Discussão:Protocolos Colaborativos/ TEV/Diagnóstico de TEP

Iniciar uma discussão nova

Conteúdos

Título do tópicoRespostasÚltima alteração
1- População Alvo/ Conceitos/ Sumários selecionados019h17min de 29 de dezembro de 2016
2- Desfechos019h17min de 29 de dezembro de 2016
3- Intervenções e Recomendações019h17min de 29 de dezembro de 2016
4- Sumário de Achado para cada intervenção019h16min de 29 de dezembro de 2016
5- Valores e preferências dos pacientes/ Custos019h15min de 29 de dezembro de 2016

1- População Alvo/ Conceitos/ Sumários selecionados

Editado por outro utilizador.
Última edição: 20h41min de 12 de dezembro de 2016

1.1- População Alvo: Pacientes com suspeita de TEP

1.2- Conceitos Básicos e Importãncia: O Tromboembolismo Venoso (TEV) é uma condição frequentemente sub diagnosticada e sub tratada. Além disso, essa não é uma enfermidade em que o diagnostico pode ser dado apenas pela avaliação clínica, visto que os sinais e sintomas são muito pouco específicos. Dessa forma, é de suma importância conhecer a acurácia das ferramentas para o diagnóstico, visto que saber utilizar esses instrumentos corretos, pode mudar o prognóstico da doença através do diagnóstico precoce.

1.3- Sumários Selecionados:

Nome do Sumário Instituição responsável Ano Reconhecidas Metodologia
Clinical presentation, evaluation, and diagnosis of the adult with suspected acute pulmonary embolism Uptodate 2016 +++ +++
Pulmonary Embolism Diagnosis Dynamed 2016 +++ +++
Venous thromboembolic disease diagnosis NICE 2012 +++ +++
Diagnosis of DVT ACCP 2016 ++ ++
179.179.249.15018h02min de 9 de dezembro de 2016

2- Desfechos


Desfecho Descrição do desfecho Importância
Acurácia (Sensibilidade/Especificidade/LR+/LR-) Verdadeiros positivos e negativos/ Falsos positivos e negativos Crítica
Lineu de Campos (Discussão)16h33min de 12 de dezembro de 2016

3- Intervenções e Recomendações

Editado por outro utilizador.
Última edição: 19h17min de 29 de dezembro de 2016

3.1- Intervenções e Recomendações

Intervenção Recomendação Descrição das Recomendações GRADE
1- ESCORE DE WELLS Faça avaliação da probabilidade pré- teste em todo paciente com suspeita de TEP, através de guias de predição. Utilize o Escore de Wells, pelo fato do mesmo ser mais citado nos sumários e ter acurácia no mínimo igual ou superior aos demais • Reduz a necessidade de exames de imagens quando associados com D-Dímero;

• Diminui a diferença na avaliação clínica entre clínicos mais experientes e menos experientes;

• Aumenta a confiabilidade de exames mais invasivos.

1B
2- D-DÍMERO Solicite D Dímero na abordagem inicial para todos pacientes com baixa probabilidade pré teste de TEP- Utilize métodos quantitativos e semi quantitativos. Pacientes acima de 50 anos, usar critério de D Dímero ajustado para idade. • Excluir TEP sem mais nenhum exame em paciente com baixa probabilidade pré teste

• Reduz necessidade de exames adicionais • Use como valor de referência ,D-DÍMERO ajustado para idade, em pacientes acima de 50 anos

1B
3- Regra PERC Considerar realização da Regra PERC nos pacientes de baixa probabilidade pré teste em situações em que D Dímero não estiver disponível • Pode excluir TEP sem mais nenhum exame adicional em pacientes com baixa probabilidade e nenhuma pontuação NA REGRA PERC

• No caso de pelo menos 1 pontuação, solicitar D DÍMERO

2C
4- Angiotomografia Considere Angio TC como exame de primeira escolha em todo paciente com probabilidade Pré teste baixa e D-Dímero Positivo e em todos com alta probabilidade pré teste alta no intuito de confirmar TEP. Em pacientes com alta probabilidade pré teste com Ango TC negativa, considere suspender anticoagulação desde de que os pacientes possam ser acompanhamentos de forma regular ambulatorialmente. Caso não possam ser acompanhados, considere solicitar USG de compressão de MMII antes dda suspensão da anticoagulação • Exame de maior acurácica para confirmar TEP

