Civilização Egípcia/Período dinástico antigo
É um período marcado por muitas dúvidas, por ser muito remoto e por não haver textos escritos ou povoamentos preservados, os estudiosos se debatem em teses e aguardam escavações que possam servir para adicionar algumas peças ao quebra-cabeças. Não há consenso, inclusive, com relação ao primeiro rei, àquele que deu inicio a 1ª dinastia.
Demarcar um período histórico é complexo e nesse caso, a única fonte de estudo são as necrópoles, infelizmente saqueadas durante incontáveis milênios, ainda são o que resta para estudo do período.
Para início do período dinástico antigo vamos partir da 1ª dinastia que tem como marcos a difusão da escrita e a fundação da cidade de Mênfis.
As dinastias
editarExistem muitas controvérsias a respeito do fato de Narmer ter sido o rei que unindo os nomos fez do Egito um só país. É provável que Menés e Narmer tenham sido a mesma pessoa, as dúvidas que persistem são relacionadas às escavações feitas nas necrópoles U e B em Abidos.
Também existe a possibilidade de que esse faraó, chamado Menés ou Meni, ou Narmer, possa ter sido o rei Aha. É preciso que se entenda que os reis eram, sobretudo, conhecidos pelos seus nomes de Hórus e não pelos nomes de nascimento (que são utilizados nas listas de governantes, todas feitas posteriormente).
Como o solo, fértil em história, do Egito ainda poderá nos surpreender com novos conhecimentos, devemos apenas citar que é possível que antes de Narmer, algum outro rei possa ter sido soberano de um Egito unido. Mas, enquanto isso, o que temos é baseado num dos mais velhos registros conhecidos do Egito antigo, chamado Paleta de Narmer, mostra o Rei Narmer usando a coroa do Alto Egito de um dos lados (sujeitando um vencido ao que parece) e do lado oposto o mesmo rei marcha, em triunfo, portando a coroa do Baixo Egito. De onde se presume que é ele o unificador.
Esse período engloba as duas primeiras dinastias, cujos reis veremos mais adiante, e foi para o antigo Egito uma fase de grandes conquistas, onde o país se afirma e adquire sua face conhecida através dos tempos.
Cidades importantes
editarComo já foi mencionado, a história egípcia é mais facilmente estudada através de seus túmulos, suas necrópoles. Assim pela riqueza e beleza das tumbas, se pode deduzir quais as cidades importantes em cada período, assim como inferir em que fase começou a decadência de um local e o crescimento de outro.
Não há consenso entre os historiadores a respeito do faraó que seria o responsável pela transferência da capital para Mênfis, mas independente da cidade de onde eles governavam , o fato é que após a unificação, nos primeiros séculos, o crescimento do Egito foi espantoso.
Mênfis, tenha sido ou não, fundada por Menés (Meni, Narmer, Aha), foi uma idéia inteligente porque foi construída no vértice do delta, próximo ao ponto onde o Baixo Egito e o Alto Egito se encontram. A partir dessa cidade, uns dezoito reis de duas dinastias consecutivas governaram, por cerca de quatrocentos anos.
- Naqada - Era a necrópole da cidade de Nubt, a cidade do ouro, assim chamada porque Nub deriva do termo egípcio para ouro e a cidade ficava próxima das minas de ouro.
Sua localização permite deduzir que era uma cidade importante pelo fato de ficar no final da rota de comércio do deserto oriental. Através do estudo de suas sepulturas é possível perceber que a cidade entrou em decadência mais tarde perdendo seu posto para Nekhen.
A cidade era devotada ao deus Seth de Nubt, nos Textos das Pirâmides inscritos nos blocos encontrados em Naqada, ele é chamado Nubty. O povo acreditava que Seth havia nascido em Naqada e estava ligado aos reis do período antigo, aparecendo inclusive na cabeça da maça do rei Escorpião. As rainhas da primeira dinastia recebiam o titulo de aquela que vê Hórus e Seth e o rei Peribsen da segunda dinastia enfatizou que Seth era seu protetor.
