Civilização Egípcia/Médio Império/Dinastias do Médio Império
Dependendo da cronologia é possível encontrar datas totalmente diferentes e os números dos faraós (em algarismos romanos) também, uma vez que os egípcios não usavam esse tipo de identificação.
Se a 11ª dinastia tebana começa com Mentuhotep o Velho, então esse faraó que veremos abaixo é o segundo a usar o nome Mentuhotep.
Faraós da Décima Primeira Dinastia
editar(Tebana)
- Mentuhotep II
- Mentuhotep III (Sankhkare)
- Mentuhotep IV (Nebtawyre)
- Mentuhotep II
Embora ele tenha reunificado o Egito, isso não ocorreu de imediato, de modo que ele teve alguns nomes de Hórus.
- Antes da guerra – Hórus que alimenta o coração das Duas Terras
- Depois da guerra – Hórus o deus da coroa branca
- Depois da unificação – Hórus, aquele que uniu as Duas Terras
- Mâneton o chama
- Lista de reis - Nebhepetre, Mentuhotep
Após a guerra civil que arruinou o primeiro século da 11ª dinastia, Mentuhotep tomou a cidade de Nekhen (Heracleópolis) e colocou um ponto final no domínio dos reis (9ª e 10ª dinastias) que tentavam assumir o trono egípcio. Foi uma fase bastante confusa porque havia governantes em diversas regiões, todos ao mesmo tempo.
Este faraó manteve a cidade de Tebas como o centro do poder, nunca antes Tebas foi tão importante, porque ele estabeleceu um poder centralizado e pode ser visto como o primeiro governante do Alto e Baixo Egito, depois de muito tempo.
É provável que ele seja o filho ou herdeiro de Inyotef III. Alguns estudiosos acreditam que ele pode não ter sido herdeiro legítimo do trono, por isso seus esforços para unir o país.
Sua esposa principal foi Tem, mas ele teve diversas outras. Foi de sua segunda esposa, Neferu que nasceu o herdeiro do trono, Mentuhotep III.
Nas inscrições mais tardias ele está ao lado de Menés como o segundo fundador do Estado Egípcio.
Após o 14º ano de seu reinado os reis de Nekhen (Hieracômpolis) voltaram a criar problemas e novas revoltas surgiram na província de Thinis (onde está Abidos). Os reis de Nekhen tomaram Abidos e destruiram sua necrópole durante as lutas. Assim a resposta foi voltar à luta e eliminar esses reis rivais, reconquistar as regiões e reestabelecer o controle sobre o país.
Mentuhotep também se voltou para a Núbia e houve muitas batalhas. Os soldados encontrados sepultados em sua tumba devem ter participado das campanhas na Núbia.
Além disso houve outras campanhas, contra os líbios no Delta e os asiáticos no Sinai.
Ao final de tudo Mentuhotep II era de fato e de direito o faraó, rei das Duas Terras e governava do Mediterrâneo até a Núbia.
Parece que Mentuhotep II teve um reinado de pelo menos cinqüenta anos, então, podemos imaginar que após a unificação, a paz retornou ao país e junto com ela, a prosperidade.O faraó iniciou muitas construções impressionantes, entre elas muitos templos dedicados a Montu (o principal deus de Tebas e deus da guerra) em Medmud, Armant e Tod.
Mentuhotep construiu um grande complexo mortuário em Deir el-Bahari e uma grande pirâmide de pedras. Ele foi sepultado numa tumba cortada na rocha, atrás e sob o templo. No complexo foram construídas as tumbas para suas esposas e membros da corte. Próximo dele ficam os corpos de mais de 60 soldados mortos em batalhas, suas mortalhas trazem o nome e cartucho de Mentuhotep II.
Há poucas estátuas do faraó mas, alguns relevos dos vários templos que ele construiu, mostram inclusive Mentuhotep usando a coroa branca do Alto Egito.
Existem dúvidas a respeito do herdeiro legítimo do faraó, mas consta como sucessor seu filho, que recebeu o trono de um país unido e próspero.
- Mentuhotep III Sankhkare (Hórus que alimenta as Duas Terras)
- Mâneton o chama
- Lista de reis - Seneferkare
Seu pai provavelmente era Mentuhotep II e sua mãe a rainha Neferu. Ele é conhecido como O filho mais velho do rei, baseado nas inscrições do templo mortuário de Mentuhotep II.
