A cidade do Rio de Janeiro no século XX/Primeira metade do século XX

No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro enfrentava sérios problemas sociais. Epidemias de doenças como a febre amarela assolavam os cortiços imundos da região central. O saneamento básico era precário e a população concentrava-se no Centro da cidade em condições precárias de higiene. Em 1901, foi concluída a Igreja de Nossa Senhora da Candelária, no Centro, após um século e meio de obras. Em 21 de julho de 1902, Oscar Cox fundou o Fluminense Football Club, numa sede localizada no número 51 da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo[2]. No mesmo ano, as linhas de bonde da cidade chegaram ao bairro de Ipanema[3].

Aedes aegypti, o mosquito transmissor da febre amarela
Igreja de Nossa Senhora da Candelária
Colégio Santo Inácio
Vista Chinesa em cartão-postal de 1911
Bonde virado na Praça da República durante a Revolta da Vacina, em novembro de 1904
Pavilhão Mourisco
Chafariz das Musas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Logotipo da Light
Estádio do Fluminense Football Club, o Estádio das Laranjeiras, em 1919
Palácio Monroe em cartão-postal
Avenida Central por volta de 1908
Teatro Municipal
Enterro de Machado de Assis em 1908, no Cemitério São João Batista, em Botafogo[1]
Caminho Aéreo do Pão de Açúcar na década de 1940
Exposição comemorativa do centenário da abertura dos portos às nações amigas no atual bairro da Urca
Os revoltosos da Revolta da Chibata
Interior da Biblioteca Nacional

Foi inaugurado o Cine Palácio, uma construção em estilo neomourisco na Rua do Passeio, no Centro. Inicialmente, funcionando como boliche, mas que, posteriormente, se transformaria no primeiro cinema da cidade a exibir filmes sonoros[4]. Em 1903, foi inaugurado o Externato Santo Inácio, na Rua São Clemente, em Botafogo[5]. Foi construído, pelo prefeito Pereira Passos, um pavilhão em estilo chinês em um mirante na Floresta da Tijuca intitulado Vista Chinesa, obedecendo a projeto do arquiteto Luís Rei.

A elite procurava reagir aos problemas modernizando a cidade, tomando como base Paris, que realizara uma grande reforma urbana no século anterior. O cientista Oswaldo Cruz comandou a vacinação forçada da população contra a febre amarela, desencadeando a revolta da população no episódio que ficou conhecido como a Revolta da Vacina, em 1904. Começou a ser construído o Pavilhão Mourisco, em estilo neomourisco, que viria a ser o prédio principal da Fundação Oswaldo Cruz, no bairro de Manguinhos. Foram instaladas, no Passeio Público, quatro estátuas de ferro e estanho importadas da França representando as quatro estações. Foi inaugurado o Aquário do Passeio Público, o primeiro aquário de água salgada da América do Sul[6].

Foi demolida a Igreja de São Joaquim, ao lado do Colégio Pedro II, no Centro, para abrir espaço para uma nova avenida: a Avenida Marechal Floriano[7]. Foi construída, pelo prefeito Pereira Passos, a Avenida Atlântica na Praia de Copacabana, reproduzindo, em pedras portuguesas, os desenhos em formato de onda do Largo do Rossio de Lisboa. O desenho, inicialmente com ondas perpendiculares às ondas do mar e, posteriormente, com ondas paralelas às ondas do mar, tornou-se um dos maiores símbolos da cidade do Rio[8][9].

Em 1905, foi instalado o Lampadário da Lapa, criação de Rodolfo Bernardelli, no Largo da Lapa, para embelezar a Avenida Mem de Sá recém-construída[10]. O Chafariz das Musas, que adornava o mesmo largo, foi transferido para o Jardim Botânico[11]. Chegou, à cidade, a The Rio De Janeiro Tramway, Light And Power Company Ltd., empresa que havia sido fundada no ano anterior no Canadá e que passou a prestar serviços de telefonia, fornecimento de gás, transportes urbanos (Estrada de Ferro do Corcovado, bondes, ônibus da viação Excelsior, inclusive de dois andares, os populares "chope duplo") e geração, transmissão e distribuição de energia elétrica[12]. Até então, os bondes que circulavam pela cidade eram puxados por burros, mulas e cavalos[13].

