditam, mas enfrentando os Comensais com firmeza, e eles não querendo perder o local onde comprar e vender no mercado negro, decidem ir embora.

Aberforth briga com o Trio por arriscarem as vidas vindo a Hogsmeade. Harry vê o gêmeo do espelho que Sirius deu a ele; Aberforth explica que ele comprou de Mundungus Fletcher, que o roubou de Grimmauld Place. Aberforth vem os observando com esse espelho. Harry reconhece o olho de Aberforth como aquele que via no fragmento do espelho e percebe que foi ele quem mandou Dobby para resgatá-los. Aberforth confirma que foi ele sim e ficou muito triste ao saber que Dobby está morto.

Ron pensa que foi Aberforth quem enviou o Patrono corça, mas ele sarcasticamente lembra que seu Patrono é um bode. Aberforth sugere que eles esperem até que o alarme de Miadura seja desligado pela manhã, e então fujam para as montanhas. Harry insiste que eles precisam ir a Hogwarts porque Dumbledore lhe pediu para fazer uma coisa. Aberforth zomba, “Ele fez isso? Uma coisa boa, eu espero? Agradável? Fácil? Uma coisa que se espera que um garoto bruxo sem preparo seja capaz de fazer sem se expor?” Ron e Hermione estão claramente desconfortáveis, e Harry permanece em silêncio, lutando com suas próprias dúvidas com relação a Dumbledore, embora já tenha decidido continuar confiando nele.

Aberforth afirma que os outros que confiaram em Dumbledore em geral tiveram problemas como resultado. Ele insiste que o Trio abandone sua missão, acreditando que a Ordem da Fênix acabou e Voldemort venceu. É hora deles se salvarem. Contra os protestos de Harry, Aberforth pergunta se Dumbledore foi honesto e revelou toda a sua história para Harry. Quando Harry não consegue responder, Aberforth diz que Dumbledore se apoiou em mentiras e segredos tendo aprendido isso desde pequeno.

Hermione tenta acalmar os ânimos perguntando pela irmã de Aberforth, Ariana, mas isso piora tudo quando Aberforth pergunta se ela estava lendo o livro de Rita Skeeter. Harry logo muda de assunto mencionando Elphias Doge. “Aquele velho idiota,” rosna Aberforth. “Achava que o sol nascia de cada orifício do meu irmão”. Harry não diz nada, ainda tentando esconder sua incerteza.

Aberforth revela que Ariana, aos seis anos, foi maltratada por garotos Trouxas que a viram usando magia. Depois disso ela nunca mais foi a mesma, até mesmo ficando muito louca e incapaz de controlar a magia. O pai deles caçou os garotos em retaliação, mas nunca contou ao Ministério por que os atacou, se contasse, Ariana teria sido internada para sempre no hospital St. Mungo. Por isso, a família a manteve escondida, aturando os rumores de que ela era um Aborto. Com o pai deles na prisão, Aberforth e Kendra, sua mãe, cuidavam de Ariana da melhor maneira possível.

Aberforth era o favorito de Ariana. Albus sempre envolvido com seus estudos e ganhando prêmios, em geral ficava confinado em seu quarto quando estava em casa. Um dia quando Aberforth estava fora, Ariana teve um acesso de raiva. Sem conseguir impedir a incontrolável magia de Ariana, Kendra foi morta acidentalmente. Albus cancelou sua grande viagem com Doge e retornou para casa, para cuidar de Ariana e apoiar a família, enquanto Aberforth terminava o colégio. Aberforth afirma que Albus se ressentia da responsabilidade que caiu sobre seus ombros, embora Aberforth tivesse se oferecido para ajudar.