Este faraó foi beneficiado pela paz que tomou conta do país após o governo glorioso de seu pai, que reinou durante muitos anos. Mentuhotep III deveria estar na meia idade quando subiu ao trono e reinou durante mais ou menos uns doze anos.
Manteve a política de seu antecessor, defendendo as fronteiras e evitando invasões. Em seu reinado o comércio se expandiu para além da Primeira Catarata. Construiu fortalezas no norte, através das fronteiras orientais do Delta.
Além dos muitos templos que construiu, a arte em seu reinado foi muito sofisticada. Os entalhes em pedra, a sutileza dos retratos, os detalhes das roupas nos relevos, a estatuária, tudo demonstra a elegância e habilidade dos artistas.
Embora pareça que seu reinado foi muito positivo, e preciso registrar que, um homem chamado Hekanakht, que foi sacerdote de cultos funerários em Tebas, conta, em sua correspondência que houve fome naquela região.
Mentuhotep III foi sepultado, provavelmente, ao sul do monumento de seu pai em Deir el-Bahari. Ao que parece, seu templo mortuário não foi terminado e não há inscrições. Ele foi sepultado numa tumba próxima ao monumento de seu pai. É um mistério porque um faraó que deixou tantas construções monumentais não terminou seu templo mortuário.
É possível que tenham existido dois outros reis entre Mentuhotep III e seu filho Mentuhotep IV, se for o caso, esse filho não era o herdeiro e pode ter usurpado o trono.
- Mentuhotep IV Nebtawyre (Hórus o Senhor das Duas Terras)
- Mâneton o chama
- Lista de reis -
Mentuhotep IV foi o ultimo rei da 11ª dinastia, ele era, provavelmente o filho de uma mulher chamada Imi, esposa secundária de Mentuhotep II ou III.
Este faraó não é encontrado na maioria das listas de reis. No Cânone de Turim, ele consta como tendo reinado apenas sete anos no final da dinastia, logo após Mentuhotep III.
Infelizmente não existem imagens desse faraó em relevos ou em estátuas. Durante o segundo ano do seu reinado, ele organizou uma expedição às minas de Wadi Hammamat, que fica a nordeste de Tebas, entre Coptos e o Mar Vermelho. Ali existem 19 inscrições deixadas pelos membros da expedição, que são o único registro do reinado de Mentuhotep IV.
Esta expedição foi comandada pelo vizir chamado Amenemhat e muitos estudiosos acreditam que ele possa ter sido o rei Amenemhat I. Foi encontrado um prato de pedra em Lisht que traz os nomes de Amenemhat I e Mentuhotep IV, o que pode ser indicativo de que o faraó já tinha a intenção de que Amenemhat fosse seu sucessor.
Ao faraó Mentuhotep IV é creditada a fundação da cidade de Kuser na costa do Mar Vermelho, que funcionava como um porto para a construção dos navios que seriam enviados a Punt. A maior parte das obras foi vistoriada pelo mesmo Amenemhat, o vizir do faraó.
Como ele não consta da maioria das listas dos reis, alguns presumem que ele foi um usurpador, até porque nada se sabe sobre sua família. Mas, alguns estudiosos acreditam que o templo de Tebas, próximo ao da rainha Hatshepsut, que sempre foi creditado a Amenemhat I pode ter pertencido a Mentuhotep IV (seria então a única construção creditada a ele).
O fato é, que parece que este faraó morreu sem deixar herdeiros ou foi destronado por seu vizir Amenemhat. Pode ter ocorrido uma guerra civil com a tomada do poder por Amenemhat ou ele pode apenas ter assumido o trono, indicado pelo faraó e sido aceito pelo povo.
Faraós da Décima Segunda Dinastia
editarAlgumas informações históricas sobre a 12ª Dinastia nos chegaram através de um conjunto de registros oficiais chamado Genut, ou O Livro dos Dias.
Eles foram encontrados num templo em Tod. Esses textos descrevem o dia a dia no palácio real. Um conjunto extremamente importante deles foi encontrado em Mit Rahina (Mênfis), que descreve as doações aos templos, lista as estátuas e prédios, registra as expedições militares e as comerciais. Registra até mesmo atividades como as caçadas, feitas pela família real.