Em 1906, mais um sinal de modernização: foi realizado o primeiro Campeonato Carioca de Futebol, ganho pelo Fluminense Football Club. Foi montado, no bairro da Cinelândia, o Palácio Monroe, que havia sido construído para uma exposição internacional em São Luís, nos Estados Unidos, dois anos antes. Foi construído o Jardim Suspenso do Valongo, obra de Luis Rei no bairro da Saúde, visando a conter as encostas do morro da Conceição. No local, foram instaladas várias estátuas de deuses latinos[14]. Ali perto, no Bairro de Fátima, finalizou-se o desmonte do Morro do Senado, que deu lugar à Praça da Cruz Vermelha. A praça tem o formato circular típico das praças parisienses, servindo de anel rotatório para diversas ruas que para ela convergem.[15]

Visando a acabar com os constantes alagamentos do Rio Carioca, este foi canalizado no seu trecho entre os bairros de Laranjeiras, Catete e Flamengo, passando a fluir em leito subterrâneo[16]. Foi inaugurado o prédio da Caixa de Amortização, na esquina da Rua Visconde de Inhaúma com a Avenida Central em construção no Centro. O prédio, em estilo neoclássico, era um projeto de Luís J. le Cock de Oliveira e, posteriormente, abrigaria a sede do Banco Central do Brasil[17]. Foi construído, pelo prefeito Pereira Passos, um centro de lazer na praia de Botafogo: o Pavilhão Mourisco[18].

Foi demolido o Hospital da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, em estilo clássico colonial, na esquina do Largo da Carioca com a Rua da Carioca. Em seu lugar, foi erguido o prédio do jornal Correio da Manhã, em estilo eclético com influência francesa. Foi instalado o poste com esculturas de sereias aladas no Largo da Carioca. Em 1907, foi fundado o restaurante Bar Brasil, na Avenida Mem de Sá, na Lapa[10]. O Morro da Babilônia, situado entre a Praia Vermelha e a Praia do Leme, começou a ser ocupado por população de baixo poder aquisitivo[19]. Foi fundado, no bairro do Catete, o rancho de carnaval "Ameno Resedá", precursor do futuro desfile de escolas de samba da cidade. O rancho desfilaria até 1941[20].

Sob o comando do prefeito Pereira Passos, o velho Centro foi rasgado por uma nova avenida ladeada por edifícios em estilo belle époque parisiense, a Avenida Central, que, logo em seguida, mudou o nome para Avenida Rio Branco, em homenagem ao recém-falecido Barão do Rio Branco, em 1912. Nas obras da avenida, foi descoberto um velho túnel, o que realimentou a velha lenda sobre uma rede de galerias subterrâneas existente sob o Morro do Castelo, a qual abrigaria o tesouro deixado pelos jesuítas quando de sua expulsão, no século XVIII. Foi realmente comprovada a existência da rede de túneis, porém nada que se comparasse ao lendário tesouro[21]. Para comemorar a inauguração da avenida, foi erigido um obelisco de pedra no seu final.

Foi inaugurado o Mercado Municipal, em substituição ao Mercado da Candelária. O Mercado Municipal era uma enorme estrutura de ferro, composta por cinco torres e por aproximadamente duzentas lojas, nas proximidades do cais do porto[22]. Em 29 de setembro, morria o escritor e célebre cronista carioca Machado de Assis em sua casa no bairro do Cosme Velho. O Túnel Novo recém-aberto entre os bairros de Botafogo e Copacabana, sob o Morro do Pasmado, foi o ponto de partida para a ocupação da Zona Sul. Foi inaugurado o novo prédio da Escola Nacional de Belas Artes, projeto de Adolfo Morales de los Rios, na recém-inaugurada Avenida Rio Branco[10].

