História de Niterói/Fundação: diferenças entre revisões

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[[File:Ultimo tamoio 1883.jpg|thumb|O Último Tamoio, pintura de Rodolfo Amoedo de 1883]]
[[File:Derrubada do Pau Brasil.jpg|thumb|Derrubada do pau-brasil pelo indígenas para o comércio com os europeus]]
[[Ficheiro:Rio 1555 França Antártica.jpg|thumb|Mapa da Baía de Guanabara feito pelos franceses da França Antártica]]
[[File:Serigipe 1560 Forte Coligny.jpg|thumb|Desenho retratando a destruição do Forte Coligny em 1560 pelos portugueses]]
[[Ficheiro:COA of Niterói.svg|thumb|Brasão de Niterói]]
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Em toda esta luta contra os tamoios e os franceses, os portugueses contaram com a ajuda valiosíssima dos índios temiminós, que habitavam originalmente a atual Ilha do Governador, na Baía de Guanabara, mas que haviam sido expulsos de lá pelos tamoios e franceses. Os temiminós, na ocasião, liderados por Maracajá-Guaçu, se transferiram para a Capitania do Espírito Santo<ref>http://www.caminhodearariboia.kit.net/cogitacoes.htm</ref>, onde se converteram ao catolicismo, foram catequizados pelos jesuítas, fundaram a cidade de Serra e ajudaram os portugueses a expulsar invasores neerlandeses. Com a invasão francesa, os portugueses recrutaram os temiminós para que eles os ajudassem a expulsar os franceses. Como recompensa pela ajuda, os portugueses ofereceram ao líder dos temiminós, Arariboia (nome tupi para a cobra conhecida na língua portuguesa como "araramboia".<ref>NAVARRO, E. A. ''Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 60.</ref> Arariboia também possuía um nome cristão de batismo, Martim Afonso de Souza, e era filho do antigo chefe Maracajá-Guaçu), a porção direita da entrada da Baía de Guanabara, enquanto os portugueses ocupariam a sua porção esquerda, a atual cidade do Rio de Janeiro.
 
Tal forma de ocupação seria útil do ponto de vista estratégico para a defesa da baía. Arariboia aceitou e ocupou a região. Antes da ocupação da porção direita da entrada da Baía de Guanabara, os temiminós ainda ocuparam por algum tempo a região do atual bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Em 1573, os temiminós se mudaram para a atual região de Niterói, que foi batizada, na ocasião, como São Lourenço dos Índios. Esse ano consta no atual brasão da cidade de Niterói. O Dicionário Aurélio relata que a região onde foi fundada a cidade era habitada, na época, pelos índios cariis<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.353</ref>. Na mesma época, um francês chamado Martin Paris, que havia traído seus compatriotas e ajudado os portugueses, recebeu, do governo português, uma sesmaria na atual região de São Francisco, como recompensa<ref>http://flipagem.ofluminense.com.br/flip.asp?iidpublicacao=6&flargura=&ed=112010&pag=0&pc#</ref>.
 
O aldeamento de São Lourenço dos Índios tinha uma posição estratégica: se localizava no alto de um morro, propiciando vista panorâmica da entrada da Baía de Guanabara e era cercado de manguezais, o que dificultaria uma eventual invasão pela água. Foi na Igreja de São Lourenço dos Índios, em 10 de agosto de 1583, que ocorreu a primeira encenação da mais famosa peça do jesuíta José de Anchieta: Jesus na Festa de São Lourenço<ref>http://www.staff.uni-mainz.de/lustig/guarani/lingua_tupi.htm</ref>. Porém, a partir de 1589, com uma epidemia (provavelmente, varíola) que matou inclusive Arariboia,<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma história''. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 79.</ref>) São Lourenço dos Índios entrou em decadência<ref>http://www.niteroitv.com.br/guia/niteroi_historia.asp</ref>. Em 1596, a bateria instalada na Praia de Fora rechaçou uma tentativa de invasão neerlandesa chefiada por Van Noorth<ref>http://wikimapia.org/489143/pt/Forte-Bar%C3%A3o-do-Rio-Branco</ref>. Melhor sorte tiveram os núcleos de colonização portuguesa que se estabeleceram nos atuais bairros de São Domingos, Icaraí, Piratininga e Itaipu.