- Amenemhet I (Sehetepibre)
- Senusret I (Kheperkare)
- Amenemhet II (Nubkaure)
- Senusret II (Khakheperre)
- Senusret III (Khakaure)
- Amenemhet III (Nimaatre)
- Amenemhet IV (Maakherure)
- Neferusobek (Sobekkare)
- Amenemhet I Sehetepibre (Hórus que satisfaz o coração das Duas Terras)
- Mâneton o chama Ammanemes, Ammenemes
- Lista de reis -
Amenemhet I foi o primeiro faraó da 12ª Dinastia. Com certeza ele não era de linhagem nobre, afinal é mais provável que ele fosse o vizir do faraó Mentuhotep IV. Pode ser que o faraó não tenha tido herdeiros e que seu vizir de alguma forma tenha assumido o trono, talvez ele fosse uma espécie de co-regente.
Ele era filho de um sacerdote chamado Senusret e de uma mulher de nome Nefret, de Elefantina próximo à moderna Assuã de acordo com uma inscrição em Tebas, portanto, suas origens remontam ao sul do Egito.
Ele é considerado o primeiro rei da dinastia porque, com a morte de Mentuhotep IV, acabou a dinastia dos reis tebanos.
Em seu reinado ele transferiu o centro administrativo do governo para Itjtawyamenemhet (Amenemhet o chefe das duas terras), provavelmente como uma das medidas para retirar dos nomarcas todo poder adquirido desde o primeiro período intermediário. A cidade ficava próxima do oásis de Fayum, ao sul de Mênfis, foi neste local que ele construiu sua pirâmide.
Politicamente, ele prosseguiu a guerra contra os líbios e asiáticos. No Sinai ergueu o Muro do Príncipe, para defender as fronteiras egípcias.
Talvez por ter subido ao trono sem ter sangue real, Amenemhet criou a co-regência, ou seja, seu filho sendo o co-regente assegurava o direito ao trono e também estava aprendendo enquanto governava junto do pai.
Suas obras foram muitas em Tanis, Coptos, Abidos, Mênfis, Dendera e outros lugares. Pelo fato de ser do sul, acredita-se, que o culto a Amon prevaleceu no seu reinado.
Embora fosse um rei sábio, que protegeu as fronteiras, corrigiu os problemas políticos, assegurou a sucessão, parece que ele foi morto numa conspiração do harém enquanto seu filho liderava os exércitos na Líbia. Isso é contado em dois trabalhos literários, O conto de Sinuhe e As instruções de Amenemhet I.
*Senusret I Kheperkare (Hórus vivendo nos nascimentos)
- Mâneton o chama Sesonchosis, Sesonchosis
- Lista de reis -
Subiu ao trono após o assassinato de seu pai, Amenemhet I. Não se sabe porque o faraó foi assassinado, uma vez que, a sucessão estava garantida por Senustret, que foi feito co-regente no vigésimo ano de reinado de Amenemhet I. Quando da morte de seu pai, ele estava firmemente estabelecido como herdeiro e subiu ao trono sem dificuldades.
Muitas vezes veremos grafado o nome desse faraó, em grego, como Sesóstris.
Sua mãe era, provavelmente Neferytotenen, uma das esposas principais de Amenemhet I.
Senusret I casou-se com a rainha Nofret, que foi a mãe de seu herdeiro Amenemhet II. O faraó tornou seu filho co-regente apenas três anos antes de sua morte. Há uma estela que registra o fato e está no Museu Britânico (estela de Simontu).
Senusret I deve ter sido co-regente de seu pai, pelo menos, por uns dez anos e governou o Egito numa fase em que a literatura e as artes estavam em grande desenvolvimento. Foi um período de riqueza e podemos avaliar pelas jóias encontradas nas tumbas das mulheres nobres em Dashur e Lahun, que a ourivesaria atravessava uma fase de grande sofisticação. Deve ter havido muita mineração, tanto para suprir a joalheria como a escultura, na verdade, foi tempo de grande prosperidade e estabilidade.
Através de cartas de um velho fazendeiro chamado Hekanakhte e de uma inscrição na tumba de um nomarca chamado Amenemhat (em Beni Hassan) ficamos sabendo que houve fome em alguma época no reinado de Senusret I.
O faraó prosseguiu a política de expansionismo como havia feito seu pai, na Núbia. Chegando até a Segunda Catarata, estabeleceu a fronteira do Egito na fortaleza de Buhen, onde colocou uma guarnição militar e uma estela da vitória. Parece que muitas dessas expedições militares eram lideradas pelo próprio faraó.