1908 era o ano do centenário da Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas por dom João VI. Para tal comemoração, construíram-se grandiosos pavilhões nas proximidades da Praia Vermelha, na Urca. Desses pavilhões, somente um foi preservado integralmente: o Pavilhão dos Estados, ocupado atualmente pelo Museu das Ciências da Terra[23]. O térreo e o primeiro pavimento do Pavilhão do Estado de Minas Gerais foram utilizados para a construção da Escola Municipal Minas Gerais. Os demais pavilhões foram derrubados após a exposição. Também para comemorar a data, foi construído um monumento na Praia do Russel, no bairro da Glória. O monumento era constituído por uma amurada e por duas estátuas femininas representando o comércio e a navegação.

Em 1909, foi inaugurado o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, inspirado na Ópera Garnier de Paris. Foi inaugurado o Cinema Soberano, na Rua da Carioca, posteriormente mudando seu nome para Cinema Íris[4]. Em 1910, foi inaugurado o Hotel Avenida, na Avenida Rio Branco. No seu andar térreo, se localizava a Galeria Cruzeiro, que era, ao mesmo tempo, uma parada de bondes, galeria de lojas e restaurantes e ponto de encontro de intelectuais, artistas e políticos[24].

No mesmo ano, foi inaugurado o Monumento a Floriano Peixoto, na praça de mesmo nome, no Centro da cidade[25]. Também foi inaugurado o prédio da Biblioteca Nacional, na Cinelândia, em projeto de Francisco Marcelino Souza Aguiar[10], no local do antigo Seminário São José[26]. Os marinheiros da armada sediada no Rio se revoltaram contra o castigo das chibatadas e ameaçaram bombardear a cidade, na Revolta da Chibata. Foi inaugurado o prédio da polícia central, na Rua da Relação, no Centro, um projeto do arquiteto Heitor de Mello que era influenciado pelo estilo eclético então preponderante[27].

Em 1911, o Convento da Ajuda foi demolido e, em seu lugar, surgiu a região da Cinelândia, no Centro, assim chamada devido à sua abundância em cinemas[28]. Do convento, somente foi poupado o Chafariz das Saracuras, que se localizava no claustro do convento e que foi transferido para a Praça Ferreira Viana, no bairro de Ipanema. Inaugurou-se o prédio na Rua Marechal Floriano, no Centro, que, a partir do ano seguinte, iria servir de sede para a The Rio de Janeiro tramway, light and power Cº Ltd[29]. Em 1912, foi inaugurado, com um baile de gala, o palacete na Rua General Severiano, em Botafogo, que serviria de sede para o Botafogo Football Club[30]. Foi inaugurada, no número 83 da rua da Assembleia, uma filial do magazin Mestre & Blatgé de Paris. A loja logo desbancou a loja Notre Dame, na rua do Ouvidor, se tornando, então, o principal magazine da cidade.[31]

Em 27 de outubro de 1912, foi inaugurado o Caminho Aéreo do Pão de Açúcar, obra conduzida pelo engenheiro brasileiro Augusto Ferreira Ramos e que se tornaria um dos principais ícones da cidade e do país. O plano inicial para a obra surgiu na época dos preparativos para a exposição de 1908 e compreendia três linhas de teleférico: uma, ligando a Praia Vermelha ao Morro da Urca; a segunda, ligando o Morro da Urca ao Morro do Pão de Açúcar e a terceira, ligando o Morro da Urca ao Morro da Babilônia. Porém o projeto só veio a ser concretizado em 1912 e com apenas as duas primeiras linhas. Foi o primeiro teleférico no Brasil e o terceiro no mundo[32]. Na mesma época, foi projetada, pela mesma firma alemã (a Julius Pohlig AG) encarregada da construção do teleférico do Pão de Açúcar, uma linha semelhante ligando os bairros de Copacabana e Tijuca, porém o projeto não foi concretizado[33].

Em 1913, terminaram as obras de construção do Palacete Eduardo Guinle, no bairro de Laranjeiras[34]. Em 1914, foi demolida a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, na praia homônima. Em seu lugar, foi erigido o Forte de Copacabana[35]. Num dos saraus costumeiramente organizados no Palácio do Catete (a residência oficial do presidente brasileiro), a compositora carioca Chiquinha Gonzaga causou um escândalo ao tocar para os convidados, com o acompanhamento musical da primeira-dama Nair de Teffé, o seu choro Corta-jaca.