• Exame positivo confirma TEP • Exames negativos exclui TEP em pacientes de baixa probabilidade pré teste

• A taxa de eventos de TEP, principalmente de TEP fatal é muito baixa em pacientes com alta probabilidade e Angio TC negativa. No entanto em alguns casos pode ser necessário a associação com USG de compressão de MMII visto a alta acurácia dessa associação para excluir com mais segurança TEP.

2B
5- Cintilografia Ventilação/Perfusão Considere a cintilografia como exame de primeira escolha para confirmar TEP em pacientes impossibilitados de receber contrastes ou Angio TC indisponível • Confirma a doença em pacientes de alta probabilidade com Cintilografia de alta probabilidade

• Exclui a doença em pacientes de baixa probabilidade na cintilografia e baixa probabilidade pré teste

• Exclui a doença se exame normal

• Considerar exames adicionais em pacientes de baixa probabilidade pré teste e cintilografia de alta probabilidade e em pacientes de alta probabilidade pré teste com cintilografia de baixa probabilidade, visto que a porcentagem de erro diagnóstica nessas situações é bem considerável e necessita de exames adicionais; • Cintilografia de probabilidade intermediária necessita de exames adicionais para confirmar ou excluir TEP visto a baixa acurácia desse exame

2B
6-USG MULTI-ÓRGÃOS Considerar como exame de 1ª escolha em situações em que Cintilografia e/ou Angio TC estão indisponíveis, ou situações em que pacientes devido a instabilidade hemodinâmcia, não tem condições de realizarem esses exames.

Sempre deve ser usado em situações em que haja profissional treinado

• Boa acurácica para confirmar a doença em pacientes admitidos na sala de emergência

• Ótima acurácia para ajudar a confirmar diagnóstico diferenciais de pacientes na sala de emergência com suspeita de TEP

2B
179.179.249.15018h02min de 9 de dezembro de 2016

4- Sumário de Achado para cada intervenção

4.1 SUMÁRIO DE ACHADOS PARA INTERVENÇÃO: ESCORE DE WELLS E D-DÍMERO

Desfecho: Número de eventos de TEV em pacientes com TEP excluído somente por D Dímero negativo + baixa probabilidade pré teste

Intervenção Número de estudos Design Qualidade Porcentagem de pacientes com TEP excluídos Número de Eventos de TEV em pacientes com diagnóstico excluído por Wells de baixa probabilidade + D-dímero NEGATIVO
D-Dimero quantitativo + escore de Wells modificado de baixa probabilidade 4 Coorte Moderada 11.2% a 52.2% 0 a 1.9%
D-Dimero quantitativo/semiquanttativo + escore de Wells modificado de baixa probabilidade 1 coorte Baixa 17.6% 0%
D-Dimero quantitativo/semiquanttativo + escore de Wells original de baixa probabilidade/intermediária 2 Coorte Baixa 47% A 54% 0 A 2.3%

Esse sumário de achados evidencia o alto números de pacientes que podem ser poupados de exames adicionais e mais invasivos, quando se utiliza adequadamente a associação de D Dímero negativo com escore de Wells de baixa probabilidade.

4.2- SUMÁRIO DE ACHADO PARA INTERVENÇÃO: REGRA PERC


Desfecho: Acurácia

Intervenção Estudo Design do estudo Qualidade LR + LR- Sensibilidade Especificidade VPP VPN Confiança
Regra PERC Balwinder et all (2011) Revisão sistemática Moderada 1.24 0.18 97% 23% 14.8% 97.75% Moderada
Estudo Design Porcentagem de pacientes que tiveram TEP excluído pela associação PERC igual a zero + Wells menor que 4 Taxa de eventos em pacientes que tiveram TEP excluído pela associação PERC igual a zero + Wells menor que 4 Confiança
Kline JA et all (2008) Coorte prospectiva 8139 pacientes 1666 (15%) 0.9% ou 9 em 1000 Moderada
Esse sumário de achados evidencia que a taxa de eventos em pacientes que tem TEP excluído pela regra PERC é muito baixa. Além disso, não ficou claro que dentre esses 0.9% , quantos foram sintomáticos e quantos foram apenas achados sem relevância clínica. A limitação da regra PERC é que a mesma só foi validade em centros de prevalência de TEP em torno de 15%>