Seu controle sobre a Núbia, na verdade, ia até a Terceira Catarata porque inscrições atribuídas a Senusret I foram encontradas na ilha de Argo, ao norte da atual Dongola.
Agora já havia pelo menos treze fortificações protegendo as fronteiras do Egito até Buhen ao sul. No norte, ele protegeu a região do Delta dos invasores líbios e estabeleceu o controle sobre os oásis no deserto Líbio.
Com a Síria e a Palestina ele estabeleceu uma política de diplomacia e comércio.
Senusret I também deu muita atenção ao culto de Osíris que floresceu no país. Osíris era um deus popular e assim parece que o faraó chegou mais perto do povo. Como grande construtor que foi, ele embelezou os maiores templos, fundou o templo de Ipet sut (Karnak) e reconstruiu o templo de Aton-Ra em Heliópolis. Nesse último mandou erguer dois obeliscos por ocasião de seu jubileu, e um deles permanece como o mais velho obelisco de pé no Egito. Também construiu o templo chamado Capela Branca (que foi reconstruído em Karnak no museu a céu aberto). Remodelou o templo de Khenti-amentiu-Osiris em Abydos. Mandou erguer estelas memoriais, templos e cenotáfios.
Mesmo com toda essa construção e remodelação de templos, o faraó não descuidou da política de seu pai, que era consolidar e centralizar o poder, assim foi construindo templos para cada culto por toda a terra do Egito.
Precisando de matéria prima para construção, ele mandou expedições em busca de pedras e alabastro ao Sinai, Hatnub e Wadi el Hudi. Uma delas extraiu tanto que deu para fazer sessenta esfinges e cento e cinqüenta estátuas. No Museu Egípcio de Antiguidades há uma coleção das que sobreviveram.
Em Lisht, perto de Tjtawyamenemhet ele construiu seu monumento funerário, uma pirâmide chamada Senusret Olha para as Duas Terras, próximo à pirâmide de seu pai.
Há dez pirâmides auxiliares, nove das quais são tumbas de suas esposas. Uma delas é para a Rainha Nofret I cujo nome aparece num cartucho – é a primeira vez que um não-faraó traz seu nome inscrito num cartucho. Toda essa construção hoje está abaixo do lençol d´água e nunca foi investigada por métodos modernos de pesquisa arqueológica.
- Amenemhet II Nubkaure (Hórus aquele que está honrado com Maat)
- Mâneton o chama Ammanemes, Ammanemes
- Lista de reis -
Filho de Senusret I com uma de suas esposas principais Nofret I. Como fizeram seu avô e seu pai, ele foi co-regente durante uma parte do reinado de seu pai.
Não há certeza mas parece que Amenemhet II casou com Mereret I.
O conhecimento sobre o reinado de Amenemhet II vem dos documentos encontrados sobre ele, inclusive os, já comentados acima, textos do Genut, ou O Livro dos Dias encontrados em construções pertencentes ao faraó. Parece que ele governou junto com seu pai por pouco tempo mas dirigiu uma expedição à Núbia nessa época.
Seu reinado é conhecido por consolidar a política de seus antecessores fazendo diplomacia e comércio com outros povos. Foram encontradas jóias com seu nome em Biblos, no Líbano e em compensação os governantes de Biblos deixaram inscrições em hieróglifos fazendo referências aos deuses egípcios.
Também foram encontrados, no templo de Montu em Tod, quatro caixas de bronze com o nome de Amenemhet II que estavam cheias de taças de prata do Levante e do Egeu. Também havia selos cilíndricos e amuletos de lápis lazuli vindos da Mesopotâmia.
Também é do reinado de Amenemhet II o conto O marinheiro do navio naufragado, uma história muito interessante que menciona o faraó.
A grande falha do seu governo foi permitir que os nomarcas voltassem a herdar seus nomos, coisa que seus antecessores haviam impedido, eles mesmos indicando os nomarcas para seus postos, para manter a centralização do governo e despojá-los de seus poderes. Amenemhet II permitiu que os nomarcas se aproveitassem para usar títulos e para agirem como se fizessem parte da corte. Em troca, eles deveriam proteger as fronteiras, acompanhar o rei nas expedições e agir como seus enviados.