Em 1915, foi construído o prédio em estilo neoclássico do Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no bairro das Laranjeiras. Foi inaugurado o Hotel Central, na Praia do Flamengo, no lugar do antigo balneário High Life[36]. Em 8 de setembro, foi assassinado o famoso político Pinheiro Machado no bairro do Flamengo, próximo à Praça José de Alencar, em frente ao Hotel dos Estrangeiros (no local atualmente ocupado pelo Restaurante Planalto). O crime foi efetuado pelo pedreiro Francisco Manso de Paiva Coimbra. O mandante nunca foi identificado[37].

Em 1916, foi inaugurado o casarão na Praia do Flamengo que viria a ser conhecido como Castelinho do Flamengo, devido à influência gótica em seu desenho, obra do arquiteto italiano Gino Copede. Foi fundada a Escola de Aviação Naval, que daria origem ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, também conhecido como Aeroporto do Galeão. Foi construído o Jardim do Méier[38]. Foi gravado o primeiro samba da história, "Pelo telefone", de autoria de Donga e Mauro de Almeida. Os dois, além de Pixinguinha, Sinhô, João da Baiana e vários outros músicos famosos, frequentavam a casa de Tia Ciata, na Praça 11 de Junho, local de surgimento do samba carioca. A prefeitura do Distrito Federal comprou um terreno no Alto da Boa Vista conhecido como "Gávea Pequena" que passou a ser utilizado por políticos como sítio de lazer. A modernização da cidade na época significou a demolição de muitos cortiços no Centro e seus moradores foram habitar os morros da cidade, formando as primeiras favelas, na região dos morros da Saúde e da Providência, no Centro. Foi construído o Palacete Dom João VI, na Praça Mauá[39]. Em 29 de junho de 1916, foi inaugurada a Igreja de São Conrado na então Praia da Gávea. Graças à igreja, a região ganhou o seu atual nome, "São Conrado"[40]. No mesmo ano, foi inaugurada a Avenida Niemeyer, ligando o Leblon ao atual bairro de São Conrado, aproveitando o leito não concluído de uma estrada de ferro. Tanto a igreja quanto a avenida foram construídas por Conrado Jacob Niemeyer, proprietário de terras na região[41].

Em 1917, o compositor carioca Pixinguinha compôs a música "Carinhoso", que viria a se tornar um clássico da música brasileira. Mas a letra da música só viria a ser composta vinte anos mais tarde por Braguinha[42]. Foi construído o bairro de Santa Genoveva, que faz parte do atual bairro de São Cristóvão. O bairro nomeou as suas ruas com nomes relativos a episódios da vida da santa francesa, que viveu no século V. Tudo em pagamento de uma promessa do Visconde de Morais, o idealizador do bairro, pelo restabelecimento da saúde de sua esposa[43].

Em 1918, foi construído o Palácio São Joaquim, na Glória, para servir de residência ao cardeal-arcebisbo do Rio de Janeiro. A construção, em estilo eclético, era projeto de Morales de los Rios[44]. Foi criado o famoso bloco de carnaval Cordão da Bola Preta, na Rua da Glória, número 88. Em 12 de outubro de 1918, foi inaugurado o novo prédio da Faculdade Nacional de Medicina, na Praia Vermelha, na Urca[45]. Em 1919, foi aberta a Avenida Meridional, futura Avenida Delfim Moreira, no Leblon[46]. Em 1920, o governo federal criou a primeira universidade brasileira: a Universidade do Rio de Janeiro, formada pela junção da Escola de Engenharia, da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Direito. A Universidade do Rio de Janeiro foi o embrião da futura Universidade Federal do Rio de Janeiro[47]. No mesmo ano, o prefeito Carlos Sampaio criou as feiras livres. Nessa época, a população começou a chamar a região do Alto Gávea de "rocinha", em referência às numerosas roças do local que abasteciam a feira da Praça Santos Dumont[48].