4.3 SUMÁRIO DE ACHADO PARA INTERVENÇÃO : ANGIO TC

Desfecho: Acurácia

Intervenção Estudo Design do Estudo Qualidade LR + LR - Sensibilidade Especificidade VPP VPN Confiança
Angio TC PIOPED (2006) Coorte Alta 19.6 0.18 83% 96% 86% 95% Alta


4.3.1 Partindo de um prevalência ou probabilidade pré teste de 30%

Desfecho: Acurácia

Intervenção Falsos positivos Falsos Negativos Verdadeiro Positivo Verdadeiro Negativo
Angio TC para cada 1000 pacientes 28 51 249 672

4.3.2-Sumário de Achado: Angio TC

Desfecho: Número de eventos de TEV após suspensão de anticoagulação em pacientes de alta probabilidade após Angio TC negativa

Estudo Design do estudo Pacientes sumetidos a intervenção Efeito Confiança
Christopher study (2006) Coorte prospective 3306 pacientes 1436 com anticoagulação suspensa devido a ANGIO TC NEGATIVA

Acompanhados por 3 meses

Eventos de TEP 1.3% IC ( 0.7%-2.0%)


TEP Fatal 0.5% IC (0.2% -1%)

Moderada
ADJUST-PE study. (2014) Coorte prospectivo 3346 pacientes 1481 com anticoagulação suspensa devido a ANGIO TC NEGATIVA

Acompanhados por 3 meses

TEP não fatal 0.2%

TEP fatal 0%

TVP 0.1%

2 eventos indeterminados

Moderada
Moores LK (2004) Revisão sistemática 23 estudos 4657 com anticoagulação suspensa devido a ANGIO TC NEGATIVA

Acompanhados por 3 meses

Eventos de TEP 1.4% IC ( 1.1%- 1.8%)

TEP fatal 0.51% IC ( 0.33 – 0.76%)

Moderada
Rene Quiroz (2005) Revisão Sistemática 15 estudos 3500 com anticoagulação suspensa devido a ANGIO TC NEGATIVA

Acompanhados por 3 meses

LR – da Angio TC 0.01 IC (0.01-0.02)

Valor preditivo Negativo 99.4% IC ( 98.7% -99.9%)

Moderada
Estudo Design Acurácia da Associação ANGIO TC + USG de MMII proximal para descartar TEP medida em LR Confiança
Pierre-Marie Roy et all Revisão sistemática 2005 BMJ- LR - 0.04 ALTA

A taxa de eventos importantes de TEV em pacientes com Angio TC negativa é muito baixa. Dessa forma, tendo em consideração a taxa de complicações da Anticoagulação e de outros fatores como custo, deve-se considerar suspensão de anticoagulação nesse cenário, não esquecendo da premissa básica que é o acompanhamento adequado no mínimo por 3 meses desses pacientes. Em algumas ocasiões em que o paciente não tenha condições de ser acompanhado, considerar associar o USG de compressão ou duplex de MMII a Angio TC antes da suspensão da anticoagulação. Isso é justificado pela boa acurácia dessa associação como demonstrado na revisão sistemática do BMJ .

