História da Europa/Antecedentes da História da Europa: diferenças entre revisões

[edição não verificada][edição não verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
+predef.
Atoj (discussão | contribs)
m ortografia
Linha 1:
O propósito deste livro é dar ao leitor uma ampla visão histórica do período entre a Alta Idade Média e os dias atuais, entre aproximadamente 1.000 e 2.000. Este é, claro, um período um tanto arbitrário, mas nem por isso, completamente despropositado: enquanto a Baixa Ideade Média vê uma contração das sociedades urbanizadas da Europa, o século XI vê a consolidação de muitos Estados e o crescimento do poder militar deles. O século XI é, portanto, um ponto de partida útil, já que forma o pano de fundo histórico para a ascençãoascensão da Europa no mundo moderno.
 
Mais problemático é o espaço geográfico da análise. A Europa não é uma unidade geográfica individual e é demasiado fácil vê-la como tal quando na realidade as culturas da Europa ultrapassam suas fronteiras. Os camponeses medievais da Itália ou da Espanha, por exemplo, tinham muito mais em comum com seus vizinhos do Norte da África do que com seus pares na Alemanha ou Inglaterra. Similarmente, grandes regiões da Europa Oriental, mais particularmente da Rússia, mostram significativa influência de culturas asiáticas e historicamente estiveram mais proximamente conectadas ao Oriente do que o Ocidente.
 
Um problema significativo representamrepresenta, consequentemente, a natureza fluida das fronteiras geográficas da Europa. No sul, os países mediterrâneos da Europa distam apenas uma curta viagem a partir dos portos do Norte da África. No sudeste a Europa não se separa da Ásia por nada além do Estreito do Bósforo e as culturas mais importantes desta região, tal como o Império Bizantino e os Turco-Otomanos espalhavam-se entre a Grécia e a Turquia modernas. Nos limites mais orientais da Europa o continente é separado da Ásia pelas Urais e o clima, mais do que o relevo, é o obstáculo mais significativo para as viagens entre o leste e o oeste. É somente à leste da Europa, com o Oceano Atlântico, que vemos uma fronteira geográfica evidente e significativa.
 
A resposta a este problema é aceitar que tratar a Europa como uma unidade é algo arbitrário. É essencial, ao se escrever história, definir uma área de estudo, e tratar a Europa como uma unidade é um meio de atingir este objetivo. Tendo-se isso em mente, o problema da geografia da Europa deixa de ser um. As fronteiras geográficas um tanto quanto arbitrárias da Europa não devem diminuir as tentativas de investigar a história de regiões individuais dentro do continente.
Linha 17:
A queda do Império Romano, uma tarefa levada a cabo por numerosas tribos nômades, foi completa. Sem o Império Romano essas tribos estavam livres para unificar-se e formar alguns tipos de nações. A Gália Provençal, que fora a mais próspera das províncias romanas, vagarosamente se desmanchou e se reunificou em um reino [[w:franco|franco]], que se estendia pela Alemanha e norte da França. A presença (e poder) dos francos com seu novo reino era bastante clara. A palavra que o alemão usa para França hoje em dia, ''Frankreich'', é uma homenagem ao reino franco de outros tempos.
[[Image:CharlemagneCoronation.jpg|thumb|left|180px|Coroação de Carlos Magno.]] A dinastia '''merovíngeamerovíngia''', a primeira das dinastias francas, e que recebeu esse nome em razão do lendário rei [[w:Meroveu|Meroveu]], conquistou e controlou muito do território das modernas França e Alemanha. O último soberano do reinado merovíngio unificado foi Clóvis, que converteu-se ao cristianismo como promessa para vencer uma batalha. Clóvis era um ariano, segmento cristão que sob a óptica papal era visto como "herético". Os arianos negam a existência da trindade, ou seja, negam que Jesus Cristo seja a manifestação do "Deus pai". A adoção da religião tinha por Clóvis também motivos políticos, pois legitimava ainda mais seu poder.
 
Quando morreu Clóvis, seu reinado foi dividido entre seus filhos. Alguns reis merovíngios que se seguiram não tinham a atitude responsável de Clóvis, e ficaram conhecidos como '''reis indolentes'''; deixavam cada vez mais o poder ser exercido pelos chamados '''major domus''' (prefeitos do palácio).