História da Europa/Antecedentes da História da Europa: diferenças entre revisões
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Parte do livro '''[[História Européia]]'''.
== Queda do Império Romano ==
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A dinastia '''merovíngea''', a primeira das dinastias francas, e que recebeu esse nome em razão do lendário rei [[w:Meroveu|Meroveu]], conquistou e controlou muito do território das modernas França e Alemanha. O último soberano do reinado merovíngeo unificado foi Clóvis, que converteu-se ao cristianismo como promessa para vencer uma batalha. Clóvis era um ariano, segmento cristão que sob a óptica papal era visto como "herético". Os arianos negam a existência da trinidade, ou seja, negam que Jesus Cristo seja a manifestação do "Deus pai". A adoção da religião tinha por Clóvis também motivos políticos, pois legitimava ainda mais seu poder.
Quando morreu Clóvis, seu reinado foi dividido entre seus filhos. Alguns reis merovíngios que se seguiram não tinham a atitude responsável de Clóvis, e ficaram conhecidos como '''reis indolentes'''; deixavam cada vez mais o poder ser exercido pelos chamados '''major domus''' (prefeitos do palácio).
A ascenção de um novo poder franco sob a '''dinastia carolíngea''' foi o resultado da expansão dos poderes do major domus. Alguns reis merovíngeos deram a este funcionário poderes imensos, e alguns major domus controlovam todos territórios reais. [[w:Pepino II|Pepino II]] (ou Pepino o Jovem) foi um dos primeiros a expandir esse poder de tal maneira que dominava quase toda a Gália. Seu filho, [[w:Carlos Martel|Carlos Martel]], também um major domus, venceu a Batalha de Tours, mantendo a influência muçulmana afastada da maior parte da Europa. (''Martel'' era uma referência à sua arma favorita, o martelo.) O filho de Martel, [[w:Pepino III|Pepino III]] (ou Pepino o Breve), depois de pedir apoio ao Papa, depôs o último rei merovíngeo e foi declarado ''rex Dei gratia'' (rei pela graça de Deus). Isso abriu um precedente para o [[w:absolutismo|absolutismo]] europeu, no sentido de que se declarava pela primeira vez que alguém era rei pela vontade de Deus. Pepino o Breve foi o fundador da dinastia carolíngea, que experimentou seu clímax sob o reinado de [[w:Carlos Magno|Carlos Magno]], que foi o primeiro rei coroado ''Imperador do Sacro Império Romano''. Diz-se que Carlos Magno foi coroado "de surpresa" e se irritou bastante com o Papa, pois não admitia a suposição de que este deveria decidir coroá-lo; imagina sua autoriadade superior à do Papa. Carlos Magno criou algo como um renascimento para o mundo intelectual no reino franco: fundou escolas, apoiou monastérios onde se reproduzia a Bíblia; ainda sob seu governo houveram mudanças na arte, que se aproximou do estilo bizantino. As mulheres puderam se dedicar a uma atividade fora do lar: a confeção de roupas.
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O '''papado''' era a instituição mais poderosa na Idade Medieval européia. O Papa, por associação, tornou-se o homem mais poderoso daqueles tempos. Seu poder era lhe outorgado por eleição, para o resto da vida. Muitas papas quiseram expandir seu poder e usaram muitos métodos para isso. As [[w:Cruzadas|Cruzadas]], um campanha contra os muçulmanos que se expandiam pela chamada "Terra Santa", foi em certos aspectos uma tentativa de criar um exército sob instruções diretas do Papa.
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Por muitos anos houveram querelas entre o papado e o Sacro Império Romano, até que em [[w:1122|1122]] houve a chamada ''Concordata de Worms'', entre Henrique V e o papa Calixto II, pela qual ficou estabelecido que a investidura de bispos caberia em parte ao papado (nos aspectos religiosos), em parte ao monarca (nos aspectos seculares). Essa concordata encerra a chamada '''Querela das Investiduras'''.
