A Cidade do Rio de Janeiro no Século XVII/A Cidade Desce o Morro: diferenças entre revisões

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[[File:Franz Josef Frühbeck Rio de Janeiro San Sebastian.jpg|center|400px|thumb|Antiga Sé, no alto do morro do Castelo]]
[[File:Victor Meirelles - Estudo para Panorama do Rio de Janeiro - c. 1885.jpg|center|400px|thumb|Morro do Castelo]]
[[File:2005 f santiago rj.jpg|center|300px400px|thumb|Museu histórico nacional. Em primeiro plano, os resquícios do forte de São Tiago.]]
O morro do Castelo se ligava ao engenho do rei às margens da lagoa de Amorim Soares (atual lagoa Rodrigo de Freitas) pelo caminho do Catete (atual rua do Catete), trilha indígena que acompanhava o rio Catete e que já existia desde antes da chegada dos portugueses à região. Aliás, o idioma predominante na cidade e em todo o Brasil, nessa época, era a língua tupi, chamada de língua geral. A língua portuguesa só iria prevalecer no Brasil no século seguinte, com a descoberta de ouro nas minas gerais, com o aumento da imigração portuguesa, com a expulsão dos padres jesuítas do Brasil por ordem do Marquês de Pombal e com a proibição da língua tupi no Brasil pelo mesmo marquês. Os jesuítas, até então, monopolizavam o ensino no Brasil, ensino este que era transmitido em língua tupi.
[[File:Rua do Catete (2).jpg|center|300px400px|thumb|Rua do Catete em foto de 2009]]
Entre 1602 e 1608, no primeiro mandato de Martim Correia de Sá como governador da capitania do Rio de Janeiro (era a primeira vez que um natural da terra ocupava o posto), foi construído o fortim de Santa Cruz, na várzea entre os quatro morros da cidade. Mais tarde, no segundo mandato de Martim, o fortim foi substituído pela primeira igreja de Santa Cruz dos militares.
 
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Em 1608, os padres franciscanos começaram a construir o convento de Santo Antônio, no morro de mesmo nome. As obras terminaram em 1620.
[[File:ConventoStoAntonio-Debret1ConventoSAntonio1.jpg|center|400px350px|thumb|Convento de Santo Antônio]]
[[File:Nicolas-Antoine Taunay 02.jpg|center|400px450px|thumb|MorroEm primeiro plano, franciscanos no morro de Santo Antônio. À direita, morro do Castelo]]
O morro da Conceição localiza-se próximo ao morro de São Bento. Seu nome vem de uma capela construída no alto do morro no final do século dezesseis e dedicada a Nossa Senhora da Conceição. No sopé do morro, formou-se o cais utilizado no desembarque dos escravos trazidos da África, na atual região da pedra do Sal, no bairro da Saúde.
[[File:PanoramaRiodeJaneiroThomasEnder.jpg|center|400px|thumb|Vista do Rio de Janeiro, a partir do morro da Conceição]]
[[File:Slave market at Rio de Janeiro.jpg|center|350px400px|thumb|Mercado de escravos no Rio de Janeiro. Os escravos eram desembarcados, abrigados e vendidos nas imediações do morro da Conceição, atual região portuária do Rio de Janeiro]]
No início do século, foi aberta a rua dos Pescadores, a atual rua Visconde de Inhaúma, no Centro. Os viajantes estrangeiros a consideravam ''a pior rua do Rio de Janeiro''<ref>http://www.marcillio.com/rio/encerbes.html</ref>. Ao longo do século, começaram as obras de canalização do rio Carioca para abastecer de água o centro da cidade. As obras só viriam a ser concluídas no século seguinte, com a construção dos arcos da Lapa.
 
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O principal porto da cidade era o utilizado pelos jesuítas e se localizava no local atual da praça quinze de novembro. Em 1637, a imagem de Nossa Senhora do Bonsucesso foi trazida de Portugal e instalada na igreja da Misericórdia, na santa casa da Misericórdia, na base do morro do Castelo. Por este motivo, a igreja mudou sua denominação para igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso.<ref>http://www.marcillio.com/rio/enceprma.html</ref>. No mesmo ano, os vereadores da cidade decidiram transferir a casa da câmara e cadeia do morro do Castelo para a várzea entre os quatro morros da cidade<ref>http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvii.htm</ref>.
[[File:Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, entrada enfeitada para um casamento.jpg|center|300px400px|thumb|Fachada da igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso]]
[[File:Interior da Igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso, visto do coro alto (6).jpg|center|300px400px|thumb|Interior da igreja da Nossa Senhora do Bonsucesso]]
Em 1639, o temor novamente de um ataque holandês levou à reforma da fortaleza na ilha das Cobras, que passou a se chamar fortaleza de Santa Margarida da ilha das Cobras, em homenagem à vice-rainha de Portugal, Margarida de Saboia.
 
