Reis e Rainhas da Inglaterra /A Casa de Lancaster: diferenças entre revisões

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Seu sucessor foi seu filho pequeno, Henrique.
 
 
==Henrique VI (Henry VI) (1422-1461, 1470-1471)==
 
[[File:King Henry VI from NPG.jpg|thumb|right|250px|Henrique VI]]
 
'''Henrique VI''' nasceu no Castelo de Windsor em 6 de dezembro de 1421, ele era filho de Henrique V.
Desde os nove meses de idade, em 1422, Henrique foi Rei da Inglaterra.
 
Em 1423, o parlamento se reuniu e um conselho de regência foi declarado. Seus tios, João, Duque de Bedford e Humphrey, Duque de Gloucester se tornaram seus tutores mas, suas obrigações eram limitadas a manter a paz e convocar e dissolver o parlamento.
 
Henrique foi coroado Rei da Inglaterra na Abadia de Westminster em 6 de novembro de 1429, um mês antes de seu oitavo aniversário, e Rei de França em Notre Dame em Paris em 16 de dezembro de 1431.
 
No entanto, durante o governo do conselho de regência, uma grande parte da conquista francesa de seu pai já tinha sido perdida.
Uma recuperação das fortunas e orgulho franceses, começando com as vitórias militares de Joana D´Arc, levaram os franceses a preferir o delfim francês, que foi coroado como Rei de França em Reims.
 
Erros diplomáticos e derrotas militares resultaram na perda da maior parte dos territórios ingleses em França.
Henrique só assumiu as rédeas do governo quando foi declarado maior de idade em 1437. Foi então que Henrique VI mostrou, na verdade ser uma criatura mais espiritual, ele não possuía a sabedoria mundana para de fato exercer o poder.
 
Assim que ele assumiu o controle do reino, permitiu que sua corte fosse dominada por alguns poucos nobres favoritos, e a facção pacífica, que era a favor do final da guerra na França, logo tomou conta do poder.
 
===Casamento===
 
O melhor caminho para conseguir a paz com a França, era através do casamento. Assim foi feito e Henrique consentiu casar com a sobrinha do Rei Carlos VII de França, Margaret d´Anjou.
Henrique concordou, especialmente quando ouviu os comentários sobre a impressionante beleza de Margaret.
 
Carlos concordou com o casamento sob a condição de não pagar o dote habitual e, ao invés disso, receber dos ingleses as terras do Maine e de Anjou
Essas condições foram assentadas no ''Tratado de Tours'', mas a cessão do Maine e de Anjou foi mantida em segredo pelo parlamento. Todos sabiam que isso seria visto de modo extremamente impopular pelo povo inglês.
 
O casamento aconteceu em 1445 e a personalidade de Margaret parecia complementar a de Henrique, porque ela estava preparada para tomar decisões e mostrar liderança enquanto que ele estava feliz em ser guiado por ela.
 
Quanto ao governo, Margaret provou ser uma governante mais competente do que Henrique jamais foi, embora ela só tivesse dezesseis anos de idade na época.
O assunto Maine e Anjou finalmente chegou ao conhecimento do povo em 1446.
 
===Reinado ===
 
A impopularidade do governo só aumentava e era causada pelo desrespeito à lei e à ordem, corrupção, distribuição das terras reais aos favoritos da corte, o estado complicado das finanças do reino e à constante perda de territórios na França.
 
Em 1447, essa impopularidade tomou forma através de uma campanha da Câmara dos Comuns contra do Duque de Suffolk, que era o mais detestado de todos os favoritos do Rei, ele era visto pela maioria como um traidor, em parte por causa de seu papel na negociação do Tratado de Tours.
 
Henrique foi forçado a enviá-lo para o exílio, mas seu navio foi abordado no Canal da Mancha e ele foi assassinado. Seu corpo foi encontrado numa praia de Dover.
 
Em 1449, o Duque de Somerset, que estava liderando a campanha na França, começou mais batalhas na Normandia, mas, no outono ele foi empurrado de volta para Caen.
Por volta de 1450, os franceses já tinham recuperado toda a província.
A volta das tropas, que nem tinham sido pagas, aumentaram a sensação de país “sem lei” nos condados do sul da Inglaterra, e Jack Cade liderou uma rebelião em Kent em 1450.
 
Henrique chegou em Londres com um exército para esmagar a rebelião, mas foi convencido a manter metade das tropas no local, enquanto a outra metade encontraria Cade em Sevenoaks.
Cade venceu e partiu para ocupar Londres. No fim, a rebelião não deu em nada, e Londres foi retomada após alguns dias de desordem. A rebelião serviu para demonstrar que o descontentamento do povo estava aumentando.
 
Em 1450, o Ducado de Aquitânia, que pertencia aos ingleses desde o tempo de Henrique II, foi perdido também. Apenas sobrou Calais como território remanescente da Inglaterra na França.
 
Em 1452, Ricardo, Duque de York, que havia sido afastado, com o artifício de governar a Irlanda, foi persuadido a voltar e reclamar seu lugar de direito no conselho, para colocar um fim na bagunça do governo.
 