Foi ao norte da aldeia de Naqada que foi encontrada em 1895, uma mastaba primitiva, uma grande estrutura de tijolos que trazia em cada lado, uma fachada de palácio (como um serekh). Ali foram encontradas tabuinhas de marfim, selos de argila com os nomes dos reis Aha e da rainha Neithotepe.
Através do estudo dessas tumbas é possível saber o nível sócio econômico da cidade. Devemos acrescentar a descoberta de um fragmento, que hoje está no Ashmolean Museum de Oxford, que mostra o que foi interpretado como a representação da coroa vermelha do rei. O fragmento foi encontrado em Naqada e é um pedaço de um vaso grande vermelho com o acabamento superior em preto. Vermelho era a cor associada a Seth, o desenho lembra muito a representação da coroa vermelha que Narmer usa, tanto em sua maça como na paleta.
- Buto – originalmente era duas cidades, Pe e Dep, que se transformaram numa só, a qual os egípcios deram o nome de Per-Wadjet.
A deusa Wadjet, protetora local, era representada por uma serpente e considerada padroeira de todo o Baixo Egito.
Desde o período paleolítico foi uma cidade muito importante e só começou a decair lentamente depois da unificação do país. As evidências arqueológicas mostram que a cultura do Alto Egito foi substituindo a cultura de Buto no Delta e isso é uma prova importante da unificação das duas terras formando uma só entidade, um só país.
Nessa fase, Wadjet se juntou a Nekhbet, que era representada como um abutre branco e tinha a posição de padroeira no Alto Egito, assim, juntas, elas se tornaram as padroeiras do Egito unificado. A imagem de Nekhbet se juntou à de Wadjet no Uraeus que circunda a coroa dos faraós do Egito unificado.
O templo de Wadjet, o Per-nu ou Per-neser significa Casa da Chama e a cidade ficou conhecida como Per-Wadjet que significa Casa de Wadjet (Uto) de onde deriva o nome Buto. (grego).
- Nekhen e Nekheb – Em geral essa área é chamada El Kab, mas na verdade são duas cidades muito antigas, Nekheb ou El Kab na margem leste do Nilo, e a velha Nekhen, agora chamada Kom El Ahmar (o Monte Vermelho) na margem oposta.
Nekhen, que ficou conhecida como Hieracômpolis seu nome grego, fica no Alto Egito, é a Cidade do Falcão. O deus principal da cidade era Nekheny, um falcão com duas grandes plumas na cabeça, que mais tarde foi assimilado a Hórus. As imagens mais antigas de Hórus (Her ou Har em egípcio) vêm dos hieroglifos e serekhs do período pré-dinástico.
Nekhen/Hieracompolis No local foram encontradas casas, templos, prédios administrativos e áreas dedicadas aos artesãos. Nekhen deve ter sido uma cidade muito importante nesse período e o local foi escavado por Quibell e Green de modo pouco adequado, afinal a arqueologia engatinhava. Não há grande documentação a respeito mas, eles encontraram uma espécie de sinal hieroglífico primordial com que se escrevia Nekhen.
Também foi em Nekhen que foram encontradas a Paleta de Narmer e a cabeça de maça, além da cabeça de maça do Escorpião. A maior parte dos artefatos foram descobertos num local chamado de Depósito Principal que deve ter sido um esconderijo, além dos objetos mencionados acima, havia paletas, objetos votivos, vasos de pedra.
Outro achado significativo e que depois foi perdido e até hoje não foi encontrado novamente é a Tumba 100 do cemitério pré-dinástico. Essa foi, ao que parece a primeira tumba egípcia a ser decorada com pinturas nas paredes mas sua localização hoje (2010) é desconhecida.
As escavações de 1970 e 1980 revelaram locais no deserto, fora da cidade inclusive um templo pré-dinástico.