O arquiteto italiano Mario Vodrei projetou um casarão em estilo eclético para servir de residência ao empresário Henrique Lage, na propriedade deste ao lado do Jardim Botânico[49]. Na década de 1920, o morro na Zona Norte que, desde o início do século, começava a ser ocupado por ex-escravos e migrantes, passou a ser chamado de Morro do Salgueiro em referência ao comerciante português Domingos Alves Salgueiro, que possuía trinta barracos no morro[50].

Em 1921, o Morro do Castelo, no Centro, foi derrubado, sob a alegação de que prejudicava a circulação do ar e o escoamento da água das chuvas e a de que abrigava somente casas velhas e miseráveis. Sua terra e suas rochas foram utilizadas nos aterros da área do futuro Aeroporto Santos Dumont, da Praça Paris, do bairro da Urca que surgia através do aterro da região entre a Praia da Saudade e a Fortaleza de São João e de alguns trechos da Lagoa Rodrigo de Freitas. Entre os edifícios demolidos, estava o antigo Colégio dos Padres Jesuítas. Os restos do antigo edifício ficaram guardados no Colégio Santo Inácio, que também é administrado pelos jesuítas.

Já a antiga Igreja de São Sebastião, que já havia sido a catedral da cidade, cedeu seu título para uma nova Igreja de São Sebastião, que foi inaugurada em 1931, na Rua Haddock Lobo, na Tijuca. A nova Igreja de São Sebastião, administrada pelos padres capuchinhos, era em estilo neobizantino e passou a abrigar dois marcos importantíssimos da história da cidade, que também estavam na antiga Igreja de São Sebastião: o marco de fundação da cidade e a lápide do túmulo de Estácio de Sá[51]. No lugar do antigo morro, surgiu a região do Castelo, que viria a ser utilizado como palco da exposição comemorativa do centenário da independência brasileira, no ano seguinte. Os moradores do morro se mudaram para o Morro do Borel, no bairro da Tijuca, originando a atual favela do Morro do Borel.

Foi inaugurado o prédio do Bar Amarelinho, na Cinelândia, projetado por Mário Vedred[10]. O prédio foi construído no local do antigo Convento da Ajuda. Na época de sua inauguração, o Bar Amarelinho se chamava Café Rivera, nome que mudou para Amarelinho em decorrência da cor do edifício no qual se localizava[26]. Em 1922, ocorreu a Revolta do Forte de Copacabana. O forte se rebelou contra o governo, que era dominado pelas oligarquias cafeeiras. Ao contrário do esperado, as demais unidades militares não aderiram ao movimento e o Forte de Copacabana ficou sozinho na luta contra as tropas do governo. Em um último gesto suicida, os dezoito rebeldes remanescentes marcharam pela orla em direção ao Forte do Leme, no episódio conhecido como Os Dezoito do Forte. Dos dezoito, apenas Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram[52].

Foram inaugurados o Hotel 7 de Setembro, na Avenida Rui Barbosa, no Flamengo e o Palácio Pedro Ernesto, sede do Conselho Municipal, na Cinelândia. O palácio foi construído no lugar do antigo Conselho Municipal, prédio em estilo neogótico do final do século XIX. Foi aberto o canal ligando a Lagoa Rodrigo de Freitas ao mar, como parte das obras de embelezamento da cidade para as comemorações do centenário da independência brasileira. O canal tinha por objetivo facilitar a renovação das águas da lagoa. Com a terra removida com a construção do canal, foi criada a Ilha dos Caiçaras na própria lagoa. Se iniciou o aterro entre a Praia da Saudade e a Fortaleza de São João que iria dar origem ao bairro da Urca[53] Também foi inaugurado o Hotel Glória, de autoria do arquiteto francês Joseph Gire, em estilo neoclássico[54]. E o Prédio dos Correios na Rua Visconde de Itaboraí, no Centro[55].