Sua causa era popular e logo ele levantou um exército em Shrewsbury. Os aliados do rei ergueram sua própria força de ataque, do mesmo porte em Londres.
Houve uma trégua ao sul de Londres, com o Duque de York entregando uma lista de reclamações e exigências aos homens leais ao rei.
 
Uma das exigências era a prisão do Duque de Somerset. O rei concordou, inicialmente, mas Margaret interviu para evitar.
 
Em 1453, o Duque de Somerset recuperou sua influência, e o Duque de York ficou isolado novamente.
 
Nesse meio tempo, um avanço inglês na Aquitânia retomou Bordeaux com algum sucesso e a rainha anunciou que estava grávida.
No entanto, o sucesso inglês na Aquitânia foi passageiro e ao ouvir as notícias da derrota inglesa em agosto de 1453, Henrique entrou num colapso mental que o deixou completamente desligado de tudo o que ocorria à sua volta.
 
Isso durou mais de um ano, e Henrique nem tomou conhecimento do nascimento de seu filho e herdeiro, Eduardo.
O Duque de York, no entanto ganhou um aliado importante, o Conde de Warwick, que era influente e rico.
O Duque de York foi nomeado regente e Protetor do Reino em 1454, e a rainha perdeu todo o seu poder.
 
Somerset foi feito prisioneiro na Torre de Londres.
Os meses de governo do Duque de York foram passados lutando com os problemas dos gastos excessivos que drenavam o tesouro inglês.
No entanto, no dia de Natal de 1454, Henrique recuperou seus sentidos.
 
[[File:Lancaster Herald Badge.svg|thumb|left|100px|A Rosa de Lancaster]]
 
 
===Personalidade de Henrique===
 
Henrique era delicado e generoso com todos aqueles com que se preocupava, dando terras e títulos aos seus conselheiros. Se vestia com simplicidade. Ele era exímio em leitura e aprendizagem nos livros, mas não sabia liderar seu país numa batalha.
 
Preocupado em promover a educação, Henrique doou generosas quantias para as fundações, tanto de ''Eton College'', perto de Windsor, para custear a educação de estudantes pobres, como para o ''King´s College'', em Cambridge, onde esses jovens poderiam prosseguir em sua educação.
 
Henrique parece ter sido um homem decente, mas completamente despreparado para reinar. Ele se deixou dominar pela facções sedentas de poder que o rodeavam na corte, e mais tarde não teve capacidade e nem força para impedir a explosão de uma sangrenta guerra civil.
 
Isso era demais para ele enfrentar e sua doença mental, que começara em 1453 voltou a dominá-lo.
 
===A Guerra das Rosas===
 
Os nobres que aumentaram seus poderes durante o reinado de Henrique, mas não gostavam de seu governo, tomaram a situação em suas mãos, dando apoio às reivindicações da rival, Casa de York, primeiro apoiando a regência e depois o próprio trono.
 
[[File:Yorkist Rose, royally crowned.svg|thumb|right|100px|A Rosa de York]]
 
Após uma briga violenta entre as casas de Lancaster e York, Henrique foi deposto em 4 de março de 1461 por seu primo, Eduardo de York, que se tornou Rei Eduardo IV.
 
Mas Eduardo não conseguiu capturar Henrique e sua rainha, e eles puderam fugir para o exílio.
 
Durante o primeiro período do reinado de Eduardo IV, a resistência dos Lancaster prosseguiu, em especial sob a liderança da Rainha Margaret e os poucos nobres que ainda eram leais a ela, nos condados do norte da Inglaterra e Gales.
 
Henrique finalmente foi capturado pelo Rei Eduardo em 1465 e depois mantido preso na Torre de Londres.
A Rainha Margaret foi exilada, primeiro na Escócia e depois na França. Mas ela estava determinada a voltar, por seu marido e por seu filho e, com a ajuda do Rei Luís XI de França, ela se aliou ao Conde de Warwick, que havia caído em desgraça sob Eduardo IV.
 
Warwick retornou à Inglaterra, derrotou os Yorkistas em batalha, soltou Henrique VI e o retornou ao trono em 30 de outubro de 1470.
Mas o retorno de Henrique durou bem pouco.
 
Os anos que passou se escondendo mais os anos em que ficou prisioneiro foram terríveis para Henrique, que estava com a saúde física e mental fragilizadas.
Henrique parecia cansado e distante enquanto Warwick e seus homens o levavam para desfilar através das ruas de Londres, como o verdadeiro Rei da Inglaterra.
 
Após alguns meses, Warwick foi longe demais, declarando guerra em Borgonha, cujo governante respondeu dando à Eduardo IV toda assistência necessária para recuperar o trono a força.
 
===Morte===
 
Henrique VI foi feito prisioneiro novamente, na Torre de Londres, e foi assassinado lá em 21 de maio de 1471.
Conta a lenda que o culpado foi Ricardo III, que também mandou matar o filho de Henrique VI, Eduardo.
 
Todos os anos no aniversário de morte de Henrique VI, os reitores de Eton e do King´s College, Cambridge, depositam rosas e lírios no altar que agora fica onde o rei morreu.
 
O Rei Henrique VI foi sepultado originalmente na Abadia de Chertsey. Em 1485 seu corpo foi transladado para St George's Chapel no Castelo de Windsor.
 
Quem o sucedeu foi Eduardo, filho de Ricardo, Duque de York.