As almas de Pe e Nekhen simbolizam as almas dos primeiros reis das duas cidades. São desenhados usando a máscara de Hórus por Nekhen e a máscara de Anubis por Pe. Eram venerados como espíritos ancestrais, possuindo grande poder. Ambos, Pe e Nekhen são respeitados como estrelas que, juntos formam uma escada que será usada pelo rei que acaba de falecer para subir aos céus.
Nekheb A deusa abutre Nekhbet pertencia a esta cidade e o seu templo era Per-wer, que significa Casa Grande. Provavelmente por causa da proximidade de Nekhen e sua ligação com o poder real, Nekhebet se tornou uma das deusas tutelares do Egito, junto com Wadjet. Ela passou a representar a Coroa Branca do Alto Egito, enquanto que Wadjet de Buto simbolizava a Coroa Vermelha do Baixo Egito. Não se sabe datar a origem desse conceito mas há evidências nos Textos das Pirâmides de que elas eram consideradas as mães do rei.
- Abidos ou Abedjou
Este local deve ter sido usado para agricultura e comércio no dinástico antigo, provavelmente a população era mais concentrada na parte norte e a fundação da cidade de Abedjou data de Naqada III.
É possível que houvesse vilas espalhadas pelo local e sua segurança e oferta de empregos, atraísse muita gente. A cidade se expandiu e se desenvolveu durante as primeiras seis dinastias.
A grande fama de Abidos vem do fato de ter sido a necrópole mais importante deste período e contem vestígios de todos os períodos da história do Egito. Foi o centro de culto de Osíris, senhor do mundo inferior. Na entrada do canyon em Abidos, que os egípcios acreditavam ser a entrada do submundo, uma das tumbas de um rei da 1ª dinastia foi confundida, milhares de anos mais tarde com a própria tumba de Osíris, e peregrinos deixaram ali suas oferendas para o deus durante outros milhares de anos. A área é chamada de Umm el Qa´ab, Mãe dos Potes.
As necrópoles do pré-dinástico e do dinástico antigo estão localizadas no deserto e consistem de três partes: pré-dinástica cemitério U ao norte, cemitério B no meio, com as tumbas reais da dinastia 0 e do início da 1ª dinastia e ao sul o complexo de tumbas de seis reis e uma rainha da 1ª dinastia e dois reis da 2ª dinastia. Muitas tumbas da 1ª dinastia mostram as marcas de incêndios, outras foram saqueadas inúmeras vezes.
Em 1977 foi descoberto um pequeno selo de marfim que trazia a palavra nar, talvez o nome de Narmer.
As tumbas do período em questão, foram localizadas em Umm El Qa´ab, no total devem ter sido dez túmulos reais, mas apenas oito foram localizados, a saber: Djer, Djet, rainha-mãe Merneith são da 1ª dinastia; Den, Peribsen e Khasekhemwy são da 2ª dinastia.
A tumba do rei Khasekhemwy é dentre essas a mais elaborada, chamada Shunet Es-Zebib, também foram encontrados os restos de barcos ancestrais, datando da 1º dinastia.
Abidos foi usada como necrópole durante diversos períodos até mesmo no período Greco-romano.
- Mênfis
Originalmente a cidade era chamada Ineb-Hedj, que significa Os muros brancos, Mênfis é seu nome grego. Durante o Médio Império foi chamada de Ankh-Tawy que significa Aquela que liga as duas terras.
No início Mênfis era uma fortaleza, de onde Menés (ou seja lá o rei que fundou a cidade) controlava as rotas terrestres e fluviais, entre o Alto Egito e o Delta. A história conta que Menés fundou Mênfis ao construir diques para proteger a área das enchentes do Nilo.
Os estudos sugerem que por volta da 3ª dinastia a cidade já era bastante grande. Ao longo da história do Egito, Mênfis se tornou centro administrativo e religioso, além de uma das cidades mais importantes do mundo antigo.
