Engenharia sanitária/Lamas ativadas
As lamas ativadas são um processo pelo qual se tentou fazer a purificação da água pelo simples arejamento da mesma. Foi observado que ao fim de um arejamento prolongado começaram a aparecer comunidades (flocos) de pequenos microrganismos que decantavam no tanque após interrupção do arejamento. Quando novo esgoto foi adicionado e o processo reativado, verificou-se que o processo de purificação realizou-se a uma taxa muito superior.
No essencial podemos dizer que as lamas ativados são um processo acelerado de autodepuração tal como acontece na natureza. As condições e os processos são semelhantes, só as concentrações de microrganismos e a sua densidade no floco é muito superior. A superfície específica dos flocos é de 2.000 a 10.000 m² por m³ de volume arejado.
As lamas ativadas correspondem a um processo de biomassa suspensa. Neste processo é mantida uma concentração adequada de biomassa em suspensão e sujeita a um arejamento que pode ser mecânico ou pneumático (é adicionado ar ou oxigênio puro [O2] ao processo em forma de bolhas). O arejamento serve não só para garantir a concentração de oxigênio [O2] (2,0 mg/L) desejada como também para impedir a decantação da biomassa no tanque de arejamento.
Quando as concentrações de microorganismos ideais são atingidas verificamos a presença de um licor de cor acastanhada que designamos por Mixed Liquor Volatil Solid Suspended (MLVSS). esta concentração é garantida através da recirculação das lamas secundárias recolhidas no fundo do decantador secundário.
Um processo biológico de biomassa suspensa tem por objetivo transformar matéria solúvel em matéria decantável. Face ao exposto têm de ser criadas condições para que a decantação se processe, existem diversos parâmetros que nos dizem se podemos ou não ter capacidade de decantação num determinado MLVSS ou ainda da performance do processo.