Geografia do Brasil/Piauí: diferenças entre revisões
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O Piauí tem como capital o município de [[/Teresina/]].
▲== '''Povoamento e Colonização''' ==
Embora percorridas já no século XVI por viajantes e aventureiros, as terras piauienses tornaram-se efetivamente ocupadas somente por volta de 1660. Neste período, bandeirantes paulistas adentraram estas terras com o intuito de aprisionar índios, enquanto fazendeiros baianos guerreavam com o nativos na tentativa de ampliar seus domínios fundiários.
Antes da implantação das fazendas de gado, é o índio a primeira atração oferecida aos bandeirantes, que o tem como objeto de caça. O nativo era utilizado tanto em empreita-das militares quanto nas tarefas diárias como escravo. O certo é que o território piauiense só é desbravado quando as fronteiras das províncias vizinhas já estavam de-marcadas. A posse e a manutenção da terra é feita mediante luta armada entre posseiros e sesmeiros. O grau de violência deste embate é desconhecido em outras partes do Nordeste ocidental. Esta ocupação feita no sentido norte-sul, vai imprimir marcas indeléveis na paisagem física (formato) e sócio-econômica (atraso e isolamento do sul) do Estado.
A existência de bons atributos naturais como amplas pastagens, rios perenes (na maior parte do ano), relevo pouco acidentado, entres outros, favoreceram a prática da pecuária extensiva que exigia pouco investimento. A agricultura, mesmo de subsistência, era pouco expressiva. A região oferecia condi-ções de coleta alimentar animal e vegetal suficientes para man-ter a população rarefeita existente. É mister ressaltar, ainda, que estas atividades, por suas características intrínsecas, não favorecem um povoamento ostensivo. O que, em parte, já explica a reduzida população absoluta que este estado apre-senta, quando comparado aos demais estados nordestinos. O Piauí separa-se do Maranhão e torna-se capitania em 1811. Já existiam centenas de fazendas de gado e mais de uma dezena de vilas consolidadas. Para garantir essa autonomia, os piauienses aderem à Independência e enfrentam as forças portuguesas, ao lado de maranhenses e cearenses, até 1823. Na década seguinte, a província do Piauí é novamente atingida por uma insurreição, desta vez de caráter social e popular, a Balaiada. Na segunda metade do século XIX, com a capital provincial já instalada em Teresina (1852), o Piauí atravessa um longo período de relativa estabilidade política, mas também de pouco crescimento econômico, em parte devido à permanência da pecuária tradicional, extensiva, e ao predomínio das oligarquias rurais, facilitado pelo próprio isolamento do estado, que a construção de uma ferrovia (Estrada de Ferro Central do Piauí) e de uma companhia de navegação a vapor no Rio Parnaíba (Cia. de Navegação do Rio Parnaíba, fundada em 1869) não consegue romper inteiramente.
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O Piauí é um dos 9 estados que formam a região Nordeste, ocupando o trecho ocidental da mesma. Forma juntamente com o Estado do Maranhão, o chamado Meio Norte ou Nordeste Ocidental. Ocupando 252.378 km2 (16,2 %) dos 1.548.672 km2 que constituem a região Nordeste do Brasil, é o terceiro maior estado nordestino, inferior apenas à Bahia e ao Maranhão, e o décimo estado brasileiro, respondendo por 2,9 % do território nacional.
Sua grande distância latitudinal causa problemas como a dificuldade de comunicação entre os setores dirigentes e o extremo Sul. As grandes distâncias a serem vencidas têm gerado desejos separatistas, como o da criação do Estado do Gurguéia ao Sul (60% da área; 25,79% da população).
O principal argumento defendido pelos separatistas é o de que estas longas distâncias a serem vencidas, colocam o sul do estado em desvantagem. O norte é privilegiado com a maior proximidade da capital. Percebe-se, no entanto, que argumentos desta natureza não se sustentam por si só. Não é dividindo o território que os problemas serão resolvidos ou minimizados. A soma dos esforços de todos os segmentos (político, civil e econômico), através do trabalho, da educação, da seriedade e da probidade é irá trazer o desenvolvimento tão sonhado. O separatismo só acarretaria mais despesa para a União com a criação de mais uma máquina administrativa de competência incerta. Se alguém é realmente capaz de fazer algo pelo progresso do Piauí que o faça agora e não após esta possível separação.
== Limites e Pontos Extremos ==
:Ao Norte: limita-se com o Oceano Atlântico, na Barra das Canárias, na Ilha Grande de Santa Isabel, município de Parnaíba.
:Ao Sul: Tocantins e Bahia são os estados limítrofes. A Chapada da Limpeza, em Cristalândia, é o ponto extremo.
:A Leste: o ponto extremo situa-se no município de Pio IX, nascente do rio Marçal, na serra do Marçal. Como limites temos os estados do Ceará e Pernambuco.
:A Oeste: curva do rio Parnaíba, no município de Santa Filomena. Toda fronteira oeste é feita com o estado do Maranhão.
O limite com o Maranhão, o maior, é de 1492 km e com o Tocantins, o menor, é de apenas 21 km, ou seja, menor que o limite com o Oceano Atlântico que é de 66 km.
== Climas do Piauí ==
O Piauí está situado entre duas regiões climáticas bem distintas: o Sertão semi-árido e a Amazônia quente e úmida. É, portanto, uma autêntica faixa de transição. Desta forma, pode-se dizer que a dinâmica climática do estado caracteriza-se pela sua grande complexidade. Um exemplo desta complexidade é a destacada variabilidade pluviométrica registrada no tempo (chuvas concentradas em poucos meses) e no espaço (distribuição espacial das chuvas).