Hoje, é impossível imaginar como a cidade foi em tempos tão antigos, está completamente descaracterizada, talvez a antiga Mênfis esteja enterrada sob os campos cultivados, sob a lama do Nilo e as vilas que se espalham no local.
Através das necrópoles de Mênfis, textos e papiros de outras partes do Egito e mesmo relatos de Hérodoto que visitou a cidade, é que temos um pouco de uma história que deve ter sido muito rica. Como exemplo, os papiros do tempo de Akhenaton que relacionam Mênfis como local das padarias. Sabemos também que o decreto real rejeitando o culto de Akhenaton, editado por Tutankhamon, após a morte do primeiro, teve origem em Mênfis.
Na realidade a decadência da cidade que foi sempre tão importante para a história egípcia, se deu com a chegada dos gregos e com a crença no cristianismo.
Religiosidade e Poder
editarÉ importante compreender a base da religião egípcia para poder enxergar com um olhar egípcio, toda a grandeza dessa civilização.
Quando o Ser Divino cria o universo, emite o primeiro raio solar que afasta as trevas. Essa força é o casal divino Shu (deus da luz, sopro da vida) e Tefnut (deusa que encarna o calor).
Shu e Tefnut tem dois filhos: Nut a deusa do céu e Geb o deus da terra.
Geb se torna o primeiro rei do Egito, engravida sua irmã e nascem: Osíris, Isis, Seth e Néftis.
Osíris se torna rei do Egito e tem um filho com sua irmã Isis, chamado Hórus.
Osíris é assassinado por seu irmão Seth. Hórus cresce e vinga a morte do pai, assassinando seu tio Seth e tomando o trono do Egito.
Essa é a história dos reis divinos, depois dela, começa a história dos homens.
Dessa forma podemos compreender porque o rei do Egito é a encarnação do deus. Cabia a ele manter, no mundo real, o Maat, que são os princípios encarnados por Maat, a deusa da verdade e da justiça. Ela representava a harmonia do cosmos e da sociedade humana.
Portanto, sobre os ombros dos faraós, repousava a imensa responsabilidade de manter a prosperidade do país, protegê-lo dos perigos, zelar pelo bem estar e pela paz de seu povo, pois, ele era o deus!
Todas as artes e conquistas, em todos os aspectos da vida diária no Egito, temos bem marcada a ligação com os deuses. Na verdade, esses deuses eram muitos, tanto em forma de animais como uma mistura entre a forma humana e animal.
Com o advento da unificação dos nomos, alguns deuses prevaleceram sobre outros. Os sacerdotes tiveram que usar muita diplomacia e não se sabe que pressões mais, para agradar todas as tribos (isso não exclui guerras internas em alguns períodos).
É interessante notar que, embora Hórus e Seth sejam inimigos que lutam pela herança do país, o nome Hórus passou a ser o nome dos faraós, talvez apenas depois da segunda dinastia porque Peribsen usou em seu serekh o símbolo de Seth. Já o faraó Khasekhemwy se refere aos dois poderes, Hórus e Seth e usa os símbolos dos dois deuses com a inscrição Os dois senhores descansam nele. Poderia talvez significar um símbolo da paz entre os dois deuses.
Para os egípcios, a morte significava um novo nascimento, mas não a reencarnação e sim uma nova vida num outro mundo, provavelmente celeste, onde o faraó seria recebido pelo deus sol depois de passar por certas provas. Assim também ocorria ao homem comum, que deveria cumprir uma série de condições para chegar à nova vida.
Considerado como criador do universo, o deus Ra talvez seja o deus mais famoso do panteão egípcio.Em algum momento houve uma sobreposição entre Ra e Hórus, de modo que temos incontáveis exemplos de Ra com cabeça de falcão.
Escrita
editarO fator primordial para o desenvolvimento de qualquer povo é a escrita, a criação de símbolos para registrar idéias.