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Movimentos religiosos de caráter intelectual eram dirigidos principalmente para o monasticismo. Muitos monastérios se espalharam por toda a Europa, e novas ordens foram criadas para fins religiosos específicos. A ordem beneditina ou [[w:Ordem de Cluny|Ordem de Cluny]] foi a primeira a estabelecer critérios que deveriam seguidos por todas as outras. Os beneditinos seguiam rituais específicos, entre os quais, períodos do dia reservados para a reza (sugere-se que isso tenha levado ao desenvolvimento do relógio). Estas regras eram em grande parte baseadas nas regras da [[w:ordem de Císter|ordem de Císter]], que havia aliás estabelecido o conceito de "Ordem" como um conjunto de mosteiros. Os monges não apenas desenvolveram a intelectualidade européia como também ajudaram cidades, oferecendo comida e serviços àqueles que precisavam
== Sociedade na Idade das Trevas ==
As [[w:guilda|guildas]] controlavam quem podia ou não podia trabalhar em determinado campo, através da educação dos aprendizes e da integração vertical. Serviram de base para as primeiras formas de '''Universidade'''. As primeiras universidades européias começaram a surgir, entre elas a Universidade de Sorbonne e a Universidade de Bolonha. A '''[[w:escolástica|escolástica]]''', uma concepção educacional que enfatizava os ensinamentos bíblicos e de Aristóteles, era a forma mais comum de educação, e assim permaneceu até o Renascimento trouxesse de volta o Humanismo.
As cidades começaram a formar-se como locais de mercadores e das atividades de guildas. Eram centros de trocas, muitas delas eram verdadeiros entrepostos. O capitalismo comercial começava a aparecer, nestas cidades. No norte, o florim tornava-se uma moeda forte e praticamente universal.Os europeus também recuperaram as rotas de comércio com a China e o Oriente Médio; a ''Rota da Seda'' era novamente percorrida. Muito do que os europeus tentaram no período dos descobrimentos e explorações era relativo a encontrar caminhos mais rápidos e seguros para o Oriente.
[[Imagem:fallow.png|Diagrama de rotação de culturas.]]
Avanços na agricultura também foram notados. Os campos eram agora preparados com grandes arados de tração animal. Os europeus também começaram a deixar uma faixa de solo em repouso para recuperar os nutrientes, iniciando a técnica de rotação de culturas. Isso tudo contribuía para estabelecer fortalecer o '''[[w:feudalismo|feudalismo]]'''. O feudalismo era um braço do sistema de suserania e vassalagem (ou ''Manorialismo''); colocava todas as pessoas em uma pirâmide social, em que o topo era ocupado pelos lordes, logo após apareciam os vassalos e na base ficava a massa camponesa despossuída. O sistema de suserania e vassalagem funcionava da seguinte maneira: um vassalo recebia terra de um senhor, que passava a ser seu suserano – este deveria proteger aquele, responder por alguns atos de seus vassalos e oferecer algumas facilidades. Em contrapartida o vassalo deveria cultivar as terras, oferecer forças para o exército do senhor e pagar resgate no caso de sequestro deste último. Cada vassalo poderia ter seus próprios vassalos, tornando-se suserano também, até que se chegasse a um limite de divisão das terras que não permitisse mais a vassalagem. Em tese, os reis eram suseranos de todo o território nacional.
Os camponeses submetiam-se a um senhor feudal em troca de pequenas faixas de terra onde cultivavam seus alimentos. Além de ser obrigado a cultivas as terras senhoriais, um camponês geralmente era submetido a uma série de taxas e obrigações para com o senhor. Também haviam taxas para a Igreja, pagas tanto pelos camponeses quanto pelos próprios senhores (que obviamente repassavam o custo aos camponeses).
As condições de vida num feudo eram muito precárias; na alimentação, por exemplo, a farinha de trigo era quase invariavelmente grossa, e as provisões de água eram poluídas. Essas condições levavam ao uso dos grãos colhidos para a produção de cerveja, que era a principal bebida do vassalo feudal.
== Trabalhos citados ==
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