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Em 1644, foi criada a freguesia de Irajá<ref>http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvii.htm</ref>.
[[File:Brasao-irajario.jpg|center|300px250px|thumb|Brasão de Irajá. A abelha se refere ao significado de "irajá": "o mel brota", em tupi.]]
[[File:IgrejaNSApresentacao.jpg|center|300px350px|thumb|Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, construída em 1613 e em torno da qual se desenvolveu o bairro de Irajá]]
Em 1645, uma expedição chefiada por Francisco de Souto Maior partiu da cidade para lutar contra a dominação neerlandesa de Angola<ref>http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvii.htm</ref>.
 
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[[File:Flamengo beach rio de janeiro.jpg|center|500px|thumb|À esquerda, o morro do Pão de Açúcar e, à direita, o morro da Urca]]
Como consequência da revolta da cachaça, a produção de cachaça foi finalmente liberada, resultando em desenvolvimento econômico da região e aumento do comércio com Angola, onde a cachaça era trocada por escravos.
[[File:NavioNegreiro.gif|center|400px450px|thumb|Interior de navio negreiro]]
Em 1671, o português Antônio Caminha esculpiu uma imagem de Nossa Senhora da Glória e a colocou numa ermida de taipa no alto de um morro no começo da praia de Uruçumirim (atual praia do Flamengo). Tal ermida daria origem, no século seguinte, à igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro<ref>http://www.jblog.com.br/rioantigo.php</ref>. No mesmo ano, terminaram as obras da igreja de Nossa Senhora de Montserrat, no morro de São Bento. Ligando os morros do Castelo e de São Bento, formou-se a rua Direita, que é a atual rua Primeiro de Março<ref>http://www.marcillio.com/rio/enceprma.html</ref>.
[[File:DeSinety1841.jpg|center|350px|thumb|Igreja de Nossa Senhora de Montserrat no alto do Morro de São Bento]]
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Em 1676, com a criação da diocese do Rio de Janeiro, a igreja de São Sebastião, no morro do Castelo, tornou-se a catedral, ou sé, da cidade. Também foi criada a freguesia de Guaratiba<ref>http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/hrsxvii.htm</ref>.
[[File:Praiagrande1.JPG|center|300px400px|thumb|Praia grande, em Barra de Guaratiba]]
Em 1679, a lagoa que se localizava no sopé do morro de Santo Antônio foi aterrada, dando origem ao atual largo da Carioca. Para a drenagem da lagoa, foram abertos uma vala e um cano para escoamento da água, dando origem às ruas da Vala e do Cano, respectivamente, atuais ruas Uruguaiana e Sete de Setembro<ref>http://www.marcillio.com/rio/encecari.html e http://www.marcillio.com/rio/encerbe1.html</ref>.
 
Nessa época, grande parte da população branca da cidade era composta por cristãos-novos, ou seja, judeus convertidos à força ao Cristianismo. Porém, como a repressão religiosa era branda, os cristãos-novos continuaram a manter suas tradições religiosas judaicas, ao lado das práticas cristãs. Os cristãos-novos da cidade se dedicavam a diferentes profissões: eram médicos, artesãos, funcionários públicos, donos de engenhos de açúcar etc. No século seguinte, porém, a repressão religiosa da santa inquisição às práticas judaicas dos cristãos-novos se tornaria mais forte<ref>http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/105</ref>.
[[File:Maimon-Marrans.jpg|center|400px450px|thumb|Cristãos-novos (também chamados marranos) em pintura do século dezenove de Moshe Maimon]]
Por volta de 1680, o tesoureiro da sé, o padre Clemente Martins de Matos, comprou terrenos no atual bairro de Botafogo e nomeou o morro que limitava sua propriedade como Dona Marta, em homenagem a sua mãe, que havia falecido alguns anos antes<ref>http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/rj/conheca+a+origem+dos+nomes+de+algumas+favelas+do+rio/n1237967511709.html</ref><ref>http://www.favelatemmemoria.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=36&sid=3</ref>.