A invenção da escrita deve ter ocorrido primeiro na Mesopotâmia, mas logo chegou ao Egito, onde podia ser considerada como uma arte. A forma primitiva de escrita egípcia, o hieróglifo ou escrita sagrada, jamais foi abandonada.
É importante lembrar que os egípcios já possuíam um tesouro chamado papiro, planta que além de decorativa servia para fazer desde velas de barco até sandálias, e principalmente a folha de papiro, base da escrita. As hastes de papiro chegavam a 3 metros de altura e bastava cortá-las e prepará-las para obter a folha perfeita para escrever.
No inicio, quase toda escrita era entalhada nas pedras, especialmente nos templos. Depois, com o papiro, a cultura egípcia se expandiu dando vazão a uma rica literatura.
Havia duas formas mais fluentes de escrita:
- hierática – era uma forma simplificada da escrita hieroglífica e podia ser feita com rapidez, usando um pincel sobre a madeira ou uma pena de junco sobre o papiro.
- demótica – ou escrita popular, que é um aperfeiçoamento da escrita hierática e é apropriada para ser escrita sobre papiros. Essa forma surgiu por volta de 700 a.C.
Graças à escrita a história do Egito foi preservada e hoje, o grande tesouro, o mais esperado em qualquer escavação é a possibilidade de encontrar novos textos, novas pistas para aprimorar o conhecimento.
Não é possível deixar de mencionar aqui a famosa Pedra de Roseta, que permitiu que os hieróglifos fossem finalmente decifrados. Essa Pedra, é um bloco de granito negro e foi encontrado por um soldado do exército francês, no Egito em 1799. Gravado no ano de 196 a.C., no bloco há uma homenagem emitida pelos sacerdotes egípcios ao faraó Ptolomeu V Epifanes. A grande importância da Pedra de Roseta, é o fato desta homenagem ter sido escrita em três escritas diferentes: na hieroglífica, em demótico e em grego. Mesmo assim, Jean François Champollion levou 23 anos ainda, para decifrar a escrita egípcia.
Artes
editarTodas as manifestações artísticas no Egito surgiram por causa da religião, e estavam a serviço do faraó e do estado.
Acredita-se que a escultura surgiu em decorrência da necessidade de representar o morto para a eternidade. Muitas estátuas foram encontradas nos túmulos diante de uma porta falsa na parede, talvez para dar passagem à alma do morto.
A escultura também foi usada para representar os deuses
É claro que com o decorrer do tempo, os egípcios foram aprimorando essa arte até construírem os colossos que veremos mais tarde.
Ainda na primeira dinastia os egípcios já dominavam a arte de trabalhar com madeira, fabricavam arcos, flechas, dardos, bengalas e cetros de toda espécie e ainda instrumentos musicais, o clima quente e seco do país preservou esses trabalhos para os estudos atuais.
O stilo artístico do povo egípcio sofreu muito poucas mudanças ao longo de mais de 3000 anos de história, possuíam um grande respeito pelo equilíbrio e pela ordem que podiam vislumbrar na natureza.
Alguns complexos funerários de Abidos e Saqqara foram construídos durante as primeiras dinastias e os hieróglifos já os enfeitavam e contavam para a posteridade as histórias em que hoje os estudiosos se baseiam para estudar a civilização egípcia.
A pintura não tinha profundidade, o tronco da pessoa representada ficava sempre de frente para o observador enquanto a cabeça, as pernas e os pés eram vistos de perfil. Usavam cores e representavam as pessoas mais importantes em tamanho maior, as figuras iam diminuindo de acordo com a sua importância. As figuras femininas eram pintadas de ocre e as masculinas de vermelho.
Deste período temos poucos exemplos de jóias mas sabemos até mesmo pelos afrescos que a ourivesaria já era uma arte de muita importância. Na tumba de Khasemkhemwy foram encontrados potes para bálsamo com tampas de ouro trabalhadas, uma pulseira de ouro laminado e um cetro trabalhado de pedras e ouro.