Herdeiros de Ferreira Viana adquiriram um terreno no bairro de São Conrado que daria origem ao atual Gávea Golf Club[56]. Para a exposição de 1922 em comemoração ao centenário da independência brasileira, foram construídos vários prédios na região do Castelo. A maioria foi demolida após o término da exposição. Exceções foram: o Pavilhão das Indústrias, atual Museu Histórico Nacional[57]; o Pavilhão da França, uma réplica do Petit Trianon de Versalhes que, após o término da exposição, foi doado à Academia Brasileira de Letras para lhe servir de sede[58] e um prédio em estilo eclético que, mais tarde, iria abrigar o Museu da Imagem e do Som[59]. Para abrigar os visitantes da exposição, foi construído, no bairro da Urca, o Hotel-Balneário da Urca: uma construção em estilo eclético dos arquitetos Archimedes Memória e Francisco Couchet[60]. Em 1 de novembro, morreu, em sua cidade natal, o escritor carioca Lima Barreto, de ataque cardíaco. O escritor ficaria notabilizado por clássicos como "Triste Fim de Policarpo Quaresma" e "O Homem que Sabia Javanês". Em 1922, foi inaugurado o Cinema Floresta, na rua Jardim Botânico número 674.[61]

Referências

  1. http://www.conjur.com.br/2011-set-18/embargos-culturais-testamento-machado-assis
  2. http://www.fluminense.com.br/FluFcMemoria.asp?ism=1&idn=4591
  3. http://www.nspaz.org.br/
  4. 4,0 4,1 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-59701998000100010&script=sci_arttext
  5. http://www.santoinacio-rio.com.br/
  6. http://www.passeiopublico.com/htm/sec21-05.asp
  7. http://www.marcillio.com/rio/enceprva.html
  8. http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL93781-5606,00.html
  9. http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id4.html
  10. 10,0 10,1 10,2 10,3 10,4 http://www.passeiopublico.com/htm/info.asp
  11. placa informativa do Chafariz das Musas no Jardim Botânico
  12. GARCIA, S. Rio De Janeiro: Passado e Presente. Rio de Janeiro: Conexão cultural, 2000. p. 1
  13. http://www.jornaldevalinhos.com.br/artigos/Detalhes.aspx?IDArtigo=107
  14. http://www.overmundo.com.br/guia/o-jardim-suspenso-do-valongo
  15. http://www.marcillio.com/rio/encelare.html#pcv
  16. http://www.flickr.com/photos/andre_so_rio/154415307/
  17. http://www.marcillio.com/rio/encerbes.html
  18. http://www.solardebotafogo.com.br/index.htm
  19. http://soulbrasileiro.com.br/main/rio-de-janeiro/favelas/origens-4/
  20. http://extra.globo.com/noticias/rio/carlos-lessa-abrira-casa-de-shows-em-imovel-centenario-no-catete-4071978.html
  21. http://www.itaboraiweblist.com.br/index.php/Tesouro-carioca.html
  22. http://gororobasdobrasil.blogspot.com/2008/05/o-mercado-municipal-do-rio-de-janeiro.html
  23. http://fotolog.terra.com.br/luizd:72
  24. http://www.light.com.br/web/institucional/cultura/ccl/memoria/hotel_avenida/tehavenida.asp?mid=86879428723472307231
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  28. http://www.flickr.com/photos/memoriaviva/178691124/
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  33. Mapa de teleférico que ligaria Copacabana à Tijuca é descoberto na Alemanha. 26 de agosto de 2012. Site da Associação de moradores e amigos dos postos 2, 3, 4 e 5 de Copacabana. Disponível em http://ama2345decopacabana.wordpress.com/. Acesso em 2 de dezembro de 2012.
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  36. http://fotolog.terra.com.br/luizd:102
  37. http://www.bairrodocatete.hpg.ig.com.br/bentolisboa.html
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  40. http://www.flickr.com/photos/soldon/2532841164/
  41. http://off-road.student.utwente.nl/johan/rio/br/bairros/saoconrado.htm
  42. http://mais.uol.com.br/view/pv4x1v97rmus/carinhoso--pixinguinha--joao-de-barro-040260D4B11307?types=A&
  43. http://www.sao-cristovao.com/genoveva.htm
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