Em função de sua posição geográfica em área de baixas latitudes, de altitudes predominantemente baixas e da atuam no Piauí as seguintes massas de ar:
== Temperaturas ==
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A variação da temperatura, em sua distribuição espacial, depende da latitude associada à altitude, da mesma forma que, com relação às estações do ano, depende da evolução da nebulosidade (cobertura de nuvens) e do efeito regulador da oceanidade (Embrapa, 1989).Na área litorânea, no período de julho a novembro, com pouca cobertura de nuvens, acarreta o registro das maiores amplitudes diárias, próximas de 15° C. A amplitude absoluta (anual) gira em torno dos 26° C. A temperatura média anual é de 27ºC, nas áreas de baixa altitude como as de Parnaíba, Luzilândia, Porto, José de Freitas, Teresina e outras que apresentem condições semelhantes. A máxima observada no estado foi de 40,5ºC em Oeiras e mínima de 10ºC em Corrente e Pedro II. Nas áreas de maior altitude (500-600 m, por exemplo), as médias anuais deverão atingir 26° C (Embrapa, 1989). A amplitude térmica anual, como se pode perceber, é reduzida.
A umidade relativa do ar é de 72%, variando entre 60 e 84%.
== Precipitação ==
A variação do regime pluviométrico é mais acentuada na direção sudeste/noroeste, onde se registram totais anuais abaixo de 500 mm, , em Pio IX, na divisa com o Estado de Pernambuco e na região do vale do rio Guaribas, até valores acima de 1.600 mm, na região de Porto, em direção ao litoral. Todavia, dois terços do estado estão situados em isoietas iguais ou superiores a 1.000 mm/ano. O regime pluviométrico Equatorial continental determina os meses de janeiro-fevereiro-março como o trimestre mais chuvoso na porção central do estado, enquanto no sul chove mais no trimestre dezembro-janeiro-fevereiro. No litoral, por influência da massa Ea , chove mais no trimestre fevereiro-março-abril.
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== Tipos climáticos ==
Existem diversas classificações climáticas, aqui será utilizada a de maior apelo didático: a classificação climática de Köppen. É oportuno ressaltar que a escassez de dados meteorológicos tornam essas classificações muito empíricas. A classificação climática de Köppen identifica, para o Piauí, três tipos climáticos gerais:
== Estrutura Geológica==
A maior parte da estrutura geológica do Piauí é formada por terrenos sedimentares constituintes da Bacia Sedimentar do Meio Norte(cerca de 600.000 km²). Abrange grande parte dos estados do Maranhão e Piauí, o nordeste do Pará, o extremo nor-nordeste de Tocantins, pequena porção da Bahia e ainda uma estreita faixa do noroeste do Ceará. O embasamento é constituído principalmente por rochas cristalinas do Pré-Cambriano.
As bases geológicas do Piauí correspondem aos seguintes corpos rochosos:
== Geomorfologia ==
Nas diversas propostas de classificação do relevo brasileiro existentes, as referências acerca do relevo piauiense eram muito genéricas e/ou muito superficiais.
Apresentaremos aqui as proposta de dois pesquisadores piauienses que tentaram preencher essa lacuna. Toda classificação reflete, em suma, os avanços da ciência no seu tempo e o modo como cada pesquisador a Interpreta:
b)CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DE JOÃO G. BAPTISTA (1975): agrupa as formas de relevo do Piauí em cinco chapadas ou chapadões:
b) CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL DE IRACILDE M. FÉ LIMA (1984): Associando a estrutura geológica e a composição dos terrenos ao clima, a autora dividiu o relevo do Piauí nos seguintes compartimentos:
== Hidrografia ==
O estado do Piauí é um dos mais ricos do Nordeste em acumulação de água natural de superfície. Dispõe de cerca de 69 lagoas com um volume de água da ordem de 584 milhões de metros cúbicos. Essas lagoas estão distribuídas por todo o estado, ocorrendo, com maior freqüência, no Baixo Parnaíba.
Quanto a hidrografia fluvial, o principal rio perene é o Parnaíba, que separa o Piauí do Maranhão e corre por 1.485 km até desembocar no Oceano Atlântico. Sua vazão, no período crítico, é superior a 230 m3 por segundo, em Luzilândia (Baixo Parnaíba).
A Bacia do Parnaíba, que ocupa 72,7% do território piauiense, pode ser considerada a segunda, em importância, do Nordeste, levando-se em consideração três fatores: área drenada (338.000 km²), extensão (1.485 km²) e perenidade do rio principal. Integradas a ela, existem, no território piauiense, outros 140 rios, totalizando mais de 5.000 Km de extensão, dos quais 2,6 mil quilômetros são perenes.
O Piauí é o estado brasileiro que possui o maior potencial de águas subterrâneas, com reservas reguladoras de 2,5 bilhões de metros cúbicos, correspondentes aos volumes infiltrados anualmente. Cerca de 83% da superfície estadual encontram-se sobre terrenos sedimentares, onde se destacam os aqüíferos.
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A cobertura vegetal do Piauí é bastante diversificada. Dentre as formações vegetais existentes, podemos destacar as seguintes:
As formações vegetais são separadas por zonas de contato, nas quais ocorrem dois ou mais tipos de associações de plantas, constitu-indo agrupamentos de transição.
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