Civilização karib/Cultura
Os povos caribes sempre tiveram a reputação de serem grandes guerreiros. Se não fosse a chegada dos europeus no século XVI, eles provavelmente teriam dominado todas as ilhas do Caribe. E, apesar da tecnologia militar muito inferior à da civilização ocidental, os povos caribes resistiram ferozmente contra a invasão de suas terras na Região Norte do Brasil, onde ganharam a fama de índios agressivos e violentos na defesa de suas terras. Essa belicosidade também gerou outra característica dos povos de línguas caribes: o costume de integrar os indivíduos das tribos conquistadas dentro da sua própria sociedade como forma de repor os indivíduos mortos no combate[1]. Assim, tornou-se comum o uso de línguas aruaques, por exemplo, dentro de aldeias de línguas caribes, por mulheres capturadas de tribos de línguas aruaques.
A tradicional sociedade caribe baseia-se na divisão sexual do trabalho. Os homens encarregam-se da caça, da pesca, da abertura dos terrenos na mata para a agricultura e da defesa da tribo contra invasores. As mulheres encarregam-se do preparo dos alimentos, da colheita da agricultura e do cuidado com as crianças. A base de sua alimentação é o milho e a mandioca. Além de grandes guerreiros, tradicionalmente também são grandes comerciantes.[2].
Uma característica dos povos caribes é o uso frequente de cocares feitos com penas de aves pelos homens.
Os caribes costumam usar três tipos de tinta para pintar a pele: a vermelha, feita com sementes de urucum (Bixa orellana), a preta, feita com jenipapo (Genipa americana) e a branca, feita com tabatinga (um tipo de barro).
Os povos indígenas americanos costumam ter heróis míticos do passado, que teriam ensinado aos homens os conhecimentos básicos da civilização, como a agricultura, a pesca, a língua etc. Entre os povos karib do norte da América do Sul, na região do Monte Roraima, o herói mítico é Makunaima (nome que significa "homem gigante" ou "gigante mau"), ser mágico capaz de transformar criaturas em pedra e que oscilaria entre o bem e o mal. O próprio Monte Roraima teria uma origem mítica: ele teria surgido como uma punição aos homens, por terem derrubado uma bananeira sagrada.
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Desenho do século XVIII retratando típicas casas ka'linas na Amazônia
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Mulher uaiana da Aldeia de Antecume Pata, na Guiana Francesa, carregando uma panqueca de mandioca
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Cocar ka'lina
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Retrato de um ka'lina em Paris em 1892
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Índio cuicuro
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Monte Roraima. "Roraima" significa, na língua caribe local, "gigante verde".
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Araras criadas como animais de estimação pelos uaianas da Aldeia de Antecume Pata, na Guiana Francesa