Civilização macrojê/História: diferenças entre revisões

[edição não verificada][edição não verificada]
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Acrescentei um ponto que estava faltando.
Adicionei informação.
Linha 19:
No século XIX, o cientista alemão Carl Friedrich Philipp von Martius percorreu grande parte do território brasileiro e propôs uma divisão dos índios brasileiros segundo um critério linguístico. Baseado nesse critério, ele criou o grupo gê, que englobava tribos que falavam línguas semelhantes e que costumavam autodenominar-se utilizando a partícula ''gê'', que significava "pai, chefe ou antepassado". Um nome alternativo, segundo o próprio Martius, seria "cram", pois, nesse grupo, também era muito utilizada a partícula ''cran'' ("filho, descendente") para a nomeação das tribos. Grande parte das antigas tribos tapuias estava englobada pelo grupo gê<ref>CHAIM, M. ''Aldeamentos Indígenas (Goiás 1749-1811)''. Segunda edição. São Paulo: Nobel, 1983. p. 47</ref>.
[[File:Carl Friedrich Philipp von Martius.jpg|center|250px|thumb|Retrato de Carl Friedrich Philipp von Martius]]
Com o advento do estilo romântico de literatura ao Brasil, no século XIX , o índio passou a ser um tema frequentemente utilizado pelos autores. No clássico romance de 1857 ''O guarani'', de José de Alencar, o protagonista é um índio goitacá, Peri<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.142</ref>, que, em determinada ocasião, enfrenta uma tribo aimoré<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.139</ref>. Embora, contraditoriamente, o autor também coloque Peri como índio guarani (uma etnia não falante de língua do tronco macrojê), em outro trecho do livro<ref>ALENCAR, J. ''O guarani''. Adaptação de André Carvalho. Belo Horizonte: Itatiaia, 1964. p.141</ref>. No mesmo ano, o poeta brasileiro Gonçalves Dias lançou o poema épico ''Os timbiras''. Apesar de os timbiras serem uma etnia indígena pertencente ao grupo linguístico macrojê, o autor utilizou-se de tradições tupis para descrever os timbiras, devido a sua pouca familiaridade com os reais costumes timbiras<ref>http://pib.socioambiental.org/pt/povo/timbira</ref>. Em 1874, Alencar lançou o romance ''Ubirajara'', que descreve uma grande batalha envolvendo duas tribos tupis contra uma tribo tapuia. O confronto reproduz a clássica rivalidade entre os índios do grupo linguístico macrotupi e os do grupo macrojê<ref>ALENCAR, J. ''Ubirajara''. São Paulo: Ática, 1996. pp. 61-70</ref>.
[[File:Alencar.jpg|center|250px200px|thumb|José de Alencar]]
[[File:Gonçalves Dias.png|center|300px200px|thumb|Gonçalves Dias]]
Em 17 de julho de 1873, o ministério de agricultura, comércio e obras públicas do império brasileiro decretou o fim das aldeias indígenas no Brasil, sob o argumento de que não existiriam mais índios no país. Isso significou que as terras ocupadas pelos índios brasileiros passaram a ser consideradas legalmente sem dono e, portanto, passíveis de ocupação através de leilão público<ref>http://plantasenteogenas.org/community/threads/kariri-xoc%C3%B3-o-povo-da-sagrada-jurema.4376/</ref>.