Grego moderno/Notas: diferenças entre revisões

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Revisão das 19h59min de 1 de novembro de 2007

ANEXO I. Grego Moderno na Universidade de São Paulo e em Portugal.

A Universidade de São Paulo [USP] tem mantido, desde 1990, um estreito relacionamento cultural e acadêmico com a Grécia , através do Ministério da Cultura daquele país e das Universidades Helênicas.. Este relacionamento vem se traduzindo por generosas doações de livros à Biblioteca Florestan Fernandes da FFLCH/USP e pela manutenção de um Professor- Visitante grego (Dimitris Anagnostópoulos), incumbido de ministrar aulas de cultura e língua neo-helênicas, no Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas. No início deste mês, chegou à USP nova grande remessa de livros gregos, enviados pelo Ministério da Cultura da Grécia . Juntaram-se a outra remessa enorme, anterior, e já em avançado processo de tombamento.

O Curso de Lingua Neo-Helênica, na FFLCH, mais conhecido como Curso de Grego Moderno, é oferecido como matéria optativa do Curso de Letras e como Curso de Extensão Universitária, aberto aos interessados. Existe infelizmente ainda grande desconhecimento do público estudantil, e do público em geral, sobre a lingua grega moderna, oficialmente denominada Língua Neo-Helênica, e isto oficialmente pelos próprios gregos. O neo-helênico difere do grego clássico, na pronúncia, na ortografia, na gramática, bem como no vocabulário.

Do ponto de vista gramatical, o grego moderno é facílimo e pode ser aprendido rapidamente. O vocabulário, teoricamente, inclui todo o léxico do grego clássico, além de um grande número de termos modernos, de origem greco-demótica, sendo enormes também os empréstimos de outras línguas, principalmente européias , especialmente do inglês e do francês, mas também do turco. A sintaxe é simplicíssima e idêntica às das grandes línguas ocidentais latinas. É mais fácil do que alemão ou russo, e tão fácil quanto o inglês, o francês ou o espanhol.

As declinações simplificaram-se, e praticamente só os artigos se declinam, em todos os casos, como em alemão. O sistema verbal se deduz matematicamente do tema do presente e do aóristo. A ortografia foi novamente simplificada em 1982, abolindo-se os espíritos, os múltiplos acentos e os iotas subscritos, características do grego clássico. De acordo com este sistema ortográfico monotônico, todas as palavras gregas não-monossilábicas tem um acento agudo na sílaba tônica. Os monossílabos não tem acento.

Aprender a ler e traduzir grego moderno é mais fácil do que falá-lo, os pontos delicados desta língua são a pronúncia e a ortografia. A bibliografia em português ainda é muito escassa. Graças aos progressos da computação, podemos facilmente digitar com caracteres gregos , em nossos computadores, bastando ativar os recursos multilingües que já estão lá. Poderemos então acessar sites de universidades helênicas , e baixar textos acadêmicos em grego moderno, da maior importância, e em qualquer área de interesse.

Sendo o grego uma das línguas oficiais da Comunidade Européia, estão disponíveis em grego todos os documentos da União Européia , com as respectivas traduções em outras línguas. Cursos de grego na Internet são dezenas, competindo em didática e excelência. Isto dito, podemos considerar o grego moderno uma excelente introdução ao grego bíblico e ao grego clássico, nesta ordem. É também um mau aproveitamento do tempo estudar o grego moderno ignorando sistematicamente o grego bíblico, de grande interesse cultural e religioso. O grego bíblico é a primeira versão do grego moderno, sendo mais recente do que o grego alexandrino da Septuaginta, a Bíblia dos Setenta. [Tradutores], totalmente disponível na internet pela Universidade de Virgínia [USA.

Em Portugal, na Universidade Nova de Lisboa, sob a coordenação do Professor Dr. José António Costa Idéias, ministra-se também, já desde alguns anos, um Curso de Grego Moderno, Nea Elliniká, semelhante ao da Universidade de São Paulo, mas direcionado a um conjunto de destinatários muito mais amplo, principalmente universitário, a saber.o público em geral, classicistas, e helenistas interessados na língua e cultura neo-helênicas.

Atende também estudantes das licenciaturas, pós-graduações, cursos de especialização de línguas, tradutores e intérpretes, ciências da comunicação e da cultura e de outras áreas no domínio das ciências literárias e linguísticas, humanas e sociais e outros eventuais interessados na língua e cultura neo-helênicas, tais como, estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL).,

Constatamos assim que um curso desta natureza e conteúdo pode preencher importante lacuna na formação de nossas elites universitárias . O curso da Universidade de São Paulo comportaria ampliação do conjunto de destinatários, aprofundamento dos seus objetivos acadêmicos, bem como e maior aproximação com outras disciplinas e áreas.