Foi então que Albus conheceu Gellert Grindelwald, um bruxo que ele considerava tão brilhante quanto ele próprio. Os dois logo ficaram inseparáveis e, levados por sua mútua atração pelo poder e a fama, esboçaram um esquema elaborado para criar uma nova ordem Bruxa. Quando Aberforth descobriu seus planos grandiosos, explodiu um duelo de três; um feitiço perdido matou Ariana. Aberforth afirma que Albus ficou feliz porque sua obrigação se foi, mas Harry diz que ele sempre carregou a culpa, recontando a noite em que Albus morreu. Depois de beber a poção na caverna à beira mar, Albus estava delirando, pedindo a alguém invisível para não ferí-los. Harry tinha a certeza de que ele estava pedindo a Grindelwald para poupar seu irmão e sua irmã, mesmo assim Aberforth permanece cético.

Harry decide prosseguir em sua missão. Sabendo que Voldemort poderia ser morto, Dumbledore passou para Harry esse conhecimento. Se Aberforth se recusa a ajudá-los a entrar em Hogwarts discretamente, então eles acharão um meio de fazer isso. Resmungando Aberforth concorda em ajudar e fala com o retrato de Ariana. Ela se vira para partir, mas ao invés de desaparecer da moldura de lado, como fazem as figuras em geral, ela, ao contrário, se vira e desaparece por uma passagem longa e escura atrás dela. Aberforth explica que esse agora, é o único caminho para o castelo, as velhas passagens secretas estão sendo vigiadas. Ariana volta logo acompanhada por alguém. Quando eles chegam ao quadro, esse se abre para revelar um túnel; lá dentro está Neville Longbottom.


Análise editar

Para Harry descobrir a verdade sobre Albus Dumbledore estava sendo uma jornada especialmente longa e difícil, tanto quanto sua busca para encontrar Horcruxes, e essa verdade tem vindo em muitos pedaços de várias fontes e muito tempo, criando um quebra-cabeças complicado e ainda sem resolução.

A procura por respostas já testou e desgastou a lealdade e a fé em seu mentor, fazendo com que ele questione onde estava o homem que ele amou e achava que conhecia e confiava, será que ele o amava também, será que ele era a boa pessoa que ele acreditava que era. Aberforth Dumbledore dá a informação crucial que ajuda Harry a entender melhor o comportamento passado de Albus com relação à sua família. Isso recuperou parcialmente a fé de Harry em Albus, mas não completamente.

Até então, Aberforth tinha sido uma figura vaga e curiosa sem muita importância, mas seu caráter se torna mais definido aqui, conforme ele assume um papel importante, preenchendo as diversas lacunas da história. A despeito de sua aparência física, tão parecidos, os dois irmãos possuem talentos vastos e diferentes, disposições e personalidades. O brilhantismo de Albus ofuscou seu irmão, mas o antagonismo de Aberforth contra seu irmão mais velho não era apenas rivalidade entre irmãos e um pouco de ciúmes, era raiva reprimida e um ressentimento profundo por Albus usar seus talentos superiores para alcançar os elogios e suas metas pessoais, fugindo das responsabilidades familiares, deixando o peso dos cuidados com Ariana recaírem sobre Aberforth e sua mãe Kendra.

No entanto, é questionável se a decisão de Dumbledore, ainda que bem intencionada, de manter Ariana escondida em casa tenha sido sábia. Ariana, assim como toda a família, poderia estar muito melhor colocada num local com estrutura onde ela seria cuidada por profissionais, ao invés de ter sido escondida. Não fica claro se a decisão deles foi baseada na qualidade do tratamento na época, ou se o estigma de ter uma criança severamente deficiente era simplesmente vergonhoso demais para uma família tão importante suportar, especialmente depois da fama do patriarca.

Não importa suas razões, isso levou a trágicas circunstâncias e forçou Albus a abandonar, ou pelo menos, deixar para depois suas grandes ambições, para apoiar seu irmão mais novo. E embora o desejo de Aberforth de cuidar de sua irmã fosse nobre, Albus acreditava muito na importância educação e ele recusou o pedido de Aberforth de abandonar Hogwarts para cuidar de sua irmã no lugar de Albus. O amargo desespero de Albus (e talvez seu tormento auto imposto) por abandonar suas metas pode ter sido um fator que ajudou a que ele caísse na influência nefasta de Grindelwald, embora isso não desculpe o comportamento de Albus. Albus e Aberforth mantiveram uma trégua amigável nas suas vidas adultas, mas suas emoções reprimidas os mantiveram indiferentes um com o outro, talvez, mutuamente temendo que ao passar muito tempo juntos a chama da discórdia poderia acender e começar o debate sobre matou sua irmã.

