Civilizações da Antiguidade/Chegada do homem às Américas
A chegada do homem às Américas é um assunto sempre muito estudado.
Não se sabe ao certo como o homem chegou ao continente americano, e nem a época em que ele chegou, existem muitas teorias.
Anteriormente devido a registros arqueológicos, achava-se que as Américas haviam sido colonizadas entre 10.000 e 15.000 anos atrás.
Recentes descobertas levantam a hipótese de que o homem tenha chegado muito antes, 50.000 anos atrás, talvez.
A teoria da glaciação
editarA teoria mais conhecida é de que o homem tenha migrado da Sibéria ao Alasca na última glaciação da Terra, a Glaciação Wisconsin (que durou entre 100.000 e 10.000 anos atrás), ocorrida no Pleistoceno.
Porém, isso não passa de uma teoria dentre outras. Hoje o estudo do DNA mitocondrial permite a discussão de outras possibilidades.
Motivos e teorias
editarSe imaginarmos que há 15 000 anos atrás o Estreito de Bering era a Ponte de Terra de Bering, ou seja, uma longa faixa de terra ligando a Sibéria ao Alasca poderemos imaginar o que foi a travessia.
Na verdade, não foi uma caminhada, foi uma migração muito complexa percorrendo distâncias imensas.
É possível que os humanos que fizeram esse percurso, tenham sido impelidos por algum motivo muito forte. Ou o clima que ficou quente demais, ou gelado ao extremo. Pode ter havido enchentes ou secas. Tudo levaria à falta de alimento.
Certamente, as manadas já haviam percebido as mudanças no clima e estavam migrando. Assim, os humanos as seguiram por necessidade de se alimentar.
Até o ano de 2008, acreditava-se ter havido apenas uma migração e que todos os nativos americanos eram descendentes desse grupo.
Hoje, se estuda as múltiplas migrações. Já existem teses que defendem que os migrantes não vieram apenas a pé, mas, que usaram barcos numa rota pela costa.
É basicamente impossível, com tão poucas evidências à disposição, formar uma teoria concreta.
Clóvis, Novo México – uma ponta de lança foi a base para a tese de que a primeira migração ocorreu há 13 500 anos.
Monte Verde, Chile – sítio arqueológico, um milênio mais velho do que Clóvis, 14 500 anos atrás, localizando os humanos bem ao sul.
Existe uma teoria que postula que os primeiros americanos tenham vindo para o continente de barco, através do Oceano Atlântico. Não há, até agora, como provar isso, e talvez, nunca saibamos ao certo.
Os defensores dessa teoria a chamam de Rota Marítima Atlântica, e afirmam existir uma grande semelhança entre as culturas da Austrália, sudeste da Ásia e América do Sul.
Outra teoria marítima leva em conta um esqueleto de 9 500 anos encontrado no estado de Washington, USA.
Chamado de Kennewick Man, ele possui uma grande semelhança com o povo japonês Ainu e isso pode ser porque, segundo eles, os antigos humanos vieram pelo Pacífico de barco até o litoral das Américas.
Também no Brasil, existem sinais da presença humana, segundo os estudiosos, com mais de 50 000 anos.
Num local de nome São Raimundo Nonato, no sudeste do Piauí, a arqueóloga Niede Guidon descobriu, na Serra da Capivara desenhos, utensílios e ferramentas primitivas.
DNA
editarHoje, se estuda a história da humanidade através do próprio homem.
Os cientistas contam o número de mutações de dois pedacinhos do DNA.
Um deles é o DNA da mitocôndria e outro é o cromossomo Y.
Cada povo possui nessas duas fitas de DNA um conjunto de mutações.
Haplótipo – constituído por apenas um gene característico.
Haplogrupo – constituído por um conjunto de genes.
O estudo do DNA foi usado para saber quando o Homem saiu da África, porque a genética é mais confiável do que o carbono-14, ela data acontecimentos anteriores a 40 000 anos.
Porém, a chegada do homem às Américas continua sendo motivo de discussão e dúvida.
Era consenso a data de 15 000 anos atrás, mas de acordo com novas descobertas, se admite até 20 000 anos.
Os geneticistas já estabeleceram 32 000 anos por enquanto, de acordo com as mutações em vários genes que separam asiáticos e ameríndios.
Três migrações
editarOs novos estudos não aceitam a ideia de apenas uma grande migração do homem para as Américas.
Afirmam que houve mais duas migrações posteriores e que, o DNA desses grupos ainda pode ser encontrado nos americanos nativos atuais.
As marcas importantes das migrações subsequentes estão visíveis, por exemplo, nos esquimós. De acordo com essa teoria, eles possuem apenas 50% do DNA dos primeiros migrantes.
Conclusão
editarAs evidências são muito poucas e o tempo passado torna quase impossível a certeza.
A ciência avança e os estudos da genética humana e dos sítios arqueológicos, bem como dos artefatos encontrados e de outros que, possivelmente ainda o serão, talvez nos esclareçam quando os primeiros humanos aqui chegaram e como.