O charuto é uma das maiores fontes de prazer criadas pelo ser humano. Paradoxalmente, diversas doenças lhe têm sido atribuídas pela medicina. Isso inibe seu consumo por parte de muitas pessoas, inclusive através de mecanismos legais de proibição, porém seus adeptos mais fiéis continuam a consumi-lo. Eles argumentam que tudo na vida possui riscos e que o charuto seria um risco cujos benefícios em termos de prazer superariam os malefícios em termos de possíveis doenças que lhes poderiam ocorrer[1].

Loja especializada em charutos em Princeton, em Nova Jérsei, nos Estados Unidos
Degustando um charuto Cohiba

Cabe, aqui, mais uma reflexão. Como pode uma planta que foi tida como remédio por milênios pelas populações ameríndias passar a ser considerada um verdadeiro veneno? Talvez a solução desta aparente contradição esteja nas palavras do célebre alquimista suíço Paracelso, que viveu nos séculos XV e XVI. Disse ele: "Todas as substâncias são venenos; não existe uma que não seja veneno. A dose certa diferencia um veneno de um remédio".

Ou seja: não seria o uso desregrado e excessivo do tabaco pelo homem contemporâneo a real causa de sua associação a inúmeras doenças? Não seria o uso equilibrado e esporádico do tabaco pelos povos ameríndios a chave de seu uso terapêutico? Este é um assunto que merece mais pesquisas e debates por parte da comunidade científica[2][3].

Referências