Parece que Amenemhet II já usava a tática de enviar os filhos dos nomarcas para fazer treinamento com o pessoal do próprio faraó, antes de serem mandadas a diversos postos para servirem ao Egito. Isso tirava muito do poder dos governadores locais, pois os filhos já não eram criados dentro de uma política local e sim do país.
Não se sabe quase nada sobre obras feitas por Amenemhet II, exceto sua pirâmide, pode ser que alguns projetos seus tenham sido usurpados.
A pirâmide foi construída em Dashur, os dois faraós que o antecederam construíram suas pirâmides em Lisht perto do Fayum. Ele também tem seu nome numa estela encontrada em Wadi Um Balad, num portal em Hermópolis e numa grande esfinge que hoje está no Museu do Louvre. Também é mencionado em diversas inscrições perto de Assuã junto com seu filho.
- Senusret II Khakheperre (Hórus que lidera as Duas Terras)
- Mâneton o chama Sesostris
- Lista de reis -
Senusret II ou Sesóstris II seu nome grego, sucedeu seu pai após uma breve co-regência e parece que fez o mesmo com seu filho, uma breve co-regência e parece que fez o mesmo com seu filho, uma vez que era bem mais fácil a sucessão dessa forma.
Senusret II alargou as fronteiras do Egito profundamente dentro da Núbia com muitas campanhas militares. Manteve relações de comércio com a Ásia, mineração e extração de pedras na Núbia e no Sinai.
Politicamente seu maior feito foi criar bases para uma economia estável e forte no país. Seus conflitos com nomarcas quase sempre eram resolvidos diplomaticamente.
Sua pirâmide foi construída em Lahun ao sul do Fayum. Mais tarde a pirâmide de Senusret II foi destruída por Ramsés II (19ª Dinastia).
O mais interessante é que foi encontrada pelos arqueólogos a vila habitada pelos artesãos e suas famílias, que eram os responsáveis pelas obras da pirâmide. Foi a primeira vez que houve esse tipo de descoberta.
No complexo pertencente à família do faraó nada foi encontrado, com certeza todas as tumbas já haviam sido roubadas, exceto a de uma filha do rei, chamada Sit-Hathor-Unut onde havia um tesouro em jóias. Mais de dez mil contas, centenas de anéis, braceletes, tornozeleiras de ouro, uma coroa e outros artigos de toalete.
Também foi descoberto um grupo de estátuas, usurpado por Ramsés II,que mostra Senusret II forte e vigoroso com um rosto firme e ombros musculosos. Esse foi um período em que a arte da estatuária alcançou um nível muito alto e isso é observado inclusive nas estátuas encontradas em tumbas não pertencentes à família real.
A esposa principal de Senusret II era Khnumetneferhedjetweret (Weret), cujo corpo foi encontrado numa tumba sob a pirâmide de seu filho Senusret III em Dashur.
- Senusret III Khakaure (Hórus figura divina)
- Mâneton o chama Sesostris
- Lista de reis -
Senusret III foi certamente o filho de Senusret II e sua mãe foi Khnumetneferhedjetweret (Khanumet, Weret), cuja múmia foi encontrada numa tumba próxima a pirâmide de Dashur. Sua esposa principal tinha por nome Mereret e seu filho foi Amenemhet III.
Militarmente, Senusret III liderou uma campanha contra a Palestina e foram encontrados textos chamados Textos de Execração.
Esses textos foram encontrados na Núbia e no Egito, inscritos em figurinhas mágicas ou em argila e se referiam aos inimigos do Egito. Esses objetos eram em geral, esmagados de maneira ritual e os fragmentos colocados sob as fundações de uma nova construção. Talvez para simbolicamente destruir o objeto da maldição, em geral os asiáticos, assim descobrimos que esse faraó tinha uma política violentamente anti-asiática.
Durante seu reinado houve quatro campanhas militares contra a Núbia, que foram brutais, muitos homens mortos, mulheres e crianças escravizadas, poços envenenados e campos queimados. Ele reforçou também as fortificações ao sul da fronteira. Foi o faraó que estendeu as fronteiras do Egito mais para o sul. Está documentado também, que o faraó liderou pessoalmente a campanha da Síria.
Senusret III foi um rei que se preocupou com a classe média, a quem procurou dar boas condições de vida, os fazendeiros, mercadores, artesãos e comerciantes foram contemplados com sua atenção e viram sua influência aumentar neste reinado. Isso era bom porque eles saíam da esfera de influência dos nomarcas, e assim o faraó finalmente conseguiu tirar dos nomarcas o poder que ainda retinham. Ele dividiu o país em três regiões administrativas, especialmente criadas para limitar os poderes individuais e fortalecer o governo central.
