Engenharia sanitária/FitoETAR


O método corresponde a fazer passar a água residual por um meio poroso pelo meio de raízes e rizomas de macrófitas. Pode ser de fluxo horizontal ou de fluxo vertical, após uma prévia remoção de grande parte dos sólidos em suspensão.

A água residual sofre processos físicos (filtração e sedimentação) e biológicos (biodegradação por microorganismos existentes no leito e assimilação de poluentes pelas plantas).

Disposições construtivas

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Seguidamente vamos apresentar algumas exigências do ponto de vista construtivo aconselhado em bibliografia:

  • Fundo e os taludes deverão ser regularizados e compactados e impermeabilizados com tela de PEAD de 2,0mm , protegida inferiormente com geotextil não tecido de fibras longas com 200 g/m2.
  • O enchimento do leito deverá ser efetuado com material apropriado e na granulometria apresentada no projeto (Relvão, 1999).
  • As plantas deverão, preferencialmente, ser plantadas de viveiro. Deverão ser plantadas cerca de 4 a 6 plantas por metro quadrado. Aconselha-se a plantação de exemplares envasados ou ensacados. A utilização direta nos leitos das Fito-Etar's de rizomas e/ou plantas colhidas de zonas úmidas é desaconselhável (Dias, 1999).
  • Após a plantação, deverão ser imediatamente regadas e se os efluentes não estiverem ligados, será necessário a rega frequente das plantas (Relvão, 1999).
  • É recomendável que no início do funcionamento, seja colocado uma quantidade de água nas células da Fito-Etar, com alguns centímetros de altura, de modo a criar um meio úmido necessário à adaptação das plantas (Relvão, 1999).
  • Será instalado um sistema de controlo de nível de saída do efluente da lagoa (através de curva com ângulo ajustável), por forma a impedir a inundação superficial da lagoa, este facto poderia provocar o aparecimento de cheiros e a proliferação de mosquitos e, de modo a permitir a regulação dos níveis de Inverno e de Verão (Relvão, 1999).

Quanto à manutenção e operação da lagoa de macrófitas deve-se considerar os seguintes aspectos (Relvão,1999) :

  • A Fito-ETAR deve ser inspecionada, no mínimo, uma vez por semana, de modo a verificar se a percolação decorre com normalidade, ou se, pelo contrário, há indícios de colmatação da célula e para, se necessário, afinar o dispositivo de saída e regular o nível da água no leito. Caso se verifiquem indícios de inundação deve promover-se à avaliação das causas e rebaixar o nível da saída e eventualmente desentupindo a tubagem de entrada, se necessário.
  • O nível da água na lagoa deve ser mantido, no mínimo, 5 a 10cm abaixo da superfície, em qualquer ponto dela.
  • Deve proceder-se ao corte e remoção de plantas velhas e das em excesso pelo menos uma vez por ano, no Outono, incorporando-as em solo agrícola com fertilizante. Como as plantas assimilam uma fração dos nutrientes poderá ser vantajoso efetuar mais um ou vários cortes em pleno ciclo vegetativo para aumentar a remoção de fósforo e azoto.
  • O controlo da vegetação daninha é feita no início do funcionamento tendo o cuidado de plantar as plantas logo após a preparação do terreno e alguns meses depois, se necessário, efetuando o arranque manual das infestantes, promover-se a inundação forçada de toda a superfície e mantendo-a durante pelo menos um dia, mas só depois das plantas terem vários braços (folhas) aéreas bem desenvolvidos. Em anos seguintes pode efetuar-se o controlo da maior parte dos infestantes não hidrófitas, com procedimento de inundação semelhante ao descrito, mas com água até cerca de 10 a 15cm de altura acima da superfície.
  • Os efluentes tóxicos não podem ser aduzidos para a fito-ETAR sob pena de provocarem um excesso de poluição química de baixa biodegradabilidade. De igual modo são de evita os efluentes suiniculturas e afins, que provocariam um excesso de nutrientes a remover. Se se notarem indícios de toxicidade nas plantas deverá proceder-se a inspeções da rede para detectar a origem dos poluentes tóxicos para as plantas, eliminado a causa.