4.4- Sumário de Achados para intervenção :Cintilografia Ventilação/Perfusão Desfecho: Acurácia

Intervenção Número de Estudos Porcentagem de Cintilografia não diagnósticas Sensibilidade Especificidade VPP VPN LR + LR- Confiança
Cintilografia Pulmonar 5 0 a 38.5% 41 a 100% 72 a 97% 50 a 94% 76 a 100% 1.46 a 33.33 0.82 a 0 Muito baixa

Tabela evidenciando a porcentagem de TEP confirmado de acordo com a probabilidade pré teste e cintilografia

Resultado da Cintilografia Probabilidade pré teste alta Probabilidade pré teste moderada Probabilidade pré teste baixa LR
Alta probabilidade 96% 88% 56% +18.2
Intermediária Probabilidade 66% 28% 16% ----
Baixa probabilidade 40% 16% 4% -0.036
Normal 0% 6% 2% -0.03
A grande variação da acurácia da cintilografia nesses trabalhos, deve-se a diferença da acurácia em diferentes cenários clínicos. Por exemplo, quando a probabilidade pré teste é concordante com a probabilidade no exame, a acurácia é alta, isto é alta  probabilidade pré teste e alta probabilidade na cintilografia. No entanto, quando tais probabilidades são discordantes, ou seja, alta probabilidade pré teste e baixa probabilidade na cintilografia, a acurácia reduz de forma considerável. Isso é porque a cintilografia tem diferentes LR.

Cintilografia normal tem ótima acurácia para descartar TEP.

4.4.1- Partindo de uma probabilidade pré teste de 30%

Desfecho: Acurácia

Intervenção Verdadeiros Positivos Verdadeiros Negativos Falsos Positivos Falsos Negativos Não diagnóstica
Cintilografia V/Q para cada 100 pacientes 123 a 300 504 a 679 196 a 21 177 a 0 0 a 385

Referência: NICE

4.5 Sumário de achados para Intervenção: USG MULTI-ÓRGÃOS

Desfecho: Acurácia

Intervenção Número de estudo Design do estudo Sensibilidade Especificidade LR + LR - VPP VPN Confiança
USG Multi -Órgãos com objetivo de confirmar TEP 1 Seth Koenig (2014) Estudo diagnóstico 357 pacientes 90% 86% 6.5 0.12 74.4% 95.1% Alta
USG Multi- Órgãos como intervenção para diagnóstico alternativo em pacientes com suspeita de TEP 1 Seth Koenig (2014) Estudo diagnóstico 357 pacientes 100% 42.9% 1.75% 0 43.8% 100% Alta

4.5.1 Partindo de um prevalência ou probabilidade pré teste de 30%

Desfecho: Acurácia

Intervenção Falso positivo Falso Negativo Verdadeiro Positivo Verdadeiro Negativo
USG para cada 1000 pacientes PARA CONFIRMAR TEP 96 30 270 606
USG Multi Órgãos como intervenção para diagnóstico alternativo em paciente como suspeita de TEP para cada 1000 pacientes 402 0 300 298 Exemplo

O USG MO tem uma excelente acurácia para excluir TEP, mas também uma boa acurácia para atingir limiar de intervenção naqueles pacientes com alta probabilidade pré teste para TEP.

Lineu de Campos (Discussão)18h35min de 10 de dezembro de 2016

5- Valores e preferências dos pacientes/ Custos

5.1- A maioria dos trabalhos que abordam diagnóstico sobre TEP não abordam diretamente sobre valores e preferências dos pacientes, mas relatam de forma mais indireta que os pacientes procuraram exames de boa acurácia e menos invasivo. Dentro desse contexto, nota-se que há uma crescente para o não uso da arteriografia visto a boa acurácia da Angio TC, sendo essa menos invasiva. Outra importante ferramenta, que se tem demonstrado com ótima acurácia e pouca invasivo é USG MO, visto que muitas vezes pode-se confirmar ou descartar TEP somente com essa ferramenta, evitando expor os pacientes a exames com maior potencial de dano.

Quanto aos custos, nota-se que as ferramentas diagnósticas de maior custo benefícios são aquelas de boa acurácia/ baixo potencial de dano/ que permitem um diagnóstico precoce e menor tempo de internação.

O bom conhecimento da acurácia de cada exame pode ajudar a evitar socilitação de exames desnecessários e invasivos.

Lineu de Campos (Discussão)20h16min de 12 de dezembro de 2016
Regressar à página "Protocolos Colaborativos/ TEV/Diagnóstico de TEP".