Civilização Egípcia/Último período
Dinastias 26-31
editarA dinastia dos reis núbios havia trazido para o Egito valores perdidos e uma espécie de renascimento cultural e religioso. Tudo isso desapareceu num piscar de olhos diante da ferocidade com que os assírios atacaram, liderados pelo seu rei Assurbanipal.
A gloriosa e orgulhosa Tebas foi saqueada, invadida, seus belos templos, entre eles o templo mortuário de Ramsés II, foram destruídos.
Assurbanipal colocou no trono do Egito um novo rei, Psamético, um egípcio que havia sido capturado e doutrinado pelos assírios. Assim estabeleceu a 26ª Dinastia podendo se retirar e deixar um dos seus para governar o país.
Por mais de um século reinou a 26ª Dinastia até que os persas invadiram o Egito fundando a 27ª Dinastia que duraria também, mais de um século. Depois de uma breve pausa, com a 28ª, 29ª e 30ª Dinastias, o Egito enfrenta uma nova e terrível ocupação, o domínio persa.
Dinastia Saíta
editarA 26ª Dinastia, foi fundada por Psamético I sob a proteção dos assírios que controlavam mais da metade do Delta.
Esse rei, governou a partir de Sais com bases em Mênfis e Atribis. Embora a situação do Egito fosse caótica, Psamético I conseguiu consolidar seu poder e reinou por volta de cinqüenta anos, trazendo um pouco de estabilidade ao país.
Primeira ocupação persa
editarA invasão persa praticamente esmagou os governantes saítas. Psamético III que ocupava o trono da 26ª Dinastia, era muito jovem e não teve forças para lutar contra as tropas de Cambises, rei da Pérsia.
Na batalha de Pelusa, no Delta, o rei egípcio foi derrotado e morto e o Egito caiu em mãos estrangeiras de fato.
Os historiadores clássicos narram a ocupação persa de maneira muito desfavorável para o Egito, mas hoje já existe uma nova visão do ocorrido. É claro que nenhum povo poderia gostar de ter seu país invadido e dominado e vale lembrar que os egípcios eram um povo orgulhoso, acostumado a uma posição de comando, mesmo nessa época em que as glórias haviam ficado para trás.
Na verdade parece que Cambises demonstrava um grande respeito pelo país e pelo povo egípcio. Escolheu cidadãos egípcios para ocupar postos importantes no governo. Ele se apresentava como faraó e respeitava a religião local e seus rituais, dos quais participava. Tanto assim, que quando Cambises faleceu, houve uma rebelião popular, mas seu sucessor Dario I recuperou o controle do país.
O fato é que, essa ocupação não parece ter sido uma fase difícil para o povo egípcio. Houve algumas revoltas populares, mas, temos a impressão de que os estrangeiros procuraram agir e governar ao modo egípcio.
Essa foi a 27ª Dinastia, que durou mais de cem anos e terminou com a morte de Dario II.
Período de Independência
editarA 27ª Dinastia termina com a morte de Dario II e com a tomada do poder pelo jovem Amyrtaios. Ele talvez fosse líbio e tentou restabelecer o poder tomando o governo das mãos dos persas e fundando a 28ª Dinastia.
A principio esse período de independência durou por volta de sessenta anos, tempo em que os reis da 29ª e 30ª dinastias governaram o país e tentaram restabelecer as tradições.
Esse período foi registrado pelos historiadores gregos e portanto é visto através dos interesses e pontos de vista helênicos.
As marcas do período de independência foram, a instabilidade dos governos e o perigo constante representado pelos persas nas fronteiras. Ao que se sabe, a maioria dos governantes da 29ª Dinastia foi deposto ou assassinado.
Nectanebo, fundador da 30ª Dinastia parece ter chegado ao poder graças a um golpe de estado. A 30ª Dinastia é composta pelos últimos faraós nascidos no Egito.
Segunda Ocupação Persa
editarDurou por volta de dez anos mas é uma das páginas mais dolorosas da história do Egito antigo.
Os persas durante o reinado de Artaxerxes, com um exército poderoso, penetraram pelo norte do Egito massacrando os egípcios até dominarem as cidades do Delta.
O problema é que nessa invasão não havia um diplomata como Cambises (da primeira ocupação) e o que ocorreu foi violência contra o povo, sua religião e seus templos.
Ao invés de um regime organizado, o governo era corrupto, incompetente e cheio de vícios. Isso resultou em rebeliões armadas por parte do povo egípcio e muitas mortes.
Portanto, quando Alexandre Magno invadiu o Egito, o povo estava preparado para acolhê-lo como um libertador. Alexandre livrou o país do jugo dos persas e foi respeitado e adorado como o próprio filho do deus.