Fisicamente Senusret III deve ter sido uma figura impressionante, com mais de 1,80 metro de altura, assim Mâneton o descreve, e um grande guerreiro.
Antes de Senusret III, os faraós eram mostrados em estátuas, como homens jovens e fortes, a versão do rei idealizado. Esse faraó quebrou as regras e é mostrado como um homem idoso, pelo menos, seu rosto é de um homem idoso, com rugas e bolsas sob os olhos. O corpo ainda é de um jovem, mas pelo rosto podemos ter uma amostra do verdadeiro rei. Talvez isso mostre que houve mudanças, tanto na arte, evitando as representações rígidas da figura real, como ideológicas, humanizando a figura do faraó. Nas estátuas observamos que o faraó deus já não existe e sim o faraó como um líder, com qualidades humanas.
Suas obras foram muitas, em Abidos ele reformou o templo de Osíris, adornou o templo de Mentuhotep II com seis estátuas em tamanho real de granito, de si mesmo usando o nemes. Embora seus interesses maiores estivessem ao norte do Egito, ele ajudou a manter muitos sacerdotes de Amon no Alto Egito, em Tebas. Também construiu um grande templo para Montu, o antigo deus da guerra tebano.
A pirâmide de Senusret III foi construida em Dashur. Nas escavações foram encontradas as tumbas da rainha Mereret sua esposa, da princesa Sit-Hathor sua irmã e de sua mãe. De toda forma, os egiptólogos não acreditam que Senusret III tenha sido sepultado nessa pirâmide.
Ele construiu também um complexo mortuário em ao sul de Abidos, com uma tumba subterrânea enorme, cujo nome era Duradouros são os lugares de Khakaure demonstrados em Abidos.
- Amenemhet III Nimaatre (Hórus Grande Poderoso)
- Mâneton o chama Lachares, Lamares, Lamaris, Lampares
- Lista de reis Nimaatre
Este foi o último dos grandes faraós do Médio Império. Ele dividiu o trono com seu pai como co-regente pelo menos por algum tempo antes da morte de Senusret III.
Amenemhet III construiu sua pirâmide em Dashur, mas ela começou a ruir logo que foi terminada, então ele mandou construir outra perto do Fayum, em Hawara.
Em Hawara, o esplendor e a complexidade de seu templo mortuário o tornaram conhecido como Labirinto. Os grandes, Heródoto (que visitou o local no século 5 a.C), Diodorus Siculus, Strabo e Plínio, todos fazem referência a essa estrutura.
A câmara funerária central da pirâmide, feita em um único bloco de granito, deve ter pesado 110 toneladas. Essa pirâmide foi uma das maravilhas da antiguidade e um dos locais mais visitados no mundo antigo. Heródoto afirma que contou 3 000 câmaras no complexo funerário da pirâmide.
O historiador Strabo conta que as ante salas da pirâmide eram tantas quantas as províncias do Egito (42) e cada uma homenageava seu deus principal. Também são mencionadas as galerias subterrâneas para o deus local, o crocodilo Sobek, mas nunca foram encontradas.
De acordo com Diodorus, Dédalo ficou tão impressionado pelo templo, que construiu seu próprio labirinto para Minos em Creta, baseado no templo de Amenemhet III.
A região do Fayum teve muito a agradecer pelo desastre da primeira pirâmide, porque o faraó voltou sua atenção para a parte da agricultura e economia locais. Fundou templos e construiu estátuas.
As construções nessa região, além de sua pirâmide, incluem o Templo de Sobek (o principal deus do local), a capela para Renenutet (deusa das colheitas) em Medinet Maadi. Ele também construiu uma barragem para regular a vazão de água no grande lago Birket Qarun e para comemorar mandou erguer duas estátuas suas, colossais, como se estivesse olhando para o lago.
Esse faraó era tão ligado à região do Fayum que é provável que durante a era greco-romana, quando houve uma reativação na área, Amenemhet III fosse adorado como um deus de nome Lamares.
Fora da região do Fayum, ele construiu o templo de Quban na Núbia e expandiu o templo de Ptah em Mênfis.