O Curso de Língua Neo-helênica da Universidade de São Paulo, ou Curso de Grego Moderno, como era chamado em sua origem, foi criado em 1990 pela Professora Doutora Isis Borges Belchior da Fonseca, então docente de Grego Clássico na USP, malgrado alvitre contrário do próprio Departamento onde atuava a professora. Devido à resistência do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas em acolher o projeto, o curso abrigou-se no Departamento de Letras Orientais, onde funcionou sob a docência e coordenação da referida docente até 2005.

O Curso de Língua Neo-helênica da Universidade de São Paulo, portanto, deve sua origem à Professora Doutora Isis Borges Belchior da Fonseca, docente aposentada desta Universidade, que a ele dedicou especial atenção, inspirada pelo apreço que devota à língua e à cultura da Grécia Moderna. Continua em atividade na área uma vez que, em 2004, publicou pela Editora Siciliano uma excelente tradução em português do romance de Nikos Kazantzakis " POBRE DE DEUS", voltando a publicar, em 2006, pela Editora Odysseus, a obra “POEMAS DE KONSTANTINOS KAVAFIS”, em edição bilingüe, com texto em grego moderno acompanhado de primorosa tradução em português.

Com a criação deste curso a Professora Isis procurava evidenciar o caráter de continuidade do idioma grego, que não morreu com a Época Clássica ou com o Grego Bíblico, mas que pulsa ainda nos tempos modernos, e em todo o mundo, mesmo que tenha sofrido certas alterações que o tempo impõe a todas as línguas. No lapso entre 1995 e 2000, o ensino de grego moderno passou às mãos da professora Eleni Ikonomopoulou que, vinda da Grécia em missão educacional, com esse fim específico, passou a reger o curso com grande êxito e com o apoio irrestrito e atento dos Ministérios da Cultura e da Educação da Grécia.

Do ano de 2001 até os dias atuais, o Curso de Grego Moderno na USP tem sido ministrado pelo Professor Dimitris Anagnostópoulos, que na seqüência daquela iniciativa ministerial que trouxe sua antecessora, tem logrado dar continuidade ao êxito já alcançado pelo curso, e até mesmo ampliá-lo, correspondendo assim não só às expectativas dos brasileiros que dele se beneficiam como às dos Ministérios da Cultura e da Educação da Grécia, responsáveis por esse projeto de intercâmbio cultural desde o seu início.

No ano de 2004, o curso teve seu nome alterado para "Língua Neo-helênica", consoante a tendência terminológica internacional, baseada na língua grega. No mesmo ano, o curso passa a seu atual Departamento, o de Letras Modernas, o que pareceu a todos os docentes envolvidos nele, direta ou indiretamente, uma realocação muito acertada, pois o grego moderno é uma das línguas vivas da Comunidade Européia. Desde os seus primórdios, o caráter oficial do Curso de Língua Neo-helênica, na Universidade de São Paulo, ficou estabelecido pela sua inclusão na graduação em Letras, como disciplina optativa (em quatro níveis, tendo cada um deles o valor de quatro créditos), e também no ambiente de Extensão Universitária , como curso livre, seguindo o modelo de outros cursos de línguas modernas, na mesma categoria de oferta.

O Curso de Extensão de Língua Neo-helênica, da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP, sempre despertou vivo interesse dos que desejam conhecer melhor essa língua que tem grande apelo cultural e afetivo. Esse público numeroso inclui também descendentes de gregos, que habitam a Região Metropolitana de São Paulo.Durante seus dezessete anos de funcionamento, o curso proporcionou inúmeras oportunidades de viagens de estudos a seus alunos, que, com bolsa oferecida pelas universidades gregas, puderam imergir na vida, na língua e na cultura da Hélade. A cada ano, quatro ou cinco estudantes desfrutam desta bolsa, com a qual, durante um mês, podem assistir aulas nas Universidades de Atenas ou de Tessalônica, com professores especializados no ensino da língua e da cultura grega para estrangeiros e conhecer melhor a história, a literatura e os lugares arqueológicos mais importantes do País, que transmitiu a luz da civilização ao mundo ocidental.

Neste ano, a Biblioteca de Letras da USP recebeu do Governo Grego um considerável acervo sobre a cultura neo-helênica, constituido por dicionários bilingües, enciclopédia , métodos para o ensino do grego moderno, gramáticas recentemente publicadas, em grego e em tradução, obras literárias, periódicos, e outros materiais de referência , frutos e confirmação do interesse do Ministério da Cultura da Grécia pelo curso , que, de resto, insere-se num projeto maior de difusão no Brasil de conhecimentos acerca da Grécia, de sua língua e de seu povo.