Não importa de quem partiu a maldição que atingiu Ariana, cada um dividia a responsabilidade por sua morte, porque permitiu que as hostilidades há tempos aumentando, acabou por explodir num confronto sem controle, embora a breve a incursão de Albus pelas Artes das Trevas com Grindelwald, certamente tenha sido um fator significativo nos acontecimentos que levaram à tragédia. O interessante é que os irmãos nunca se aproximaram, eles moravam próximos, Albus em Hogwarts e Aberforth em Hogsmeade e de vez em quando tomavam um drinque no Cabeça de Javali.

No entanto, a morte de Albus não amoleceu o coração de Aberforth. Quando Harry diz que está numa missão para Dumbledore, Aberforth zomba dele (e de Albus) fazendo com que Harry recupere suas dúvidas e preocupações sobre Albus, e forçando-o a reconhecer que as palavras duras de Aberforth contém a verdade. Assim como Aberforth, os leitores devem estar imaginando porque um bruxo inexperiente e não qualificado, ainda que um imensamente talentoso como Harry, recebeu uma missão tão perigosa e que parece impossível, tendo recebido tão pouca informação.

Harry decide permanecer leal a Albus, dedicado a prosseguir em sua missão. Ele também tenta convencer Aberforth que Albus na verdade, amava sua família e tentou protegê-los de Grindelwald. Aberforth, pessimista, permanece cético, mas ele, talvez de modo surpreendente, coloca de lado sua animosidade com relação a seu irmão, sua visão com relação à guerra, assim como qualquer dúvida de que Harry possa conseguir e ajuda o Trio a se esgueirar para dentro de Hogwarts.

Embora Aberforth tenha dado a eles muitas respostas sobre Albus e Grindelwald, suas lembranças diferem das de Rita Skeeter, Bathilda, Elphias Doge e Tia Muriel. E, ainda que Aberforth tenha providenciado uma história aparentemente acurada sobre sua família, sua versão não deve ser considerada a conclusiva. A verdade é sempre subjetiva e nebulosa e isso é afetado pelas opiniões dos outros, experiências pessoais, lembranças imperfeitas, preconceitos individuais e emoções cruas. Raramente há um motivo maior, e todas as versões devem ser estudadas, e filtradas antes de uma conclusão definitiva Assim mesmo muitos vão discordar e irão acreditar apenas em seu próprio ponto de vista. Embora Aberforth tenha resolvido muitos mistérios e completado muitas peças perdidas, ele não sabe todos os fatos e o quebra-cabeças continua incompleto—ainda há muito mais a ser descoberto sobre Albus Dumbledore.


Perguntas editar

Revisão editar

  1. Qual é a resposta de Aberforth quando Harry conta que Dumbledore deu ao Trio, uma missão? O que Aberforth quis dizer com isso? Ele está certo?
  2. Por que Aberforth acredita que a guerra foi perdida e Voldemort ganhou? Ele está certo? Ele realmente acredita que Voldemort ganhou?
  3. De que maneira a explicação de Aberforth sobre sua família, é diferente da de Rita Skeeter em seu livro? De que maneira difere da de Tia Muriel e de Doge?
  4. Por que Harry decide continuar a acreditar em Dumbledore a despeito de suas inúmeras dúvidas e preocupações sobre ele e a missão?
  5. Por que Aberforth finalmente concorda que o Trio entre desapercebido em Hogwarts?

