Logística/Sistemas de informação/Custo logístico/Análise do custo logístico total: diferenças entre revisões
[edição não verificada] | [edição não verificada] |
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Sem resumo de edição |
Sem resumo de edição |
||
Linha 4:
Em 1956, Lewis, Culliton e Steele apresentam uma [[w:monografia|monografia]] acerca da economia do [[w:Transporte Aéreo|transporte aéreo]], na qual defendem uma nova perspectiva do [[w:custos logísticos|custo logístico]]. Introduzem uma visão integrada da [[logística|logística]] e o conceito de custo total logístico. Segundo aqueles autores, o custo total logístico deve incluir todos custos necessários para responder aos requisitos de um sistema logístico. As [[w:empresa|empresas]] devem concentrar-se na redução do custo total logístico, mesmo que isso implique que alguns componentes do custo não tenham o menor valor possível. Segundo [[Logística/Referências#refbCoyle2003|Coyle et al. (2003, p. 13)]], a diminuição do custo total de um sistema pode fazer-se através de uma avaliação de combinações alternativas de [[w:transporte|meios de transporte]], número e dimensão de [[w:armazém|armazéns]], localização de [[w:fábrica|fábricas]] e armazéns e níveis das [[w:estoque|existências]], entre outros. O conceito de custo total desencadeou o estudo acerca da inter-relação dos custos funcionais. Esta nova visão veio revolucionar a logística, já que, até à data, as empresas procuravam atingir o menor valor possível em cada componente do custo logístico, sem dar grande relevância ao custo total. Os [[w:administração|gestores]] frequentemente procuravam reduzir os custos funcionais, tal como o de transporte, esperando que dessa forma fosse alcançado o menor custo total [[Logística/Referências#refbBowersox1996|(Bowersox et al., 1996, p. 10-12 e 643]] e [[Logística/Referências#refbCoyle2003|Coyle et al., 2003, p. 13)]].
De um modo geral, o conceito de análise do custo total defende a [[w:Custeio baseado em atividades|afectação dos custos com base nas actividades]], contestando a prática comum de usar a [[w:contabilidade de custos|contabilidade]] tradicional por esta dificultar a identificação das actividades do sistema logístico que correspondem ao maior custo. A afectação dos custos segundo a contabilidade tradicional agrupa os custos em contas tais como [[w:salário|salários]], [[w:renda|rendas]] e [[w:serviço público|serviços públicos]], não identificando a responsabilidade pelos custos, das diversas operações da empresa. Por seu lado, a afectação dos custos com base nas actividades procura relacionar os custos relevantes com as actividades desenvolvidas de [[w:valor acrescentado bruto|valor acrescentado]]. O conceito fundamental do agrupamento dos custos com base nas actividades defende que as despesas devem estar associadas à actividade que consome um [[w:insumo|recurso]], em vez de estar associadas a determinada organização ou [[w:centro de custo|centro de custos]], de forma a que o gestor logístico tenha a informação necessária para determinar se determinado [[w:consumidor|cliente]], encomenda, produto ou serviço é rentável. É importante referir que, além da identificação dos custos de cada actividade, devem também ser afectados aos factores que influenciam os respectivos custos, de forma a facilitar a avaliação de alternativas [[Logística/Referências#refbBowersox1996|(Bowersox et al., 1996, p. 643 e 645-646)]].
Os custos referentes a cada actividade podem ser divididos em custos directos, indirectos e [[w:despesa|despesas]] gerais. Os custos directos ou operacionais provêm directamente do desempenho logístico; os custos indirectos resultam da repartição dos recursos pelas várias operações logísticas; as despesas gerais estão relacionadas com os gastos com [[w:iluminação|iluminação]] e [[w:aquecimento (Física)|aquecimento]], por exemplo, indispensáveis para todas as unidades organizacionais. O modo como os diversos custos são classificados influencia toda a análise do sistema, sendo, portanto, de extrema importância. Por último, deve ser identificado o período de tempo durante o qual os custos em análise foram acumulados. Este processo apresenta alguma complexidade, já que muitas operações, desde a encomenda até à [[w:Distribuição (logística)|distribuição]] do produto final, são realizadas em antecipação da venda [[Logística/Referências#refbBowersox1996|(Bowersox et al., 1996, p. 646-647)]].
Linha 19:
;Análise a longo prazo ou dinâmica
Numa análise a longo prazo, o sistema óptimo é determinado com base no cálculo matemático do ponto de igualdade entre os sistemas em questão. Os sistemas podem ser representados por uma [[w:equação linear|equação linear]] do tipo <math>y=a+bx</math>, em que ''y'' representa o custo total, ''a'' os [[w:custo fixo|custos fixos]], ''b'' os [[w:custo variável|custos variáveis]] por unidade e ''x'' a quantidade de produto. Obtendo a informação relativa aos custos de cada sistema, podem determinar-se as equações e fazer a representação gráfica. Pode, então, determinar-se o ponto de igualdade dos sistemas e verificar qual o sistema com o menor custo total, em função da quantidade de produto. Se não houver intersecções entre as equações dos vários sistemas em análise, a escolha deverá recair sobre o sistema cuja recta, para qualquer quantidade de produto, apresenta sempre menor custo total.
No caso de se considerarem três ou mais sistemas simultaneamente, a dois deles pode corresponder um ponto de intersecção, enquanto que o outro sistema tem sempre um custo total mais elevado. Se ocorrerem intersecções das três rectas correspondentes aos sistemas, verifica-se, geralmente, a existência de dois pontos relevantes de intersecção ou de indiferença. Uma terceira intersecção verificar-se-á para um custo total maior do que alguma outra função dos custos e não será relevante [[Logística/Referências#refbCoyle2003|(Coyle et al., 2003, p. 61-63)]]. ;Exemplo
A Tabela 1
Linha 30 ⟶ 32:
Neste exemplo, há um compromisso entre a redução nos custos de transporte e o aumento
Há, contudo, duas razões para seleccionar o sistema proposto. Em primeiro lugar, não é fornecida informação quanto aos requisitos de serviço do cliente. O novo armazém orientado para o mercado
Linha 38 ⟶ 40:
<center>Figura 1: Análise dinâmica. Fonte: Adaptado de [[Logística/Referências#refbCoyle2003|Coyle et al. (2003, p. 62)]].</center>
A análise dinâmica permite, ainda, calcular, matematicamente, o ponto de igualdade dos dois sistemas, em vez de apenas fazer a sua estimativa graficamente. Para tal, começa-se com a equação de uma recta (<math>y=ax+b</math>). Neste caso particular, ''a'' representa os custos fixos e ''b'' o custo variável por unidade. A variável ''x'' será o nível de produção. Se se pretende determinar o ponto de igualdade dos dois sistemas, deve-se inserir a informação relativa aos custos e igualar as duas equações. Como se mostra abaixo, os dois sistemas são iguais quando o nível de produção é de aproximadamente 70 500 unidades, o que corresponde a um ponto de indiferença entre os dois sistemas:
Linha 45:
'''Sistema 1'''
Custo total = custo fixo + custo variável por unidade x número de unidades → <math>y=
'''Sistema 2'''
<math>y=
'''Ponto de
<math>
{{AutoCat}}
|