Amenemhet comandou muitas escavações em busca de pedras, teve especial interesse nas minas de turquesa no Sinai, em Wadi Hammamat, onde há alabastro, na Núbia em busca de diorito, em Tura, por causa de sua pedra calcária especial.
No seu reinado, Amenemhet III teve paz, graças às atividades militares de seus antecessores, portanto, a não ser reforçando as fronteiras, não houve campanhas militares. Esse faraó construiu muito, foi grande político e organizou a administração do país, seguindo as bases de seu pai.
Havia toda uma burocracia que impedia que os governantes locais possuíssem muito poder. Ele prosseguiu as relações diplomáticas com outros povos, dizem que era muito respeitado de Kerma até Biblos. Durante seu reinado, muitos trabalhadores, incluindo camponeses, soldados, artesãos, vieram para o Egito trabalhar nas construções.
É possivel que a economia tenha declinado no final do seu reinado, devido a essa febre de construções aliada às baixas enchentes do Nilo. Pode ser também, que muitos desses trabalhadores estrangeiros fossem os asiáticos e tenham encorajado os chamados hiksos a se estabelecerem no Delta.
O faraó deve ter sido sepultado em sua segunda pirâmide, em Hawara.
- Amenemhet IV Maakherure (Hórus, múltiplas transformações)
- Mâneton o chama Amemmenes
- Lista de reis
Provavelmente foi o filho de Amenemhet III e foi co-regente junto com o pai. O templo de Medinet Madi no Fayum foi construído provavelmente pelo pai e o filho juntos.
Seu pai teve um longo reinado, portanto quando Amenemhet IV assumiu já era um homem de meia idade.
Não teve herdeiros e foi sucedido no trono por sua irmã Neferusobek e é possível que fosse casado com ela e não tenham tido herdeiros.
Pelas inscrições encontradas, acredita-se que ele manteve forças egípcias na Núbia, pelo menos para proteger as fronteiras.
Não se sabe quase nada sobre esse faraó. É possível que ele tenha construído o complexo de Mazghuna, onde foi encontrado um sarcófago de quartzito, mas não foram encontradas inscrições e até agora (2009) não temos nenhuma nova descoberta.
- Neferusobek Sobekkare (Hórus, amado de Ra)
- Mâneton a chama Scemiophris
- Lista de reis Sobeneferure
Ou Sobekneferu depende de como são lidos os hieróglifos, foi uma das poucas rainhas que reinou no Egito e acredita-se que ela reinou por quatro anos.
Não se conhece o local onde foi sepultada, embora muitos acreditem que foi em Mazghouna, numa pirâmide parcialmente construída próxima a de seu marido e irmão Amenemhet IV.
Ela provavelmente era filha de Amenemhet III e deve ter se casado com seu irmão (ou sobrinho) Amenemhet IV. Após a morte do marido, sem herdeiros para ocupar o trono, ela se tornou rainha.
Seu nome consta da lista de reis de Karnak, Saqqara e Abidos. Esse fato nos dá uma pista para entender que ela não foi considerada apenas regente ou usurpadora. Ela é reconhecida como rei por direito. É a primeira mulher a usar o título de faraó.
Neferusobek combina a representação masculina do faraó, com detalhes que a definem como uma mulher. Nas estátuas onde usa o nemes (touca formal dos faraós) ela usa também o vestido tradicional das mulheres.
Esta rainha deve ter sido a responsável pela criação do centro religioso no Fayum, chamado Shedet, em honra do deus crocodilo Sobek, por isso, se acredita que os sacerdotes de Sobek tenham apoiado sua ascensão ao trono.
O centro de seu governo foi nas cidades de Mênfis e Heliópolis. Temos o registro de seu nome em monumentos e fragmentos relacionados ao templo mortuário de Amenemhet III em Hawara. Há cinco estátuas, três delas sem a cabeça que foram descobertas no Fayum bem como outros itens com seu nome, escaravelhos, selos e contas.
Também há uma inscrição que registra a inundação do Nilo numa fortaleza da Núbia em Kumma, há o registro de 1.83 metros (o que é muito pouco), no último ano de reinado de Neferusobek.
Ela é conhecida como o ultimo faraó do Médio Império antes da agitação que marca o segundo período intermediário. É a última a aparecer na lista de Abidos e de Saqqara, não se sabe porque ela ficou separada dos reis que a seguiram com pequenos reinados.