Estudos Adicionais editar

  1. Por que Aberforth comprou o espelho de Mundungus Fletcher? Ele já sabia, quando comprou, que havia um espelho gêmeo? Se sabia, como?
  2. Harry conta para Aberforth o que Dumbledore disse durante seu delírio na caverna junto ao mar. A interpretação de Harry está correta? Isso mudaria a crença de Aberforth?
  3. Por que Aberforth estava observando o Trio no espelho?
  4. A explicação de Aberforth sobre sua família é verdadeira ou apenas é sua versão? Explique.
  5. Os diretores falecidos de Hogwarts tipicamente têm mais do que um retrato em lugares diferentes, sempre os visitando para lá e para cá. Se Aberforth tem um retrato que fala, de sua irmã, por que não tem um de Dumbledore? Isso teria ajudado ou não o esforço de guerra?
  6. Se Ariana tem um retrato ligado à Hogwarts, por que o retrato de Dumbledore não se comunica com Aberforth através dela? Por que seu retrato estaria em Hogwarts?
  7. Por que Aberforth estaria em contato com Neville Longbottom?

Visão Completa editar

Spoiler editar

Aviso aos leitores de nível intermediário: Seguem detalhes que vocês podem não querer ler em seu nível atual de leitura.


Embora Aberforth afirme que acredita que Voldemort já ganhou a guerra , será visto que, além de oferecer a Harry um lugar para se esconder, ele esteve secretamente ajudando a ressuscitar a AD. Não se sabe porque ele faz isso. Ele pode estar apenas ajudando os alunos porque está preocupado com a segurança deles, ainda que pense que está lutando por uma causa perdida.

Ele também participa na Batalha de Hogwarts, lutando na escola, ajudando a defendê-la contra Voldemort. Por isso, é estranho que Aberforth ao afirmar que Voldemort ganhou, será consciente ou talvez esteja testando a coragem de Harry, tentando determinar o quão profundamente Harry está envolvido na causa de Albus. Isso também explica seu interesse imediato em ajudar, assim que Harry afirma que vai prosseguir com ou sem a ajuda de Aberforth. Ele também pode entender que nada vai dissuadir Harry de tentar se infiltrar em Hogwarts, e por isso, ele aceita e providencia aquela que ele acha que é hoje a única passagem segura para dentro do castelo.

Examinando as várias histórias sobre Albus Dumbledore, vemos que Aberforth tem a única explicação consistente sobre a juventude de Albus. Rita Skeeter baseou sua história enfeitada nas lembranças quase apagadas de Bathilda, mas Bathilda com certeza vivia fora da família, exatamente como Kendra não gostava que ninguém soubesse sobre o estado de Ariana. Doge, tinha o mesmo conhecimento, polido em algumas partes que ele achava importantes, e o resultado não foi nada convincente. A Tia Muriel dos Weasleys parece que apenas recebe e passa adiante as fofocas e insinuações. E, embora cada personagem tenha alguma verdade, suas versões eram em muitas partes, falhas. Embora ainda não saibamos totalmente, porque Dumbledore e Grindelwald se tornaram tão amigos, ou porque Dumbledore mudou tão radicalmente depois desse episódio.

Começamos a compreender quando Harry encontra Dumbledore como Sombra no último livro, na Estação King´s Cross. Ali descobrimos que a morte de Ariana foi causada diretamente pela sua busca pelo poder, e consequentemente decidiu nunca mais tentar buscar o poder sobre outros. Existe de fato outro caminho que leva a Hogwarts, é um túnel que vai da Casa dos Gritos até o Salgueiro Lutador. Harry, Hermione e Ron usam essa passagem para chegar à Casa dos Gritos, onde Voldemort está dirigindo a batalha, e vamos encontrá-lo guardado apenas pelo Salgueiro, como antes.

Aberforth não sabe nada sobre essa passagem, nem mesmo Neville, mas Snape sabe que ela existe, tendo a usado quando era um estudante e, mais tarde, no terceiro ano de Harry. Nunca foi explicado porque Snape deixou esse buraco (não vigiado) no perímetro de segurança de Hogwarts.