Culinária gaúcha/Ingredientes da Cozinha Gaúcha
A cozinha gaúcha opera muito a base de arroz, feijão (feijões, porque existe três tipos fundamentais, diferentes), trigo (a cangica de trigo é infaltável), milho, mandioca ou aipim, repolho, couve, alface, radicci, crem, rúcula, salvia, mangerona, batata-inglesa, batata-doce, inhame, azedinha, bibi, abóboras, morangas, mogangos, melancia e frutas como marmelo, banana, laranjas, bergamotas, pêssegos, peras, maçãs, uvas, pitangas, amoras, ananás, jabuticaba, guabiroba, guabijú, araçá, ameixas, cana-de-açúcar e, curiosamente, não usa mamão nem abacate, duas frutas importantes em qualquer complexo alimentar e abundantes em todos os quadrantes do estado.
Do trigo, da mandioca e o milho se tiram farinhas, que servem para infindável variedade de pratos, pirões e angus e farofas. O angu de milho amarelo é comum em todo o estado, mas farinha de milho branco, só se tem notícia em Mostardas. Ademais, o gaúcho come (assado ou cozido) o milho verde, a cangica de milho, a quirera de milho (prato especialmente famoso em Soledade, com costelinhas de porco). Os gringos usam muito salvia, radicci, crem, rúcula, alface, em sua rica variedade de pratos. Os negros de Batuque comem ritualmente o inhame (em estado natural é uma batata gosmenta) e não há menino campeiro, da fronteira, que não tenha escavado azedinha e comido bibi.
No tempo dos escravos, os patrões inventavam tabus alimentares, porque senão os negros comiam tudo. Assim, surgiram verdadeiras superstições, tudo invenção do tipo: melancia com uva faz mal, melancia com vinho não presta, peixe com leite faz mal, se colocar um pedaço de melancia num copo de vinho, endurece.
É tudo falso. A única coisa que faz mal é passar fome ou comer demais.