Design de Mídias Participativas/Introdução

Informação, conhecimento e cultura são essenciais para a liberdade e desenvolvimento do homem. O modo como elas são produzidas e comunicadas afeta a visão que temos do mundo do que ele pode ser. Por mais de 150 anos o controle de tudo isso esteve nas mãos de uma economia industrial da informação. Nos 15 últimos anos, começamos a ver uma mudança radical na organização da produção de informação. Possibilitada pela evolução tecnológica, começamos a ver uma série de adaptações culturais, sociais e econômicas que tornam possíveis uma transformação radical no como construímos o ambiente informacional em que nos encontramos. A mudança trazida pelos ambientes de informação em rede é profunda e estrutural, chega às fundações de como os mercados liberais e as democracias liberais evoluíram nos últimos dois séculos.

Uma série de mudanças nas tecnologias, organização econômica e práticas sociais de produção nesse ambiente criou novas oportunidades para como produzirmos e trocarmos informação, conhecimento e cultura. Essas mudanças aumentaram o papel da produção independente de mercado e propriedade, tanto por indivíduos quanto por coletivos engendrados em diferentes níveis de colaboração. Essas novas práticas produtivas têm mostrado sucesso em diversas áreas, como, por exemplo, desenvolvimento de softwares, reportagem investigativa, vídeos e jogos multiplayer online. Juntas, elas revelam o surgimento de um novo ambiente informacional, um no qual indivíduos são livres para desempenhar um papel mais ativo do que o que era possível na economia industrial da informação do século 20. Esta nova liberdade contém uma grande promessa: como plataforma para uma melhor participação democrática, como meio para incentivar uma cultura mais crítica e auto-refletctiva, e como um mecanismo para atingirmos melhorias no desenvolvimento humano em todos o sentidos.

O Surgimento da economia da informação em Rede editar

As mais desenvolvidas economias do planeta conquistaram dois avanços paralelos que paradoxalmente permitem uma atenuação dos limites que a produção industrial de informação coloca na busca por valores essenciais a sociedades liberais.

Um deles, em desenvolvimento há mais de um século, é em direção a uma economia centrada na produção de informação (serviços financeiros, softwares, ciência) e cultura (cinema, música, jogos) e na manipulação de símbolos (a fabricação do significado cultural de marcas e comercialização delas de diversas maneiras).

O outro é rumo a um ambiente de comunicação, baseado em informação digital, interconectado. O fenômeno que conhecemos como internet. É esse segundo avanço que permite o aumento da participação da produção independente do mercado no setor da produção de informação e cultura, organizado em um formato muito mais descentralizado do que era a realidade do século 20.